No dia seguinte acordei 6 da manhã sozinha, eu não tinha dormido muito por causa da minha insônia, tinha sorte de dormir por 3 horas ou mais. Levantei e botei um moletom, estava bem frio. Peguei minha vassoura, uma nimbus 2001 que Draco tinha dado pra todo o time de Quadribol da Sonserina para poder entrar e competir com Potter. Fui até o jardim dos Weasleys, amarrei meu cabelo e levantei voo. Eu adorava voar, sentir o vento no meu rosto, voava até as árvores mais altas e mergulhava. Voei tanto que nem percebi que o sol já estava no alto.

— JULIE! – eu ouvi me chamarem do chão. Era George.

Cheguei ao chão e perguntei:
       - Que foi?

— Papai falou pra eu te mandar não voar muito alto pois alguns trouxas podem te ver. O que eu duvido muito, afinal não tem muita gente ao nosso redor. – ele disse dando uma volta. Parou e ficou olhando pra minha vassoura

— Quer dar uma voadinha? – eu perguntei oferecendo a minha

— Estava esperando você oferecer, pode pegar a minha no meu quarto! – ele disse as últimas palavras gritando pois ele já estava no alto.

Entrei na casa e Rony estava na cozinha lendo o Profeta Diário. Pensei em passar sem dizer nada, mas quis deixa-lo sem graça.

— Bom dia Ron – eu disse com um sorriso. Rony ficou com as orelhas vermelhas e respondeu um “ Dia” meio rouco. Dei uma risadinha – Ron, você sabe onde ficam as vassouras dos gêmeos?

— Ah, elas estão no meu quarto enquanto Gui e Carlinhos estão no deles.

— Ah, eu posso pegar lá?

— Aham – ele disse ainda vermelho tomando um gole de café

Subi e entrei no único quarto com a porta entreaberta. Fred estava dormindo. Corri silenciosamente pro meu quarto e peguei um ioiô-gritante que comprei em Hogsmead ano passado. Voltei ao quarto de Ron e joguei uma vez. O ioiô gritou e Fred acordou, como eu esperava.

— QUE MERDA É ESSA? – ele perguntou dando um pulo

— Ah, desculpa Freddy, eu não sabia que esse ioiô gritava tão alto – eu disse desentendida.

— Ah, eu vou te pegar! – ele disse se levantando. Peguei uma vassoura que estava encostada na parede e corri escada abaixo.

Quando cheguei no jardim dei um impulso e subi. Estranhei um pouco a velocidade da vassoura, era bem mais lenta do que a que eu estava acostumada, mas pouco me importei. Olhei pra baixo e Fred estava subindo em minha direção. Dei um grito e George finalmente percebeu nossa presença.

— Julie! Essa vassoura é muito foda! – ele disse dando giros

— Que bom George, mas agora eu preciso de uma ajudinha! – eu disse gritando enquanto fugia de Fred

— É pra já – George disse indo em direção à Fred.

— O que voce pensa que tá fazendo?! – Fred disse fugindo de seu gêmeo, enquanto este o perseguia.

— Eu não sei! Eu só quero voar! – ele disse ainda perseguindo o gêmeo.

Eles ficaram voando um atrás do outro e eu fiquei parada. Desci discretamente e deixei eles brincando de gato-e-rato. Quando voltei pra cozinha, todos já tinham descido e estavam tomando café.

— Onde estão Fred e George? - perguntou Ginny olhando pra mim terminando de comer sua torrada

— Brincando com a minha vassoura – eu disse dando de ombro. – Então, que dia o Potter chega? – eu perguntei me sentando à mesa.

— Amanhã – respondeu Ginny com uma animação presente na voz.

Fiz que sim com a cabeça. Não sei como os Weasley gostavam do Potter, era óbvio que Molly gostava mais dele do que de seus próprios filhos, mas guardei essa informação pra mim mesma. Depois de muito tempo, quando todos já tinham voltado para seu quartos pra fazerem suas coisas, os gêmeos voltaram com o cansaço estampado em suas caras.

— Só agora que sentimos a sua falta Jul – George disse ofegante

Arqueei as sobrancelhas.

— Tá, a gente ficou mais um pouco depois que percebemos que você sumiu, mas foi porque o Fred queria dar uma volta na sua vassoura! – George disse apontando para Fred.

