Pokémon - Boundaries Crossed escrita por Takato666


Capítulo 4
Capítulo 2




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/398601/chapter/4

A noite para Scarlet tinha sido maravilhosa. Não sabia ao certo quando tinha dormido: ela devaneiava tanto na cama com seu novo pokémon que seus pensamentos tinham virado sonhos sem ela ter sequer percebido. Porém ela sabia que tinha dormido muito bem.

A casa do seu tio era muito aconchegante. Ainda mais por ser numa cidade afastada da metrópole que era Castelia, então ela podia respirar o ar puro das florestas a volta e escutar os Pidoves piando logo cedo nas árvores. A casa era simples: erguida com tábuas de madeira e o chão era também de madeira, os móveis muito simples, porém, o colchão e o travesseiro eram extremamente macios e os cobertores eram muito quentinhos. Sentia o cheiro da comida vindo da cozinha. Ela então vestiu a sua roupa - estava apenas de roupa íntima - e correu para a cozinha. Sua barriga roncava tanto quanto um Ursaring raivoso.

–Bom dia, tio Alder! Lindo dia!

–Você está mesmo feliz, não está? - Respondeu ele, enquanto temperava os ovos.

–Mas é claro. Hoje é finalmente o dia em que receberei meu primeiro pokémon. Sonho com esse dia a tanto tempo! E é tudo graças a você! Como posso agradecer?

–Só treine bem seu pokémon. Ele é um ser vivo, então merece ser tratado com carinho. - Riu Alder.

Scarlet se aprontou a arrumar a mesa enquanto seu tio dava os toques finais no café. Como vivera muito tempo em jornada, ele sabia preparar pratos deliciosos com ingredientes da floresta mesmo: hoje era ovos fritos de Unfezant temperados com cebola e alho, acompanhados de bacon (pobres Tepigs), panquecas e suco de Oran Berry. Estavam deliciosos, como eram desde que comia a comida do seu tio quando era criança. Repetiu três vezes ("Sorte minha que fiz bastante", brincou Alder), e depois foi correndo se arrumar para ir buscar seu tão esperado pokémon.

–Se comer rápido e sair correndo desse jeito, vai ter uma dor de barriga! - Gritou Alder para a sobrinha, que estava no banheiro escovando os dentes. Após limpar o rosto, pegou sua mochila estilo carteiro e foi se despedir do tio.

–Depois eu volto aqui para te mostrar o pokémon! É só ir ao Centro Pokémon, certo?

–Sim, presumo que eles estejam esperando você por lá. Tome cuidado, e não vá...

Scarlet deu um beijo na bochecha do tio e saiu correndo pela porta.

–...Correndo...

–-

Scarlet passou quase voando pelas ruas. Lembrava vagamente onde ficava o Centro Pokémon, então acabou se perdendo um pouco, mas logo se lembrou aonde ficava. No caminho para lá, viu o garoto que a ajudara antes dormindo numa rede na frente de casa.

Parou na porta do prédio derrapando. Mas, quando entrou lá dentro, não viu ninguém, fora a enfermeira e os atendentes da loja. Perguntou para eles se tinham visto alguém esperar ali, mas eles disseram que ninguém esteve no Centro o dia todo, então resolveu esperar ali mesmo.

Uma meia hora se passou, e as portas do Centro Pokémon se abriram. Scarlet largou o joguinho do seu Xtransceiver na hora, e se levantou num salto, indo de encontro com quem havia entrado. Literalmente.

Havia corrido com tanta expectativa que nem percebera que estava perto demais, e acabou atropelando um garoto de grandes cabelos negros e espetados, com um óculos de snowboard tapando a testa grande. Sua expressão era fria, mas Scarlet conseguia ver olhos dóceis. A roupa do garoto era amarrotada e remendada, como se vivesse a rasgando. Um colete verde-militar com detalhes pretos, sem mangas, um longo calção da mesma cor, cheio de bolsos, botas tão grossas que ele poderia andar numa pilha de Muks sem muito esforço, e luvas pretas sem dedos, que revelavam os dedos marcados do garoto. Ele era mais alto do que Scarlet, mas também pudera, ela tinha alguns problemas com sua altura.

–Me desculpe! Não foi por querer! - Disse Scarlet, fazendo pequenas reverências rapidamente.

–Esse cabelo vermelho... Você é a sobrinha do senhor Alder? - Perguntou Bianca.

–Sim, sou eu! E vocês são os assistentes da Professora Juniper?

Bianca assentiu, e Scarlet pulou no pescoço dela, quase a sufocando com um abraço. Ky teve de segurar as duas para não caírem.

–Finalmente! E então?! Aonde está meu pokémon?

–Bom... - Disse Bianca, ajeitando os óculos.

