A Night Of Ice And Fire escrita por Sereny Kyle


Capítulo 1
one-shot


Notas iniciais do capítulo

Ufa! Ainda bem que eu consegui!
Essa daqui é dedicada a Marie, que me pediu uma fic desse casal tão lindo!
Eu tenho plano de essa ser parte de uma trilogia... Então esperem por mais duas só pra eles, ok?
espero que gostem e comentem
boa leitura
Sereny Kyle



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            Era uma noite de lua cheia, uma lua tão brilhante quanto nenhuma pessoa viva tinha visto nos Sete Reinos, parecia uma noite mágica, uma noite capaz de fazer ressurgir os dragões, de trazer de volta a magia que tinha há muito sido perdida nas canções e nas histórias da Velha Ama.

            A jovem Lyanna Stark olhava estarrecida para o céu repleto de estrelas, como se também tivesse se enfeitado para comemorar o que todos estavam chamando de Enfim Primavera, cheia de brilhantes e jóias em sua pálida face lunar, pronta para conquistar o príncipe do fogo, Sol, logo que o dia começasse a nascer e a hora do lobo se encontrasse no salão para dançar com a aurora.

            O enorme castelo de Harrenhal estava silencioso em seu ressonar profundo, todos os campeões se preparando para um novo dia de torneio, logo que todos terminassem seu desjejum. Mas a donzela permanecia desperta, apesar do avanço da noite, sem conseguir ficar deitada em sua cama. Estaria lastimável quando amanhecesse.

            Ela tinha ido com seus três irmãos ao torneio, mas seu pai permanecera em Winterfell. Sempre precisa ter um Stark em Winterfell e Lorde Rickard já não se sentia mais disposto a assistir torneios como os mais novos são. Apesar de também não gostar muito da violência desses torneios, Lyanna fizera questão de comparecer a Harrenhal naquelas festividades. Por três motivos.

            O primeiro deles era para comemorar a chegada da Primavera. Depois de longos e rigorosos Invernos, os Sete Reinos finalmente conheceriam a temporada de paz e tranquilidade, de festas e bailes intermináveis, de frutas e flores com cores desconhecidas e de romance, muito romance!

            Seu segundo motivo não era um motivo tão forte para levá-la a lugar algum, mas ela precisava pensar nele como um motivo e precisava ainda mais dizê-lo em voz alta: Robert Baratheon. Ela estava prometida em casamento para o herdeiro da família Baratheon e seria correto de sua parte lhe dizer que estava ali para assisti-lo lutar, para oferecer-lhe seu favor para que ele usasse durante as justas e fosse sura sorte.

            Mas Robert Baratheon não era um homem que agradecesse pela sorte de outra pessoa ou acreditasse que suas vitórias fossem resultado de qualquer coisa que não fosse seu próprio esforço e seu próprio talento para a violência... Ele até tentara lhe sorrir e dizer algo agradável, porque realmente parecia gostar dela, mas estava tão ansioso para bater e machucar alguém, que ela não entendera o que ele dissera, antes de correr para as arenas, onde o Rei Aerys fazia um discurso ainda mais incompreensível para declarar abertas as festividades.

            O terceiro motivo da garota era o mesmo de muitas outras para estarem ali: todas ali desejavam ser coroadas como rainha da beleza pelo vencedor! Robert era com certeza um dos que tinha mais chance de vencer e ele a coroaria rainha da beleza como sua noiva, nesse caso, mas Lyanna não conseguia gostar dessa ideia, por mais que tentasse... Robert Baratheon não era e muito provavelmente nunca seria um homem que ela conseguiria amar de todo coração.

            Ela sabia que era seu dever aceitar o casamento que seu pai lhe arranjara e ser grata por ser noiva do Lorde de Ponta Tempestade e não um maldito e nojento Frey... Ela sabia que a vida não era nenhuma canção de Jonquil, mas, mesmo assim, era difícil não sonhar com um gentil cavaleiro que lhe cantaria e lhe traria flores... Com alguém que fosse doce e carinhoso e por quem ela fosse perdidamente apaixonada... E esse alguém jamais seria Robert...

            Era com aquele desejo em seu coração, com aquele sonho de menina, que Lyanna encarava a lua e as estrelas, pedindo desesperadamente a cada ponto brilhante no céu pra que acontecesse algo novo e surpreendente em sua vida sempre previsível.

