Double Fire (A Hunger Games) escrita por A Tal da Be, Rausch


Capítulo 3
Capítulo 2 - Carmin


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo Morno. Os dois primeiros são breves apresentações das pessoas que acompanharão no decorrer de tudo. Esperamos que gostem.



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O dia era para ser mais um daqueles comuns no Distrito 12: Tentar sobreviver. Porém, aquele dia era especial. Saíram para caçar cedo, por volta das sete da manhã. O Distrito podia ter vencedores, mas a cerca que separava o local da floresta nunca fora consertado, e com certeza nunca seria. Gale e Carmin iriam pegar o que podiam, para depois trocar no Prego logo mais. Carmin estava completando dezesseis anos, e a data deveria ser comemorada. Gale sempre foi um pai dedicado, por isso, nunca deixara a filha se inscrever mais de uma vez para A Colheita. Cada ano completo era um ano a menos de tortura para Carmin. Viver na Costura não era fácil e não ser escolhido para participar dos Jogos Vorazes era um luxo. A passos delicados, caminhavam para dentro da mata. Os arcos e as flechas sempre se escondiam no mesmo lugar: O tronco oco da árvore no meio da floresta. Gale tratou de ensinar sua filha a caçar desde os seus sete anos. Antes, um arco esculpido para mãos pequenas e guardado como recordação. Hoje, um arco pesado, capaz de matar um ser humano.

–Pai, tenho medo de ser escolhida no dia da Colheita por um motivo. -Dizia ao ajeitar a aljava nas costas. -Quem vai cuidar do senhor se eu for? O senhor não é nada sem mim, sabia. -Olhava para o pai e ria.

–E você é muito convencida, sabia? -Começou a rir junto. -Mas é bem verdade, não sei o que seria da minha vida sem você, filha. É a única pessoa que tenho, depois que sua avó morreu. Tem os seus tios, mas eles tem a sua vida feita, então em resumo, Arqueira, eu só tenho a você. Mas fique tranquila, no que depender de mim, você nunca será um tributo.

–Olha pai, flores de Carmin. -A menina apontou e correu até flores. -Nunca me canso de vê-las. Acho que é a única coisa fofinha a qual eu tenho apego. -

–Lindas flores amarelas, tão fortes que resistem ao inverno rigoroso e ao verão ardente e na primavera, dão os frutos mais saborosos que já pude experimentar. -Repetiu a frase de sempre, contando a história do nome de sua filha. Gale recolhe uma daquelas flores e coloca no orelha de Carmin, afagando-lhe o rosto. -Minha menina está grande. Dezesseis anos e linda.- Sorriu.

–Para pai, fico parecendo uma boboca quando me trata assim. -Dou um sorriso de lado e abraçou o pai. -Mas eu te amo. Agora vamos, antes que fique muito tarde.

Começaram o dia bem. Carmin capturou um grande pato selvagem. Sua mira era certeira. Trabalhando em conjunto, caçaram um cervo. Não era adulto ainda, mas era um grande pedaço de carne, que qualquer um na Costura compraria ou trocaria. As armadilhas capturaram um coelho, que seria cozido em um grande ensopado à noite. Decidiram voltar para o Distrito, indo direto para o Prego, negociar. Conseguiram no pato e no cervo, dois pães rechonchudos, uma fatia de queijo, uma xicara de farinha, um ovo, e o mais precioso, uma garrafa de leite de um litro. Voltariam para casa para limpar o coelho e Gale iria fazer um “bolo”. Já havia lenha estocada em casa, graças a descoberta de Carmin de uma casa abandonada no meio da floresta há uma semana atrás.

Quando voltavam para casa, encontraram com Katniss, a ganhadora do 75º Jogos Vorazes. Ela era casada com Peeta, também ganhador da mesma edição dos jogos. Eles burlaram as regras da Capital, e ambos foram declarados vencedores. Viviam na Aldeia dos Vencedores. Gale era um grande amigo de Katniss, amigo de infância. Os dois quase se casaram, mas após os jogos, ela preferiu se casar com Peeta.

–Olá, Katniss! O que faz por essas bandas do Distrito? -Disse Gale, não surpreso, pois a mulher estava sempre andando por ali.

