Coisa De Pretores E Augures. escrita por Pamonha


Capítulo 1
Oneshot


Notas iniciais do capítulo

Oi gente !
Não faço ideia se Octeyna existe, mas tive essa ideia e achei que ficou interessante. Espero que também achem !



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Pela pequena janela do templo de Apolo, Octavian podia ver Jason e Reyna subindo a colina pela estradinha de pedras. Ele podia ver que eles conversavam. A pretora olhava para Jason como se ele fosse o próprio Júpiter, e não apenas seu filho.

Ambos entraram no templo, fazendo o som dos passos ecoarem nas paredes de mármore. Jason vinha um pouco à frente, altivo e autoritário.

- Octavian, conseguiu decifrar o significado da profecia ?

- Ainda não – Respondeu o augure, olhando com raiva para o bloco de sacrifícios coberto de espuma de diversos bichinhos de pelúcia. – Seria mais fácil se ao invés de me mandar fazer o serviço sozinho, você se dispusesse a me ajudar, pretor.

-Você mesmo disse que não precisava de ajuda. Além do mais, eu e Reyna temos outras coisas para fazer.

- Como o que ? Ficar de namorinho no senado ? - Um sorriso maldoso atravessou  rosto de Octavian – Realmente, muito melhor que tentar decifrar uma velha profecia inútil, não é mesmo ? - Ele pode ver o rosto de Reyna corar. Deuses, como ela era linda !

- Não vou tolerar suas insinuações, Octavian. Mais uma dessas e terei que convocar os centuriões e lares. – Disse Jason, com os olhos transbordando autoridade.

- Gostaria de vê-lo tentar, pretor – Retrucou o legado de Apolo, não deixando transparecer o medo que realmente sentia.

Jason virou as costas e Reyna o seguiu, lançando antes um último olhar de desprezo a Octavian. Ela não fazia idéia de como aquilo o machucava. Ah sim, o augure preferiria ser estripado como um de seus ursinhos a receber outro olhar daqueles vindo da pretora. Porque ela o odiava tanto ? Porque gostava tanto de Jason ?

Ah sim, Octavian se fazia essas perguntas todos os dias. Todos os dias, ele tinha de ver a garota que amava com o detestável filho de Júpiter. Tinha de vê-la admirar Jason por sua imensa força, beleza, coragem, justiça e tantas outras qualidades. Ele era o garoto perfeito e Reyna merecia a perfeição, mas o augure não podia se perdoar por não ser o que a bela pretora merecia.  Ele queria ser como Jason, mas não importava o que o ele fazia, nunca era bom o bastante. Ele era o ridículo legado de Apolo que lia profecias em ursinhos de pelúcia e Jason, bem, Jason era Jason.

Mas porque não merecia o amor da pretora ? Ele podia não ser perfeito mas se tivesse chance de tê-la, a trataria perfeitamente. Como uma rainha, como a imperatriz romana que ela era. Ele a ajudaria com os deveres de pretora, a comandar as cortes. Ele lhe daria cobertura nas batalhas. Eles cuidaria dos ferimentos dela depois da luta. Ele conversaria com ela quando ela estivesse com vontade de conversar e apenas lhe abraçaria quando ela quisesse ficar em silêncio.  Ele a olharia com a admiração que ela olhava para Jason. Ele a respeitaria e não a temeria e faria com que todos os outros romanos também o fizessem, se isso fosse deixá-la feliz. Vê-la sorrir. Fazê-la sorrir. Era exatamente o que Octavian queria.

Eram esses motivos que faziam o augure desejar tanto o cargo de pretor. Ele achava que isso o aproximaria de Reyna, assim como aproximou de Jason. Sendo pretor, ele imaginava, ele seria finalmente visível aos olhos de obsidiana da garota. Ele mostraria a pretora que não tinha só defeitos, que tinha qualidades louváveis também, embora talvez não pudesse se comparar ao filho de Júpiter.

Aquilo era uma idéia fixa para Octavian. Ser pretor. Ter Reyna. E ele faria o que fosse necessário para isso. Mesmo que tivesse que trapacear, mentir, ser detestável. Ele faria. Faria por ela. Pelos olhos escuros que brilhavam como o próprio Apolo, pelos cabelos trançados que fariam inveja na própria Vênus, pelos lábios curvados feitos pelo próprio Vulcano. E não importava que a pretora não entendesse aquilo agora. Ela entenderia. Um dia. Nesse dia então, eles seriam imperador e imperatriz, sacerdote e sacerdotisa.

Até lá, o augure esperava pacientemente, tentando aproveitar as chances que lhe eram dadas. Refugiava-se em suas profecias, tendo a esperança de que um dia elas falariam sobre o destino dele e da pretora.

As víceras de espuma dos bichos de pelúcia falharam em avisar ao augure, mas sua chance chegaria. Jason desapareceria misteriosamente.

Havia um lugar vago na pretora e um lugar vago no coração de Reyna. E Octavian não desistiria até ocupar os dois.


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Notas finais do capítulo

Espero MUITO MESMO que tenham gostado uhsaushau Reviews ? Sugestões ?
Beijos queridos !