The Inter - Worlds (Parte 1): As Aventuras - Ano 1 escrita por Ana Katz


Capítulo 41
Capítulo 37 - Excalibur


Notas iniciais do capítulo

Oi
Pelo nome do capítulo acredito que já sabem qual é o episódio ha ha.
Tomara que gostem.
BOA LEITURA



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Era um ambiente escuro. Cheio de túmulos com as estátuas dos respectivos mortos em cima. Uma mulher se aproximava de um específico. Um de um guerreiro. Começou a dirigir palavras a ele, era um feitiço...e a mulher, a mulher era Nimueh! Em questão de segundos, assim que terminara o feitiço, uma mão se levantou, o cavaleiro havia acordado...

Levantei, assustada. Era um sonho...ou seria uma visão? Do futuro ou do presente? Isso tudo era tão louco...Aqueles sonhos...visões, seja lá o que fossem...estavam me tomando por completo. E o pior de tudo era não poder contar a ninguém...ninguém além de mim mesma.

***

–Jura solenemente governar o povo deste reino e seus domínios de acordo com os estatutos, costumes e leis estabelecidas pelos seus antepassados?

–Juro, senhor.

–Jura exercer a misericórdia e a justiça em suas ações e julgamentos?

–Eu juro, senhor.

–E você jura fidelidade a Camelot agora, e pelo resto da sua vida?

–Eu, Arthur Pendragon, dou minha vida a seus serviços e para a proteção desse reino e de seu povo.

–Agora, sendo de maioridade e herdeiro legítimo, deste dia em diante, você será coroado príncipe de Camelot.

Enquanto o jovem príncipe se levantava, todos aplaudiam, principalmente Uther, que parecia muito orgulhoso do filho. Arthur se virou, e todos continuavam aplaudindo.

Do nada um cavalo negro, com o seu cavaleiro o montando, atravessou o vitral que tinha na sala, assustando a todos.

Rapidamente, os cavaleiros de Camelot, assim como o príncipe, ergueram a suas espadas, procurando defesa contra o invasor. Quase que involuntariamente, eu toquei a adaga que eu tinha deixado presa, embaixo de uma das camadas do vestido, em estado de alerta.

–O que diabos é isso? - murmurou Uther.

O cavaleiro negro, ainda montado em seu cavalo, atravessava a sala, na direção do príncipe. Era o cavaleiro que tinha visto naquela visão...Nimueh tinha o invocado para matar o rei! Os servos e nobres saiam correndo do ambiente, só uns poucos ficaram, uns que sabiam lutar e tinham coragem no coração e outros que estavam tão chocados que mal conseguiam se mexer.

Jogando o braçal no chão, o cavaleiro propunha um desafio. Quem seria o primeiro a aceitar? Tenho que admitir, tive que lutar contra um impulso nervoso para não chegar lá e aceitar...afinal, seria uma boa chance de mostrar como eu sabia lutar, e eu era a única na sala (pelo menos por enquanto) que sabia como derrotar ele.

Arthur guardou a espada, e estava pronto para aceitar, mas outro foi mais rápido.

–Eu, Sir Owain, aceito o seu desafio.

–Combate único. Amanhã ao meio – dia. Até a morte. - informou o cavaleiro, sendo direto e utilizando sua voz ameaçadora e fria.

O cavaleiro se retirou, e todos observavam, curiosos. O tal Sir Owain, coitado, era corajoso, e, pelo visto, parecia muito certo de si mesmo, com a maior certeza de que ganharia. Quem sou eu para duvidar de iniciantes? Afinal, eu também era uma iniciante, mas, gente, eu fui treinada por elfos! Elfos são simplesmente sinistros nas artes de combate. São ágeis, tem técnica...o treinamento de Camelot não devia ser ruim, mas os iniciantes, pelo menos no nível de Sir Owain, que nunca tinha lutado nesse tipo de combate antes...ele mal tinha chances...e mesmo tendo chances, deve se considerar com quem ele estava prestes a lutar...

***

No espaço dos torneios, nas arquibancadas, era um silêncio mortal, o único barulho que se ouvia era dos tambores. Assim que Uther se sentou, todos os outros se sentaram também.

–A luta deve ser pelas regras dos cavaleiros...até a morte! - disse Arthur, na frente dos dois cavaleiros, depois se retirando.

A capa de Sir Owain foi tirada. Dava para se sentir toda a tensão do momento...não queria ver aquela cena, pois sabia o final, mas mesmo assim, ambos os meus olhos estavam colados na situação. Owain colocou se elmo, enquanto o outro cavaleiro só olhava, parado. Pegou sua espada, e os dois se colocaram em posição de combate.