            Como num sonho, a garota ouviu o som de uma música triste, bem baixinha, como se viesse de uma fantasia etérea e desconhecida... Lyanna puxou seu robe e jogou-o por sobre seus ombros, seus pés caminharam sem precisarem de ordem e saíram de seu quarto, fazendo o mínimo de barulho possível ao abrir e fechar a porta, para não acordar nenhum dos irmãos, que estavam nos quartos ao lado do seu.

            Do lado de fora do quarto, a música ficava um pouco mais alta, mas não o suficiente para deixar o ambiente mais real... A garota caminhava como se seus pés não tocassem no chão e ela levitasse sobre uma nuvem, como em um sonho místico...

            Sendo guiada por seus ouvidos, atrás da origem daquela música misteriosa, Lyanna via diante de si um castelo banhado pela luz pálida da lua, tão diferente do que era de dia que ela sentia como se estivesse em outro lugar, o coração aos pulos e as mãos geladas de ansiedade.

            Ela encontrou o som vindo de um dos pequenos salões térreos e, dentro dele, estava o príncipe dragão, tocando sua harpa para a enorme lua no céu que também a encantava da vista de seu quarto, momentos antes.

            A melodia que ele tocava trazia lágrimas aos seus olhos, ela era capaz de sentir toda aquela dor, todo aquele sofrimento que ele tão lindamente conseguia expressar com suas notas! A garota manteve-se em completo silêncio, para que ela pudesse ouvi-lo tocar só mais um pouquinho, antes de retornar pelas sombras para seu quarto, sem que sua presença fosse notada, mas o som da harpa parou quase que instantaneamente e o belo rapaz de longos cabelos loiros se virou para onde ela estava, fazendo um rubor acentuado tomar-lhe as faces femininas.

            - Mil perdões, meu príncipe! – a garota fez uma profunda reverência, mantendo-se ali com muito custo. Seu maior desejo era fugir correndo de volta para o Norte de tanta vergonha. – Eu não queria interrompê-lo.

            - Não precisa pedir perdão, milady! – Rhaegar se levantou, sorrindo e caminhou na direção dela. – Não estava conseguindo dormir e tocar é a única coisa que consegue me acalmar... Eu estava tocando muito alto, milady? – ele soou preocupado. – Por acaso, a acordei?

            - Não – ela abaixou o rosto, sentindo-se ainda mais corada com a proximidade do príncipe. – Eu também não estava conseguindo dormir, Vossa Graça!

            - Está uma noite bonita demais para se dormir – ele disse, sedutoramente. – Mas parece que ninguém, mas concorda comigo – e gargalhou baixinho, timidamente. – Lady Stark, por acaso, concorda?

            - Está mesmo uma noite muito bonita para fecharmos os olhos a ela... – Lyanna respondeu, suspirando e um sorriso tornou a se abrir minimamente, quase imperceptível, no rosto sempre triste do príncipe.

            - Esta é sem dúvida uma noite única! Será que estamos certos em acreditar que é uma noite de Primavera, milady? – ele tomou-lhe a mão gentilmente entre as suas, fazendo-a arfar.

            - O Inverno não tem noites assim tão bonitas...

            - Tem razão – ele se sentou perto dela, os dois diante da grande janela do salão. Um longo silêncio caiu sobre eles.

            - Meu príncipe? – ela chamou, fazendo-o encará-la. – Aquela música que estava tocando... Qual era?

            - É uma... Uma composição minha... – ele respondeu, parecendo encabulado.

            - É muito bonita, meu príncipe! – ela elogiou, cheia de admiração. – Tão bonita e tão triste! Senti meu coração se despedaçando em mil partes...

            - É como eu me sinto também, milady – ele segurou a pequenina mão da moça e levou aos seus lábios.

            Lyanna sentiu seu coração martelando forte no peito enquanto tinha aqueles belos orbes índigos fixos nos seus, faltando-lhe ar nos pulmões.

            - É uma dama sem igual, se me permite dizer, Lady Lyanna – ele disse, sedutoramente.

            - Muito obrigada, meu príncipe! – ela respondeu encabulada e ele tornou a beijar sua mão, com um sorriso triste no rosto que fez com que a garota sentisse em seu coração a mesma dor que sentira ao ouvir a doce melodia que ele tocava. Sem pensar no que estava fazendo, Lyanna tocou o rosto de Rhaegar, carinhosamente, surpreendendo os dois. – Meu príncipe sempre me parece tão triste...

            - É o que me dizem... – ele suspirou, segurando a pequena mão em seu rosto.

