Uma garota nos meus sonhos escrita por Saber


Capítulo 12
well, u can't get what u want


Notas iniciais do capítulo

Up on melancholy hill, there's a plastic tree... lalala
Boa Leitura aos sobreviventes!



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#12 Well, u can't get what u want

Victória deitou no meu colo para ler um outro livro “A culpa é das estrelas” eu não sabia se era bom, mas ela devorava cada página com olhar. Eu ri, simplesmente por poder estar feliz, por conseguir vê-la assim. O que fez com que ela se sentasse e se aproximasse do meu rosto, eu podia sentir seus cachos no meu ombro.

– O que é tão engraçado?

– Você é claro... - isso fez com que ela fizesse um biquinho.

– Então eu sou uma comédia...

– É...ouch!- ela me deu um tapa fraco no braço, que é claro só me fez rir mais.

– Então você está comigo por ser seu programa de comédia preferido?

– Não...Eu só estou com você porque eu te amo.

E assim ela me olhou diretamente, prendendo a respiração assim como eu. E antes que eu quebrasse o silencio ela já tinha me beijado, e quando se afastou um pouco do meu rosto Vicky sussurrou:

– E quem disse que não sentimos o mesmo...

Eu abri meus olhos sem nem me levantar da cama, tinha sido um sonho. Isso já estava saindo do controle e tudo se criava e se repetia na minha cabeça até se tornar loucura.

O cheiro dela, o toque, o sorriso tímido, tudo que eu precisava e tudo que me fazia mal. Estava ali em um único pacote.

Tirei o travesseiro e o arremessei do outro lado do quarto, bem em cima da prateleira, derrubando o livro que estava me tirando o sossego. Victória estava apaixonada por esse livro, de verdade, e por isso tinha me emprestado. E eu mal tinha começado a ler e queria demorar o máximo possível só pra que ela me perguntasse a cada dia em que parte eu estava.

Me levantei e me arrumei para ir nas aulas, como sempre era a parte do meu dia que passava feito um clarão. Como se eu nem estivesse lá pra começo de conversa. Mas eu estava e depois teria que aparecer no ensaio e implorar para McNally me aceitar de volta depois que meu avô cancelou minha participação e deixou que eu ficasse de pantufas na varanda, matando aula por alguns dias.

Foi quando eu virei o corredor do Centro que quase atropelei a Victória.

– Hey, bom dia!

– E ai?

– Tudo bem, você veio de carro? Eu vi o seu lá no estacionamento?

– Ah, não. Eu continuo no dormitório, só que emprestei minhas chaves pro Rony. Algo sobre agradar uma garota... sei lá.

Seguimos juntas pra aula, ela se sentou do meu lado, o que fez com que meu coração disparasse e de repente não havia posição em que minhas mãos estivessem confortáveis.

– Bom dia classe, hoje assistiremos a uma palestra via skype pelo telão, por isso pro favor se acomodem e anotem as perguntas para que a senhora Smith responda no final.

Maldita tecnologia, as luzes da sala foram apagadas e uma senhora, com seus 50 e poucos anos começou a explicar como se formavam as rochas metamórficas...

– Meu deus, eu juro que eu tento mas desse jeito entrarei em coma aqui...

– Cuidado hein, se não você vai ter um pesadelo cheio de lava e rochas caindo...

Pesadelo, aquela palavra tinha me feito quase pular da cadeira! Como eu não tinha percebido antes?!

– É a primeira vez que não sonhei com Will...

– Celine, o que aconteceu?

Eu olhei pra ela agora há alguns centímetros no escuro, talvez pra ver como eu estava. Foi aí que eu percebi que estava segurando uma das mãos dela sobre a mesa.

– Foi mal eu meio que tive uma crise aqui...

– Está tudo bem...você pode ficar....

Mas eu já tinha afastado a minha mão, só que ainda a deixei apoiada na mesa dela e continuei olhando fixo pra frente, enquanto eu sentia que ela me encarava.

