A Filha Do Hokage escrita por Nara Emily


Capítulo 18
A Dona da Verdade


Notas iniciais do capítulo

Heyy, eu não demorei nem duas semanas dessa vez cara, foi bem rápido, né? Enfim, aqui está o capítulo, tenho algumas coisa a dizer nas notas finais, então leiam, por favor.
Boa leitura ^^



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Voltando ao laboratório de Setsuko no dia seguinte, Mei estava curiosa sobre a pessoa que ele queria a apresentar, ela estava sentada em uma das camas balançando as pernas ansiosamente esperando Set voltar com a tal pessoa enquanto Ichiru a observava discretamente encostado à parede com as mãos nos bolsos.

— Será que você não poderia nem me dar uma dica? — Ela perguntou pela terceira vez e ele riu.

— Não.

— Porque ele quer me apresentar uma pessoa? Pra eu fazer amiguinhos aqui? Acho muito difícil de isso acontecer, ter amigos foi o que me trouxe aqui.

— E é o que pode ter tirar daqui. — Ele disse em um sussurro e Mei cerrou os olhos, o observando, ele realmente acha que vai conseguir a confiança dela?

Ela ficou de pé quando a porta se abriu e Setsuko entrou acompanhado de uma garotinha que Mei pareceu reconhecer de algum lugar, ela usava um quimono rosa e azul, tinha os cabelos castanhos e lisos um pouco abaixo dos ombros e seus olhos eram completamente pretos. Quando a menina viu Mei, ela não demonstrou nenhuma reação, mas seu olhar demonstrava surpresa.

— Então Mei, essa é Honto Aya. E Aya, essa é Uzumaki Mei. — Aya, Mei tinha certeza que conhecia esse nome de algum lugar, mas seus próprios esforços para esquecer o passado não estavam deixando-a lembrar.

— Oi. — Ela disse e Mei não respondeu, se esforçando ao tentar se lembrar da garota.

— Aya tem um dom que herdou de família, ela sabe quando as pessoas mentem, e não consegue mentir, então ela poderá comprovar que eu estou sendo sincero com você. — Set explicou, e Mei olhou para ele de forma desconfiada. — Pode fazer o teste que quiser.

— Eu já te conheço de algum lugar? — A loira perguntou rapidamente, praticamente ignorando Setsuko.

— Você já me viu em uma missão, você estava indo para algum lugar e eu estava procurando uma pessoa de Kiri desaparecida, você estava com outras três pessoas.

— Ah sim, inclusive quando o garoto que estava com você disse que ninjas de Konoha não sequestravam pessoas.

— Exatamente. — Aya assentiu e Mei riu.

— Isso é tão irônico quando me lembro de que alguns dias depois eu descobri que tinha sido sequestrada na infância, e por alguém de Konoha.

— Sempre existem exceções.

— É, mas isso não faz muita diferença, já que agora não preciso mais ser sequestrada e venho por vontade própria. — Ela deu de ombros e se sentou numa cadeira ao lado da cama que estava antes.

— Você não está aqui por que quer.

— Vai realmente quer parecer esperta como o Ichiru? Se eu não quisesse estar aqui eu teria deixado Set cumprir suas amáveis ameaças.

—Justamente, você está aqui por estar sendo ameaçada, não por que quer. — Aya responde de forma tão convicta que fez Mei pensar sobre o que Setsuko tinha dito há alguns minutos, sobre ela poder sentir e distinguir quando algo é verdade ou mentira, e estreitou os olhos para a garota a sua frente.

— Vai mesmo querer ser a Dona da Verdade?

—Você não é a primeira pessoa que me diz isso. — A garota deu um mínimo sorriso, mas continuou em sua postura inatingível.

Ichiru observava a conversa como se estivesse se divertindo com isso, Set simplesmente sorria com a cena, não demonstrando nenhum sentimento.

— Eu não acredito em você.

— Isso não é completamente verdade, está pensando sobre o assunto? — Aya falou de forma levemente debochada e Mei bufou, não conseguia duvidar totalmente de Aya e isso a irritava.

— Qual seu pior medo? — Indagou como desafio, se ela não podia mentir, então faria uma pergunta que a deixaria vulnerável, e assim que a viu engolir em seco e o medo em seus olhos, sabia que tinha conseguido atingir seu objetivo.

