Part. Penny

Mike e eu saímos preparados com mochilas cheias de Ambrosia e Néctar e ele me disse que ainda tinha alguns dracmas de ouro seja lá o que for. Eu tinha dinheiro que ele me disse ser de "mortais". Coloquei o colar de símbolos e seguimos andando.

– E então? Você poderia me explicar a história toda? Sobre o que eu sou? É que depois que a Sra. Spield perguntou, essa pergunta ficou martelando na minha cabeça.

– Ah, sim. Você é uma semideusa. A maioria das semideusas e semideuses tem dislexia e transtorno do déficit de atenção e hiperatividade. E o lugar mais seguro, o único lugar em que os monstros não podem persegui-los é o Acampamento Meio-sangue. Lá, existem 12 chalés um para cada deus. Tipo: Os filhos de Afrodite com mortais no chalé de Afrodite.

– E como eu sei que deus ou deusa é meu pai ou mãe?

Ele engoliu em seco.

– Você precisa ser reclamada. Enquanto não for, você fica no chalé de Hermes.

Seguimos até a próxima cidadezinha em direção á rodoviária.

Quando chegamos, havia uma garota sentada em um banquinho. Ela tinha cabelos pretos com pontas vermelhas, usava óculos e casaquinho listrado e obviamente era uma semideusa, pois Mike me disse que estava sentindo o cheiro dela. Resolvemos ir até lá antes de comprar a passagem.

Oi. – Falei, me aproximando de onde ela estava sentada.

– Oi.

– Você vai para onde?

– Estou tentando fugir para um acampamento.

– Meio-sangue? - Arrisquei.

– Como você... Você não é um monstro, certo?

– Não. Sou uma semideusa.

– Verdade? Eu também. Meu nome é Alexandra Annafellows.

– Sou Penélope Jackson. Pode me chamar de Penny, se quiser. Esse é Mike. Ele é um sátiro.

– Ouvi falar em alguns. Podem me chamar de Alex, se quiserem.

– Tudo bem, Alex. - Respondi. - Você gostaria de seguir o caminho conosco?

– Sim. Enfrentar monstros sozinha é dureza.

– Um sátiro não foi enviado a você? - Perguntou Mike.

– Não sei. Talvez...

– Vamos comprar as passagens? - Perguntei.

– Ah, é. Tinha esquecido.

Compramos passagens, e logo depois embarcamos.

Alex assistia Another (o anime) com um fone de ouvidos em um notebook. Mike lia quadrinhos e eu escutava músicas no celular de Alex.

Paramos na conveniência de um posto. Todas as mesas se encheram. Só restava uma mesa. Nela havia dois garotos que pareciam gêmeos.

– Meios-sangues! Connor e Travis, só podia ser! - Murmurou Mike.- Devem ter vindo comprar Coca-Cola. Vamos sentar lá.

– Oi, Travis e Connor. - Disse Mike.

– Deuses! Você é um sátiro! Não nos denuncie, por favor? - Disse o que parecia ser Travis.

– É. Estamos longe do acampamento. Pedido especial de Cocas. Estamos caminhando há uma semana. Dormindo em hotéis vagabundos de beira de estrada. E é difícil disfarçar ausência - Disse Connor. - Quem é você? - Perguntou ele, virando-se para mim.

– Sou Penny Jackson.

– Filha de...

– Não sei.

– Afrodite. Posso apostar todas as cocas que comprarmos. Tenho certeza. - Disse Connor.

– Cabeça de Peixe, filhos de Afrodite tem olhos verde-mar? NÃO! - Lembrou Travis.

– Tem razão e... Nossa. Ela não sabe! Vai ficar no nosso chalé... - Cantarolou Connor e fez um tipo de dança de guerra.

Travis soltou uma exclamação. Parecia ter acabado de reparar em Alex.

– Você, sim, é filha de Afrodite. - Disse Travis.

– Se afasta, se não eu te mato com um golpe de espada.

– Opa! Seria Ares? - Perguntou ele.

– Não importa. Não sei. Só não gosto de cantadas medíocres.

Resolvemos voltar ao ônibus. Haviam quatro, mas um já estava na estrada. Sobraram três.

– Ops. - Disse Alex.

– Primeiro. - Falei.

– Segundo. - Disse Mike.

– Último. - Disse Alex.

– Vamos no último. - Concluí.

– Okay.

– Okay.

Depois que voltamos para a estrada, Alex voltou para seus Animes, Mike, para os quadrinhos e eu para as músicas.

Ouvi uma voz e tirei os fones de ouvidos. Alex fez o mesmo. A voz era do motorista:

– ...E agora estamos a caminho da rodoviária de Nova York, mas ainda estamos longe, muito longe... Mais de 7 horas de viagem, obrigado.

Mike deixou os quadrinhos caírem, e estava com uma expressão de pânico e frustração total no rosto.