My Tiger escrita por Escritora


Capítulo 30
Chalé


Notas iniciais do capítulo

OIE! Esse é um daqueles capítulos que a gente espera se desenrolar roendo as unhas... Eu quem estava escrevendo quase dei um enfarto quando pensei no final que daria a ele. Sério... Foi lindo...Estou sentindo falta das pessoas que estavam comentando, vocês estão sumidas(os). Uma amiga minha fez uma capa linda para a fic... E espero colocá-la nos próximos capítulos. Acho que muita gente vai gostar desse capítulo, eu, sinceramente, gostei bastante!BOA LEITURA!



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Ren direcionou a cabeça para a direita querendo indicar um caminho, Kelsey conseguira entender e assentiu em uma resposta silenciosa. Passaram por de baixo das árvores, já que ele não podia se mostrar, se não causaria um tumulto ou algo pior.

―Onde estamos indo? – Kelsey perguntou baixo e o tigre parou de andar no mesmo instante.

Dhiren a encarou, tentava dizer pelo olhar que ela não precisava ficar se perguntando ou com medo. Ele a estava levando para o chalé que tinha dentro do bosque da cidade. Aproveitara a oportunidade que Kelsey morava ali perto para poder usá-lo em um momento especial como aquele.

Ren estava decido a contar algo que somente ele, Kishan e o Sr. Kadam sabiam. Não queria ter segredos com Kells, pois ela era a única que poderia ajudá-lo e no momento a pessoa mais próxima dele, até mais que o próprio irmão.

O tigre branco voltou a andar e seus passos suaves deixavam uma pequena marca na neve. A luz do luar reluzia em seu pêlo e fazia com que Ren se tornasse tão branco como o ambiente a sua volta. Kelsey o seguia com a curiosidade de saber o lugar onde estava indo.

Entraram no bosque por um portão no fundo e andaram por um caminho de terra que estava todo coberto por neve. Ren passava por entre as árvores de um jeito fácil e a todo o momento olhava para trás para ver se Kells estava bem.

Chegaram à frente de um chalé feito de uma madeira nobre, Ren olhou para a porta e Kelsey entendeu que era para abri-la. Quando assim fez esperou que o tigre entrasse e logo, o seguiu, também entrando. Fechou a porta e quando virou viu que Dhiren já estava em sua forma humana e colocava fogo na lareira com uma espécie de isqueiro, só que maior e próprio para a ocasião.

―Por que trouxe essas roupas? – ele perguntou curioso quando se virou para ela.

―E-eu – Kelsey no instante não se lembrava do por que trouxera as roupas, entretanto quando sentiu o cheiro do perfume que vinham delas continuou a falar – São suas, é a touca e blusa de frio.

―Obrigado, mas poderia ficar com elas. – Ren disse, porém percebeu que Kells estava parada com uma expressão confusa – Bom, vou vesti-las.

A garota o entregou a blusa de frio e touca e Dhiren as colocaram. Foi até um armário que tinha no canto da parede oeste e pegou uma calça de moletom. Direcionou-se para uma porta e entrou em outro cômodo, deixando Kells sozinha por instante.

Quando saiu viu que ela estava sentado no sofá olhando para o fogo de forma estática. Kelsey pensava no sonho e tinha certeza, agora, que a deusa Durga fizera contato com ela, pois as chamas eram as mesmas que vira enquanto dormia. Colocou a mão no amuleto e o sentiu esquentar até chegar a uma temperatura próxima a sua.

―Algum problema? – Ren falou sentando em frente a ela e Kells negou com a cabeça – Eu te trouxe aqui para lhe contar algo especial, lembra?

―Sim – respondeu serenamente.

―Preciso que guarde segredo. Posso confiar em você? – perguntou a olhando e pegando em suas mãos.

―Pode. Se acha que o que for contar irá ajudar... Pode confiar em mim.

―Kelsey, o Sr. Kadam preferiu que eu não falasse isso, entretanto você é a única ponte com Durga e sinto que tenho que lhe contar. Sabe... Toda a história que Kadam lhe contou, não passou há dezessete anos ou dezoito.

―Não? – Kells o interrogou hesitando um pouco.

―Não. - suspirou e continuou se preparando para a reação que receberia - Isso fora há aproximadamente trezentos anos.

Ren ficou em silêncio, deixando somente o som do vento. Sentira as mãos de Kelsey apertarem as suas e imaginara que talvez ela estivesse com medo.

―I-isso é verdade? – Kells falou engolindo seco.

―Sim. Por favor, não fique com medo.

―Mas... Você e Kishan e o Sr. Kadam... Isso. Não estou entendendo.

―Calma... É verdade, mas eu não quero que você fique com medo. Eu lhe contei por que pensei que era necessário e se isso for ajudar... – ele pausou – Por favor, não fique com medo.

―Não estou com medo – Kelsey respondeu pensando que Ren tinha talvez trezentos anos.

Ela não conseguia imaginar ele, jovem e com boa aparência, com 300 anos. Será que é verdade? Pensou. Se fosse teria que se acostumar com a ideia. Entretanto, não parecia que seu subconsciente, aquela parte racional que se acostumara a viver como uma pessoa normal, estava gostando da história. Um sentimento de revolta surgiu em seu coração e imaginara o tão difícil deveria ter sido para Ren viver todos esses anos com o tigre em forma de martírio.

―Eu não estou com medo – reafirmou a frase em um sussurro para si mesma.

Ren esperava qualquer reação de Kells menos aquela. Percebera o tanto que a jovem era forte e que realmente estava decida a ajudá-lo. Sorriu para ela e em um impulso a abraçou. Sentiu o cheiro dos cabelos dela e o seu se acalmar. Kelsey, não entedia aquela situação: em um momento estava na frente de Dhiren e agora em seus braços.

