Solto uma risada em alto e bom som. Anne é tão engraçada, quase tanto quanto Dean. Pensado nele, cadê ele? Olho em volta e não consigo achá-lo. Vou passar em sua casa depois daqui.

— Então, Kath, você e o Dean namoram há quanto tempo? — Ah você jura?
— A gente não namora.
— Mas ficam, não é? — Querida se você quer saber se eu estou com alguém é só perguntar, não fica enrolando assim!
— Não, estou completamente solteira. — Um sorriso se abre em seu rosto.
— An isso é bom.
— Ah é? Por quê? — Só espero que, você, também esteja solteira.
— Nada.
— E você? Está solteira? — Fala que sim!
— Sim.
— Legal.
— Ah é? Por quê? — Nada, ué. Dou uma risadinha.
— Nada.
— Hum.
— Bom, eu já vou indo. — Levanto-me, pegando minhas sacolas. — Tenho que passar na casa de um amigo.
— É longe? Posso te levar. — Ai que amor!
— Na verdade, é aqui do lado. — Dou um beijo no seu rosto.
— Tchau, baby.

Saio, rapidamente, indo em direção à casa de Dean. Por que será que ele sumiu? Jurava que só tinha ido ao banheiro. Reviro os olhos. Deus, ele não pode estar com ciúmes, não temos nada. Balanço minha cabeça negativamente. Que merda! Sabia que não devia ter nem mesmo conversado com ele. Chego na frente de sua casa e ando para checar se o carro está na garagem. É, ele está em casa.
Abro o portão e subo a pequena escada, até dar de cara com a sua porta. Bato. Espero um pouco e nenhum ruído. Bato novamente, porém com mais força. Caramba, o que esse cara tá fazendo? Escuto mexerem na trinca.
Dean está sem camisa e ofegante. Mas que merda! Ele me deixou sozinha lá, para vir "bater uma".

— Nossa! — Pigarreio. — Tudo bem?
— Tudo, mas essa não é uma boa hora. — Como assim? — Volta mais...
— Dean, vem logo! — Escuto uma voz feminina o chamar.
— Você está... err... com alguém. — Fico sem jeito.
— Pois é.
— É melhor eu ir embora. — Ai droga, eu não devia ter vindo até aqui.
— Sim, acho melhor.

Viro-me e escuto a porta bater atrás de mim. Como sou besta, só eu mesma para achar que Dean estava com ciúmes de mim. Ando, preguiçosamente, pela rua que vai dar direto na minha casa. Amanhã vou perguntar como ele e essa menina foram parar na cama dele. Solto um suspiro irritado. Eu estou afim de outra pessoa e ainda assim, estou com ciúmes dele. Chego em frente à minha casa.
Entro e jogo minhas sacolas em cima do sofá. Vou andando para meu quarto, deixando uma trilha de roupas. Droga! Merda! Não queria tê-lo conhecido. Suspiro derrotada. É muito estranho isso, tenho essa atração louca pelo Dean. Nunca fiquei assim. Mas que merda! Vou para de baixo do chuveiro e fico, por um tempo, sentindo a água morna relaxar meus músculos.
Começo a me ensaboar. Hoje foi um dia muito cansativo, passamos o dia todo na faculdade vendo teorias e maquetes, Dean ficou de cara feia a maior parte do tempo e eu não sei o porquê. Primeiro achei que estava com ciúmes, mas isso está, completamente fora de questão. Passo shampoo no meu cabelo. Nem me deu bola quando apareci na sua casa, queria mais que eu fosse embora. Reviro meus olhos. É claro que ele queria que eu fosse embora, estava prestes a "comer" a menina. Desligo o chuveiro.
Seco meu corpo e saio pelo quarto nua, abro a gaveta onde os pijamas ficam, mas não acho nada que eu queria usar. Coloco uma calcinha e me jogo na cama. Ai que sono, melhor eu ir dormir. Me cubro com o lençol e fecho os olhos.