            - Por que, meu príncipe? Tem alguma coisa que o preocupa?

            - Eu sinto meu coração sempre tão pesado, milady... É como se faltasse um pedaço de mim... E eu não fosse capaz de encontrar... – ele beijou a palma da mão em seu rosto e Lyanna se surpreendeu, tentando afastar-se dele como se tivesse levado um choque, mas sendo impedida. – Por favor, não se afaste...

            - Meu príncipe...?

            - Eu nunca senti tanto carinho em um toque, em um olhar, como sinto vindo de você... Por favor, não tire isso de mim...

            - Mas... Vossa Graça... – Lyanna pareceu perturbada. – Alguém pode chegar até aqui e nos ver... Sua esposa não gostaria...

            - Elia? – ele sorriu de forma ainda mais triste. – Elia não é do tipo ciumenta, Lady Lyanna! – o príncipe tornou a levar a pequena mão atada a sua até seus lábios e beijou-a morosamente, diversas vezes.

            - Robert é um grande amigo da família, meu príncipe – ela titubeou, piscando atônita.

            - Robert é um troglodita que só gosta de sangue e vinho! Ele se sentiria ofendido se a visse tocando meu rosto? E você não? Você não fica ofendida com o que ele lhe faz? – o olhar acinzentado do príncipe, sempre tão triste, se tornou frio e amargo.

            Lyanna abaixou os olhos, sem conseguir encará-lo mais. Ela não lhe perguntaria sobre o que ele estava falando, porque não era nenhuma sonsa. Era sabido que nenhum dos gostos de Robert era mais acentuado do que o por mulheres esquentando sua cama todas as noites. Provavelmente, estava com uma naquele mesmo instante. Talvez duas.

            - Acha que ele vai mudar depois de casado?

            - Não – Lyanna respondeu, ainda sem olhá-lo.

            - E você o ama? – ela prendeu a respiração e olhou para ele, assustada. Ninguém nunca tinha lhe perguntado tão diretamente sobre o que sentia por Robert, nem mesmo sua mãe ou seu irmão Eddard, que era melhor amigo de seu noivo. Rhaegar enxergou a verdade pelos olhos dela, em seu silêncio e sorriu minimamente. – Perdoe-me, foi descortês lhe perguntar isso, milady!

            - Não foi descortês, meu Príncipe... – ela tentou consertar. – Eu... – mas não foi capaz de completar a frase e escondeu o rosto nas mãos.

            - Por favor, milady, perdoe-me! – ele lhe segurou as duas mãos e beijou-as, fazendo com que o coração da donzela fraquejasse. – Robert não a merece! Você, mais do que todas, merece um homem que a valorize, que a respeite, que a idolatre! É a mulher mais bonita entre os Sete Reinos!

            - É muito gentil de sua parte, Vossa Graça, mas há mulheres mais bonitas do que eu...

            - Eu discordo! Não há nada que seja mais perfeito do que seu adorado rosto pálido, com as maçãs e lábios rosados, emoldurado por seus cabelos negros caindo-lhe aos ombros!

            - Muitos homens acreditam que Cersei Lannister é a mulher mais bela do reino – ela rebateu.

            - É parecida demais com o irmão para que eu concorde com isso... E, tem de admitir, a visão de um Jaime Lannister, vestido de sedas carmins e jóias... – sua expressão de repulsa dispensou o final da frase e fez Lyanna gargalhar o mais baixo que conseguiu. – Tem o sorriso mais bonito de todos, Lyanna! Nunca acredite se lhe disserem o contrário! Eu faria uma canção apenas para o seu sorriso! – ela sentiu as faces queimarem.

            - Meu príncipe... – ela sussurrou, lisonjeada, mas seu sorriso logo se apagou e ela tentou tirar suas mãos das dele. – Vossa Graça devia fazer canções para a princesa Elia, que é sua esposa e não para cortejar as noivas de outros!

            - Sabe que é a única mulher no reino que me responderia isso? – ele perguntou, mas ela percebeu que seu tom de voz não era metido ou vaidoso, como outros homens em sua posição, com todas as mulheres do reino se arrastando aos seus pés, ansiosas por qualquer parte do príncipe que pudessem ter, fosse por uma noite, fosse pela possibilidade de carregar um bastardo real em seus ventres, soariam, como Robert com certeza soaria.

            - Talvez, eu seja tola! – ela respondeu, tentando não se perder novamente naquele profundo olhar que ele tinha, sentindo-se fraca.