–Sente-se, antes de tudo. - Disse Ky, com seu tom enraivescido cotidiano. Scarlet concordou, e os três foram para os sofás azuis onde Scarlet estava esperando-os.

–Me perdoe. - Começou Bianca. - Eu esqueci as pokébolas no laboratório. A Professora ficou uma fera comigo. Mas por sorte, Ky capturou um pokémon enquanto vinhamos para cá. Caso você não goste dele, podemos esperar um pouco para a Professora nos enviar via PC o inicial que você escolher.

–Se quer a minha opinião... O meu pokémon é bem incomum. E quero me desfazer dele. Só o capturei porque era a única opção. Ele está num nível quase igual ao dos iniciais que você receberia, então não fará diferença. Quer dar uma olhada nele?

Com uma dor no coração, Scarlet concordou. Havia sonhado tanto com seu futuro Oshawott... E agora iria receber um Patrat ou um Zigzagoon feio. Mas, pelo menos, ela ainda tinha a opção de escolher o Oshawott se quisesse, apesar de que ela teria que esperar por mais tempo, algo que ela não queria.

Ky tirou uma pokébola do bolso. Ela era totalmente branca, com os contornos do fecho vermelhos. Ele apertou o botão que tinha no centro, e dela saiu um pokémon muito esquisito. Ele tinha um formato muito bizarro, e ficava flutuando com aqueles olhos maliciosos e um escarnio digno de um completo pirraceiro. Algumas faíscas azuis pipocavam sobre sua superfície laranja de vez em quando.

–Perdoe-nos se não é o que você queria. Mas tudo bem, se você não quiser ele, nós ligaremos já para a Professora para realizar a transferência e...

Mas Bianca foi interrompida por um gritinho agúdo vindo de Scarlet.

–KYAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH! ELE! É! TÃO! PERFEITO! É MUITO MELHOR DO QUE UM OSHAWOTT!

Ela saltou em cima do pokémon para abraçá-lo, mas mesmo ele estando paralisado de susto pelo grito, ele era um pokémon fantasma, logo, Scarlet atravessou-o e caiu de cara no chão. Bianca segurou o riso, enquanto Ky virava Scarlet com o pé.

–Eu... Qual é o nome dele?

–Isso é um Rotom. - Explicou Ky. - Pokémons muito difíceis de se encontrar. E também muito traiçoeiros. Tem uma combinação de típos única: ele é fantasma e elétrico. É um pokémon bem forte quando usado corretamente.

–EU ACEITO! - Scarlet levantou rapidamente e ergueu a mão. O pokémon pareceu assustado com a menina.

–Que bom que gostou! - Disse Bianca, aliviada. - Eu e Ky passamos a viajem toda pela floresta preocupados se você gostaria dele. Mas aí lembramos que poderíamos transferir os pokémons, então ficou sem sentido se preocupar tanto com isso.

–Eu adorei ele! Essa carinha de malvado e essa estática que faz os pelos arrepiarem, é tão perfeito!

Ela tentava abraça-lo, mas os seus braços atravessavam, e ele se aproveitava disso para fugir dela, mas ela continuava perseguindo ele. Bianca dava risinhos.

–Bom, então vamos preparar a transferência. Mas antes...

Ela pegou algumas coisas na mochila, e as entregou a Scarlet.

–O kit de iniciante. Conjunto de cinco pokébolas, três poções e uma pokédex. A pokédex é um item muito importante para qualquer treinador. Ela registra dados de todos os pokémons que você encontra e captura, incluindo tamanho, peso, pegadas, localização e suas vozes. É bem simples de usar, você pega o jeito fácil depois de dar uma brincada nela.

–E está feito. - Disse Ky, enquanto digitava algumas coisas no PC do Centro Pokémon. - O Rotom agora é todo seu. Aqui está sua pokébola. Tem interesse de dar algum apelido a ele?

–Hm... Que tal Spark?

–É você quem decide. Bem, se não se importa, nós temos algumas pesquisar para fazer, e rápido. Então nós vamos indo.

–Não seja grosso com ela, Ky! - Disse Bianca, colocando a mão no ombro de Scarlet -Ainda nem perguntamos o nome dela.

–Meu nome é Scarlet. Mas podem me chamar de Scar.

–Certo, Scar, gostaria de acompanhar a gente na nossa pesquisa? Nós vamos até a floresta aqui ao lado tentar saber porque os Tropius estão migrando de Hoenn para cá.

–Eu adoraria!

Ky tornou a fechar a cara e a cruzar os braços. Bianca pegou Scarlet pela mão, e ambas saíram do Centro Pokémon seguidas de um Ky não muito contente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Pokémon - Boundaries Crossed" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.