Jogos Vorazes, 1° Edição. escrita por Yukine


Capítulo 8
Treinamento.


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora para postar, estou atarefado com coisas da escola e não estou tendo tempo para escrever, mas juro postar sempre que puder :)



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– Não se mete, otário. A briga é entre eu e o verdinho aqui – diz Paul enquanto tenta soltar-se das mãos de Victor

– Por que não deixam para se matar na arena? Ou se quiserem, posso fazer isto.

– Tá bom, já chega. Vamos embora Gus! – Milene agarra meu braço e me puxa junto a ela, então saímos da sala e vamos de encontro a Lea sem terminar de ver as outras entrevistas. A noite agora é fria e enquanto voltamos para nossos quartos no Hotel, Lea resmunga

– Você realmente me dá trabalho, mocinho. O que aconteceria se um dos guardas pegasse vocês dois brigando em pleno corredor? Vocês estariam encrencados e eu mais ainda. Nunca mais repita isto, entendido?

– Certo, me desculpe.

– Então subam até o quarto de vocês, tomem um banho e jantem. Quero vocês prontos as vinte e duas horas na sala de estar para vermos a entrevista juntos.

Depois de ter feito o que Lea pediu, Milene e eu nos encontramos na sala de estar. Lá estão os irmãos L, o meu cabeleireiro e outros assistentes de Lee, todos sentados nos aguardando. Acomodo-me ao lado de um dos preparadores, um homem de olhos azuis piscina e cabelos cinzentos que me oferece pipoca, mas recuso.

A entrevista começa a reprisar. A primeira novamente é a minha e só então noto o qual ridículo que eu fui. Ao passar a cena em que respondo Killey noto o rosto de Milene. Está rindo, como sempre faz a me ver se dando mal. Ninguém comenta nada sobre o que fiz, o que é realmente estranho, mas se eles não tocaram no assunto, eu é que não irei fazer isto. Milene aparece depois de mim, e ela é realmente uma ótima atriz, até eu ficaria convencido de que ela estava falando a verdade, mas eu a conheço mais do que ela imagina.

Em seguida Nataly e Peter do Distrito 2, os imbecis, Paul e Sabrina do Distrito 3, a garota chata, Betty, e o garoto engraçado, Vinn, do Distrito 4, todos na mesma sequência de antes. Chega então à vez de Victor e o resto do pessoal que não pude ver. Os tributos do Distrito 10 são super gentis e também se conheciam desde crianças. Ambos descrevem um ao outro como “melhores amigos”, o que é lamentável. Os tributos do Distrito 11 e 12 são magros e simples, todos tímidos de mais e quase não falam.

– Esses serão fáceis. – disse Milene, fazendo o pessoal que esta na sala rir.

– Acho que não perdemos nada de interessante, podemos subir? – pergunto.

– Claro, durmam o máximo que puderem, amanhã teremos o treinamento com armas. Teremos que descobrir com o que são bons. – diz Lea.

A noite parece voar, tanto que acordo sentido que não dormi nada. Depois de levantar vejo que um uniforme está sobre a minha cômoda, então me troco e desço. Pela primeira vez cheguei antes de todos. Tomo um suco de pêssego absurdamente doce com um pão crocante recheado com fatias de presunto. Milene está descendo as escadas quando termino de dar a ultima mordida em meu pão. Também está de uniforme.

– Coisas milagrosas realmente acontecem. Bom dia, verdinho!

– Tem como parar de me chamar assim, por favor? Às vezes você deveria falar menos e comer mais.

– Comer. Sua filosofia de vida. Então, eu realmente estou ansiosa para o treinamento hoje.

– Já eu estou preocupado. Não sou bom em nada. Não sou forte como o Victor ou aquela Liz, nem nunca manuseei uma arma na vida.

– Para tudo existe um começo. O que você fazia no Distrito enquanto não estudava?

– Ajudava minha mãe com a separação das pedras. Eu realmente sou bom nisso.

– Bem... Isso não ajuda muito, eu acho.

– Eu sei. Por que acha que estou tão preocupado? E você, o que fazia enquanto não estudava?

– Meu pai tem uma loja de carpintaria, então eu o ajudava a consertar algumas coisas. Sempre que podia, ele me levava para colher madeira junto com ele, então eu sei como usar um machado. Acho que já é um começo.

– Bom dia, queridos. Acordados há essa hora? Milagres realmente acontecem.

Vamos até a estação de treinamento e chegando lá Lea nos deixa com dois guardas. Eles nos guiam por um corredor de metal que dá até uma grade. Atrás dela existe todo o tipo de arma branca que se imagina. Facas de arremesso, facões de caça, espadas super afiadas, lanças pontiagudas, arco e flecha, massas, e até clavas. Ao fundo existem bonecos que servem de alvo para atacarmos. Alguns tributos já estão lá, então Milene e eu entramos, e aguardamos ao lado deles.

