Gotta Be Somebody escrita por MissLerman


Capítulo 2
Capítulo 2 All In


Notas iniciais do capítulo

Heeeey olha eu aqui mais uma vez. Adivinhem quem passou mal pra caramba e ficou em casa hoje? Poisé, eu mesma. Então, aproveitando que estou aqui de boas, resolvi postar mais um capítulo para vocês. Notei que o pessoal gosta de histórias maluquinhas e diferentes assim HUEHEUH espero que gostem :3



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A princípio, tive uma certa dificuldade para abrir os olhos. Havia algo que cutucava ritmadamente meu estômago. Será que minha mãe já me quer acordado? Pensei. Mas, ao mesmo tempo, me lembrei que certamente minha mãe estaria se descabelando pelo vilarejo tentando me encontrar; ou então estaria um tanto depressiva, pensando que a besta, seja lá quem esta fosse, teria me dilacerado e largado meu corpo mórbido em algum lugar por ai. Preferi ficar com a primeira alternativa, esta me pareceu muito mais agradável.

Ainda de olhos fechados, notei que já havia raiado o sol. Dormi bastante, pensei. Ou não. Talvez tenha fechado os olhos por dez minutos e pronto, o sol nasceu. 

Percebi então que a dor em minha perna havia parado. Era quase como se tivesse sido curada. Como se nada tivesse acontecido com ela noite passada. Mesmo achando estranho, fiquei internamente feliz, afinal estava no meio do mato, e não saberia como limpar o machucado e fazer algum curativo qualquer. 

Mais um cutucão, porém mais forte. Gemi de dor.

Mas, ao gemer, senti uma pancada ainda mais forte em meu estômago. E, foi esta dor que me fez abrir os olhos. De repente e de uma vez. Instintivamente, coloquei a mão em meu estômago. Nossa, realmente havia doído. Porém, não tanto quanto fugir dentro de uma floresta descalço e com uma perna ferida. Não havia comparação.

Olhei então em volta, ainda estava ao pé da escada, o último lugar o qual me recordava na noite anterior. Mas agora estava tudo claro, e eu podia ver que a casa me parecia um tanto melhor a luz do dia. Corri meus olhos em torno de mim, e avistei uma figura escondida atrás de um armário velho. Era estranho, mas eu estava ouvindo coisas. Escutei algo como se fosse... Não, espere... Eram mesmo. Era como se eu estivesse escutando seus batimentos cardíacos. Só então notei que não era apenas isso que eu escutava.

Eu saberia dizer exatamente quantos pássaros haviam em um ninho no telhado da casa. Ao longe, escutava uma cobra preparar o bote para comer algo que, provavelmente, devia ser uma toupeira. Respirei fundo e senti um cheiro estranho, não estranho por assim dizer, mas um cheiro que não sentiria em uma casa velha como aquela.

Me voltei então para a figura escondida atrás do armário. Notei que era uma garota. Estava usando uma capa, o que me permitia apenas ver seus olhos ao longe. E eram belos olhos. Acinzentados como nuvens de tempestade. Ela respirava ofegante. Talvez estivesse com medo. Provavelmente, eu invadira sua casa. Ela talvez estivesse com medo de mim.

- Ei, garota... Desculpe por ter invadido sua casa. Não precisa ter medo de mim. - dizendo isso, tentei me levantar. Uma leve vertigem me fez segurar no corrimão da escada. Ela respirava rápido. Quase como se estivesse se preparando para me atacar.

E assim ela o fez.

Quando dei por mim, ela correu, saindo de trás do armário, e veio em minha direção com uma espécie de cajado em mãos. Seus cabelos loiros estavam parcialmente presos, o que lhe dava uma certa feminilidade. Mas a expressão em seu rosto era de uma guerreira. Ela lançou o cajado em minha direção, quase como se quisesse arrancar minha cabeça.

Mas eu segurei seu cajado. E não foi só isso. Além de segurar seu cajado, o girei, tomando de suas mãos, e a prendendo entre mim e o armário. 

Um jato de adrenalina atingiu minhas veias. Eu sentia. Me sentia um tanto diferente. Era quase como se não fosse eu, Perseu Jackson, segurando aquela garota. Senti nela uma parcela exageradamente grande de medo. 

- Por favor... Por favor... Não me machuque... - ela disse, com lágrimas em seus olhos.

Agora, estando perto dela, eu poderia afirmar que ela me parecia ainda mais bonita do que de longe. Seus cabelos loiros e cacheados batiam quase em sua cintura. Ela usava um vestido verde claro por baixo da capa marrom. Porém ele estava em perfeitas condições, o que queria dizer que ela provavelmente não vivia ali.

Respirei fundo. E, por um momento, senti-me eu mesmo novamente.

- Não vou machucar você. Me desculpe. - digo a soltando.

