Why not? escrita por Fernanda Reis


Capítulo 1
1º - Manu




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Manu - Dia 28 de dezembro de 2012 - 16:00

Meu nome é Manuela Neves, e todo mundo me chama de manu, tenho 1,72m de altura, cabelo castanho que fica maio ruivo quando eu pego muito sol, e tenho olhos castanhos. Eu sempre morei com a minha mãe, em um apartamento pequeno no Rio de Janeiro, estudei em uma escola só na minha vida inteira, e tenho os melhores amigos do mundo. Mas de uns tempos pra cá, algumas coisas vem mudando muito.

Minha mãe (Patrícia Neves) estava namorando com um cara (Paulo Cardozo) fazia um ano mais ou menos, ele sempre foi legal comigo, e eu sempre gostei do jeito que ele fazia minha mãe tão feliz. Até que eles se casaram, o casamento foi em outubro, e desde entao, estou morando na casa dele. Ah... acho que esqueci de contar... esse cara é MUITO rico.

Paulo cismou que eu preciso me mudar pra outra escola, uma chamada "Cicero", que é 10x mais cara que a minha escola antiga "Elite", ... mas eu convenci minha mãe pra me dar mais um tempo na Elite, e talvez eu me mude no meio do ano, mas se deus quiser, isso nunca vai acontecer.

A minha vida está virada de cabeça pra baixo, ja na mansão do Paulo, tem empregado pra tudo: Faxineira do piso inferior, faxineira do piso superior, motorista, cozinheira cheff , cozinheira assistente, jardineiro, e ainda tem um caseiro que concerta tudo. E a casa é tão grande que eu ainda me perco as vezes.

Somos quatro na casa: Paulo, eu, minha mãe, e o filho do paulo, Bernando (mas todo mundo chama ele de Cardozo). Ele é do terceiro ano do Ensino Médio, e ele é aquele tipo de garoto que só faz merda, todo mundo conhece, está sempre em todas as festas, e além de ser bem lindo ele é do grupinho dos populares... mas ele sempre foi muito legal comigo, então eu nunca me importei com isso.

Eu (Manu Neves), Nathália Gomes, Carol Bittencourt, Thomas Pinheiro, Felipe Santos , e o Matheus Rios somos inseparáveis, literalmente! Vamos para o segundo ano do ensino medio ano que vem. A maioria de nós tem 16 anos, tirando o Matheus (18 anos, perdeu um ano de escola quando se mudou pro rio, e era pra ser o “responsavel’’ do grupo, só que nao mesmo) e Carol (15 anos, é tipo uma gênia da matematica, adiantou um ano na escola e caiu na nossa turma).

Somos amigos desde sempre, e sinceramente, não sei o que faria sem eles...

Eu amo essa época do ano, Férias, Verão, Natal, Ano novo, Presentes... tudo de bom né?

Todo ano, nós temos a tradição de viajar no Revellion, só nós seis. Sempre ficavamos num hotel bem ruim. Mas dessa vez, o Paulo resolveu dar uma pequena ajuda pra gente... alugou uma casa em frente a praia pra gente, e tambem alugou uma van.

E lá estavamos nós, indo pra Búzios, eu estava no ultimo Banco deitada, Thomas que estava no primeiro banco estava dormindo no colo da Carol, e ela tava dormindo encostada na janela. No segundo banco, Felipe a Nath tavam escutando musica juntos sem muito assunto... mas todo mundo sabe que sempre pintou um clima entre esses casais... só eles que não percebem...

Matheus tava conversando com o motorista no banco da frente. O motorista se chamava Eduardo, mas o Fe e o Matheus cismaram de chamar ele de Charles, porque eles diziam que Eduardo não era nome de Motorista... Vai entender.

Na verdade, o Ed era o Motorista mais simpático do mundo, ele conversava com todo mundo, contava as melhores histórias, e sempre tinha a melhor musica tocando no rádio.

Depois de um tempo, o Ed teve que parar para abastecer, e aproveitamos pra comer alguma coisa.