            - Eu jamais a consideraria tola, Lyanna! Sua maior virtude é sua inteligência e perspicácia, milady! É honrada como é esperado dos Stark, e eu não considero honra uma tolice! Acredito ser eu muito mais tolo do que a senhorita!

            - Meu príncipe, eu devo retornar ao meu quarto... Já avancei muito pela hora do lobo, fora da cama, nesse meu passeio noturno...

            - Eu sempre gostei muito da hora dos lobos – ele pareceu ignorar a intenção dela de abandoná-lo. – Agora ela tem um significado todo diferente e novo pra mim e a amo ainda mais...

            - Meu príncipe... Eu... Realmente deveria... – Lyanna se ergueu, lutando com todas as suas forças para se decidir a fazer o certo.

            Rhaegar também se levantou e puxou a cintura dela, quando a garota escorregou suas pequeninas mãos de dentro das dele para se afastar e correr. Com aquela proximidade, a decisão fugiu da cabeça dela e a garota se sentiu arfante.

            - Eu não posso deixá-la ir... – o príncipe segurou o pequeno rosto da garota com uma das mãos, sem tirar a outra da cintura dela para impedi-la de se afastar e correr.

            - Nós dois temos de fazer o que é certo! – ela tentou argumentar, olhando desesperada para a saída, voltando a encarar o príncipe, que a olhava com uma intensidade tão apaixonada que ela fechou os olhos para tentar resistir.

            - A minha vida toda, eu só fiz o que era certo! O que era esperado de mim! – ele respondeu, parecendo exausto. – Eu não quero mais essa vida pra mim! Fazer só o que é certo não é o que me faz feliz e se não nos faz feliz, por que devíamos aceitar uma coisa dessas?

            - Porque você é casado! Você tem dois filhos! E eu sou noiva!

            - Do maior idiota do reino! – ele respondeu, parecendo verdadeiramente revoltado, como nunca antes. – Do homem que menos a merece!

            - Mas acho que merece mais do que um homem que é casado, Rhaegar! – ela respondeu, exasperada.

            - Meu casamento foi só mais uma das coisas certas que eu fui obrigado a fazer...

            - Isso não muda nada pra mim! Você e Elia são casados, sendo certo ou errado! E ela não merece isso!

            - Meu casamento com Elia é completamente diferente...

            - Não me interessa!

            - Deveria interessar! Escute, Elia e eu não somos apaixonados um pelo outro... Nós dois fomos obrigados a fazer o que era o certo para o reino, mas tudo o que eu sinto por ela é uma profunda amizade e é o mesmo que ela sente por mim também! Ela sabe... – ele inspirou profundamente, encarando os olhos acinzentados que o olhavam com fúria, tomando coragem para contar toda a verdade. – Ela sabe sobre o que eu sinto por você, Lyanna!

            A garota encarou-o, surpresa.

            - Desde o primeiro momento em que a vi, quando foi com seu pai até Pedra do Dragão, na noite em que dançamos... Você foi a mulher mais maravilhosa que eu já conheci e eu me apaixonei perdidamente por você...

            - Mas você se casou com Elia depois disso!

            - Você sabe como meu pai é! De todos os defeitos e qualidades que ainda não se perderam dentro de sua loucura... Zelar pela minha felicidade e vontade não é uma das prioridades dele! Lyanna, ele veio até Harrenhal porque acreditou que não haveria torneio nenhum e eu só estava tramando para tirá-lo do poder e subir ao trono! Eu! Seu próprio filho!

            - Nada é simples como desejamos... Seu pai lhe fez planos que não podia contornar, assim como o meu fez pra mim... Você se casou com Elia e eu me casarei com Robert. Não há nada que possamos mudar em nossos destinos! Por isso, deixe-me ir para o meu quarto e...

            Ele impediu-a de terminar a frase, colando os lábios dos dois num beijo, cheio de paixão. Lyanna foi pega de surpresa e por vários instantes ficou imóvel, sem conseguir se lembrar nem de como respirar. Os lábios do príncipe comprimiam-se contra os seus de maneira morosa e carinhosa e a garota sentia como se o tempo tivesse parado completamente e nada mais existisse, só os dois.

            Lentamente, ela passou seus braços pelos ombros dele, fechando suas mãos na cascata prateada que caia pelas costas do rapaz, retribuindo ao beijo, deixando transbordar dentro de si todo o sentimento reprimido e se permitindo imergir naquele sonho, sem se preocupar se acabaria se afogando...

