O Doutor olhou para min, pois percebera que eu não estava surpresa, como se ele soubesse que eu já sabia tudo sobre ele. Ele olhava intrigado, enquanto acabava de mexer em alguns botões, fazendo com que nós dois fossemos parar no século XXI, exatamente no ano que eu estava vivendo antes de conhecê - lo. Após aterrissarmos, ele disse:

– Então, o que acha?

– Fascinante! - eu disse admirando cada parte daquele cômodo - Nunca sonhei que isso poderia ser real...

– Como assim? - indagou o Doutor - Você já sabia da existência da TARDIS?

– Não exatamente... - respondi, tentando não tocar no assunto, principalmente porque não fazia a mínima ideia de como iria explicar a parte de que sabia tudo por causa do livro...

Ele me olhou por alguns segundos, quando eu quebrei o silencio, falando:

– Então, e agora?

– Você está livre para decidir! - respondeu - Posso te levar para a casa, se você quiser!

– Não! - gritei - Eu não quero ir para casa, não agora!

– O que você acha de uma viagem? - perguntou

– Para? - falei

– Qualquer lugar, no tempo e no espaço! - explicou

– Pra min qualquer lugar serve, desde que seja excitante eu aceito! - falei

– Tá ok! - respondeu o Doutor

Exatamente nesse momento ele começou novamente a mexer em alguns botões, e nos teletransportamos novamente. Assim que pousamos o Doutor simplesmente apontou para a porta, e eu a abri rapidamente, ficando apoiada nesta, procurando descobrir aonde estávamos. Era um lugar bem ensolarado, com um grande gramado, bem verde e alguns quilômetros a frente podia - se avistar alguma espécie de castelo, um leigo diria que estávamos na Terra, por causa que o lugar tinha um certo aspecto medieval, mas eu tinha certeza de que aquilo não era na Terra. E foi nesse momento que o Doutor apareceu, ele saiu da TARDIS e foi para o gramado, e abrindo os braços ele disse:

– Planeta Miptrus, ano 65734!

– Hm, nunca ouvi falar desse ai! - disse

– Venha! - ele falou, entusiasmado

Eu fui correndo para o lado dele e nós dois fomos em direção ao tal castelo. Quando chegamos perto ficamos observando, em meio à alguns arbustos. De repente chegou uma carruagem e haviam vários homenzinhos na entrada do castelo, e dessa carruagem saiu uma moça com um véu, alguém parecia estar a chamando então ela se virou para trás, e então percebemos outro homenzinho correndo na direção dela. A mulher era linda, tinha cabelos muito escuros e olhos azuis tão claros que eram quase transparentes, usava um vestido branco, e não, ela não estava indo se casar. A única coisa que era estranho nela eram umas marcas que ela tinha na cara, tipo umas bolinhas marrons - escuras. Ela fez um sorriso e entrou no castelo. Eu e o Doutor nos entreolhamos e trocamos um sorriso.

Nós levantamos e entramos nos fundos do castelo. Haviam milhares de pessoas correndo de lá pra cá, algumas amontoadas, outras tentando passar, algumas gritando, empurrando e xingando, tudo estava uma bagunça. E foi ai que eu percebi que todos eram estranhamente mais baixos que nós. Era muito estranho o fato que a única pessoa, até agora, que tinha uma altura normal era aquela moça de vestido branco. Todos pareciam nos ignorar, até que uma mulher gordinha com o cabelo loiro e cacheado, e com a carinha bem vermelha, se aproximou da gente e cutucou o Doutor. Ele se virou, e ela perguntou:

– Quem são vocês?

– Eu sou o Doutor, faço parte do parlamento! - falou mostrando o seu papel psíquico

– E ela? - a mulher perguntou, apontando para min, com uma carinha de raiva

– Ela é... - o Doutor não sabia mais o que falar

– Sua assistente! - falei - eu sou a assistente dele!

– Ótima ideia! - ele sussurrou para min - obrigada.