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Escuto o despertador tocar no último volume. Ódio! Devia ter jogado essa merda fora! Taco o negócio barulhento no chão. Empurro os lençóis e me levanto ainda com os olhos fechados. Jesus, ninguém merece acordar a essa hora. Vou para o banheiro fazer minha higiene matinal.
Preciso ficar perfeita, hoje vou pegar o Dean de jeito. Solto uma risada. Bem, não, exatamente, pegar. Vou para o meu, pequeno, closet. Hoje está calor, posso usar um vestido. Pego um branco, bem soltinho e curto. Não vai ter como resistir a mim. Solto um gritinho de felicidade.
Coloco um sutiã e logo depois o vestido. Perfeito. Passo uma maquiagem leve e ponho um colar e, por último, um salto. Hoje você não me escapa, senhor Winchester. Pego minha bolsa e saio em direção a faculdade.
No caminho, vejo alguns garotos me "comendo" com os olhos, alguns até assoviam. Meu ego está lá na lua! Chego na sala e procuro um lugar mais para o centro da sala, vou passando por algumas pessoas até conseguir um bom assento para mim e meu amigo. Pronto! Mexo no meu celular e vejo que tem um SMS não lido. Abro-o.
Anne: Bom dia, gata! ♥
Sorrio. Bom dia para você também, sua linda. Ai Deus, devo estar louca, com ciúmes de um e querendo outra. Suspiro irritada.
Kath: Bom dia, linda. :3
Deixo a tela do celular acesa esperando que ela me responda.Vai logo!

— Bom dia, amor. — Uma voz feminina fala no pé do meu ouvido e eu me arrepio toda. Viro-me para ver quem é.
— Bom dia, Anne. — Ela dá um beijo no meu rosto.
— Tudo bem? — É mais ou menos.
— Tudo sim e com você?
— Também. — Senta do meu lado. Esse lugar era para ser do Dean, mas você o preenche muito bem. — Cadê aquele seu amigo? Qual é mesmo o nome dele? — É Dean, sua chata!
— O Dean. — Reviro os olhos.
— Isso! Onde ele está? — Eu gostaria de saber, meu bem.
— Não sei, deve estar vindo.
— Entendi, como vocês se conheceram? — Deus do céu, quantas perguntas.
— Eu estava bêbada e ele me ajudou.
— Ele te ajudou?
— Sim, me ajudou. Estava desmaiando e ele me ajudou. — Digo, simplesmente.
— Vocês nunca ficaram? — Jesus!
— Nunca, não precisa se preocupar, eu e ele não temos nada. — Dou um sorriso um tanto, malicioso.
— Não estou preocupada. — Que convencida!

Abro a boca para falar, mas escuto um homem falar na frente da sala.

— Bom dia para todos, abram os livros na página 47. — O professor de cabelo grisalho, fala.

Coloco meu livro na mesa, junto com meu computador. Acho que ele não vem para a aula. Abro o livro e vejo que, na verdade, é um exercício.

— Como vocês podem ver, precisam fazer um trabalho e em dupla. — Olho em volta, tentando o encontrar e nada. Mas que droga!
— Faz comigo? — Anne pergunta.
— Claro.
— Precisam criar uma casa inteligente, ou seja, tecnológica e prática. — Isso não deve ser difícil.

Começo a procurar ideias no Google.

— Alguma ideia?
— Estou procurando para ver se acho uma legal, assim podemos nos basear em algo.
— Ok. — Chega mais perto de mim. — Olha, vai ter uma festa no sábado e eu estava pensando se você não quer ir comigo? — Não posso beber nada ou ela vai achar que sou alcoólatra.
— Pode ser, mas não conheço muita gente aqui.
— Não tem problema, te apresento a todos. — Todos?
— Tem muitos amigos? Aqui na faculdade?
— Conheço algumas pessoas. — Vou levar isso como um sim.
— Entendo. — Sorrio amigavelmente. — Vamos começar?
— Esqueci de dizer, isso é para amanhã. — O professo fala e toda a sala começa a reclamar. — E por isso, vocês terão toda a manhã para o fazerem. — Já vi que vamos ficar bastante tempo nessa sala.
— Bom, vamos. — Anne diz começando a desenhar.
— Claro, mas quer eu faça a parte interna?
— Sim, por favor.

Pego uma folha e também boto a mão na massa. Depois de terminar isso aqui, vou à casa dele.

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Terminamos no fim da tarde. Até que enfim, não aguentava mais ficar sentada. Agora eu vou para a casa daquele cabeça dura e vou entrar dessa vez.

— Então, nos vemos amanhã?
— Sim, quer me encontrar para tomar café? Tem uma padaria aqui do lado.
— Eu vou adorar! — Diz toda animada.
— Às sete? — Indago pensando se vai dar tempo de chegar na aula.
— Pode ser.
— Tchau, boa noite. — Abraço-a e dou um beijo no seu rosto.
— Boa noite, gata. — Beija-me também.

Vou para a casa do meu amigo com um passo rápido. Quero saber o que aconteceu! Logo já estou em frente à sua casa, vou para a garagem verificar se o carro está. Ele está, ótimo. Subo a escadinha e bato na porta com força. Vai logo!

— Boa noite. — Mas que merda é essa?