―Obrigado por entender – ele disse em murmuro no ouvido dela – Quis te trazer aqui, por que acho que é o lugar mais aconchegante que já entrei.

Ren falou e a soltou sentando, novamente, em sua frente. Kelsey lembrou-se de Ambre no momento. Ela não sabia como falaria para ele sobre a garota, se diria somente sobre a mesma ter falado que faria algo ruim para Tifany ou se comentaria, também, que o machucado que havia no canto da sua boca não era por causa de uma queda.

―Ren, eu queria...

―Espere vou pegar algo para você comer.

Dhiren a interrompeu, fora até a cozinha e pegou biscoitos típicos da Índia que pedira para um de seus empregados trazer para o chalé. Era uma comida que sua mãe gostava de fazer quando não tinha cozinheira no castelo; claro que ninguém mais além de Kishan e ele sabia que ela usava a cozinha. Ren levou a bandeja com os biscoitos e colocou em uma mesinha de centro que havia próximo à Kells. Ela olhou para eles pensando o que seria aquilo, já que nunca vira algo igual.

―É um dos biscoitos típicos do meu reino. Minha mãe vendeu essa receita para várias partes da Índia e ela acabou se tornando típica. Experimente! – Dhiren exclamou entregando um na mão da garota.

―Obrigada – Kelsey respondeu pegando e levando até a boca.

O gosto era diferente: começava adocicado, entretanto logo, sentia se a pimenta e quando engolia ficava a sensação de que colocara ervas com caramelo na boca. Kells comeu o primeiro e gostou, não sabia explicar o tanto que aquilo era gostoso. Ren analisava sua expressão de surpresa a cada mordida e sorriu por perceber que ela havia gostado.

―Bom? – perguntou para ela.

―Sim. Sua mãe era uma ótima cozinheira para criar algo tão bom assim.

―Ela era – Ren pausou e lembrou se que Kelsey queria falar algo –. O que queria dizer antes de eu pegar os biscoitos?

―Bem – respondeu tentando não ser mal educada por estar mastigando -, é que Ambre...

―Ambre? – interrogou confuso.

―A Ambre disse para mim, que se eu não me afastar de você ela vai machucar a Tifany – falou em um tom baixo.

―Como assim? Ela falou isso, por quê? – a voz de Ren sinalizava que ele começara a ficar nervoso.

―Você sabe... Ela disse que te ama.

Ficaram em silêncio, Ren levantara do sofá e andava de um lado para o outro. Pensava no que faria nessa situação, para ele Ambre era só uma garota mimada que quis se aproveitar do seu dinheiro. Não sentia algo por ela, pois seu coração amava outra pessoa e tinha como meta fazer essa feliz. O que faria? Pensou.

―Kells, ela não te falou mais nada? – Kelsey negou omitindo alguns fatos – Amanhã conversarei com ela. Quem Ambre pensa que é para falar assim com você?

―Ren, por favor, não brigue com ela. Ela não sabe como ou qual é a nossa relação – sua bochecha ruborizou –. Somos amigos. Acredito que está enganada, por que te ama.

―Quem ama não faz isso. E... – ele chegou próximo a ela e se ajoelhou em sua frente – Desculpe- me, se eu soubesse que isso aconteceria não teria me aproximado tanto. Eu só... Quero que me ajude e seja minha amiga para que possamos fazer isso o mais rápido possível.

―E-eu sei – respondeu.

Novamente o silêncio pairou sobre o chalé, Ren ficou olhando para Kells. Não sabia por que, mas ela estava com uma áurea diferente. Parecia mais alegre e corajosa. Não era a primeira vez que percebera isso; quando fora a buscar em casa para trazê-la para o bosque, sentiu que tinha a mesma energia em sua volta.

Aquela energia conseguiu de alguma forma prender o seu olhar no dela e fazer com que ele se sentisse da mesma forma. Era como se Kells fosse agora, também, uma ponte para a felicidade, que tanto procurara nesses anos.

―Tenho que te levar para casa – ele falou desviando o olhar quando percebera que a estava encarando.

―É verdade – Kelsey respondeu abaixando o rosto e saindo de seus devaneios, que acontecia toda vez que o observava.

―Tenho pouco tempo como humano agora... Então terei que levá-la como tigre.

Ouviram o barulho da labareda e se encararam novamente, o clima no chalé estava quente e úmido. Porém, era aconchegante e misterioso por causa da pouca luz que ali incendiava. Dhiren sentia cada vez mais a vontade de ficar com Kells por mais tempo. Era como se agora dependesse dela para que pudesse viver no futuro.

Os olhos da garota eram um caramelo intenso e o cabelo cheirava a pêssego, esse aroma trazia recordações boas de sua memória. Ren movera suas mãos, agilmente, para o rosto de Kelsey, tocou-lhe a pele e notou que era macia. Escorregou o dedos levemente para o cabelo dela e percebera que eram sedosos. Sua respiração fez uma pausa e começou a aproximar sua face à dela.

Kells fechara os olhos. Em sua mente mil coisas se passavam. Não estava entendo aquele momento... Aquela aproximação tão intensa de Ren. Ele repetiu o seu gesto e também fechara os olhos, cada vez mais se aproximando dela. Um toque suave nos lábios dela deixou uma explosão de sentimentos contagiarem seu coração.

Dhiren apertara suavemente o rosto de Kelsey. Sentira os lábios da garota pressionados aos seus e percebera que eram tão doces como néctar e de uma textura aveludada. Sua pulsação aumentou e pela primeira vez experimentava um sentimento tão puro e bom.


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Notas finais do capítulo

E ai? O que acharam? Como foi? kkkkk Comentem, pois estou com muita saudade de vocês. ^^