Doce Problema escrita por Camila J Pereira


Capítulo 34
A História de Bella


Notas iniciais do capítulo

Depois desse sufoco sem conseguir postar, espero que apreciem o capítulo.
Lembrando que Bella recobrou a memória e está agindo na defensiva novamente com o Edward.



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Edward

Estava desesperado, não, mas do que isso. Tinha medo de perdê-la. Oh droga! Não podia deixar que isso acontecesse. Eu parei no corredor desorientado, sem saber o que fazer. Sentindo que a minha felicidade escapava-me entre os dedos. Passei as mãos pelos cabelos, não poderia ser! Se não podia arrancar a verdade dela agora, faria isso com o advogado. Teria que saber o que ela tem, teria que ajudá-la para me ajudar.

Quando retornei a cozinha, encontrei Gilbert sentado na cadeira e Rosie lustrava os seus sapatos. Pelo menos foi a impressão que eu tive ou seria outra coisa?

– O que está acontecendo aqui?! - Estava totalmente irritado.

– Não precisa gritar! - Rosie respondeu. - Um dos meninos esgueirou-se por baixo da mesa e riscou os sapatos de Emmet com uma caneta vermelha. O pior é que acho que não vai sair. - Ergueu o rosto vermelho. Aquilo era estranho, muito estranho. Ainda mais essa! Tudo acontece de uma vez! - Sinto muito Emmet. Você não deve estar acostumado com esse tipo de coisa, a menos que tenha filhos.

– Não sou casado. E, por favor, não se preocupe com os sapatos.

– Parecem muito caros. - É pareciam mesmo.

– Está tudo em ordem, Rosie. - E enfim, ele passou a sua atenção para mim. Fiquei meio tonto com a cena que presenciei. - Bella está bem? Preciso muito conversar com ela.

– Está cansada e disse que quer ficar sozinha alguns minutos. Rosie, pelo amor de Deus, saia daí! Onde estão os meninos?

– Eles estão bem. - Ela levantou-se e olhou para os lados. - Oh, maravilha! Os dois evaporaram. Com licença, Emmet. Tenho uma emergência.

Emmet Gilbert sorriu para Rosie que deixou a cozinha atrapalhada.

– Não deve ser fácil cuidar desses dois. - Ele comentou. - Acho que ela não vê a hora do marido chegar para ajudá-la. Eles moram aqui com você? Sua irmã, o marido e as crianças?

Sentei e esfreguei as pálpebras com os dedos. De repente sentia-me exausto e sonolento.

– Quer saber se Rosie é casada? - Perguntei desconfiado.

– Na realidade... Sim. Tenho muitas perguntas para lhe fazer e essa é uma delas. - Mas é mesmo cara de pau. Se eu não estivesse tão desesperado e cansado iria dar uma lição nele.

Eu o encarei incapaz de acreditar nos meus próprios ouvidos.

– Quer saber se Rosie é casada? - Repeti.

Gilbert confirmou:

– Quero.

O mundo dá muitas voltas, conclui alisando o queixo.

– Não. A minha irmã nunca se casou. Ela tem seu próprio lar com os dois anjinhos que riscaram seus sapatos de couro. Podemos conversar sobre Bella agora?

– Sem dúvida. É por isso que estou aqui.

– Ela não pareceu feliz em vê-lo. - O meu coração bateu mais forte. - Vocês tem algum tipo de envolvimento? - Perguntei lembrando os olhares trocados.

– Romântico? Não.

– Então, é advogado dela?

– Sou. Entre outras coisas.

Estava perdendo a paciência, queria que ele desembuchasse de uma vez.

– Fale de uma vez!

– Essa é uma informação confidencial entra minha cliente e eu. - Eu não podia acreditar numa coisa dessas!

– Está brincando comigo? Se me conhecesse melhor, não me descartaria assim. A duas semanas atrás a sua cliente chegou à cidade tentando controlar uma Harley-Davidson monstruosa, sozinha. Depois... Perdeu a carteira e não pôde pagar pela refeição que comeu. Acabei levando-a presa apenas para que continuasse inteira. Isso tudo nas primeiras duas horas em Hope Falls. Depois foi atropelada ao sair correndo desesperada. Vi tudo acontecer e não pude fazer nada para impedir. E, para piorar tudo, teve uma concussão que afetou a sua memória. Fui eu quem cuidou dela, Gilbert. Bella não tinha condições de contar nada sobre a sua vida, mas você tem! - Despejei tudo exigindo a história verdadeira.

