Distração escrita por Caroline


Capítulo 1
Capítulo 1




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Os vários relatórios que eu tinha para preencher empilhavam-se na minha frente, minha caneca estava novamente vazia e meu corpo doía miseravelmente. Não queria ter que me levantar novamente para buscar café, mas também não queria continuar a dar atenção ao monte de papel a minha frente.

Eu odiava turnos onde não havia trabalho em campo e a única coisa que restava era fazer toda a papelada atrasada. O que eu não daria para estar junto com Greg e Nick que por essa hora deveriam estar olhando para um cadáver.

Recostei na cadeira e deixei meu corpo relaxar, daria uma pausa antes que rasgasse aqueles papéis com o dente. Era enlouquecer ver tantas palavras e escrever tantas informações por horas. Massageava a minha têmpora para evitar a futura dor de cabeça que tentava se infiltrar em meu cérebro quando ouvi o som de saltos com o chão tornar-se cada vez mais próximo.

O barulho era extremamente irritante, o que só piorava o fato d’eu estar com um começo de dor de cabeça, mas sabia o que aquele som queria dizer. Dizia que eu estava preste a ter a presença de Catherine naquela pequena sala silenciosa. E isso foi confirmado assim que ela entrou na sala e seu perfume tomou conta do ambiente.

O barulho já não me importava. Em meus lábios um sorriso já começava a se formar devido às imagens da loira que passava em minha mente.

- Quer um pouco de café? – Sua voz me retirou de meus pensamentos e pela primeira vez naquela noite eu encontrei os olhos azuis da loira.

- Claro, era o que eu mais estava desejando neste momento. – Minha voz saiu rouca e falha, com certeza graças ao tempo que fiquei ali sem ter com quem falar.

Peguei minha caneca e fui em direção à loira, senti meus músculos protestarem assim que levantei. Meu corpo toda estava rígido devido às várias horas sentadas de forma inadequada.

- Papelada, hum? Parece que alguém não está tendo uma boa noite. – Disse enchendo minha caneca com o liquido preto, com certeza já devia estar frio. Soltei um suspiro pesado, realmente minha noite não estava tendo nada de boa.

- Parece que a sorte resolveu me evitar e me deixou alguns papéis como lembrete. – Pude ver um sorriso se formar em seus lábios, ela estava de bom humor. Seus olhos azuis davam ênfase nessa minha nova descoberta.

Permite-me dar uma olhada mais demorada em Catherine. Ela usava uma calça social preta colada em suas coxas e uma camiseta branca de malha um pouco mais folgada. Estava simples, mais um sinal de seu bom humor.

- Você está horrível, deveria ir ao banheiro jogar uma água no rosto! – Um sorriso voltou a brincar por seus lábios, mas dessa vez o sorriso estampava a malicia que continha em sua voz.

Não tive tempo de responde, a loira já havia deixado sua caneca em cima do balcão e com fluidez chegou à porta. Fiquei parada no mesmo lugar, acompanhado-a apenas com os olhos. Foi quando vi a loira entrar no banheiro feminino, mas não sem aténs olhar para trás e novamente mostrar o sorriso malicioso de antes.

E assim desapareceu no mesmo instante que a porta se fechou.

Deixei minha caneca de lado também, o café já não me importava mais. Muito menos os relatórios que agora estavam abandonados sobre a mesa. Saí a passos largos da sala em direção ao banheiro. Catherine tinha razão, eu realmente precisava jogar uma água no rosto.

Passei pelo corredor sem me importar se estava recebendo olhares curiosos por estar indo com tanta pressa ao banheiro. Quando, finalmente, cheguei à porta soltei um suspiro e girei a maçaneta. Abri a porta devagar, tentando localizar a loira que entrara ali minutos antes.

Quando já estava com metade do meu corpo dentro do banheiro vi a mulher que tantos meus olhos procuravam naquele local, estava encostada na pia e a cabeça jogada para trás.

- Rápida dessa vez. – Sua voz não foi mais do que um sussurro, um convite para que eu entrasse de uma vez naquele recinto.

E foi o que eu fiz, trancando a porta logo a seguir. Não queria que ninguém atrapalhasse.

- Burocracia nunca me chamou a atenção. – Eu ainda continuava parada perto da porta, meus olhos percorriam novamente o corpo da loira.

- Hum. Resolveu aceitar meu conselho? – E novamente aquele sorriso malicioso brincava por seus lábios.

Resolvi abandonar o meu lugar e me aproximar de Catherine. Seus olhos azuis agora me analisavam, podia notar o desejo brilhando naquela imensidão azul. Seu corpo ainda continuava escorado na pia, a qual era o meu novo destino agora. Mas não tive tempo de continuar com a minha lenta e pequena caminhada.