Vinn está lá, observando alguma das armas, percebo que a garota do Distrito 2, Nataly, não para de observá-lo. Quando finalmente todos os tributos chegam, uma instrutora chega à sala.

– Bom dia, meu nome é Reval e eu serei a instrutora de combate de vocês. Aqui vocês aprenderão como sobreviver na arena. A caçar e montar armadilhas, achar comida e água, e a se proteger do frio. Muitos de vocês morrerão por fome ou sede ou então hipotermia, ou seja, sigam todas as minhas instruções se quiserem sobreviver à noite. Muitos de vocês aqui não sabem nem manusear uma simples faca, mas irão aprender.

– O que acontece se não conseguirmos aprender, Sra. Reval? – pergunta Betty.

– Acredite você VAI querer aprender. Quero todos vocês circulando pela sala e testando as armas que mais se adéquam, mas não se esqueçam de passar na sessão de nós, armadilhas entre outras que vocês devem não julgar importantes. Não é por que isso é um jogo de morte que vocês são obrigados apenas a matar. Sejam sobre tudo inteligentes.

Milene resolve ir para os machados, já eu vou para a sessão de comida. Lá outro instrutor me mostrou várias frutas que são venenosas, outras que podem matar sede por algumas horas e algumas que tem a carne que mais matam a fome. Realmente, aprendi muito com ele. Depois disso, vou para a sessão de nós. Ela é realmente complicada, a instrutora é ignorante e não tem paciência quando não consigo atar o nó de forma correta. Desisto e vou para a sessão de camuflagem. O instrutor é realmente muito bom, mas camuflagem é mais difícil do que parece, desisto novamente.

Milene não largou o machado até agora e eu estou tentando escalar uma corda que balança de um lado para a outro, suspensa em uma viga de ferro. Quando consigo chegar ao topo fico orgulhoso de mim mesmo. Desço e vou em direção a algumas armas. Percebo que sou o único que ainda não testou nenhuma, devem achar que sou fraco. Estão certos?

Nataly é perita com facas, suas mãos são ágeis e ela esfaqueia sem ao menos olhar onde. Milene está dilacerando um dos bonecos membro por membro e ao seu lado o tributo masculino do Distrito 7 está a fazer o mesmo. Paul e Sabrina montam armadilhas como ninguém consegue e Peter, o garoto bobão do 2 é ótimo com espadas. Liz, a garota dos cabelos avermelhados usa uma das claves para perfurar um alvo inteiro, já a garota do 4 tenta atingir o centro de um alvo com um arco e flecha.

Chego em uma mesa aonde existem milhares de facas de todos os tamanhos, pego as menores e então me posiciono em frente a sacos de areia. O que eu posso fazer com isto? Resolvo arremessá-las e em minha surpresa, consigo rasgar o saco com a primeira jogada.

– Bom, mas não vai matar ninguém com isto. – Vinn chega ao meu lado segurando um tridente.

– Onde arrumou isto? – pergunto.

– Eu que fiz. Usei uma das lanças que estavam num suporte e algumas flechas. Não sou bom com nada disso, mas no meu Distrito eu pescava sempre com meu pai.

– Entendo. Por que acha que não conseguirei matar ninguém com isto?

– Não tem profundidade, ou você é ruim de mira. Vamos para os bonecos que eu te explico.

Levo as facas junto comigo e vamos em direção aos bonecos.

– Veja. Minha arma é uma lança com três fios, é mais fácil de matar porque eu posso atingir três pontos de uma só vez, mas o que adianta isso se eu não sei usá-la? Tudo depende da minha força e da minha mira. – Vinn arremessa o tridente em direção ao boneco, ele atinge a barriga, mas não a perfura completamente – Se você fizer isso na arena, morrerá em instantes. Eu apenas usei mira, mas a força não foi o suficiente para matar. – Ele arremessa novamente, mas agora com tanta força que o boneco é atingido na lateral da costela esquerda e gira para o mesmo lado. – Entendeu agora? Força sem mira, mira sem força. Isso só vai te atrasar e garantir sua morte.

Então eu passo as ultimas horas que tenho arremessando facas, sempre acerto o alvo, mas nunca é o suficiente para matar, então Vinn tem outra idéia.

– Você é bom de mira, isso eu já percebi, mas não tem força para perfurar alguém com uma faca de lâmina curta, que tal tentarmos aquilo ali? - ele aponta em direção a mesa aonde há uma Blowgun.

– Acho que isso não vai dar muito certo. – digo

– Claro que irá. Você não é tão forte, mas tem uma ótima mira. A força da Blowgun não exige dos músculos dos braços, apenas do seu pulmão.

– O.k, vou testar.

Coloco um dos dardos pontiagudos que estão depositados sobre a mesa dentro da Blowgun, miro no boneco e disparo. O dardo atinge o ombro do boneco e some dentro do seu enchimento de algodão.


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Notas finais do capítulo

Blowgun: Arma de sopro usada para ser silenciosa e matar rápido, no Brasil é conhecida por Zarabatana.



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