– Por que não sobe e pergunta a ela? - Ele não se alterou com a minha explosão. Talvez quisesse mesmo morrer.

– Foi o que fiz, e ela disse que não quer falar nada. Portanto sobramos nós dois. - Falei entredentes. Fez-se uma pausa.

– Parece muito interessado para um simples bom samaritano, xerife. - Ele perguntou com olhos perspicazes.

Respirei fundo. Era necessário manter a calma para conseguir falar alguma coisa.

– Não sou “bom” e não sou “um simples”, mas estou mesmo muito apreensivo. Por que Bella veio parar aqui no meio do nada numa moto endiabrada que poderia matá-la?

Emmet tirou um tablete de goma de mascar do bolso. Desembrulhou-o e colocou-o na boca. Era mesmo o pagamento dos meus pecados. Gilbert mascou-o por alguns segundos antes de falar:

– Bella gosta de viajar. O tempo todo. Para qualquer lugar. Em geral me avisa com antecedência para onde vai, mas desta vez não o fez.

– Ela sempre vai sozinha?

Algo novo cintilou nas pupilas do advogado, algo parecido com ansiedade e melancolia.

– Sim. Sempre só. - Tinha um tom de tristeza nessas palavras.

– Qual o seu papel em tudo isso? Você emprestou-lhe o dinheiro para ela comprar a moto?

Gilbert levantou-se e caminhou até a janela. Parecia pensar na resposta com mais delicadeza.

– Não. Bella não precisa de empréstimos. Ela é rica. O que fiz foi retirar a soma de uma de suas contas a pedido dela. Não tinha ideia do que pretendia fazer com essa quantia. Somos amigos de infância, mas também trabalho administrando suas finanças, investimentos... Coisas assim. Bella prefere não cuidar pessoalmente dos negócios. - Isso não me surpreendeu muito, já sabia que ela era rica, seu jeito dizia isso.

– E a família dela? Por que não estão envolvidos?

Silêncio, eu odiava esse tipo de silêncio. Gilbert meneou a cabeça.

– Bella falará sobre a família quando e se resolver fazê-lo. Não é assunto meu. - Ele se voltou e olhou firme para mim. - Agora quero lhe fazer uma pergunta, se não se importar. Aliás, mesmo que se importe. Se não é um bom samaritano, o que é para ela?

Por alguma razão decidi que deveria ser franco e objetivo.

– Não sei o que sou para ela. Só sei o que ela é para mim.

Gilbert arqueou uma sobrancelha.

– E o que é?

– Tudo. Bella é tudo para mim.

– Entendo. Sabe, antes de Bella perceber que eu estava aqui, tive chance de dar uma boa olhada nela, e ela nunca me pareceu tão feliz. E olhe que a conheço há muitos anos. Algo me diz que deve essa felicidade a você.

– O que aconteceu então? - Comecei a andar de lá para cá. Não poderia continuar sentado e quieto, tendo essa sensação de que meu mundo estava prestes a desmoronar. - O que houve quando ela o viu? Bella estava contente antes de vê-lo, descontraída. Por que, de repente se tornou aquela criatura fechada e irascível que conheci semanas atrás? Só quero a felicidade dela, mas não posso lutar contra fantasmas sem nome. Tenho de saber o que está havendo. Você entende? Necessito de ajuda. Se gosta mesmo dela, então, ajude-me, por favor! - Desabafei com o desconhecido a minha frente.

Ele continuou feito pedra sem se abalar, olhando-me impassível.

– Esta me pedindo para trair a confiança de uma cliente.

– Não. Peço-lhe para falar a respeito de uma amiga sua, de quem gosto muito. Gilbert, facilitarei para você. Apenas diga: Bella mora sozinha?

– Quente.

– E tem pouco contato com a família.

– Quente. - Ele parecia gostar daquele jogo, mas eu não. Parei em frente a ele.

– Estou perdendo a paciência. Se se importa com Bella, conte-me pelo menos o suficiente para eu poder auxiliá-la. Não dou a mínima para a confiança entre advogado e cliente. E, se isso o faz sentir melhor, considere esta conversa como uma investigação oficial da polícia. Mas você vai me contar... De uma forma ou de outra! - Ameacei-o.

