Why not? escrita por Fernanda Reis


Capítulo 3
3º - Nath




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Nath - Dia 28 de dezembro de 2012 – 20:45

E ai gente? Então, vou me apressar aqui pra me apresentar.

Meu nome é Natalia Gomes, mas todo mundo me chama de Nath. 1,63 de altura, meu cabelo loiro ta precisando urgente de um corte, já está batendo quase na minha bunda… o que é péssimo, pois tenho zero de paciência de cuidar do meu cabelo. Na faculdade eu quero fazer Ambientalismo, sou 100% natureza… Namoral, sou totalmente perdida nessas paradas de tecnología, e só comprei um celular pra falar com a minha mãe, o que nem adianta, porque sempre esqueço de carregar…

Ah! Falando da minha mãe, ela não concorda nem um pouco com a minha escolha, quer que eu faça coisas do tipo Direito ou Medicina, que dão dinheiro certo? Mas a parada é que eu odeio discutir ou argumentar sabe? Então provavelmente eu seria uma péssima advogada. E médica? Só de pensar em ficar o dia inteiro presa num hospital me dá enjoo. Meus irmãos mais velhos são os exemplos da família, Lucas o mais velho ta se formando em Engenharia, e o Caio ta no terceiro ano, vai fazer Direito. Mas quer saber? Caguei! O que eu quero mesmo é trabalhar em ONGs contra abusos com os animais.

Lá em casa eu tenho zero paz, por isso que eu amo esse grupo sabe? Sinto minha alma livre, uma energia incrivel saca? Principalmente com o Fe… Calma, vou explicar.

Ele é meu vizinho, e crescemos juntos, sempre quando tenho uma briga feia lá em casa eu pulo da minha janela e vou pra casa dele, fico lá conversando até eu me sentir melhor. Sei que você deve ta se perguntando se tem algo a mais além de amizade né? Ó… vou contar uma parada que eu só contei pras meninas, mas teve uma festa la no condomínio, faz um ano quase, que nós dois fomos juntos, e a gente encheu tanto a cara, que acabamos ficando. Mas no dia seguinte nós dois falamos que não lembravamos de nada, e ficou por isso mesmo.

Assim, eu levo isso numa boa sabe? Se aconteceu, foi coisa do momento sabe? Foi a vontade os hormônios e tal… Tanto que depois disso nada mudou, não sei nem se ele lembra, mas nunca perguntei. O caso é que eu já fiquei com outras pessoas depois disso e ele ja até namorou uma garota por uns meses, e sinceramente? Nunca tive um pingo de ciúmes dele.

Ele joga futebol, e diz que quer usar isso pra conseguir uma bolsa de estudos no exterior, acho essa ideia meio louca, mas sempre apoiei, e realmente, ele é muito bom, é capitão do time e treina todos os dias, não sei nem como ele aguenta…

Ok, já to falando demais.

Logo que saí do banho coloquei um fone e começou a tocar Charlie Brown Jr, cara, como eu amo as musicas dele, aumentei o volume. Estava de calcinha e sutiã, peguei minha mala e coloquei em cima da cama, nem tinha chegado direito e minha cama já tava uma bagunça! Como eu consigo fazer isso? Ri de mim mesma.

Quando ouvi um grito, eu pulei de susto, tava o Fe, parado, que tapou os olhos com a mão na hora.

– Felipe!! – falei, tirando o fone e procurando minha toalha – Não olha! Espera!!

Começei a rir da situação, e coloquei uma blusa grande que daria pro gasto.

– Já ouviu falar em bater? - eu disse, rindo de como ele tava vermelho.

– Já! - ele disse, me olhando e parecendo surpreso - Por isso que eu bati cinco vezes! Porque você não respondeu cara?

Levantei os fones me explicando – Foi mal, mas e é aí? – Falei, zoando com ele, e fazendo cara de safada – Gostou?

– Cala boca Natalia – ele revirou os olhos rindo – A Manu ta te chamando pra organizar os planos de amanhã.

– Cara – Falei enquanto andava pra fora do quarto – Porque querem minha opinião, se sabem que eu sempre concordo com tudo?

– Você vai descer assim? – ele me olhou e depois pras minhas pernas.

Lancei um olhar pra ele que dizia “Sério?”, e ele apontou pra dentro do quarto denovo.

– Ta bem Sr. certinho, vou botar um short – Falei voltando pro quarto – Vai descendo, já vou.

– Você sabe como são esses meninos Nath… - Ele disse saindo do quarto.

“Mas quem invadiu meu quarto foi você” pensei, rindo mais uma vez da situação que acabara de acontecer, agradeci em silêncio em ter colocado o meu melhor sitiã, visti um short e desci.

Nath - Dia 28 de dezembro de 2012 – 21:40

Depois de acabarmos de combinar toda a progamação da viagem, e o Matheus e a Manu terem acabado o banho, eles resolveram ligar a TV para destrair a fome, os meninos colocaram Velozes e Furiozos 4, e a Manu revirou os olhos.

