estamos no topo do mundo

pagaremos nossas sujeiras com pó.

[para Aphrodite Laclair, que faz de todas as minhas pequenas palavras algo especial.]

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você adorava palavras como babaca ou babaquice (ou é tudo a mesma coisa?) e você gostava de invadir o parque de diversões na noite de quinta feita para subir nos trilhos daquela montanha russa abandonada como se ela não pudesse cair a qualquer momento. mas ela podia. e a sua ideia de diversão era quase sempre tão distorcida (ou a minha que era?). e nós estávamos no topo do mundo.

não era nada normal, nada mesmo, pessoas normais não saem por aí discutindo como o filme estava incrível e como o ezra miller estava lindo e ninguém poderia ter feito uma adaptação melhor para aquele livro perfeito que você leu do que o seu diretor favorito. e você era esse tipo de nerd (ou seria melhor te chamar de intelectual?). e aquele era o seu topo do mundo.

pessoas normais não vão pro meio da rua por uma causa perdida, mas pra você ela não era perdida, era? você não comia um único e miserável pedaço de carne a semanas e pra você aquilo fazia sentido, então que mal tem? pra você nada é causa perdida. nada.

e a vida só tem sentido quando temos manias, uma causa perdida para se lutar e um filme legal a se ver sextas a noite.