Begin Again - Concurso Sound Of Our Love escrita por Moon


Capítulo 1
Começar De Novo.


Notas iniciais do capítulo

Oi amores, tudo bem?


Bem, fiz essa fanfic pra participar do concurso da Tenie98 (The Sound Of Our Love) baseada na música Begin Again, da Colbie Caillat.


Por favor visitem o concurso e deixem sua avaliação não só na minha, como nas histórias dos outros autores ♥

Link da Música: http://www.youtube.com/watch?v=tSsJ1slmdUk
Link do Concurso: http://fanfiction.com.br/historia/397413/Concurso_The_Sound_Of_Our_Love_-_Oneshot/



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Begin Again


Eu não posso te tirar da luz do sol
Eu não posso te tirar da chuva
Eu não posso te ter de volta naqueles tempos
Porque você e eu ainda estamos nos recuperando


 Eu sempre soube que um dia ele voltaria, sempre iludi meu coração com isso. Porque dizem que, quando você quer algo com todas as suas forças, quando você põe cada grama do seu ser em algo e o transforma em fé; aquela coisa se torna real. Foi isso que fiz, durante anos. Me empenhei, cresci, evolui, estou mais forte e ainda assim me sinto como uma garota indefesa diante das minhas próprias emoções.

Eu nunca fui boa em disfarçar o que estava sentindo e em noventa por cento das vezes meus amigos sabiam exatamente o que se passava em minha mente. Ou melhor, quem se passava em minha mente. Em maioria, eles tentavam me ajudar. Sempre tentaram. Mas quem pode ajudar alguém que não sente o próprio coração ao ter seu sonho realizado? E quando a pessoa não quer ajuda porque a única coisa que ela tem de verdade são as lembranças amargas de um passado desagradável? E se eu apenas tiver medo de perder a mim mesma?

Uma semana atrás eu comecei a pensar realmente sobre tudo que eu tenho feito em toda minha vida e basicamente pude chegar à conclusão de que tudo foi relacionado direta ou indiretamente a ele. Eu quis ser aceita quando era pequena para que pudesse me aproximar dele-claro que, naquela época eu não sabia o quanto a vida o havia tornado inalcançável. Não só para mim, para toda e qualquer pessoa. Com exceção de uma. Aquela que ele mesmo queria encontrar. - pus todas as minhas esperanças em fazer parte da mesma equipe que ele e o destino pareceu ser bondoso o suficiente para me atender. Eu tentei de todas as formas para que ele me notasse, esgotei cada uma das minhas estratégias e mesmo com toda a indiferença dele, eu sabia que daria cada batimento do meu coração por ele. Mas o destino me deu algo com uma mão e me tirou com as duas; ele partiu, partiu mais sombrio e machucado do que nunca esteve e eu não pude fazer nada além de implorar para que ele não partisse e fracassar novamente. então eu decidi que treinaria o mais duro que pudesse e de alguma forma, o alcançaria e tudo que tive foi uma falha seguida de outra.

Durante os anos de meu treinamento sem uma equipe, eu nunca me senti tão sozinha. Os dois estavam longe. Aquele que eu amava e quebrara meu coração e aquele que me ajudava a consertá-lo com mais amor do que eu mereço e com um sorriso capaz de iluminar todas as nações. Preferi não desabafar aqueles sentimentos, mesmo que minha melhor amiga ainda estivesse comigo. Definitivamente não era a mesma coisa. Nunca seria. E eu sabia. Sim, eu com certeza sabia. Mas eu nunca admitiria. Eu preferiria arrancar meu coração com as próprias unhas a desistir de ter a vida que eu amava de volta.

Pessoas fortes lutam pelo que querem. Pessoas fortes não desistem. Pessoas fortes protegem aquilo que amam. De todas as afirmações que minha mente elaborava, eu não me encaixava em nenhuma delas. Pessoas fortes são iguais ao Naruto. Pessoas fortes não são irritantes. E eu, bem, eu era irritante. Era exatamente assim que ele me definia e por mais que uma parte de mim gostasse de sentir pena de si mesma e pensar que talvez, só talvez aquilo tivesse mudado a outra parte sabia que essa alto piedade me tornaria ainda mais irritante aos olhos dele.