– De nada - sussurrei de volta

– Tudo bem então. - falou a mulher se virando e voltando às atividades normais

Nós nos entreolhamos novamente e fomos em direção à uma porta. Quando nós a abrimos ela deu à um grande corredor. Nós atravessamos ele e escolhemos uma porta e quando saímos, esta dava para um grande pátio aberto. Era de uma beleza inexplicável. Havia um chão lisinho e brilhante. As paredes eram todas enfeitadas e era aberto para um grande jardim, que era muito bonito. Aquele pátio era pequeno, e parecia também ser alguma espécie de observatório lunar. Foi nesse momento que eu senti uma coisa vindo da minha bolsa (sim, desde quando eu estava acorrentada eu já estava usando uma bolsa, que eu não tinha parado para abrir), eu abri ela e vi a bola de cristal, que brilhava, e dentro eu podia ver Kryn piscando para min, e a mensagem escrita "Assim que puder, fale comigo". Guardei a bola de volta. E eu e o Doutor fomos observar o lugar aonde estávamos. Descemos para o jardim e vimos novamente a mulher de branco, só que dessa vez ela estava com outras pessoas, que tinham a altura dela, mais ou menos 5 se não me engano. E essas pessoas também tinham aquelas marcas na cara. Eles conversavam alegremente. Até que sem querer eu pisei em um galho e um deles notou a nossa presença, e parou de falar, nos encarando, fazendo com que todos os outros parassem de falar também e se viraram para nós. Eles me olhavam como se eu fosse um alien, e para o Doutor também (só que o Doutor é mesmo um alien). A moça de branco foi a última a se virar, ela nos olhava com uma cara do tipo "Quem diabos são vocês?" e "O que diabos vocês estão fazendo aqui?". Ela estava com as suas sobrancelhas em uma posição de pertubação, mas também de curiosidade, e (estranhamente) ela também nos olhava com um certo sentimento de carinho e admiração. Ela nos olhava permanentemente, mais que os outros. Até que ela disse:

– Quem são vocês?

– Eu sou o Doutor, e essa é Ana. - respondeu o Doutor

– E o que vocês estão fazendo aqui? - perguntou a moça

– Nós estamos só visitando... - respondi - Com licença, qual é o seu nome?

– Meu nome é Uhighty, Uhighty Julyien. - respondeu a moça

– E qual é o nome dos seus...amigos? - perguntei

– Esse é Jogb Oyunt, Linjey Koner, Prymer Jan, Kroun Hey e Walow Mirtra. - falou Uhighty, apontando para cada um dos seus companheiros

– Então, vocês não são daqui né? - perguntou Kroun Hey

– Não... - respondi

– Da onde vocês são? - perguntou Jogd Oyunt

– Eu sou da... Terra. - disse

Todos os 5 amigos quase abriram a boca, pareciam impressionados e assustados, como se eles tivessem acabado de assistir o filme mais aterrorizante do mundo, na verdade, parecia que eles estavam até piores do que isso.

– E você? - perguntou Walow Mitra, olhando para o Doutor

– Eu sou de Gallifrey... - respondeu o Doutor

Eles pareciam mais assustados ainda, uma terráquea e um senhor do tempo, uma dupla dinâmica que eles olhavam como se fosse simplesmente um bando de porcarias, ou, como alguns dizem, o "cocô do cavalo do bandido que a mosca não quis pisar". E Uhighty olhava para eles com aquela cara de "Parem com isso gente, cade a educação?!". Eu não via problema nenhum em ser humana, eu curtia isso, numa boa. Mas parando para pensar, a reação que eles tiveram de nós seria a mesma reação da maioria dos humanos para eles. Uhighty nos levou para dentro, junto com os seus amigos. Já que ela havia acabado de chegar, após um grande tempo fora, o governante estava preparando um banquete, e então, Uhighty decidiu nos convidar para fazer parte dele. Eles nos reservaram quartos, com serviçais e vária roupas bonitas.

De noite, perto da hora do tal banquete, eu estava acabando de me arrumar. Eu estava com um vestido roxo e brilhante. Usava um batom vermelho e estava de coque. Estava também com brincos e colares feitos de cristais. Me sentia quase que uma princesa. Assim que acabei de me arrumar eu ouvi alguém batendo a porta, e permiti que entrasse, era uma serviçal, ela era baixinha também, e ela dizia para min que o jantar já estava pronto, então eu dei uns retoques finais e desci as escadarias. E quando cheguei na sala, estavam várias pessoas que eu nem conhecia me encarando.

Eu me sentei, do lado do Doutor, e então todos da mesa começaram a conversar dos mais variados assuntos. E então Jubtryn, outra colega de Uhighty, perguntou para ela como é que foi a viagem dela. E esta respondeu entusiasmada:

– Foi maravilhosa, primeiro eu fui para uma grande floresta na cidade de Ftyat, a floresta era gigantesca e contia os mais diversos tipos de flores e plantas. Eu coletei algumas amostras e as coloquei na ala de Ciências, para que depois possamos examina - las. Depois disso eu fui para uma praia em Aquintyn, a água era super cristalina e haviam variados tipos de peixes, tinha até um que parecia ser amarelo neon. Depois eu ainda visitei as cidades de Ruhyn, Oyunt, Otpren, Hiren e Karwen. Lugares mu...

Nesse momento as luzes todas se apagaram. Em meio à escuridão podiam se ouvir gritos, e quando as luzes se acenderam, Uhighty não estava mais lá.