–Deixe a batalha começar. - disse Arthur. Um grande resumo da batalha foi o cavaleiro negro atacando com sua espada, e Sir Owain defendendo com seu escudo, até que ele foi acertado no braço, mudando a sua posição. Não o machucou, mas cortou uma parte da cota de malha, deixando um pouco do pano da camisa para fora.

Tudo o que Sir Owain fazia era defender e recuar, nunca dando um golpe. Em um certo momento da luta, ele foi empurrado, caindo ao chão, mas assim que o inimigo foi dar uma finalização, este se levantou e escapou por pouco.

–Um golpe bem dado! - exclamou Arthur a Owain.

Nesse momento, Owain deu um belo golpe na barriga do cavaleiro negro, porém este continuou igual, como se nada houvesse acontecido, Não percebendo isso, a maioria da plateia parecia entusiasmada.

Ao perceberem que o cavaleiro ainda estava em ótimo estado, alguns, como Merlin, ficaram chocados...como ele teria sobrevivido tão bem?

Ele continuou tentando acertar Owain, até que o derrubou no chão, com um golpe forte, jogou o escudo para longe e, erguendo a espada, deu o golpe final. Um longo “Oh” veio por parte da plateia, eu, Morgana, Merlin, Arthur e Gwen só demonstrávamos nossos sentimentos pelas nossas expressões faciais. Morgana e Gwen estavam tristes...Merlin não compreendia o ocorrido...Arthur estava em um misto de desapontamento e um sentimento de fracasso...e eu, ora, eu estava triste por ele ter tido uma morte tão sem honra. Afinal, mesmo dando um golpe mortal, o cavaleiro não tinha como morrer daquele jeito.

–Quem aceitará meu desafio? - indagou o cavaleiro negro, novamente jogando o braçal no chão e cravando a espada no chão.

Arthur já ia pular a barreira que separava o público dos combates, mas foi impedido pelo seu pai, que o segurou pelo braço.

–Eu, Sir Pellinor, aceitarei o desafio. - disse outro cavaleiro, um cavaleiro mais moreno, careca e de voz grossa.

–Que seja. - respondeu o cavaleiro, saindo.

Arthur estava totalmente irritado. Ele queria aceitar o desafio, mas parecia que o mundo inteiro não queria isso...a cara que ele fez...há, há, há. Só depois que eu percebi como foi engraçada. Acho que só não ri porque o momento não favorecia.

***

No dia seguinte, ocorreu a luta de Sir Pellinor contra o cavaleiro. Sir Pellinor lutava bem, defendendo e tentando atacar sempre que possível.

Sir Pellinor também deu um golpe mortal em seu adversário, dessa vez ainda mais fundo, mas, assim como na luta de Sir Owain, não fizera efeito nenhum.

Pellinor, sem reação, recebeu uma espada bem no meio da barriga, caindo morto.

Cravando a espada no chão, o cavaleiro se preparava para fazer mais um desafio, mas...digamos que alguém foi mais rápido.

Voando da plateia um braçal caiu no chão, era um braçal de um cavaleiro de Camelot.

–Eu, Arthur Pendragon, te desafio.

–Que assim seja.

Uther, Morgana...muitos, pareciam surpresos e chocados...E agora? Merlin então, por dentro parecia que ia ter um infarto, teria que achar um jeito de deter o cavaleiro.

–Combate homem a homem. Amanhã ao meio dia.

***

Espectro. Espectro. Tristan. Morte. Era só isso que vinha na minha cabeça (o nome do cavaleiro negro era Tristan, irmão de Ygraine, a mãe de Arthur, e ele era um espectro, um morto que voltou a vida, um espírito). Eu olhava pela janela, e eu o via, lá no pátio, parado, em um silêncio profundo, com uma bandeira negra na mão.

Eu devia falar com Merlin, devia sim. Ter certeza de que ele havia achado o tal jeito de acabar com o cavaleiro.

–É para Arthur? - disse, surpreendendo Merlin, que estava segurando uma espadax.

–A espada?

–É claro!

–Sim.

–Posso ver?

–Errr...talvez. - falou Merlin, meio desconfiado.

–Calma, eu não vou usá – la, só quero segurá – la.