Quando eu o vi alguns anos atrás, ele estava diferente. Tudo nele era sombrio e eu sabia que a cada minuto, a cada segundo, a cada batida falha do meu coração, ele se afundava mais e mais nas trevas que o consumiam e eu estava novamente impotente para ajudá-lo. Kami, como eu queria poder tocar o coração dele.

O tempo passou, logo a notícia de que Uchiha Itachi estava morto se espalhou e eu me permiti pensar que com sua vingança concluída ele voltaria. Outro engano, ele estava pior. Com mais ódio. Com mais dor. Naruto entendera isso, e me contou pacientemente tudo que ouvira de Uchiha Obito. Céus, eu quase podia sentir o coração dele se esmagando ao ouvir que havia matado aquele que mais o amava. Que havia sido manipulado novamente e que havia cometido um erro que não tinha retorno.

Ele se voltou contra Konoha, contra todos. Por mais que meu dever como ninja fosse proteger minha vila, minha família, meus amigos e meu futuro, eu não conseguia deixar de pensar que o entendia. Ele estava com dor, estava sofrendo. A vida não fora fácil com ele. Eu gostaria de poder fazer algo, de trazer o irmão dele de volta, de poder fazer com que ele sentisse que tinha uma família de novo. Mas essa era mais uma coisa que eu não poderia fazer por ele.

A Guerra foi anunciada e a devastação veio com ela. Mesmo as nações unidas não eram capazes de acabarem com o confronto e como médica eu perdia e salvava centenas de vidas todos os dias rezando - de forma egoísta -para que cada vitima que chegava até mim, não fosse um de meus amigos. Principalmente Naruto.

Os dias se seguiram naquele inferno onde tudo era viver ou morrer, sem espaço para sentimentos. Famílias destruídas, amigos perdidos. Graças a Kami me mantive firme a aqueles que eu tanto amava ainda estavam vivos.

Então vamos apenas tentar acalmar as coisas
          As brigas, essa sensação de chamas.

Pensei que presenciava o maior dos confrontos quando o vi novamente. Ele apareceu e se declarou um aliado. Céus, se eu havia morrido, estava grata pela versão de paraíso que me era oferecida. Sorri como sempre fazia e sempre faria na presença dele e deixei seu nome escapar de meus lábios.

"- Sakura...", foi tudo que ele me disse naquele momento mas eu o conhecia, eu sabia que ele queria dizer mais e que não diria. Ele faria como sempre, deixaria subentendido. O único problema é que eu já não sabia o que ele queria.

A aliança Shinobi saiu vitoriosa. Naruto, Sasuke e eu lutamos novamente como um time e conseguimos grandes feitos em batalha. Eu me senti realmente útil.

Sasuke saiu mais ferido que Naruto ao fim da batalha e eu ainda estava cuidando de seus ferimentos quando AMBUS de cada uma das cinco nações vieram e o tiraram de mim. Novamente eu estava o perdendo. Será que eles não entendiam que ele estava ferido? Que ele havia ajudado a salvar a todos? Que eu tinha que curá-lo ou ele continuaria cuspindo sangue até... Não!

Lembro-me de que ele não esboçou reação nenhuma, não tentou defender-se ou livrar-se daqueles que o levavam. Porém, quando olhei em seus olhos, eles estavam tristes. Era a primeira vez que via aquilo naqueles olhos que imitavam um céu sem estrelas. Ele estava cansado. Provavelmente o mesmo tipo de cansaço que o meu; cansaço das sabotagens injustas daquela vida Shinobi. Joguei-me entre ele e os AMBUS e o vi fitar-me em um misto de surpresa e... Gratidão? Graças a Naruto e as suas intervenções, conseguimos que eu pudesse cuidar de seus ferimentos e que ele pagasse por seus crimes unicamente em Konoha.

Era óbvio que se fosse levado para outra vila, ele nunca voltaria e se voltasse, seu corpo estaria tão morto quanto seu coração parecia estar. E isso era algo que nem eu, nem Kakashi, muito menos Naruto permitiria! E não permitimos.


Ele foi levado para Konoha, onde -novamente graças a Naruto- ele deveria pagar por seus crimes contra o mundo Shinobi.