Senti uma mão puxando-me pela gola da camiseta e logo jogar meu corpo contra a gélida parede de azulejos brancos. Meu corpo se arrepiou ao sentir a temperatura dos azulejos contra o meu corpo quente, mas logo que o corpo de Catherine encostou ao meu e um novo arrepio tomou conta de meu corpo. Mas desta vez o motivo era o contato físico entre o meu corpo e o da loira.

Pude sentir seu hálito quente em meu pescoço enquanto sua boca se aproximava de meu ouvido. Suas mãos passavam por minha cintura e uma de suas pernas já se encontrava entre as minhas. Era sempre sim, Catherine tentando tomar o controle e eu lutando para não deixá-la conquistá-lo.

Minhas mãos, que até o momento estavam coladas na parede, passaram avidamente pela tão conhecida cintura fina de Catherine. Puxei-a ainda mais para mim, como se fosse possível que o contato de nossos corpos aumentasse. Minha boca percorreu cada pedaço de seu pescoço exposto e não precisei de muito para vê-la abaixar a guarda.

Eu tinha certeza que seria por pouco tempo.

Com minhas mãos ainda em sua cintura puxei-a para cima fazendo com que suas pernas se entrelaçassem em minha cintura e a levei até a pia. Coloquei-a sobre o mármore e voltei a dar atenção para o seu pescoço, percebendo que já havia marcas se formando devido aos beijos anteriores.

Senti suas mãos tentarem desabotoar minha camiseta, mas não estava obtendo muito sucesso. Retirei minhas mãos de sua cintura e terminei os botões que ainda havia. Não tive o trabalho de retirar a camiseta de Catherine, pois ela já se encontrava no chão no mesmo instante que a minha encontrou o piso.

Minhas mãos já não tinha mais interesse na sua cintura, agora davam toda a atenção para os seios comprimidos por um sutiã preto de renda. Ao meu toque pude ouvir um gemido escapar por entre os lábios de Catherine que tinha a cabeça escorada na parede e os olhos fechados. Minha boca, finalmente, encontrou a dela em um beijo intenso. Sua boca tinha o gosto de café misturado com o sabor de bala de menta, tão gostoso.

Senti suas mãos passearem por minhas costas, suas unhas deixando marcas que mais tarde arderia como o inferno. Mas eu não me importava nenhum pouco com isso.

Minha boca desceu para seu pescoço novamente, mas ali não ficou por muito tempo. Resolvi dar atenção aos seios que agora apareciam sem o sutiã, a peça agora era mais uma entre as outras que estavam no chão.

Catherine já estava desabotoando minha calça quando ouvimos a tentativa falha de alguém tentar entrar no banheiro. Vi os olhos da loira se abrirem e me encararem com o mesmo sorriso que me lançava desde a sala de descanso. Ela se livrou de meus braços e saiu da pia onde estava sentada, recolhendo sua roupa do chão.

A pessoa ainda insistia em tentar abrir a porta, agora dava fortes batidas e pedia que fosse aberta.

- Já abro, estou terminando de me arrumar. – Catherine já estava colocando a camiseta quando falou com a nossa estraga prazeres. – Sara, se vista e entre em alguma cabine.

Soltei um alto e longo suspiro, estava frustrada. Peguei minha camiseta e fui em direção à última cabine, entrei fechando a porta, mas não sem antes dar uma olhada para a loira que arrumava o cabelo enfrente ao espelho.

Logo após ter fechado a porta pude ouvir a porta sendo destrancada e alguém entrando a passos largos no banheiro.

- Até que fim! Eu estou morrendo de vontade de ir ao banheiro, não sei se aguentaria mais um pouco. – Eu reconhecia a voz. Era a Wendy, a moça nova do laboratório de DNA.

- Desculpe-me, é que tive um problema com o fecho do sutiã, então me assegurei de fechar a porta para que ninguém me pegasse quase que nua. – Dava para ver um sorriso simpático desenhado nos lábios de Catherine apenas com o tom de voz que ela usara.

- Sem problemas, agora me dê licença. – Escutei a porta da cabine ao lado se fechar igualmente a do banheiro.

Quando sai do banheiro olhei para os lados, queria ver onde Catherine se encontrava, mas não a encontrei. Deveria estar em seu escritório. Notei que ninguém havia percebi aquela movimentação, talvez nem tenha percebido que eu estava no banheiro.

Estava caminhando em direção à sala de descanso para terminar os meus relatórios quando o meu celular apitou. Uma nova mensagem. O retirei de meu bolso e vi o nome do meu remetente no visor. Era Catherine.

Terminamos isso em casa.

                     Te amo!”

Abri um sorriso ao ler a mensagem e voltei para os meus relatórios de bom humor e com mais pressa ainda para acabar com eles. Eu havia adorado aquela pequena distração. 


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