–Olá Gale, olá Carmin. -Cumprimentou-os. -Vou levar Àster até a minha antiga casa. Na verdade, estou a procura de um livro antigo de papai sobre plantas.

–Quanta bobeira! -Exclamou Àster, filho de Katniss e Peeta.

–Como você é ridículo, garoto! -Carmin solta. Estudavam na mesma escola e Carmin sempre achou o garoto mimado demais e totalmente insuportável. Nos dias pátrios, ele sempre era chamado para contar como seus pais, heróis da Costura, haviam ganhado os Jogos Vorazes, feito não mais repetido. Ela tinha repulsa por ele. -Deveria ser menos mole e ajudar a sua mãe. Deve ser importante para ela! -Bufou.

–Por que você não fica calada, mulambenta? Olha para você, suas roupas, suas unhas sujas, seus cabelos que parecem um emaranhado de lã...

–Áster! -Katniss o repreendeu furiosa. -Não admitirei que trate ninguém assim. Peça desculpas agora.

–Não se preocupe Katinip, a Carmin procurou. -Gale disse, lembrando do apelido de Katiniss que ele havia dado.

–Katinip. Nunca mais havia me chamado assim. -Katniss mexeu em sua trança, que nunca abandonara.

–Vamos, mamãe. -Disse Áster, ríspido e encarando Carmin e Gale. Odiava aquela intimidade e odiava aqueles mortos de fome.

–Vamos! E feliz aniversário, Carmin. Deixei o seu presente no lugar de sempre.- Acariciou os cabelos da menina. Logo estavam longe.

–Pai, como ela nunca esquece a data de meu aniversário e por que ela sempre me presenteia?-Questionou a menina.

–Katiniss tem um bom coração filha! -Sorriu gentil e satisfez a filha com a sua resposta.

–Bem diferente do filho dela. -Carmin olhava mãe e filho ao longe.

A menina sentia uma ponta de inveja, nunca conhecera a sua mãe. Sua avó era o mais próximo disso. Apesar de Gale ser um pai maravilhoso haviam coisas que Carmin queria contar para uma mulher. Coisas que os homens nunca entenderiam. Ela sequer tinha muitos amigos. A arte de fazer com que as pessoas não se aproximassem dela era bem dominada. Carmin, no fundo, queria estar no lugar de Àster, mas com seu pai no lugar de Peeta.

Quando chegaram em casa, um pequeno barraco recém reformado, encontraram dentro do vaso grade de planta da entrada, um lindo casaco de pele de cor branca, algumas roupas, comida. Era o presente de Katniss. Ela sempre levava comida aos dois. Era um rito quase diário.

No cair da noite, a mesa estava pronta. O ensopado de coelho, o bolo torto, copos com leite, um vaso com flores de Carmins decorando o local, as frutas que Katniss lhes havia dado. Carmin decide colocar um dos vestidos que a mulher bondosa havia lhe dado, o casaco e por o cabelo em trança para o lado.

–Filha, está linda. Mas prefiro seu cabelo solto. Não gosto da ideia de que queira parecer com ninguém. -Disse desmanchando a trança da menina.

–Não quero parecer com ninguém, apenas acho o cabelo dela legal para hoje. -Deixou o pai arrumar seu cabelo.

–Bem melhor, essa é a minha Carmin: Cabelos soltos, longos, loiros e ao natural. -Sorriu. -Feliz aniversário filha. -Abraçou a menina. -Tenho um presente para você.

–Um presente? O que é pai? -Logo um adorno estava nas mãos de Carmin. -O que é isso?

–É um broche. Um broche de tordo, uma replica . Troquei no Prego. Achei que iria gostar. -Deu com os ombros.

–É lindo, pai. Áster sempre anda com o dele. O original. -Sorriu. -Mas estou feliz com esse pois foi o meu pai quem me deu. Obrigada! -O pai anexou o broche ao casaco de pele branca, o contraste ficou perfeito.

Gale e Carmin então ceiaram. Riram e histórias da floresta. Estavam felizes. Eram apenas um pai e uma filha comemorando mais um ano de vida, literalmente. Após a diversão, dormiram aos pés da lareira.


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Notas finais do capítulo

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