– Gente! – Ela disse, bufando – Até eu já to cansada de vocês vendo esse filme, não foi esse mesmo que vocês viram essa semana lá em casa?

– Não cara - O Fe falou, como se fosse a milésima vez que ele teve que explicar - Aquele era o 2!

Nesse momento o celular da Manu tocou, ela falou umas palavrinhas e desligou.

– Gente péssimas noticias – Ela disse com uma cara sofrida – Começou a chover e os dois só vem com a comida quando parar.

– Sério isso? – O Fe falou, não querendo acreditar na situação. - Não to aguentando de fome!

– Aí – Matheus chamou nossa atenção – Ninguem sabe uma dança da não-chuva, ou uma oração pra São Pedro?

Isso fez a gente rir um pouco mesmo depois da situação. Depois de uns minutos sem ninguém falar nada, eu estava tentando me concentrar naquele filme, mas a fome não deixava.

– Gente – Falei pra todos – Dizem que pensamento atrai!

Eles se entreolharam, sem entender muito bem, então continuei.

– Eu lí que se você pensar muito no que você quer, e concentrar suas energias naquilo, acaba acontecendo. – Na verdade eu só estava querendo me destrair.

– Aí Nath – o Fe falou, querendo rir – mesmo se eu desejar com todas as minhas forças que… - ele pensou um pouco, e apontou pra TV - que a Megan Fox se apaixone por mim, acho que não vai rolar não…

– Cara, deixa de bobeira – revirei os olhos ignorando a risada do Matheus.

– Ô Nath – Manu falou depois de um tempinho – Acho que essa sua teoria aí ta funcionando, ta diminuindo bastante a chuva.

– Isso aí se chama bruxaria viu? – O Matheus falou, fazendo a gente rir – Mas se vai trazer nossa comida, pode continuar!

Rimos juntos, e depois de uns 5 minutos a chuva tinha parado completamente e Matheus ligou para apressa-los.

Os dois chegaram ainda encharcados da chuva, eles foram tomar banho, eu e Manu ficamos encarregados de fazer as lasanhas ( que graças a deus eram de microondas), fizemos 4 daquelas pequenas pra dividir , os meninos estavam preparando a mesa, e com a fome que todos estavam, tudo ficou pronto em 20 minutos. Logo quando a Carol e o Tom desceram, começamos a comer.

Ninguém falou uma palavra na mesa, a fome era maior que as boas maneiras. Os meninos ainda fizeram mais uma pra dividirem. Comemos tanta lasanha que eu literalmente não conseguia andar direito.

– Cada um lava o seu prato!! – Disse Carol levantando da mesa em direção a cosinha, e Tom foi atrás.

Depois de um tempo, saímos da mesa, cada um pegou uma cerveja da caixa e fomos pra varanda. Ficamos lá fora, olhando o mar e jogando conversa fora, e a Carol começou a colocar umas musicas altas no seu Ipod. Derrepente começou a tocar “Hit Me With Your Best Shot”, que todos sabem que é minha musica com a Carol e a Manu.

– Ah não – Tom falou, colocando a mão na testa – Gente, vocês não precisam cantar…

– É gente… – Tentou Matheus.

– Por favor gente – O Fe pediu revirando os olhos.

Mas era tarde, nós três cantavamos alto, e ainda fazendo os backing vocals, ficamos em pé na frente deles e de costas pra piscina, cantando e dançando, como se estivessemos fazendo o maior show de Rock da história. Os meninos se entreolharam e riram, mas foi meio tarde pra sacar o que eles tavam tramando.

Do nada, só ví o Fe correndo em minha direção, me agarrou pela cintura, e caímos juntos na piscina, o mesmo que aconteceu com a Manu e a Carol.

– CARA EU NÃO TO ACREDITANDO – A carol gritou, fazendo Tom cair na gargalhada, junto com os outros dois.

– Sério isso cara??? – A Manu falou jogando água na cara do Matheus, não resistindo e dando uma risada. – A gente acabou de tomar banho!

– Vocês vão pagar por isso ta? – Avisei, enquanto tentava não rir da situação.

– Pelo menos pararam de cantar – o Tom disse – Mas bem que essa água ta bem gostosa.

– Bom – Disse a Carol, olhando pro Tom com um olhar meio desafiador, o que me fez pensar que alguma coisa tinha alí – Já que a gente vai ficar por aqui… - Ela tirou a blusa, exibindo o seu sutiã cor de rosa.

Ficamos olhando pra ela por uns segundos, meio sem reação. Cara, ela só bebeu uma cerveja, então não podia estar bêbada…

– O que foi gente? É tipo bikine né? – Ela olhou pra mim e pra Manu como se falasse “Não me deixa sozinha nessa”.