E aqui estou eu agora; parada em pé e estática diante dos grandes portões da prisão de segurança máxima da Vila Oculta da Folha. Daqui a uma hora, o homem que amei a vida inteira poderá ser livre novamente. Eu deveria estar sorrindo até meu maxilar doer, deveria estar com o coração batendo descompassado. Mas não estou, por algum motivo me falta algo. Acho que me falta exatamente um motivo.

Durante os quatro anos que ele permaneceu aqui, eu o fazia visitas regulares. No primeiro ano não, eu estava ocupada de mais com os pacientes no hospital e ninguém permitia que eu me afastasse de meus verdadeiros afazeres pelo capricho de ir vê-lo. Quando as coisas voltaram ao normal na vila, fiz minha primeira visita, eu não sabia bem como seria visitá-lo, não sabia o que esperar. Levei uma cesta com pães e sucos e algumas mudas de roupa. Tudo foi inspecionado cuidadosamente antes que eu pudesse entregar a ele -os guardas até torcera o nariz e surrupiaram alguns dos pães alegando que ele não os merecia. -Quando eu finalmente o vi, meus olhos se encheram de lágrimas automaticamente. Ele estava péssimo! Os olhos fundos que indicavam a falta de uma noite bem dormida, o corpo muito mais magro -que eu esperava já que ninguém parecia se importar com as refeições dele. - e a fraqueza estampada em cada traço antes perfeito.

Aquele lugar inibia o chackra então, dois dos guardas ficaram do lado de fora da cela -onde eu tive que entrar porque não queriam arriscar soltá-lo das algemas. -Me ajoelhei no chão diante dele e quando ele ergueu a cabeça me fitando diretamente, eu tive a mesma sensação de antes, de que algo estava subentendido.

"- Sakura..." ele sussurrou enquanto eu retirava as algemas que o prendiam junto a parede e por falta de forças ele caía de encontro aos meus braços. Eu o ajudei a endireitar-se rapidamente, temendo que cada movimento daquela cena ferisse ainda mais seu orgulho. Não, não sei porque ainda me importo com o orgulho dele. Só sei que sempre vou me importar se ele for ferido de alguma forma.

Ele pôde comer e se trocar, e perguntou por Naruto. Eu o expliquei que Naruto estava desesperado para vê-lo e que se ainda não o tinha feito era por conta das obrigações como Hokage. -Lembro perfeitamente dele sorrindo verdadeiramente ao ouvir aquilo e murmurando o antigo xingamento que ele usava pra se referir a Naruto.

Nos três anos seguintes, eu continuei o visitando. Mais frequentemente e algumas vezes até era acompanhada por Kakashi. -Eu nunca havia visto o Sensei chorar, mas quando ele viu Sasuke a primeira vez, posso jurar o que vi. -Quando eu passava uma semana inteira sem visitá-lo, Sasuke reclamava e eu ria.

"Provavelmente a extrema falta de contato com as pessoas o deixou assim.", lembro de comentar com Naruto em uma das raras vezes que almocei com ele no Ichiraku. Memorizei cada palavra da resposta dele:

"Não Sakura-chan, não é a falta de contato com pessoas. Ele está lá já faz um bom tempo e as únicas pessoas que vão vê-lo são você e Kakashi-sensei e eu, quando aqueles velhos malditos não me arrumam problemas. Imagino o quanto aquele lugar o fere, de uma forma ou de outra. Veja bem, estamos falando do Teme, e não é algo que ele vá admitir em voz alta mas ele sente falta do carinho e da amizade. Provavelmente de sentir o coração aquecido e de saber que aqui fora ele tem um lugar na vida de alguém. Acho que ele gosta de saber que a solidão dele poder ter um fim apesar de tudo. Ele gosta de ter esperança e ele só vê essa esperança na nossa companhia. Principalmente na sua."

Eu estava com os olhos arregalados enquanto assimilava as palavras de Naruto. Talvez fosse verdade. Será que ele realmente se importava com minha presença quando ia visitá-lo? Ou só sentia falta das coisas que eu levava?

Despertei de meus devaneios quando ouvi o estalar metálico dos portões de ferro a prisão se abrindo e visualizei a figura de Sasuke. Ele usava um de meus presentes, uma blusa negra com o símbolo do clã Uchiha nas costas e calças de um azul marinho escuro. Eu havia mandado fazer exatamente para aquele dia e quando o entreguei pude ver o brilho invadir aqueles maravilhosos ônix que fitavam o símbolo Uchiha na camisa.

