Os Filhos De Gaia [interativo, há vagas] escrita por RL Lisboa


Capítulo 1
O Começo da Dissonância




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Katarina nunca esteve tão cansada. Suas roupas e asas estavam manchadas de sangue e seus ossos pareciam que iam esfarelar dentro de sua carne. Abriu a porta de casa quase desabando e deitou-se em sua cama, do outro lado do cômodo. Olhou as vinhas que invadiam a casa de árvore pelas janelas e já rodeavam a casa inteira. Ela tentou espantar as vinhas que cresciam casa adentro, mas suas mãos não eram capazes de soltar uma única fagulha, portanto ignorou-as e caiu em um sono profundo.



- A mãe, por favor, que drama viu?

- DRAMA? VOCÊ ESTÁ LOUCO, NÃO SABE O QUE QUER DA VIDA, VAI MORAR COM SEU PAI, VOCÊ É LOUCO!!

Matheus já havia previsto aquela discussão e seu resultado, portanto só teve que pegar a mala que deixara arrumada em cima de sua cama e pegou-a com força, e saiu de casa pisando forte.  Abriu a porta com tanta força que parecia que iria arrancá-la das engrenagens, e fechou-a com mais força ainda. Vários vizinhos, assustados com um barulho tão alto no meio da madrugada levantaram-se e foram olhar o que havia acontecido. Só podiam ouvir os estrondosos passos de Matheus descendo as escadas violentamente, com a cabeça abaixada e dando soluços abafados. Apesar de serem quase 3 da manhã, ele seguiu ao ponto de ônibus à passos rápidos. Pegou o primeiro ônibus que viu, sem nem prestar atenção no destino do veículo. Por sorte, o ônibus era o correto e conseguira descer na parada correta. Fez um sinal com a mão para que o porteiro abrisse a porta, e então entrou no elevador. Após alguns poucos segundos, a porta se abre e ele se depara com a entrada do apartamento que seu pai havia lhe dado. Por alguns instantes Matheus olha a porta fixamente, e então resolve entrar. Se depara com um apartamento enorme, mas ainda sem móveis. Deu algumas voltas pela casa olhando cada cômodo e recostou-se na parede dum quarto.  Aquele quarto era o único que não era iluminado pelas luzes dos postes, portanto resolveu dormir lá até que pudesse comprar cortinas para os outros. 

Um pouco antes de cair no sono, Matheus se assusta com o barulho de um telefone tocando. Ele acha muito estranho, pois não havia percebido nenhum telefone quando rodeou a casa. Ele se vira e percebe que o telefone estava logo ao seu lado, com um pequeno papel escrito " Matheus ", ocupando o papel quase inteiro. Ele tira o papel e, instantes antes de pegar o telefone, ele para de tocar, e a máquina começa a falar :

-"O número 3356-9468 tem uma mensagem perdida. A reprodução automática começará em instantes... Matheus, aqui é seu pai. Já me preparei para que este dia chegasse, portanto já deixei esta mensagem guardada para quando você chegasse neste apartamento. Clonei um cartão com sem limite para que você possa se sustentar nesta casa enquanto não arranja um trabalho. Ele está escondido debaixo de um dos tacos do piso deste quarto, na última fileira, da esquerda pra direita. Desejo-lhe sorte na vida meu filho... até o dia em que nos encontremos novamente... Fim da mensagem de texto, para gravar uma resposta, pressione 1..."

Matheus desliga o telefone. As lágrimas em seu rosto corriam como pequenos rios que percorrem sobre camadas de cascalho. Ele levanta o taco, pega o cartão, e volta a dormir.  

Somente no dia seguinte, um pouco menos abalado, ele percebe a imensidão dos quartos do tal apartamento. Ele vai ao banheiro e toma um banho rápido, ansioso para mobiliar a nova casa. Ele liga para Gabriela e pede que ela venha acompanhá-lo. A casa de Gabriela não era muito longe, portanto eles se encontraram na rua e o pai de Gabriela levou-os à uma concessionária, da onde saíram com  um carro mediano, para que pudessem transitar livremente. Matheus já havia tirado a carteira de motorista a 5 anos, portanto já tinha certa experiência para dirigir. Ficaram o dia inteiro transitando de um lado a outro na cidade, comprando móveis e mais móveis para mobiliar a nova casa. No dia seguinte grande parte já estava lá, o apartamento estava um verdadeiro luxo, com móveis caríssimos e requintados. Lá pelas 7 da noite, Gabriela se despede, tinha que voltar para casa pra estudar. 

Matheus agora se sentia reconfortado. Conseguira uma vida estável por enquanto e não dependia mais de sua mãe para nada.Tinha seu próprio carro, sua própria casa, seus próprios móveis, tudo. Ficou vendo televisão e usando o Facebook durante longas horas, e, quando eram quase 3 horas da manhã, pegou um cobertor e resolveu ir dormir no sofá mesmo. Levantou algumas horas depois, olhou pela janela e ainda estava escuro, portanto premeditou que eram umas 5 horas da manhã. Olhou em volta e viu que as paredes estavam estranhas, tinham passado de brancas para um tom escuro de marrom. Achou aquilo muito estranho e tentou arrancar lascas da tintura com a parede. E assim fez, e na parede branca percebeu um risco vermelho. Fechou os olhos e arrancou vorazmente um grande bloco de tintura da parede. Se afastou um pouco e abriu os olhos. Havia um pentagrama com um círculo que passava em suas pontas, e um estranho símbolo em seu centro. Matheus tenta correr desesperadamente, mas quando tenta abrir a porta, a mesma desaparece e se torna uma parede. Quando se vira para a sala, todos os móveis haviam evaporado e o pentagrama brilhava. O estranho símbolo lançou um tentáculo transparente que atravessou o corpo do jovem, e o puxou para perto do pentagrama.  Uma estranha força de apoderava do robusto corpo, que tentava se livrar a todo custo daquela maldição. Uma luz negra encobriu todo o cômodo, e Matheus podia sentir a morte em seus olhos.

Uma clarão invadiu o quarto por uma fração de segundo, e quando recuperou sua visão, o Matheus, ou melhor, o jovem, havia se esquecido de tudo, e apenas via o tentáculo sendo carbonizado por uma orbe de luz que estava em constante choque com ele. Ele se recompõe e vê ao seu lado, uma espécie de fada, só que com um aspecto muito humano, tendo como diferencial apenas as asas brilhantes que se assemelhavam à lâminas e os olhos branco-azulados que mais pareciam duas lâmpadas.

- Quem é você? Aliás, quem sou eu? Aonde estou?

A fada arruma os cabelos rapidamente e diz, como se estivesse sussurando :

-Estamos perdidos...


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Notas finais do capítulo

Ficha :

Nome e Idade(até 40 anos) :

Raça : Kharita ( fadas ), Mullen ( demônios do pântano ) ou Humano.

Arma :

Tipo de Combate :

Aparência ( pode mandar imagem se quiser )

Personalidade :