Casey e Olivia conversavam alegremente no deck do navio. Planos para passeios, atividades, compras. Ainda não conseguiam acreditar que passariam um mês num cruzeiro! A conversa das duas foi interrompida por um pequeno grito infantil.

– Livia! - foi tudo que Benson ouviu antes de ser abraçada por uma pequena pessoa com uma blusa do Superman.

– Eli? - a morena indagou, perplexa, abraçando o garoto que pulara em seu colo. - O que você está fazendo aqui, little prince? Como você cresceu! - exclamou, se recuperando do choque e colocando-o no chão, agachando-se à sua frente. Elli deu um pequeno riso.

– Eu e o papai estamos de férias! - exclamou animado.

– What about your mommy?

– O papai e ela não estão mais apaixonados. - o pequeno respondeu, comendo as pequenas unhinhas. Olivia ficou sem reação por um momento, olhou para Casey que tinha a mesma expressão em seu rosto. Quando realmente arranjou algo para dizer. Ouviu a voz que fez seu coração disparar à mil por hora e seu rosto empalidecer.

– Eli! Are you trying to kill...– a voz de Elliot sumiu ao ver a mulher em frente ao seu filho, olhando para o chão, dor evidente em seus lhos - Olivia... - sursurrou, e os olhos castanhos continuavam fixos no chão. Novak assistia a cena em expectativa, quando percebeu o pequeno Eli do mesmo modo.

– Hey, Superman, que tal irmos comprar um refrigerante para você? - a ruiva perguntou sorrindo, estendendo a mão para o garoto, que confirmou com a cabeça e pegou a mão de "aunt Casey" sorrindo, depois puxando-a para longe. Olivia pôs-se em pé e escorou-se sobre o parapeito, observando o mar. Elliot fez o mesmo ao seu lado.

– Você foi embora, sem dizer uma palavra. - a morena falou, com a voz embargada, após algum tempo de silêncio. Stabler suspirou.

– I know, I'm sorry, I was an ass.– admitiu, causando um pequeno sorriso em Olivia, o qual ela não pôde evitar. - Você, acredite ou não, é uma das coisas mais importantes que já me aconteceram. Eu não acho que eu conseguiria olhar dentro dos seus olhos e dizer "I'm leaving". Mas eu também não conseguiria fazer o meu trabalho sabendo que eu matei aquela garota. I'm sorry, Liv. Eu nunca quis te magoar. - Elliot foi surpreendido por um abraço vindo de Benson, que aceitou imediatamente.

– I missed you...– suspirou, descansando a cabeça no ombro do ex-parceiro.

– I missed you too, a lot.– retribuiu Stabler. - Isso é um "I forgive you"? - Olivia riu com a pergunta.

– Yeah, eu te perdoo, El.

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Casey e Eli conversavam em um banco perto da máquina de refrigerante. A ruiva dava gargalhadas das histórias do garoto. Não do que ele contava, mas da forma como ele contava.

– Hey, Case. - John se aproximou dos dois, com o cachorro no colo, claro, e arregalou os olhos ao ver o pequeno ao lado de Novak. - Eli? O que está fazendo aqui, kiddo?

– Estou de férias! - exclamou novamente, sorrindo. - Posso segurar, uncle John? - perguntou, apontando para o cachorro nos braços de Munch.

– Claro! - respondeu entregando o animal ao garoto. - Where's Elliot? - John perguntou, sentando-se ao lado de Casey.

– Conversando com Olivia. - a ruiva respondeu apreensiva, mas sorriu ao ver os dois se abraçando, e Munch sorriu junto.

Ficaram ali mais um tempo, ouvindo as histórias do pequeno Eli, que brincava alegremente com o cão. Perceberam Elliot e Olivia se aproximando.

– Hey Elliot, how you doin'? - John perguntou dando um aperto de mão e um abraço no ex-detetive.

– John, I'm fine man, how about you?– perguntou Stabler, sorrindo por rever o velho amigo, que respondeu a pergunta positivamente.

– So, vamos almoçar? - Olivia perguntou à todos, passando a mão pelo cabelo de Eli. Todos confirmaram com a cabeça.

–Eu não posso entrar com ele no restaurante, então vou deixar ele na cabine e encontro com vocês lá. - John afirmou, pegando o cachorro de Eli. - Vou aproveitar e chamar os outros, então peguem uma mesa para... onze. Wow, eu não tinha percebido que era tanta gente até agora. - comentou, sedirigindo à sua cabine, o que fez Novak sorrir.

Quando o mais velho se afastou, Olivia olhou para Casey com um olhar divertido, enquanto Eli lhe pedia colo. Elliot lhe cutucou e ela assentiu.

– Sorry, lil' man!– ela disse, pegando-o com jeitinho. Eli sorriu e beijou-a na bochecha.

Voltou a olhar para Casey, que tinha um olhar perdido. Beliscou o braço da promotora com um pouco mais de força, o que a fez grunhir um pouco alto.

– Ei! Isso dói! - ela reclamou. Olivia assentiu, e a empurrou, ainda com Eli no colo.