Nos sentamos e pedimos um sanduíche.

—Tenho uma surpresa pra voces - Matheus disse tirando um envelope da mochila e colocando na mesa.

—Drogas? - O Tom falou rindo, enquanto pegava o envelope e abria, tirando dali 5 carteiras de identidade.

— Serio isso??? - Falou o Felipe pegando as carteiras com um sorriso gigante no rosto. E depois destribuindo pra cada um.

— Claro!! Ou voces acham que eu vou sozinho pras festas?? - Matheus disse, com um sorriso malicioso.

— Nao acredito - Disse a Carol, rindo - Voce acha mesmo que eu tenho cara de 21 anos Matheus??

— Ai meu deus! eu vou ter que colocar o maior salto do mundo pra parecer que eu tenho 20 anos! - a Nath falou rindo.

— Ah, eles nem olham pra isso direito - ele falou erguendo os ombros

— O importante é que ta tudo liberado, né não? - Fe falou isso olhando pra Nath, que corou na hora.

Os meninos riram e bateram nas costas dele.

Eu a as meninas nos entreolhamos. A Carol olhou pra baixo encarando a identidade falsa, como se tivesse pensando no assunto.

— O que? - Tom falou , olhando ironicamente pra Carol - Voce ta com medo Carolzinha ?

Ela estreitou os olhos, fuzilando ele com o olhar.

— Claro que não - Ela revirou os olhos - Só to pensando de como vou conseguir carregar voces tres quando ficarem completamente bêbados no meio da Rua das Pedras.

Ficamos conversando, contando histórias e piadas, e claro, rindo por muito tempo.

Acabamos a comida , e voltamos pra van o mais rapido possivel, nao viamos a hora de chegar lá... as melhores férias da história estava prestes a começar.

Manu - Dia 28 de dezembro de 2012 - 19:00

Charles, essa van não tem asas não? – resmungou Tom, jogando sua cabeça pra tras.

Ja estavamos a mais de quarto horas na estrada, e sem nenhum sinal do transito melhorar.

— Infelizmente não criança – Disse Ed, soltando uma risadinha – Viajar essa época do ano, e ainda mais em plena sexta-feira, é pedir pra ficar preso!

Certamente ficar esse tempo todo no transito não estava nos meus planos, já tinha cochilado e acordado umas três vezes, Tom tentava voltar a dormir e fazia horas que Carol estava lendo um livro do tamanho de uma bíblia.

— Caraca – Falou o Fe acordando e esfregando os olhos – Parece que eu dormi por um século.

— Quase isso – disse Nath, tirando os fones – E ainda no meu colo! Só pra voce saber que não estou sentindo as minhas pernas – ela falou, encarando o Fe.

— Ops – Disse ele escondendo uma risada – Mas namoral, quanto tempo falta?

— Acho que mais uma horinha – Disse Ed, fazendo a van inteira bufar de tédio.

— Aí Charlão – Falou Matheus, fazendo quase todo mundo soltar uma risadinha – Voce sabe que eu te amo e tal, mas não preguei o olho a viagem toda aqui na frente, vou ver se tento a sorte la atrás.

— Vai lá vai, meu filho – disse Ed balançando a cabeça e rindo.

Matheus mandou um beijinho e uma piscada pro Ed, o que nos fez rir mais, e pulou pra parte de tras, vindo sentar do meu lado.

— Tinha que ser logo aqui? – Falei, revirando meus olhos e provocando.

— Deixa de ser folgada garota – ele falou abrindo aquele sorriso gostoso – teve esse espaço todo só pra você a viagem toda! Hora de dividir né? – ele falou, deitando no banco e ocupando quase tudo.

— Eu divido! – Eu falei rindo e empurrando ele – mas não abusa!

Ficamos conversando por um tempinho sobre a escola, meus pais, mas principalmente fazendo planos pra essas férias. Matheus se mudou de Curitiba pro Rio quando tinhamos 12 e 13 anos, nos conhecemos desde entao. Vivo implicando com o sotaque do Sul que ele não largou mesmo depois de 5 anos... Mas de verdade? Poderia ouvir ele falando o dia todo! Amo esse sotaque... Só não adimito isso pra ele, senão perde a graça né?