            O corpo de Rhaegar era quente, sua pele branca, macia e perfumada tinha a temperatura descrita por fantasias do que se esperava do sangue do dragão. E o sangue do dragão fervia naquele exato momento em suas veias, cheio de paixão e desejo...

            Lyanna sentiu suas costas tocarem a parede fria de pedra, com surpresa, ela nem tinha notado quando os dois tinham se movido, e, por breves momentos, ela pode puxar ar com a boca, antes dos dois voltassem a aproximar seus rostos e se fundissem num só.

            Qualquer resistência que ela sentira no início, não tinha mais força alguma para convencê-la a terminar com aquilo e fugir de volta para seu quarto, fingir que nunca tinha acontecido... Era o certo, ela sabia que era, mas ela já não desejava mais fazer o que era certo, exatamente como ele dissera, se o que ela queria era se queimar naquele fogo inextinguível de dragão de verdade, não importava as consequências...

            O príncipe, que era sempre tão comedido, mostrava-se ansioso naquele momento, enlevado pela paixão, pelo sentimento de possuir aquele fruto proibido em suas mãos, diferente da imagem que sempre passara, Rhaegar estava entusiasmado com aquele beijo escondido, com aquele romance intempestivo... A vontade dos dois estava inflamada e não havia mais o que os impedisse...

            - Rhaegar... – Lyanna suspirou, prendendo os fios de cabelos compridos entre seus dedos, quando o príncipe passou a beijar-lhe o pescoço.

            - Foge comigo? – ele propôs, num sussurro, entorpecido pelo sentimento. – Vamos embora? Sem olhar pra trás?

            - E seus filhos? Sua esposa? – ela questionou, entristecida. – Não pode abandoná-los!

            - Mas eu amo você! Eu quero ficar com você!

            A garota segurou o bonito rosto de seu amado entre suas mãos e tornou a beijar-lhe os lábios.

            - Eu também amo você! Tudo o que eu queria era poder ficar com você! E nunca mais sair do seu lado! Mas... Eu não quero... Ser responsável pelo fato de seus filhos crescerem longe de você! E Elia também não merece isso!

            - Eu não quero viver sem você, Lyanna! Não posso permitir que se case com Robert!

            - Só se eu... – ela pensou antes no que ia dizer, tentando encontrar uma solução para os dois. – Eu faria qualquer coisa pra não ter de me casar com Robert... Seria sua amante... Só tenho medo do que isso causaria ao meu pai... Não quero que ele me odeie ou morra de desgosto...

            - Eu seqüestraria você – ele disse, num súbito lapso. – Seu pai odiaria a mim! Eu seria o vilão da história... Já esperam que eu me torne louco, tão louco quanto meu próprio pai. Depois, chamaria seu pai e lhe explicaria meus termos, diria que você nunca mais poderia sair ou se afastar de mim, mas seria bem cuidada e ele e seus irmãos poderiam sempre ir visitá-la...

            - Acha que dará certo?

            - Não... Mas é nossa única chance! Quando terminar o torneio, nós dois vamos fugir para Pedra do Dragão antes que seus irmãos percebam! Eu vencerei esse torneio, coroarei você Rainha da Beleza e ficaremos juntos de uma vez por todas!

            - Eu estou com medo... – ela se apertou nos braços dele, sendo abraçada, protetoramente.

            - Você não precisa temer, meu amor! Eu vou protegê-la de tudo!

            - Tenho medo de como meus irmãos reagirão a isso que planejamos... Como Robert reagirá...

            - Eu lido com Robert! Eu estou conscientemente roubando a mulher dele e terei de enfrentar as consequências de meus atos. Prometo que evitarei o quanto puder um confronto direto! Tem minha palavra!

            Os dois selaram os lábios apaixonadamente e ficaram em silêncio. Faltavam poucas horas agora para o dia amanhecer... Eles caminharam de mãos dadas pelos corredores sonolentos, sem fazer barulho, fazendo o caminho de volta para seus quartos. Chegaram primeiro à porta do quarto da garota e ela o abriu quase sem produzir som.

            - Queria ficar mais com você – ela confessor, num sussurrou e ele sorriu.

            - Em breve, ficaremos juntos! Para sempre!

            - Para sempre, meu querido – ela sorriu e beijou-lhe os lábios. – Como numa canção!


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Notas finais do capítulo

mereço reviews???