Para a minha surpresa, Gilbert sorriu. Não estava acostumado a pessoas sorrindo com as minhas ameaças, ainda mais as oficias.

– Está mesmo decido, hein, xerife?

– Ponha decidido nisso, Gilbert.

– Você não atendeu o chamado para tornar-se um cavaleiro de armadura reluzente. Não cerre os pulsos, sim? Sou civilizado demais para sair no braço. Mesmo com essa aparência, como vê, sou bastante alto e forte, faço bastante academia, mas não sou de brigar. - Depois o tom brincalhão sumiu da voz dele. - Tudo bem, sente-se. Não há um modo fácil ou rápido para contar essa história.

Sentei-me com ele a frente e comecei a ouvir a história de Bella.

Bella

Eu queria afundar na cama e entrar em um buraco negro, em outra dimensão e não sair mais nunca de lá. Não encontrava razão para sair do quarto. Tirei o travesseiro do rosto e fitei o teto.

No momento em que pus os olhos no moreno grandalhão instalado à vontade na cozinha de Edward, recebi uma jorrada de informações. Não houve dor de cabeça como as outras, apenas uma pontada aguda na nuca. E de repente, a minha vida toda estava novamente nas minhas lembranças. Como um véu que foi retirado diante dos olhos, tudo se revelou para mim, tudo o que eu não queria me lembrar.

Pensei que teria um ataque cardíaco ao lembrar os momentos vividos no passado, era tanta dor... Meu coração se apertou de tal maneira que pensei que tinha esquecido como se respirava, tive que forçar a entrada e a saída do ar, meu corpo estremeceu, o que foi percebido por Edward.

Estava tão feliz e agora... Agora eu tinha que encarar a realidade, fria, cruel. Sair desse conto de fadas. Lá embaixo esperavam-me meu passado e o meu presente. Nenhum deles sabia um sobre o outro. O futuro mordia meus calcanhares, escuro e assustador. Meu curto espaço de abençoada ignorância acabou. E não existia muita chance de desenvolver outro surto de amnésia. Que pena!

Fechei os olhos e coloquei novamente o travesseiro em meu rosto lembrando-me do dia mágico que tive, a revelação de vida e amor que descobri entre as flores e sob o sol e o céu azul de verão. Estava contente por ter vivido tudo aquilo, repetia para mim mesma convicta. Assim, teria algo a que me apegar durante os dias, meses e anos longos e solitários que teria pela frente. Rosas de inverno...

Tanto sentimentalismo não combinava com a minha usual atitude defensiva, mas eu não me arrependia de nada. Com exceção talvez, da questão da partida. Seria pior agora. Edward não demoraria em vir me ver. Tínhamos ficado pouco tempo juntos, mas eu já o conhecia bem e podia adivinhar os passos dele. Ainda mais agora que estávamos muito mais ligados.

A porta estava aberta de tão transtornada nem pensei em fechá-la. E por que pensaria? Todos os temores já estavam nesse quarto. Edward não demorou nada e quando entrou, a tensão pesou sobre mim. Ao olhá-lo descobri que ele já sabia de tudo. Sentei na cama e o fitei. A verdade estava evidente nos olhos bonitos e sombrios. O cowboy encantador e risonho que fez amor comigo hoje conhecia a história da cigana ruiva. Em vez de amor e paixão, vi piedade em seus olhos. Irritei-me com ele e principalmente com Emmet boca grande.

– Eu deveria estrangular Emmet. Ele tem a boca do tamanho do mundo! Preferia que você soubesse por mim mesma. Emmet é dramático demais.

Edward sentou ao meu lado na beira da cama. Cruzou as mãos no colo e olhou para a janela. A luz do crepúsculo entrava pelo quarto fazendo com que ele ganhasse uma atmosfera de sonho. Mas não era mais um sonho que eu estava vivendo, não era mesmo.

– É mesmo? Se é assim, conte-me com suas palavras. Eu queria mesmo ouvir de você.

– Por quê? - Perguntei desconfiada já que ele sabia de tudo.

– Quero saber o que sente.

Eu não esperava por isso. Procurei me acalmar, me preparar. Agora seria muito mais difícil me afastar dele, mas tinha anos de experiência de bater em retirada.

