Mais Que Fantasmas Debaixo Da Cama escrita por Lyssia


Capítulo 1
Capítulo único




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/398938/chapter/1

         O sono pesava em suas pálpebras.

         Entretanto, havia algum tempo que dormir se tornara difícil para o pequeno albino de olhos ametista. Desde que mudaram-se para aquela nova casa. Sua mãe bebia bastante. Com 7 ou 8 anos ele percebera isso. Seu pai também, algum tempo depois. Então lhe tirara de lá. Lhe levara para morar com ele e com seu irmão mais velho, Lukas, na Noruega. Os dois passavam bastante tempo fora de casa, mas o garoto não se importava. Não se fosse de dia.

         Ele jurava ver as coisas se movendo sozinhas naquela casa.

         Cadeiras, portas, janelas, banquinhos, brinquedos, enfeites... ele não notara isso quando dormiu na sala, no primeiro dia, pois por coincidência faltara luz e todos acomodaram-se perto da lareira. Mas a primeira semana em seu quarto fora um pesadelo. Chegou a comentar vagamente com o pai, mas este rira e resmungara algo sobre crianças terem imaginação fértil.

         Na segunda semana Lukas inventou uma desculpa qualquer e trocou de lugar com ele.

         O novo quarto não era tão assustador, mas ele certicava-se de permanecer nele durante toda a noite, já que quando levantara-se para ir ao banheiro, certa vez, ouvira com clareza a voz do irmão. Ele dizia algo, então parava... e depois de novo e de novo. Como quando se conversa por telefone. Mas quando olhou pela porta entreaberta, Lukas estava sentado normalmente na cama. As pernas cruzadas, a expressão indiferente, o pijama posto... nada em suas mãos ou em seus ouvidos. E ele continuava falando de vez em quando, com naturalidade.

         Muitos poderiam dizer que Lukas era louco.

         O albino tinha certeza que havia alguma coisa naquela história.

         O som da porta se abrindo tirou ele de seus pensamentos e ergueu-se em um pulo. Viu a figura pálida, de cabelos loiros-claros e olhos de um tom levemente cinzento que não deixava que qualquer um tivesse certeza de sua cor. às vezes parecia azul, outras lilás. Usava um pijama azul-escuro e os pés iam descalços. Andou sem dizer nada até o irmão mais novo, subindo na cama e puxando a cabeça branca para repousar em seu colo, pondo o travesseiro abaixo dela, em seguida, e ajeitando para que ficasse confortável.

         - Lukas...

         - Não. – cortou friamente, fazendo os olhos ametista lhe olharem confusos. – Pode me chamar de bror.

         - Bror...

         - Isso. – aprovou, não podendo conter o leve tom satisfeito irrompendo de sua costumeira indiferença.

         - O que há com a casa? Com quem você estava falando? – o norueguês suspirou pesadamente, começando a passar seus dedos finos e gelados pelos cabelos do irmão.

         - Meu pai havia dito que você vinha tendo problema com isso.

         - Eu não estou imaginando!

         - Você tem 10 anos, acabou de ser separado da sua mãe, veio para um país diferente, uma casa diferente... naturalmente sua cabeça está tentando achar algo de errado no ambiente em que está. – falou calma e pausadamente. Sua voz suave entrava nos ouvidos do pequeno e funcionava como calmantes, melhor do que leite quente ou canções de ninar.

         - Mas... – ainda tentou protestar, soltando um baixo bocejo antes que pudesse completar.

         - Está tarde. É bom que você durma. – e com mais alguns resmungos, se acomodou melhor no colo do mais velho, fechando lentamente os olhos. Ninguém poderia culpá-lo. Algumas semanas de noites mal-dormidas, aquele timbre suave, as carícias em seus cabelos... não havia como resistir.

         Apenas quinze minutos depois, quando julgou que Emil já estava com o sono suficientemente profundo, cuidadosamente tirou o travesseiro e a cabeça do irmão de seu colo e repousou-os em seu devido lugar na cama. Levantou-se com passos leves. A porta se moveu um pouco, como se houvesse sido empurrada, e Lukas olhou em sua direção, onde muitos poderiam dizer não haver nada, por alguns bons segundos. Por fim suspirou.

         - Temos que ser mais silenciosos. – sussurrou antes de voltar-se para o albino uma última vez. Saiu do quarto lentamente, procurando não fazer barulho para acordá-lo e fechou a porta.

         Era engraçado como uma criança daquela idade fora mais esperta e difícil de contornar que seu próprio pai.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Fanfic feita porque eu estava com sono e pensei que seria legal usar isso de inspiração pra evitar capotar XDDDDDD E o Chibi!Ice com sono e um Norge com complexo de irmão mais velho fazendo coisas fofas pra ajudá-lo me foi tão meigo que eu quase surtei ♥~ Ah. Eu também ouvi muitas músicas de ninar em norueguês.... e achei uma em islandês que ao invés de algo fofinho era algo bastante dumal, de uma criança morta cantando pra mãe -qqqqq acho que daí veio da ideia desse negócio doidão aí na casa XD
Eu espero que não tenha ficado muito OOC... tipo, sei que o Ice é mais "tsundere" quando a nessa coisa de "irmão"/"bror"/"onii-chan", mas é que ele sempre me parece mais meigo quando criança... aí eu deixei ele mais meigo aí. Simples (?). E o Norge... ah vá, é muito fofinho imaginar ele cuidando do irmãozinho ♥~~~~~~~~
Cofcof. Enfim. Espero que alguém tenha lido. Que alguém tenha gostado. E que alguém deixe comentários ^^~