Ja teve aquela época de pré-adolecencia que eu ''gostava’’ dele e ele ''gostava’’ de mim, mas nada nunca aconteceu de verdade, e com o tempo ele foi virando um dos meus melhores amigos. Ele é lindo por dentro e por fora, mas o problema é que ele é o maior galinha, e sempre ta me pedindo ajuda com as meninas que ele pega, diz que está apaixonado por alguma garota nova toda semana, e eu me divirto com suas historias loucas.

— Mas e aí – falei mudando de assunto – Ainda ta pegando a Tati? Quer dizer Duda? Quer dizer…– fiz uma cara de desentendida. – Qual foi a última mesmo?

— Há há – ele falou, revirando os olhos – Muito engraçada, o nome dela é Tati mesmo! E sim, estamos ficando!

— Ficando sério? – Fiz cara de surpresa – Duvido!

— É uma relação aberta ok? – Ele falou, o que me fez rir alto, fazendo ele rir também. - Mas vamos combinar... Namorar no revellion não rola né?

Só queria ver quando chegassemos na casa, com certeza os meninos apostariam algo do tipo: ''Quem pegar mais meninas ganha um vale choppada''... Um vale choppada significa que na proxima vez que a gente sair, os outros pagam pelas bebidas do vencedor... que sempre fica caindo de bêbado.

— E você e o Nando? – Ele perguntou, me tirando dos meus pensamentos, e me dando cotoveladas leves e com um sorriso malicioso.

Nando era um amigo do meu ''novo’’ irmão Bernando, a gente ficou umas três vezes e a gente vive se falando, ele é fofo e muito gato, mas o problema é que além de ser lindo, é super popular, ele ja pegou pelo menos metade da escola.

— A gente ainda se fala as vezes – falei, querendo mudar de assunto…

Matheus sempre me falava dos seus rolos com as meninas, mas nao sei porque, eu não gostava de tocar na assunto de outros meninos com ele, era como se eu fosse outra pessoa quando eu estava com outros garotos, e com ele... sei lá, era diferente...

— Eu vou ver com o Ed se ele pode carregar meu celular – Falei, tirando o Nando da conversa – Minha beteria ja está quase acabando…

Levantei na van, mas quando comecei a andar em direcão ao motorista, Ed vez uma curva meio apertada e acelerou mais, o que me fez tropeçar e cair bem no colo do Matheus, conseguindo me apoiar nos seus ombros e ele segurou firme na minha cintura pra me ajudar a equilibrar.

Essa seria a hora em que ele comecaria a rir da minha cara, e eu ficaria vermelha igual um pimentão, só que por uns segundos a gente só ficou ali, parado. Pela milesima vez notei o castanho esverdeado dos olhos dele, e notei bem as sardinhas que eram muito dificeis de se perceber, seus cílios eram gigantes e a pele meio seca e morena mostrava que nunca passava protetor solar.

— Tudo bem Manu? - Disse Carol, que, finalmente, desviou os olhos daquele livro por dois segundos.

Aquilo me fez acordar do meu transe, saindo do colo dele, agindo como nada estivesse acontecido, o que parece que funcionou, pois em um segundo ela ja estava focada no seu livro.

— To sim – Falei me ajeitando – só queria botar meu celular pra carregar um pouco, pode Ed?

— Acho que nem vai precisar - Disse Ed com um sorriso no rosto – Estamos chegando em menos de 5 minutos!

Isso foi o bastante pra turma inteira se animar, e óbvio, eu fingir que nada tinha acontecido com o Matheus… e vamos combinar? Nada aconteceu! Aquilo foi só coisa da minha cabeça, foi o susto do momento mesmo… Durante todos esses anos fomos só amigos e nunca nem pensei nisso, nada a ver isso agora... Eu devia estar é cansada da viagem isso sim.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Obrigada! - Fernanda



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