– Vamos logo pegar nossa mesa. - ela disse. Casey assentiu, indo na frente. Olivia ia conversando com Eli, que se mantinha colado em seu pescoço, e Elliot ia atrás deles, quase como um coadjuvante.

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Quando Olivia pediu uma mesa para onze, o garçom estranhou, e lhe perguntou se haviam feito reserva. Novak lhe disse que eram todos da polícia e da promotoria de NY, o que lhes deu um desconto gigantesco, e os fez pular umas cinco pessoas na fila de espera.

Em menos de dez minutos, já havia uma mesa redonda enorme esperando por eles. Eli pulou do colo de Olivia e correu para a cadeira que dava de frente para a entrada do restaurante, apesar de não ser a cadeirinha especial para crianças.

Elliot desceu o filho da cadeira e puxou-a para trás. Olivia empurrou a cadeira infantil para onde Eli queria se sentar e o menino deu um beijinho nas bochechas dela. A detetive se sentou na cadeira logo ao lado do menino e Elliot sentou do outro lado. Casey sentou-se na outra extremidade, ficando de costas para a entrada.

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Não esperaram muito até que os outros sete chegassem no restaurante. O garçom os barrou e Casey foi falar com ele.

O homem estremeceu ao contato com a ruiva, e gaguejou quando ela encostou no ombro dele. Munch franziu a testa e empurrou a fita, sentando-se ao lado de Olivia, de mal-humor.

– John? Why are you like that?– ela indagou. John negou.

– It's nothing.– disse, voltando ao normal, começando a brincar com Eli.

O resto do pessoal logo achou um lugar na mesa, e Fin cumprimentou Elliot. Cragen se levantou e deu um abraço no ex-detetive.

Depois das devidas apresentações e de todos se acomodarem na mesa, um dos garçons chegou até a mesa para anotar os pedidos.

Pratos de variados tipos logo estavam na mesa, na frente de cada um deles. Elliot pediu um prato infantil para Eli, mas o menino brigou com o pai, dizendo que já era um rapazinho e já sabia comer normalmente. Elliot assentiu, pedindo ao garçom bebidas para acompanhar os comes.

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Todos conversavam e riam alegremente, exceto John, que ainda mantinha a cara amarrada, algo que não passou despercebido por Casey, mas a ruiva preferiu perguntar-lhe depois.

Elliot e o filho já tinham planos para o momento, e, após terminarem de comer, o pai anunciou:

– Well, eu e Eli já vamos. Nós temos planos, right, little prince? Te vejo por aí, Liv. - disse, dando um beijo na bochecha da morena, que corou surpresa, mas sorriu. Antes de se aposentar, o ex-parceiro era distante, raro era um abraço. - Muito bom rever vocês, and it was very nice to meet you.– completou, se levantando e pegando o pequeno garoto no colo.

– Bye, guys!– Eli despediu-se, acenando para todos na mesa, que sorriram para o garoto.

Nick deu um sorriso debochado para a parceira:

– So, Liv, you and Stabler, huh?– Olivia corou furiosamente.

– What? No!– respondeu, indignada com a pergunta do amigo.

Todos riram com o rubor exagerado de Olivia, inclusive John, que achou mais graça da piadinha de Nick do que do rubor da colega. Casey pôs um tipo de carne na boca e bebericou um pouco da bebida africana que estavam servindo no navio.

John pigarreou e serviu-se da mesma bebida. Casey apenas observou. Nick e Amanda sorriram um para o outro, passando despercebidos por todos, menos por Olivia. A detetive deu uma cotovelada no parceiro e ele embranqueceu. Ela sorriu para ele, e depois, sorriu para Amanda, vendo que os dois ruborizaram levemente. Pelo menos, ela não era a única vermelha na mesa. Cragen pegou uma das colheres de sobremesa e bateu levemente numa das taças transparentes da mesa. Todos os olhares voltaram-se para ele e o mais velho sorriu para os detetives.

– Quero que saibam que, em todos os meus anos no esquadrão, e, de todos os meus detetives, vocês foram os que mais me cativaram, e espero que sintam o mesmo por mim. - ele disse, com lágrimas nos olhos.

Olivia sorriu, levantando-se da mesa e abraçando o chefe.

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Após o almoço, cada um seguiu seu caminho. John passeava de cabeça baixa pelo saguão do hotel, como se tivesse raciocinando algo, o que Casey achou estranho.

– John, what are you doing?– perguntou se aproximando do amigo.

– Hum? Oh, eu só estou... pensando. - respondeu, como se saindo de um transe.

– Right...– a ruiva disse, desconfiada. - Posso saber sobre o quê?

– Por que você se importa? - respondeu, um pouco grosso. Casey arqueou uma sobrancelha e cruzou os braços.

– Que eu me lembre, você era meu amigo. - Munch coçou a nuca. - C'mon... just tell me. Você está assim desde o almoço. O que está te incomodando?

– Look, Case... eu não me sinto confortável em dizer algo agora, okay? Me dê espaço, eu te contarei quando estiver pronto. - John anunciou, com uma voz já calma, como se pedisse compreensão. Novak o analisou, mas consentiu.