Algumas pessoas que passavam pela rua naquele momento pararam e começaram a fitá-lo. O fitavam com desprezo, como se ele nunca houvesse pago por seus crimes. Eu vi que ele tentava disfarçar olhando para os lados como se procurasse alguém.

Oh, ele procurava por alguém... Alguém que viesse buscá-lo? Sim, ele me disse que tinha medo de que quando saísse ninguém estivesse do lado de fora dos portões. Eu amei ouvir aquelas palavras -não porque eu gostava do sofrimento ou zombava dos medos dele, mas sim porque gostei de conhecer aquele lado frágil de Sasuke.-Não imaginava que pudesse amá-lo mais do que já amava, porém meu coração parecia ter inchado e agora, a cada dia que ele se mostrava pra mim, o espaço era preenchido.


Esse não é o jeito que deve acabar
Esse é o jeito que deve começar
Esse é o jeito que deve começar de novo.

Meu corpo se moveu sozinho de encontro a ele. O abracei com carinho e quando ele suspirou apoiando a cabeça na dobra do meu pescoço eu ignorei o arrepio de meu corpo e entendi que aquilo era um "Obrigado" carregado de orgulho. Quando finalmente nos soltamos, já não havia ninguém observando ou fazendo comentários maldosos. Dos quais, eu sabia que os que mais o afetavam eram sobre Itachi. Ele havia me contado isso em um de nossos encontros e de como realmente se sentia. Foi a primeira vez que o vi chorar.

Eu indiquei que devíamos seguir caminho pra longe dali e ele assentiu para logo depois perguntar :

-Pra onde?

Eu sabia o que ele queria dizer, ele queria saber pra onde iria já que até onde ele sabia, já não tinha mais uma casa e com certeza não tinha uma família.

- Não se preocupe Sasuke-kun -maldito sufixo involuntário- Naruto fez questão de reconstruir o clã Uchiha. -Eu disse e sorri inconscientemente levando minhas mãos até as dele e segurando diante de meus olhos.

- Nande? Eu não... -Ele estava surpreso, não esperava por aquilo. Mas eu sabia que ele estava verdadeiramente feliz.

Caminhamos até o Distrito Uchiha e eu sentia as mudanças na face dele enquanto passávamos pelas casas. Quando chegamos a aquela que provavelmente havia sido o seu lar quando criança, ele desmoronou, ajoelhou-se diante da porta de entrada e escondeu o rosto entre os braços apoiados na pequena sacada de entrada.

Ele levantou-se rapidamente e entrou pela casa. Eu entendi aquilo como um "não me siga" e girei os calcanhares indo na direção oposta. Tsc, eu sabia que aquela ideia não era tão boa. Traria lembranças demais a ele.  Quando eu já estava fora da entrada do Distrito, uma brisa suave esvoaçar meus cabelos e um familiar cheiro de menta invadir minha narinas.

Antes que eu pudesse assimilar a presença dele ou o motivo dele ter me seguido, fui puxada de encontro a seu tórax e envolvida fortemente por seus braços fortes. Ele apoiou a o queixo sobre minha cabeça.

-Onde está indo Sakura? -perguntou quase possessivamente.

-Como assim? -Eu realmente não havia entendido. -Para casa.

Consegui levantar os olhos e fitar o rosto dele no segundo em que a face dele se contorcia em um misto de emoções indecifráveis até pra mim.

Ele usou o indicador para levantar ainda mais meu rosto de modo que eu pudesse fitar seus olhos diretamente.

-Você se lembra do dia em que te contei a verdade sobre minha família e sobre meu... Meu irmão? Lembra do que me disse aquele dia quando me abraçou? -Ele engasgou e não prosseguiu, deixando o assunto em aberto.

Novamente ele estava querendo que eu entendesse o que ele queria dizer e que não diria só para não ferir seu maldito orgulho? Dessa vez eu não me preocuparia em entender. Ele me fitou assustado,ele esperava uma resposta, esperava por minhas palavras ternas que dessa vez não viriam. Eu estava cansada de falar, eu queria escutar. Não que eu esperasse que Sasuke se ajoelhasse bem aqui ou que declarasse seu amor por mim. Mas eu desejava e necessitava ouvir o que ele queria.