– Se é assim… – Falei, e fiz o mesmo, logo depois a Manu imitou.

Matheus e Fe se entreolharam.

– Melhores férias da história – O Fe sussurrou pro Matheus, alto o suficiente pra eu ouvir.

– Não se acostuma não querido – falei, depois de dar um tapa em seu ombro.

Nessa hora Tom tirou a camisa, e os outros dois fizeram o mesmo. A água estava numa altura que deu pra ver direitinho o tanquinho do Fe, e... meu deus! Estava muito definido. A gente quase nunca sai com o Fe pra praia (que geralmente a gente vai depois da escola), porque ele sempre vai treinar, então fazia uns meses que não via ele sem camisa, e eu devo falar que ele ta de parabéns, corpo de atleta total.

– Só não baba – ele falou baixinho pra mim, depois de provavelmente ter percebido minha surpresa.

– Ah convencido… - Eu disse tentando me livrar, mas provelmente o vermelho do meu rosto me entregou – Mas tenho que adimitir… Ta saradinho heim?

inho? Saradinho? – Ele provocou, contraindo os músculos e se exibindo.

– Não vou te dar essa moral – Falei, revirando os olhos e fazendo ele rir – Mas agora é sério, to ficando com frio, vou ver se acho uma toalha… – Eu disse, enquanto subia a escada da piscina bem devagar, mostrando meu corpo inteiro. Minha vez de provocar.

E olhando pelo canto do olho consgui ver que ele me acompanhava com o olhar. Bingo!

Peguei toalha pra todo mundo e quando eu fui entregar a dele ele falou no meu ouvido.

– Você também não está nada mal heim – Implicou, me fazendo soltar uma risada.

– Fazer o que né? – Retruquei, bancando a convencida.

Depois que todos tinhamos acabado de tomar banho denovo, e colocado novos pijamas, em fim nos separamos dos meninos para poder conversar de tudo que estava acontecendo.

– Ok Carol, nem tenta esconder ta? Que clima é esse com vc e o Tom? Estão finalmente aceitando que se amam? - A Manu perguntava, enquanto arrumava a cama para nós três sentarmos, falando baixo pra não ter perigo do quarto vizinho ouvir.

– Cara sei lá! A gente nunca teve nada sabe, mas hoje, quando a gente tava esperando a chuva passar - Ela disse cautelosa, e diminuiu o tom de voz - Por muito pouco a gente não se beijou...

– Como assim? - Perguntei, me interessando mais na história. - Explica direito!!!

– Que isso gente? Interrogatório? – Ela riu da nossa curiosidade – Vou explicar…

Ela contou rápido da discussão dos dois que acabou no "quase beijo".

– Tinha que ser o idiota do Matheus pra atrapalhar assim - Manu falou, balançando a cabeça e rindo, ainda surpresa com a história.

– Mas foi bom, por que agora a gente ta num joguinho pra ver se ele consegue o tal beijo - A Carol falou animada - Sei lá gente, vou deixar rolar sabe?

– Hmm sei! – Manu provocou.

– Mas vem cá, e você é o Matheus? Recaída de infância amiga? - Falei cutucando a Manu.

Carol não conseguiu conter o riso e concordou.

– Você também nos deve explicações Srta. Manuela!

– Sei não - Ela explicou, depois de um tempo pensando - Vocês sabem que não pode aparecer um rabo de saia na frente daquele garoto...

Concordamos, mas eu comentei:

– Mas cara, você não falava dele desse jeito há uns 3 anos! Aconteceu alguma coisa que a gente não sabe?

– Nada demais, mas a gente vem se olhando diferente sabe? - Ela disse - Acho que é esse clima de búzios! Só pode...

– Vimos muito bem o Fe olhando de cima a baixo na piscina! - Carol comentou, fazendo uma cara que dizia “segundas intenções”.

– E ainda ficaram de segredinho depois que eu vi! - Manu completou, rindo baixo - Pode começar a falar.

– Ai gente nada a ver!! - Falei, rindo - vocês sabem que a gente é muito amigo, só estávamos nos provocando, de brincadeira!

– Ahhh sei!! - Manu retrucou - Amigos não olham do jeito que ele te olhou não ok?

– E você acha que a gente esqueçeu daquela festa que vocês ficaram? - Carol, perguntou, me cutucando - Isso não é coisa de amigo não!

– Gente isso é só atração física! - Falei me defendendo - No máximo uma amizade colorida! Sem esse tipo de sentimento...

– Já é um começo - Falou Carol, safisfeita.

Depois de mais um tempinho conversando, já eram 2 da manhã, e fomos nos deitar, e só quando me deitei, que percebi o quanto eu estava cansada. O que estava acontecendo com o nosso grupo? Deve ser esses hormônios alucinados atacando. Foi a última coisa que pensei antes de cair no sono.


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Notas finais do capítulo

Obrigada! - Fernanda Reis



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