Pegando a espada na mão, toquei na sua lâmina. Por dentro eu estava literalmente me sentindo. Eu estava tocando em nada mais nada menos que na espada Excalibur! Se eu pudesse ver o meu rosto na certa estaria com os olhos brilhando de admiração. Era uma espada tão nobre, poderosa, tão perfeita.

–É uma bela espada.

–É sim.

–Por que fazer uma espada nova? - falei. - Não, não diga. Deixe eu adivinhar. Você acha que com essa espada nova Arthur tem mais chances de acabar com o espectro que está tentando matar cada um dos cavaleiros?!

–Sim...como você sabe que é um espectro?

–Eu sou uma pessoa...informada.

Devolvi a espada a Merlin, que continuou a observando.

–É uma lâmina fina. - disse uma voz.

Nós dois nos viramos rapidamente, surpresos. Era Uther, vindo para se preparar para a luta.

–É para Arthur. - disse Merlin.

–Ele não precisará hoje. - informou Uther, deixando Merlin confuso. - Ficarei em seu lugar hoje.

–Mas senhor...

–Prepare – me para a batalha.

–Arthur deveria lutar. - comentei, enquanto Merlin enrolava Excalibur em um pano.

–O problema é comigo, a luta é minha.

–Não tenho sua armadura.

–Aquela serve. - disse Uther, apontando para uma armadura. - Fará pouca diferença.

–Vou pegar sua espada. - informou Merlin.

–Essa está ótima. - falou Uther, tirando o pano de cima da espada.

–Não, senhor...não está entendendo. - Merlin tentou enrolar. - Ela foi feita especificamente para Arthur.

–Quem fez? - perguntou o rei, enquanto Merlin colocava a armadura em seu corpo.

–Tom, o ferreiro.

–É digna de um rei.

–É melhor que esteja com uma espada que confie.

–Não. Tem quase o peso perfeito. - comentava Uther, enquanto mexia a espada em vários movimentos.

–Tom não é ferreiro real, fico surpreso de Arthur ir até ele.

–Eu fui. Achei que ele precisava de uma espada melhor.

–Você demonstra a ele a mais extraordinária lealdade.

–É meu serviço, Senhor.

–Mas além da linha do dever.

–Bem...pode – se dizer que...existe uma ligação entre nós.

–Fico feliz. Cuide dele. Na verdade, cuidem dele. - disse, me direcionando um olhar.

Uther pegou seu elmo e sua capa e saiu. Merlin colocou a mão na cabeça, ele suava, parecia muito nervoso.

–Tudo bem?

–Não muito...Espero que esse cavaleiro possa morrer de vez logo.

***

–Terá o que veio buscar. - disse Uther, ao entrar no campo de batalha, fazendo com que o espectro se virasse para ele. - O pai, não o filho.

Dessa vez eu não estava assistindo a luta das arquibancadas, e sim ao lado de Merlin e Gaius, perto da entrada do campo de combate.

Os dois lutadores se colocaram em posição de combate, apontando suas espadas um para o outro.

A luta começara. Como nas outras duas, Tristan só atacava o oponente, que em boa parte só ficava defendendo. Podia – se ouvir o rangir de espadas se batendo, mesmo sabendo o final, eu estava tensa. Tomara que tudo desse certo.

A luta parecia infinita. Ataca. Defende. Ataca. Defende. Até que, em um golpe bem dado, Uther tirou o elmo de Tristan, revelando o rosto morto do homem, que parecia não possuir olhos e tinha a pele toda estragada com o tempo. Ele rugiu para Uther e o ataque continuou. Tristan acabou conseguindo que Uther caísse ao chão, com a espada longe.

Quando o espectro foi dar a finalização, Uther defendeu com o escudo, e, na segunda tentativa, a espada ficou presa no escudo.

Uther soltou o escudo e foi correndo na direção de Excalibur. Ergueu a espada e correu na direção de Tristan, que ainda tentava retirar a espada do escudo. Uther, com um golpe, acertou Tristan em cheio. De repente uma fumaça estranha começou a sair do espectro, que começou a queimar por dentro, e assim, explodiu.

Todos, mesmo não entendendo o ocorrido, aplaudiram o rei vitorioso, que acabara de tirar o elmo.

Tudo voltara ao normal então. Sem mais espectro. Teria que esperar para a próxima grande e maluca aventura que teríamos. Fazer o que...

Mas...algo dentro de mim, aquele sentimento interno. Me perturbava. Como eu queria poder contar aquilo para alguém...Merlin, ele tinha que saber da verdade...isso se já não sabia.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
Alguma sugestão? Comentários?
Até os próximos!!!



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