— Meu maior medo é... — Aya hesitou, prendendo a respiração. — Meu maior medo é ficar sozinha.

— Como assim sozinha? — Mei insistiu.

— Nunca ter alguém em quem confiar. — Aya olhou nos olhos de Mei, e mesmo que tivesse o impulso de continuar a expor aquela garota que a tinha irritado, não conseguiu. — E qual é o teu maior medo?

— Morrer. — Respondeu automaticamente.

— Você está mentindo.

— Não, não estou.

— Está sim, eu posso não conseguir descobrir qual é a verdade, mas sei que não é essa.

— Então ficará sem saber. — Mei rebateu, erguendo um muro invisível entre ela e a garota, era perigoso de mais ter que responder as perguntas perto dela.

— Acho que você já acredita o suficiente nela. Como eu disse Mei, eu cumpri minha promessa, todos que você ama estão bem.

A loira olhou para Aya, que assentiu, e mesmo tendo suas dúvidas sobre essa história, decidiu acreditar em Aya, alguma coisa dizia para faze-lo, e ela seguiu seu instinto.

...

POV's Mei

Eu estava deitada em posição fetal debaixo do cobertor, a madrugada estava fria e eu não estava conseguindo me manter quente, o que só me atrapalhava a conseguir dormir, já que meus pensamentos não paravam por causa de Aya.

Eu queria odia-la por parecer tão superior, queria poder voltar no tempo e ter continuado a fazer perguntas para a expor, mas não conseguia e mesmo se tivesse oportunidade de voltar no tempo, eu sabia que não faria nada diferente, por que o olhar que Aya me deu naquele momento era inexplicavelmente verdadeiro, como se eu pudesse realmente confiar nela, não somente acreditar, mas confiar, e isso era extremamente irritante, pois tudo que eu queria esquecer voltava em minha mente quando associava o ato de confiar às pessoas que deixei para trás.

Eu simplesmente queria esquecer tudo, queria parar de sentir saudade quando ficava melancólica, era algo ruim. Suspirei, realmente precisava dormir, era a única forma de parar de pensar em tudo, de voltar ao ponto de conseguir ignorar as lembranças.

Fechei os olhos e tentei me concentrar no escuro, em como estava tudo silencioso e em como eu estava cansada.

Alguém abriu a porta justamente quando eu estava quase conseguindo dormir, e eu me segurei para não abrir meus olhos e mandar quem quer que fosse ir embora.

A porta se fechou novamente e pude ouvir passos quase silenciosos se aproximando, continuei imóvel, fingindo dormir enquanto tentava imaginar quem era, na verdade só tinha duas opções: Set e Ichiru. Não consegui achar muito motivo para Ichiru estar aqui, então...

— Ok, sei que você está acordada. — Ichiru disse, provando que eu estava errada, mas eu continuei quieta. — Se você continuar a fingir que está dormindo, não saberá o porque estou aqui.

Bufei, abrindo os olhos e os revirando quando vi o sorriso sarcástico de Ichiru.

— É jogo baixo atiçar minha curiosidade, sabia?

— Eu sei, mas queria falar com você.

— Sobre?

— Qualquer coisa. — Ela deu de ombros e eu me sentei na cama, o olhando de modo desconfiado. — Que foi? Não posso querer conversar com você?

— Pode, mas por que tem que ser comigo?

— Porque mais ninguém aqui parece gostar de conversar, além de que você é a única acordada.

—Sabia que é irritante o fato de você saber de tudo? — Reclamei, e ele riu, se sentando ao meu lado na cama.

— Eu não sei de tudo, quase tudo sim, mas não de tudo.

— E o que você sabe sobre a Aya, por exemplo?

—Você nunca perde uma oportunidade, né? Sempre tentando tirar informações de mim.

— Só estava propondo um assunto, sr. Sabe Tudo.

—Ok, tem algumas coisa que não são segredo mesmo. O que exatamente você quer saber?

— Acho que como ela veio parar aqui é um bom começo. — Respondi, me virando de frente para ela e cruzando as pernas, ele fez o mesmo.

— Set estava procurando-a a um tempo, e quando finalmente a achou, armou um plano para traze-la pra cá, só que tinha um problema, já que ela podia sentir a verdade e tal. — Assenti, o incentivando a continuar. — Então ele sequestrou uma pessoa de Kiri, mais especificamente um vizinho de Aya, e por esse motivo ela foi designada para a missão de busca.