Só que Victória fez a única coisa que eu não esperava. Ela segurou minha mão e entrelaçou os dedos dela com os meus...

Eu não conseguia olhar pra ela, eu tinha medo... Mais uma vez, meu amigo medo de sempre.

–Sabe, eu não chorei por que não queria que você me beijasse... eu chorei porque eu queria... e não sei desde quando, porque parece algo que...eu...

A voz dela morreu, e me virei pra olhá-la só que foi a vez dela se desviar e fingir que estava prestando atenção nas imagens de pedra que estavam no vídeo.

– Victória? - Eu apertei um pouco a mão dela, a trazendo um pouco pra perto de mim...- você não imagina o peso que tirou dos meus ombros.

Ela soltou minhas mãos, e se levantou, nem tinha percebido que as luzes estavam acessas e todos estavam se levantando. O meu mundinho se resumia aquele momento.

– Você não imagina o peso que eu estou colocando sobre seus ombros Celine...

– Hey Victória!- Eu finalmente a tinha alcançado no corredor e a segurei pelo braço – Espera eu... você... caramba! Você quer me enlouquecer?

– Celine olha, é melhor esquecer o que aconteceu agora pouco...

–Não, eu não vou! - Eu estava agora de frente com ela impedindo que ela fosse embora. - Eu não quero deixar você sair!

– E quem disse que você manda nela du Mas?

Ah droga. Jessica devia ter um radar que apitasse e mostrasse a direção que ela tinha que seguir pra foder com a minha vida. Só podia ser isso.

Ela se colocou entre nós duas e foi puxando Vicky pelo braço.

– Vamos, eu vou te proteger dessa lunática...

– Jessica, você num tem absolutamente nada com isso. - Essa garota me tirava do sério. E agora com a Victória me tirando da minha fixação doida ( ou que eu pensava ser doida e não correspondida) ela era a última que eu ia deixar ficar no meu caminho.

Jessica, colocou a mão na cintura, fazendo aquela típica pose de líder de torcida. Engraçado como é a vida, ela tinha tudo para ser uma garota incrível. Alta, morena com cabelos lisos, corpo malhado e uns olhos azuis que deixariam qualquer um perdido. Só que tudo que eu sentia olhando pra ela era meu estômago embrulhando. Ela poderia ser uma atriz ou modelo, só que tudo que ela me parecia era a princesa do inferno.

– Sabe du Mas, eu prometi pra Vicky que clarearia a mente dela, e logo vou conseguir isso. Então por favor mantenha-se amansada, ou nem seu avôzinho vai conseguir te safar de assédio.

– Jessica eu já disse que...- Victória tinha se livrado do aperto dela, o que só fez com que Jess levantasse a voz.

– FOI AGARRADA, igual já aconteceu antes, se tem uma coisa que os du Mas sabem fazer é se aproveitar dos outros...

– Eu nunca me aproveitei de nada, Jessica, cai na real e sai daqui, por favor. - Eu parecia calma, mas minhas mãos estavam tremendo. Acho que Vicky percebeu, dando um passo pra mais perto de mim.

– Não só o fato de ser uma lésbica, também tem que colocar suas mãos imundas em garotas indefesas... mas é claro que isso não é nada de mais pra uma assassina...

–JÉSSICA!

Victória bem que tentou, mas eu já tinha escutado. Assim como uns outros estudantes que estavam indo para suas salas, e que agora, estavam me encarando e cochichando.

Assassina. Quanto tempo essa palavra não me assombrava? Podia ter me distraído com meu amor pela Victória, mas eles ainda pensavam assim, não é mesmo? E eu pensava assim, se não num teria pesadelos.

Só que ainda assim, aquilo fez meu sangue ferver.Assasina. O diabo que ela pudesse falar sobre mim. Eu não ia abaixar a minha cabeça, não mais.

Desviei da Victoria como se ela nem existisse e fiz a coisa mais madura que alguém poderia fazer na minha situação:

Virei um soco bem no meio do nariz da Jessica.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Por favor comentem :3



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