Ela ainda me olhava assustada, como se não esperasse uma reação como aquela por minha parte.

- O que? - perguntei.

- Não esperava que fosse me soltar. Não enquanto... Você sabe - ela respondeu se afastando de mim. Ouvi seus batimentos cardíacos novamente, ela estava um pouco mais calma.

- Enquanto o que? Olha garota, me desculpe, mas não estou te entendendo.

A moça em minha frente franziu o cenho. Sua expressão se fechou de repente. Ela estava me surpreendendo cada vez mais. E, no fundo, eu talvez soubesse o que ela queria dizer. O fato de eu estar perdido na floresta, o machucado em minha perna que havia se curado, os meus sentidos aguçados... Eu já sabia, mas me recusava a acreditar. Que tolice. 

- Não? Eu te encontrei aqui hoje cedo, e há uma trilha de sangue a qual leva até você. Mas você não tem um arranhão sequer. A não ser por essa marca estranha na batata da sua perna. E seus olhos, bem... - ela se interrompeu. E, mais uma vez, sua expressão foi de medo.

Olhei para minha perna e vi o que havia no lugar naquele horrendo ferimento que estava ali noite passada. Uma marca arrendondada. Os grandes incisivos eram fáceis de reconhecer. Mas não estava com cara de recém feita. Estava mais com cara de machucados que fazem dias que estão ali. Ela estava cicatrizando. 

Minha respiração acelerou. Senti uma nova onda de adrenalina subir por meu corpo. Meu coração palpitava desesperadamente. Não, eu não queria que aquela fosse a resposta. Eu estava no meio de uma floresta, a qual sequer sabia onde era; dentro de uma cabana com uma garota lindo porém ao mesmo tempo perigosa e que me dava uma pontinha de medo; e estava suspeitando que algo terrível havia acontecido comigo. Minha cabeça parecia querer explodir.

- Você está fazendo de novo, seus olhos! - a moça gritou, e, juntamente com sua voz desesperada, veio a calmaria. Senti meu coração desacelerar aos poucos. E assim me acalmei.

- Me desculpe. Eu não... Não entendo... - comecei a dizer, mas nenhuma frase parecia fazer sentido naquele momento.

- Você não sabia, nossa. Perdoe-me, pensei que já estivesse ciente do que havia acontecido. - ela disse, me lançando um graciosos sorriso.

- Eu não me lembro de nada, na verdade. Só lembro que acordei na floresta, com um ferimento enorme em minha perna. Aí eu fugi e encontrei este lugar. Pensei em ir limpar o curativo, mas desmaiei antes de chegar até a escada. 

Ela riu. Realmente, seu sorriso era muito gracioso.

- Vocês se curam fácil. Se lesse mais saberia sobre essas coisas antes de acontecer. - a garota disse em um tom um tanto ameaçador. A esta altura, seu medo por mim já havia sumido.

- Você parece entender sobre esse assunto. Sabia quem eu era antes mesmo de ver meus olhos.

- Vi a marca da mordida em sua perna. 

- Mas mesmo assim, você parece entender das coisas. Será que... - não me atrevi continuar. Seria demais pedir para que ela me ajudasse a voltar para casa?

- Sim. - ela respondeu - Sim, eu te ajudo. Você não é mal, seus olhos são amarelos.

- Como é? Não, meus olhos são verdes, como os do meu pai - digo completamente indignado.

Ela apenas riu.

- Eu estou vendo que seus olhos são verdes. Mas eu digo quando você esta para se transformar, eles mudam de cor. Outra hora te conto mais sobre isso. Agora vamos, acho que seria bom você ver uma pessoa.

Assim que ela disse isso, pegou seu cajado e colocou seu capuz. 

- Quem? - pergunto ainda em dúvida se devia segui-la ou não.

- Minha tia. Digamos que ela entende muito bem de coisas como você.

"Coisas", pensei "quando sutileza". 

Estávamos prestes a sair pela quando decidi me apresentar formalmente. Minha mãe sempre me disse que uma boa apresentação sempre ajudava na conquista. Mas eu ainda não sabia se aquela loira seria uma boa conquista. Talvez ela estivesse prestes a me matar, ou algo parecido. Ou então quisesse mesmo me ajudar. Veremos.

- Acabo de me dar conta que não sei seu nome. Me chamo Percy Jackson - digo barrando-a na porta de saída.

Ela arqueou a sobrancelha. 

- Muito prazer Percy Jackson. Meu nome é Annabeth Chase.


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Notas finais do capítulo

Hummmmm tem gente que já ficou balançadinho. POisé, Percy e Annie já se conheceram. Agora eles vão ver uma tia da Annie. Espero que tenham gostado sweets, beijos e NHAC para todos vocês. Até o próximo capítulo :3