-Sakura? -ele me chamou e eu apenas assenti desviando os olhos. Então ele me soltou e eu simplesmente dei as costas a ele e segui meu caminho.

Minha ação ia contra todas as células de meu corpo, deixá-lo sozinho naquele lugar que o torturaria com lembranças. Deixá-lo a mercê de uma vila que já não o aceitava, e que ele já não conhecia. Parecia fraqueza da minha parte deixá-lo só para não lidar com meus próprios sentimentos de novo. Qual o problema já que eu tenho sido fraca a vida inteira?

O Sol ainda não havia se posto, mas logo o faria. Me encaminhei ate uma encosta de um barranco onde a vista do lago sobre a luz alaranjada do por do Sol era minha paisagem preferida. Sentei ali e voltei a pensar nele.

"- Está tudo bem, você não está sozinho. Estarei sempre com você. Eu prometo Sasuke-kun", era a isso que ele se referia. Era o que eu o havia dito enquanto o abraçava e permitia que ele chorasse como talvez nunca tenha feito antes.

-Kami, por mais que eu tente não consigo fazer com que meu coração o esqueça. Mas eu não posso viver ao lado dele, não posso viver naquele lugar. Não sou forte o suficiente pra suportar o que ele vai ter que suportar daqui pra frente. Não quero quebrar meu coração de novo. -falei sozinha, enquanto lágrimas já invadiam meus olhos. -Eu o amo, não tenho dúvida de que o amo. -Voltei a pensar no que ele tentara me dizer todas aquelas vezes e não disse.

Quando eu já estava em casa, deitada em minha cama e fitando a Lua pelo vidro de meu quarto, comecei a pensar que eu havia prometido que ele não ficaria sozinho e estava quebrando minha promessa com ele. E também estava quebrando minha promessa comigo mesma. A promessa de nunca causar nada que o ferisse.

Levantei e coloquei minhas roupas novamente, pouco me importava a hora. Eu seria forte uma vez na vida e tentaria de novo.

Caminhei disparada até o Distrito Uchiha e fiquei feliz quando vi a luz do que deveria ser o quarto dele acesa. Bati em sua porta duas vezes e aguardei uma resposta.

Ele apareceu na porta, vestia apenas sua calça de moletom. Ignorei a reação do meu corpo e comecei a falar fitando meus próprios pés.

-Eu disse que estaria com você. Foi isso que te disse aquele dia. -Levantei os olhos e vi que ele estava com um sorriso de canto. Exatamente aqueles que costumavam -costumam - me tirar o fôlego. Ele indicou que eu entrasse e eu neguei. -Não Sasuke, eu disse que estaria com você. Mas não desse jeito. Eu nem sei d que jeito já que você não me disse o que quer...- Parei quando pensei ter falado de mais.-Desculpe ...- Eu teria continuado se ele não tivesse me pegado pelo braço e me puxado para dentro da casa.

Ele havia aprendido muitas coisas naqueles anos, porém gentileza com certeza não foi uma delas. Fui praticamente jogada na poltrona mais próxima. E ele murmurou um pedido de desculpas baixo.

-Sakura, Naruto veio aqui quando você saiu e nós conversamos um pouco. -Eu fiz cara de desinteressada e ele abaixou-se ficando cara a cara comigo. -Sobre você. -Ele sorriu. Sasuke sorriu? Sasuke sorriu! E eu arregalei os olhos, tanto para a afirmação quanto para o sorriso dele. -Ele me disse que se eu queria algo de você eu teria que pedir. -Ninguém o havia ensinado a escolher as palavras também, aquilo soou estranho.

Levantei da poltrona afastando as mãos dele que seguravam as minhas caminhando até a porta. Ele não diria. Seu orgulho nunca permitiria. Mais um fracasso pra minha lista.

Ele voltou a me puxar e fez menção de abrir a boca quando eu perdi a paciência e possivelmente a sanidade. Eu o soquei no peito e com o impacto ele se desequilibrou caindo na poltrona em que eu estava antes e por estar segurando meu braço, me levando junto. Ignorei a reação do meu corpo ao contato com ele e principalmente, ignorei -com muito custo -a reação do corpo dele.

