O Diário Secreto De Rose Dewitt Bukater escrita por Rph


Capítulo 1
Capítulo 1 - RMS




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Já era dia, o sol penetrava na vidraça da janela. Minha cabeça doía, a noite foi longa. Vários flashes da história contada por minha avó Rose transformaram-se em cenas durante toda a noite ora felizes ora tristes. Meu coração estava apertado queria poder mudar o final daquela trágica história. Partes do meu sonho não parava de vir a mente, enquanto escovava o cabelo, quando trocava de roupa e durante a minha ida ao quarto da minha avó. Pessoas gritando pedindo socorro, os corredores sendo inundados, minha avó e seu grande amor juntos naquela água congelante. Estava inquieta, queria saber mais ,queria poder contá-la que sonhei com o Titanic, com ela e com Jack. Só em saber que eu estava dentro de um navio exatamente no local daqueles acontecimentos meu estômago ficava embrulhado. Dei três batidas na porta do quarto da minha avó. " Vovó, está acordada? " aguardei esperando-a que pedisse que eu entrasse. Enquanto isso minha mente viajou novamente para o Titanic dessa vez a cena do meu sonho era de uma jovem de cabelos ruivos vestindo um palitó saltando de seu bote salva-vidas para não se separar do seu grande amor, Jack, os dois se abraçando, ele perplexo pelo o que ela acabara de fazer. De uma forma bem estranha me peguei recostada na porta de cor branca com um leve sorriso no rosto e por um breve instante entregue totalmente aos meus devaneios. Bati três vezes novamente, agora atenta a qualquer ruído que pudesse sair lá de dentro. Nada. Desta vez não bati chameia-a pelo nome " Vovó Rose, posso entrar?" Nada. Estava preocupada será que ela já tinha se levantado e resolveu da uma volta sem a minha companhia pelo convés? Ela sempre gostou de fazer o que bem entendia, não aceitava ordens, mas de qualquer forma eu estava ali para cuidar dela, resolvi então abrir a porta. A encontrei ainda na cama com as mãos unidas sobre o peito. Deveria estar cansada pensei comigo mesma, devido a uma grande carga emocional do dia anterior. Tudo estava igual, seus pertences estavam exatamente nos mesmos lugares desde a última vez que entrei ali, eu mesma a ajudei a arrumar, exceto por uma caixa preta aveludada que deveria ter uns 10cm x 15cm sobre a sua cabeceira. Imaginei ser alguma joia até mesmo o coração do oceano que ela guardava de recordação, então me lembrei que ela não havia tocado muito no assunto, se realmente o diamante havia afundado com o navio. Fui ousada e tomei a liberdade em abrir a caixa, estava vazia para minha infelicidade, havia apenas uma espuma da mesma cor da caixa. Suspirei. Meus olhos vagaram pelos portas retratos, fotografias de quando ainda era jovem, uma delas prendeu a minha atenção, ela montada em um cavalo com as duas pernas uma de cada lado. me sentei na beira da cama, não sabia se deveria realmente acordá-la, já quase onze horas e ela não havia se levantado, o que era bem estranho para quem acordava todos os dias antes das seis da manhã. Me inclinei para beijar a sua testa, neste instante quando os meus lábios quentes encostaram em sua pele fria meu corpo se arrepiou por inteiro, meus olhos se arregalaram, comecei a sacudia " Vóvó, vovó, acorde! Vovó..." meu corpo estremecia por inteiro minha voz foi se perdendo tentei gritar, pedir ajuda mas não conseguia sair do lugar. Minha visão estava embaçada, sendo afogadas pelas lágrimas, meu corpo tremia sem parar estava sem o domínio do meu próprio corpo, só consegui despencar no chão, sentada a beira da cama com os braços sobre o rosto. Não percebi que havia chegado outra pessoa naquele quarto. O senhor Lovett me chamava pelo nome, sentia uma pressão nos ouvidos sua voz era distante e sua imagem embaçada, ele me pegou pelo braço e me envolveu em uma abraço caloroso e apertado.

O comandante relatou o caso as autoridades, perícias vasculharam o local. No final o resultado era o que já se esperava, morte por velhice. Fomos chamados para depor. A verdade era que não havia culpados, para uma senhora de 100 anos  passar por uma grande carga emocional provocou a sua morte. Os médicos e autoridades confirmaram nossas suspeitas e o corpo foi liberado.

O senhor Lovett se mostrou bastante solidário em estar comigo a todo instante me ajudando até em fazer as malas. Estava pronta para ir, antes  deitei-me  na cama em que minha avó estava a algumas horas atrás, as lágrimas rolaram como cachoeiras. O senhor Lovett estava em pé na porta me observando, afundei a minha cabeça no travesseiro e as mãos por baixo dele, neste instante senti algo rígido  com quatro arestas pontudas, ergui-me depressa segurando algo a minha frente que parecia ser um diário, o senhor Lovett que estava recostado na porta se endireitou depressa, sua cabeça estava esguichada para frente e seus olhos apertados. Nossos olharem se fixaram por um instante, enxuguei as lágrimas para enxergar melhor o diário de cor marrom escuro, estava trancado.



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