— Então ela veio pra cá logo depois que eu a encontrei naquela floresta?

— Se estivermos falando da mesma época, sim.— Ele deu de ombros e me encarou por um momento antes de continuar. — Então, como ela não estava sozinha na missão, Set teve que dar um jeito de deixa-la sozinha para que ninguém se intrometesse.

— Ele realmente gosta de falar a sós com seus alvos, não é? — O interrompi e ele simplesmente riu.

— Digamos que sim. Ele conseguiu ficar a sós com Aya, e ela sabia que ele era o sequestrador no quando ele não respondeu a suas perguntas iniciais, mas no momento que ele disse que tinha uma proposta para ela que envolvia respostas para suas perguntas, ela baixou a guarda por alguns segundos, tempo suficiente para que ele pudesse atingi-la com a Nagine e traze-la para cá.

— E o que aconteceu com a pessoa que tinha sido sequestrada? Eles não procuraram pela Aya quando ela sumiu?

— O homem foi deixado para trás e logo depois foi encontrado pelas pessoas que estavam junto com Aya na missão. No inicio eles procuraram por ela, mas Set forjou a morte dela e agora todos acreditam que ela está morta.

— Perece que forjar mortes e jogos sentimentais são hobbys para Setsuko. — Comentei — Mais uma coisa, quais eras as respostas que ele poderia dar às perguntas dela? E quais eram as perguntas?

— Era sobre sua família, mas isso é uma das coisas que posso te falar.

— Ok... Foi você que apelidou ele de Set?

— Você muda de assunto extremamente rápido. — Ele disse e riu — Sim, por que?

— Nada, só por curiosidade. — Dei de ombros.

Um completo silêncio tomou conta do local e eu desviei os olhos de Ichiru, era bom conversar com alguém depois de tanto tempo sozinha trancada aqui e eu tinha a impressão que foi justamente isso que ele quis dizer quando falou que eu era a única que parecia gostar de conversar. Eu sabia que provavelmente tinha mais algumas pessoas aqui, era um lugar grande demais para quatro pessoas, tinha curiosidade para conhecer cada um deles e saber o motivo de estarem aqui, mas duvidava muito que isso iria acontecer.

— Você estava lá, não é? — Perguntei de repente, me lembrando de uma dúvida que tive quando ele contava a história. — Você contou de forma observadora, como se você tivesse presenciado o acontecido.

Voltei a olhar para ele e ele desviou o olhar, como se minha pergunta o tivesse incomodado.

— Sim. — Murmurou, e voltou a olhar na minha direção, não para mim.

— Quantos anos você tem? — Mudei de assunto novamente, não queria que o clima ruim que tinha se instalado por aquele momento continuasse.

— Vinte e dois. O dia do meu aniversário é uma das poucas informações que eu tenho sobre mim, e só sei disso por que quando fui abandonado, eu tinha um papel com a data do meu nascimento escrita.

— Se minhas contas estão certas, meu aniversário está próximo... — Sussurrei e ele voltou a olhar para mim.

— Nós estamos no final de Agosto. — Ichiru disse — Você vai fazer dezessete anos em Setembro, certo?

— Então minhas contas estão quase certas. — Eu ri. — Faço dezessete no dia 15 de Setembro.

— O que você quer de presente? — Eu ri. — É sério, talvez eu possa te dar alguma coisa. — Ele retrucou, rindo junto comigo.

— Posso pensar no assunto. — Dei de ombros e bocejei, finalmente sentindo sono. — Acho que vou dormir agora.

— Ok, também tenho que descansar, Konbanwa Mei. — Ele disse se levantando e eu me deitei.

— Konbanwa. — Respondi dando um pequeno sorriso.

Esperei-o sair para finalmente rolar os olhos, ele estava sendo patético tentando conseguir minha confiança desse jeito.


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Notas finais do capítulo

Então, eu sei que os últimos capítulos estão sem ação e tal e podem até parecer desnecessários, mas acreditem em mim, não são, hsuahs. Eles são capítulos de transição, e são tão importantes quanto os outros. Ta, pq eu to falando isso? Pq teve poucos comentários no ultimo capítulo, e gente, eu preciso de vocês, se não eu fico desanimada, huahsa. Então por favor, comentem.
(spoiler alert: os novos personagens são muuito importantes, ok? Ok ;)



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