Fairies Never Die. escrita por KoushiiHime


Capítulo 9
Cabana




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Charllote já não aguentava mas correr. estava à metros de distância dos seus amigos, mas ainda insistia em correr. Algo em sua mente a motivara a correr como nunca. Não era medo, raiva do seu irmão, nem sede ou fome. Ela só queria correr. Conforme corria suas lágrimas secavam, então ia cada vez mais rápido, até alcançar sua velocidade máxima. Nunca correu tanto na sua vida. 

A maga pequena, agora cansada e com o rosto marcado por lágrimas secas se sentou no primeiro tronco de árvore caído. 

— E-eu... Não deveria ter corrido tanto assim... — A mesma começou a falar, mesmo sabendo que não havia ninguém ali para escutá-la. 

  

Ela, com muito esforço, levantou e deu alguns passos até onde parecia ser uma trilha. Talvez tivesse encontrado um rio, o que seria ótimo, já que estava morrendo de sede. Charllote tirou as folhas que cobriam sua visão e se viu diante de um lago, grande e cheio. O reflexo da lua na água deixava a aparência do lugar ainda mais calma, com a luz vindo diretamente no seus olhos. A lua nunca lhe pareceu tão bonita. Charllote seguiu o brilho da lua até uma ponte, que por sua vez até uma casa. Uma casa ribeirinha pintada de azul, ou pelo menos parecia azul, já que a cor estava desbotando, Uma casa realmente velha. Cansada, triste e com sede, ela não poderia se dar ao luxo de recusar uma casa agora. Não importasse o quanto velha fosse. 

Seguindo o caminho da ponte rústica de madeira, chegou no portão da casa, que tinha barras de ferro retorcidos e algumas rosas enroscadas. O portão abriu com um rangido alto e estridente, fazendo alguns ratos que estavam na parte de baixo de uma roseira saírem correndo. Charllote não tinha medo de ratos, eram só animais e não apresentavam perigo. Perto de Acnologia, o quê era um ratinho? 

A casa era extremamente simples, com um sofá esburacado em um canto, uma mesa com um vaso e quatro cadeiras, e a janela com as cortinas cobrindo totalmente o vidro. Por um momento se sentiu aliviada pelas janelas estarem cobertas, ela nunca gostou de janelas mesmo. Janelas podem ser do mal. Nunca se sabe, quando se entra em uma casa, e pode ter o rosto de alguém na janela, te observando... Um rosto deformado, assustador, com pelos ou dentes estranhos. Em um mundo onde há dragões, janelas são no mínimo o menor dos problemas, mas ainda sim assustadoras. 

Charllote procurou por algo que pudesse iluminar o local, mas infelizmente havia apenas um palito de fósforo na caixinha sobre a mesa e uma vela.  Era como se o dono tivesse deixado as coisas lá como se soubesse que alguém viria. E estava certa. Charllote acendeu a vela, provocando uma chama azul. Não eram vermelhas ou alaranjadas, eram azuis. Ela nunca tinha ouvido falar de chamas azuis. Não ligou muito para isso e deu mais passadas até o corredor. Era escuro e úmido, já que a casa se encontrava em cima de um lago. A casa era pequena, havendo só um quarto e a sala meio cozinha.

O quarto era iluminado apenas pela luz da lua, a janela aberta o bastante para iluminar o cômodo todo. Havia apenas uma cama velha desarrumada, o que implicava que seja lá quem morava naquela casa, não teve tempo de arrumar a cama antes de sair. Uma mesinha também estava lá, encostada na parede e com um diário fechado, do lado de um pote de tinta, com uma pena preta ao lado. Era meio óbvio que fosse para ser lido. Charllote colocou a vela em cima da mesa, com cuidado, abrindo o diário com cuidado, para que as páginas amareladas não se rasgassem. Havia apenas algumas páginas escritas. 

Para você, seja lá quem for que estiver lendo isso, por favor, nunca se esqueça disso. Eu, Hyunne, estou perdendo a cabeça. Aquele livro de Zeref, eu nunca devia tê-lo aberto. Aquele maldito livro, me trouxe para cá. Eu vejo coisas, sombras em todos os lugares, e elas me dizem coisas. Eu vou fugir, e tentar me livrar delas. Eu não quero ser um monstro, apenas quero ser livre. 

Quero que Zeref venha até aqui. Se eu conseguir trazê-lo para cá, poderei me livrar dessa maldição. Eu sei, ele vai me fazer sua esposa quando descobrir meu plano! 

Quem estiver lendo isso saberá  o que digo! Eu espero há tantos dias por uma resposta e já sei exatamente onde encontrar meu Lorde. Irei até a Ilha de Yne. Lá a magia flui mais rápido, então meus planos não irão demorar muito. Fica aqui em Adalesia, à trezentos metros dessa cabana.

Eu estou à beira da loucura. Não sei se Zeref é um demônio ou meu amado, mas só sei que eu tenho que fazer isso. Eu sei, as sombras aqui dizem isso. "Você deve fazer isso, será importante! Você vai mudar a história para melhor!". Eu vou morrer. Eu não aguento mais, eu devo ir embora!

Quem diria... Essas sombras estranhas seguiam meu marido e agora à mim. Talvez seja isso que eu mereça por abandoná-lo. Eu só... Eu não queria ter feito isso. Mas eu nasci para amar Zeref. Espero que eles estejam bem. Minha filha. Por cinco anos deixei eles acreditarem que estive morta. Não quero que ele me veja desse jeito, clamando por Zeref. Seja lá quem for que estiver lendo isso saiba, mesmo que seja você, querido, eu peço perdão. Desculpe, —.

A última parte estava borrada com a tinta. Mas a tinta não havia se borrado por mãos humanas, mas sim por lágrimas. Seja lá quem for que tenha escrito, tinha chorado. O tempo pode amarelar as páginas, ms não apaga as lágrimas. Charllote precisava entregar isso à Reed e os outros. A azulada pegou o livro de cima da mesinha e com cuidado, a vela, para que não se apagasse. Com essas tais "Sombras falantes" do diário soltas por aí, seria melhor não deixar a luz se apagar. 

Estava cansada demais para conseguir atravessar a floresta, no escuro. Não teria como atravessar uma floresta assim, então dormiu onde achou que fosse seguro dormir. A cama antiga, de solteiro, ainda tinha um colchão macio e confortável. Não estava esburacado como o sofá e não sofrera com o tempo. Charllote lembrou-se de tudo de Reed disse. E ali, no iluminado apenas pela lua e uma vela de chama fraca azulada, perdoou seu irmão. Ela não tinha culpa de ter uma magia diferente das outras. As pessoas costumam ter medo do que é diferente.


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