Não, eu nunca quero desmoronar
          Nunca quero partir seu coração
          E nunca quero deixar você despedaçar o meu
          É, eu sei que a gente disse muita coisa
          Que provavelmente a gente não queria dizer
          Mas não é tarde demais para retirá-las
          Então, antes de você dizer vai partir...
          Eu provavelmente devia te avisar
          Que eu nunca soube o que eu tinha
          Eu nunca soube o que eu tinha


-Me desculpe. -Ele disse, e eu pensei que era sobre o puxão ou sobre estarmos naquela posição estranha. -Era o que eu queria te dizer aquele dia em que nos reencontramos na guerra. Me desculpe Sakura, por tudo.

Não me atrevi a interrompê-lo, aquele momento era especial e se eu dissesse algo, talvez ele não voltasse a falar.

-Depois, eu quis pedir que me ajudasse. Que não deixasse que eles me ferissem. Por mais que eu merecesse, entende? Eu estava com medo! Eu tinha medo de não ver mais você ou o idiota do Naruto e não poder fazer o que estou fazendo agora. Todas as vezes que foi me ver eu quis te dizer isso, quis te agradecer. Mas você se portava como se eu não precisasse e eu me acomodei.

Por favor continue Sasuke.

- Quando disse que eu não ficaria sozinho, eu acreditei. Porque confio em você e nos seus sentimentos por mim. Eu sei que sou a pessoa mais detestável do mundo Sakura -Ah não, nesse momento você é o ser mais adorável do mundo Sasuke-kun. -Posso sentir seu coração agora. -Ele disse repousando o rosto entre meus seios sem nenhuma vergonha. -Sinto muito por causar essas coisas em você. Por você me amar. Mas eu sou egoísta o suficiente pra me sentir bem só em pensar que você me ama.

-Como tem tanta certeza de que eu te amo? -Eu não pude me controlar em mexer com o ego dele.

Ele recuou. Parecia uma criança assustada. Senti meu coração esquentar com aquilo. Seu lado frágil. O lado frágil de um dos homens mais fortes do mundo Shinobi. Eu segurei seu rosto entre as mãos e afaguei os cabelos de sua nuca e repeti a pergunta. Ele piscou algumas vezes antes de abrir e fechar a boca tentando responder.

-Não se afaste, por favor. -Ele disse enquanto levava as mãos até o meu rosto e se aproximava o suficiente para nossas respirações se mesclarem. Selou os lábios nos meus por um breve momento antes de ambos necessitarmos de mais. Os lábios dele tinham uma textura diferente. Mas era melhor do que eu imaginava. Eu ignoraria o ar que me faltava se pudesse ter mais daquilo. - Posso sentir seu coração, sua respiração, sua reação. É assim que eu sei que me ama. Mas...

-Mas?

-Se pudesse dizer...

-Por que eu diria?

Ele percebeu o tom zombeteiro em minha voz e duplo. Eu queria ouvir antes de falar algo.

-Por que durante esses quatro anos você era a primeira coisa que eu pensava de manhã e eu mal podia suportar as horas que se arrastavam até você aparecer de tarde. Eu queria poder sair com você quando você cruzava aquelas grades. Eu queria poder fazer o que fiz agora. Por que você é minha salvação. Não dessa vila, das pessoas, mas de mim mesmo. É minha razão para começar de novo.

- Eu te amo Sasuke! -Não pude segurar as palavras dentro da boca. Ele voltou a apoiar a cabeça na dobra de meu pescoço e suspirou antes que eu puxasse e selasse nossos lábios de novo.

- Você vai ficar não vai? Vai ficar aqui, não vai me deixar sozinho e será minha nova família não é?

- Você mesmo disse que sou seu motivo para começar de novo Sasuke. Eu não te tiraria isso. -Ele me abraçou.

Esse não é o jeito que deve acabar
          Esse é o jeito que deve começar
          Esse é o jeito que deve começar de novo


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Odiaram?

Pelo menos dessa vez não matei nenhum personagem né? (Leitores de Arigatou entendem)


Reviews por favor? Não esqueçam de avaliar a fic no concurso ok?

Beijos amores ♥