Os gêmeos sentaram na mesa e começaram a comer. Depois que terminaram, eles falaram pra irmos pro jardim e continuar as nossas invenções. Eles falaram sobre o caramelo-incha-língua e que eles testaram com os gnomos do jardim mas estava faltando alguma coisa. Eu li suas anotações e tentei de novo, botando mais um pouco de pelo de unicórnio.

— Pronto, acho que agora vai dar certo.

Os gêmeos levantaram-se animados e procuraram um gnomo pelo jardim e, assim que o encontraram, fizeram-no engolir a bala. A língua do gnomo ficou maior que de 1 metro e todos tomavam anotações. Com o tempo, quando o tamanho chegou ao máximo (1 metro e meio), foi desinchando lentamente. O processo ao todo demorou 1 hora e meia. Tempo suficiente para uma aula.

—Eureka! – disseram os gêmeos. Cada um beijou um lado da minha bochecha

— Sinceramente eu não sei o que seria de nós se não fosse por você – exclamou Fred

— Ah vocês não seriam nada – eu disse apertando a bochecha deles – mas ainda não tá pronto, a gente tem que testar em um humano, humanos e gnomos não são a mesma coisa – eu disse pensativa. Os gêmeos pensavam do meu lado. – Eu ainda não vejo problema em testar no Potter...... – eu disse revirando os olhos

— É ISSO! – George exclamou se levantando

— Sério?! – eu e Fred perguntamos

— não, não no Potter. No Duda!

Fred ao ouvir essas palavras levantou-se e beijou o irmão na bochecha

— Quem? – eu perguntei ainda sentada

— O garoto que vive com o Harry, ele é gordo e está tentando fazer uma dieta mal-sucedida- explicou Fred- é óbvio que ele não vai resistir!

— Mas por que a gente daria um caramelo-incha-língua pra um trouxa inocente? – eu perguntei

— Ele não é um “trouxa inocente” – George disse fazendo gesto de aspas do lado da cabeça – ele pertuba Harry há anos

— Então ele merece um prêmio – eu sussurrei pra mim mesma

— O quê? – perguntaram os gêmeos juntos

— Nada ué – dei de ombros.

Voltamos pra casa e já estava na hora do almoço, comi a melhor refeição que eu já tive, repetindo duas vezes. Fiquei conversando com os gêmeos na cozinha e quando e dei conta já tinha passado um longo tempo

— Ei gêmeos, a gente não têm que ir? Buscar o Harry?

— ahn? Que horas são? – nós olhamos ao redor procurando um relógio até que eu avistei um relógio, só que tinha 9 ponteiros e ao invés de números tinha coisas escritas como: casa, trabalho, perigo, viagem. No momento todos estavam parados em casa.

— PAIÊ! A GENTE NÃO TÊM QUE BUSCAR O HARRY?

Sr. Weasley apareceu correndo na cozinha.

— Ahn, Julie, você se importa em ver que horas são aqui nesse relógio de trouxa?

É, eu sei o que você está pensando, Eu, Julie Smith, uma sonserina que não é muito fã de trouxas, sei usar um relógio de trouxa? Bem, só os meus pais eram bruxos e o resto de minha família era toda trouxa. Meus avós ( dos dois lados) já morreram e só sobraram meus tios e primos de 2º, 3º (etc) grau, e eu saia muito com eles, consequentemente eu tinha que aprender a usar alguns objetos trouxas ( contra a minha vontade), pois meus pais não queriam que descobrissem.

Sr. Weasley me estendeu um relógio meio “acabado’’

— São... 17:30! –eu disse me levantando em um pulo, todos seguiram meu exemplo

— MOLLY, VAMOS BUSCAR O HARRY? – Arthur gritou da cozinha

— Mas, que horas são? Ainda deve faltar um tempo segundo minhas contas...

— Molly, são 17:30!

—O QUÊ? Vamos, rápido, todos pra lareira

— Todo mundo junto?- perguntou Fred sendo empurrado

— Sim, não dá tempo de várias viagens! – a Sra. Weasley disse empurrando todo mundo que via na frente pra lareira; inclusive eu.

— Ahn, sra. Weasley, eu não vou – eu disse, mas ela nem ouviu.

Molly deu um jeito de botar todos dentro da lareira e no segundo seguinte eu senti tudo ao meu redor desmoronar e os meus pés sairem do chão.