– Okay, mas lembre-se que sempre que precisar, irei te ouvir. - Munch consentiu, Casey o abraçou e seguiu para o deck.

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Pensando no que talvez pudesse ter acontecido com o colega, Casey passou pelas cabines, procurando a de Olivia incansavelmente. Quando a encontrou, abriu-a com um estrondo incomum. A ruiva entrou ali, sem, ao menos, pedir licença.

– Estou tão estressada! - gritou ela, dando com o pé esquerdo no chão.

Olivia largou o livro que lia na cama e foi fechar a porta. Sua profissão de conselheira estava de pé.

– O que houve? - ela perguntou. Casey pigarreou.

– John está estranho, e eu tentei falar com ele sobre isso, mas ele me ignorou o dia todo! - a ruiva explicou. - E quanto a Eli? E, Elliot, nossa! Que coincidência!

A promotora não parava de falar sobre o ex-detetive. Olivia baixou o olhar, num misto de tristeza e angústia. E foi aí que Casey percebeu que não devia estar falando dele. Não ali. Não agora. Não com ela.

– Desculpe, Liv. - ela pediu - Sei que ainda estamos todos fragilizados com a saída e volta repentina dele, mas...

– Está tudo bem, Case. Tudo tranquilo, é só que... - ela se impediu - Nada. Está tudo ótimo.

A ruiva assentiu e não conseguiu mais falar. A vergonha de tê-lo mencionado na frente da detetive era imensa. Como se já não bastasse o que havia dito quando ele se fora. Se sentia, naquele momento, a pior de todas as criaturas.

Olivia abraçou a colega, dando-lhe confiança. Casey retribuiu o abraço e sentiu as pernas fraquejarem.

– Sabe o que eu acho que podemos fazer? - indagou Olivia.

– O quê?

– Uma noite de mulheres. Aqui. - ela respondeu. Um brilho desconhecido passou nos olhos da promotora. - Que tal? A moça assentiu rapidamente, correndo porta afora para chamar as outras.

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O vento batia em seu rosto, causando-lhe uma sensação gostosa. Olhou para trás por um instante, e, quando virou, seu rosto bateu em cheio em dois corpos rijos.

Levantou-se, pronta para dar-lhes uma lição de ética, quando viu quem eram.

– Hey. - disse John. Ela sorriu para ele.

Elliot estendeu-lhe a mão, ajudando-a a levantar. A ruiva agradeceu.

– Onde estão as outras? - indagou ela. Os outros homens chegaram logo depois, perguntando-lhe se estava tudo bem. Casey bufou, e repetiu a pergunta:

– Onde estão as outras? - Os homens sussurraram entre si, chegando a um acordo de local.

– Acho que estão na lojinha de presentes daqui do navio. - disseram, em uníssono.

Casey assentiu, e, antes que pudessem lhe perguntar onde ela iria, a moça já havia corrido para longe.

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Quando as portas da loja se abriram, Casey se lançou para dentro, num movimento involuntário.

Logo avistou Alex e Melinda, puxando-as pelos braços. As mulheres não disseram nada, apenas seguiram a promotora.

– Onde está Rollins? - ela perguntou. As outras apontaram para uma das prateleira de guias turísticos.

A ruiva soltou as duas e correu até a detetive, puxando-a pelo braço até as outras. Pôs o braço de Melinda debaixo das mãos de Rollins, o braço de Alex debaixo das de Melinda e o próprio debaixo das de Alex.

Puxando-as como uma corrente, ela correu até a área das cabines. Haviam alguns guardas na área dos quartos, e a corrida em conjunto os fez sorrir, mesmo que por um segundo.

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As mulheres bateram na porta, todas juntas. Olivia demorou um tempo para abri-la, por conta da arrumação extrema da cabine. Todas entraram juntas, entalando-se na abertura. Olivia puxou algumas mãos, estas, que não conseguia identificar.

Melinda e Alex ficaram do lado de fora, enquanto Rollins e Casey foram jogadas para frente.

Uma vez que todas estavam no quarto, Olivia fechou a porta.

– Ready for the "Girls Night"?

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As risadas das mulheres eram ouvidas. O chão do quarto estava impecável, mas não podia-se dizer o mesmo da cama. Pacotes de salgadinhos, pacotes de doces e milho de pipoca estavam espalhados pelo edredom azulado. Casey era a que mais ria dali, talvez pela grande quantidade de doce em seu sangue.

– Wait! – Casey exclamou, chamando a atenção das demais. – Algo está faltando. – disse, pensativa. – Oh, right! – terminou, antes de sair em disparada em direção à sala.

– Onde ela está indo? – Olivia perguntou.

– Don’t know. Talvez ela tenha ido buscar o John. – Amanda brincou, arrancando risadas das outras.

– Por mais tentada que eu esteja, não. - a ruiva admitiu, voltando ao cômodo. - Não que você possa falar muito, sra. Amaro. - brincou, arrancando risadas novamente. Rollins ruborizou levemente e mostrou língua para a amiga. - E isto era o que estava faltando. - disse, balançando a garrafa de vodka em sua mão, com um sorriso malicioso no rosto.