– Bem, eu tinha uma irmã gêmea. Éramos idênticas. O nome dela era Rebecca, mas sempre a chamei de Becca. Éramos quatro, Charlie meu pai, Renné minha mãe, Becca e eu. Uma família perfeita, como aquelas séries antigas de televisão em que todos diziam e faziam a coisa certa. E era assim mesmo. Guardo as lembranças mais estranhas daquele período. Não as maiores lembranças nem as mais importantes. Becca tocando flauta, meu pai espirrando água em nós duas quando lavava o carro e todas as noites, mamãe nos colocando na cama e contando histórias. Becca e eu éramos os personagens delas, e mal podíamos esperar pela hora de dormir para sabermos o que faríamos em seguida. Entende o que quero dizer?

– Sim. - Vi que ele tentava não demonstrar a sua tristeza com o que eu falei e eu não apreciei isso, era por isso que não contava a ninguém. Não queria pena. - Emmet comentou que seu pai era empreiteiro.

Eu sorri levemente com as minhas lembranças.

– Muitas vezes, aos domingos, saíamos de carro para passear, e papai ia nos mostrando as casas que construíra ao longo dos anos. Dizia que era nossa herança e que quando Becca e eu tivéssemos nossos próprios filhos apontaríamos para aqueles imóveis bonitos e diríamos: “Foi o vovô quem construiu”.

Virei para ele e o fitei. Eu falava rápido temendo vacilar e a medida que as lembranças vinham. Não queria desabafar na frente dele.

– Quando eu tinha doze anos, os três morreram num acidente de avião a caminho de Washington. Becca ia participar de um concurso nacional de flauta. Eu estava de catapora e não pude ir.

Edward meneou a cabeça, um músculo o pulava em seu maxilar.

– Foi demais para você. Tantas perdas de uma só vez...

– Sabe o que mais me magoa? Eu estava muito brava por eles terem me deixado. Com raiva e lágrimas foi como me despedi.

– Você não sabia, meu anjo.

Dei de ombros, eu era forte não me abateria com o que falava.

– Isso não tem a menor importância agora. Não tenho mais família. Eliot pai de Emmet era amigo de todos e foi nomeado o meu tutor. - Sorri amargurada. - Deus! Fiz com que ele pagasse por seus pecados. Cuidou de mim como se eu fosse mesmo filha dele e Emmet me trata desde então como irmã. Ele cuidava também do meu dinheiro. Recebi uma polpuda indenização da companhia aérea. - Sorri novamente. - Quando completei a maior idade Eliot sofreu um enfarte. Elena mãe de Emmet já havia falecido a algum tempo atrás, antes de ir morar com eles. Ela teve câncer e foi fulminante. - Edward franziu o rosto, era como sentisse dor.

– Bella... Jacob, fale-me sobre ele. - Oh Deus! Ele queria mesmo que eu morresse. Meus olhos marejaram e eu pisquei para retomar o controle das minhas emoções.

– Fui para faculdade resistente. Emmet insistiu que meus pais iriam gostar e então o fiz, sempre distante, não queria me aproximar de ninguém. Morei sozinha, Emmet não queria, mas até dele eu queria distância, não queria... Amá-lo ainda mais. Não queria me apegar tanto, mas ficar longe de mim parecia impossível para ele. Nessa época ele tinha acabado de se formar e então se tornou o meu advogado. Emmet tinha vários amigos e acabei conhecendo um deles: Jacob Black. Não entendi o porquê de sua insistência em se aproximar, eu o maltratava e quando isso não funcionou mais, simplesmente o ignorei. Mas ele insistiu e acabei saindo com ele, e então... Eu me vi... Apaixonada. - Era difícil falar agora.

– E então?

– Começamos a namorar, mas sempre brigávamos por causa da minha maneira de ser. Jacob era caloroso, amoroso e gostava de demonstrar isso e eu simplesmente não conseguia. Certo dia nós fomos a uma festa e Jacob estava chateado comigo por causa disso, então ele chamou algumas garotas para dançar. Ele queria que eu sentisse ciúmes, que eu reagisse. Eu senti, mas... Simplesmente fui para o carro, ele me seguiu e exigiu que eu falasse o que estava sentindo e me recusei. Entramos no carro e começamos a discutir, ele começou a dirigir. Não percebemos o sinal, o carro acertou o lado dele em cheio. Fiquei hospitalizada algumas semanas, mas Jake... Morreu na hora. Ele morreu zangado comigo, estávamos brigando e ele se foi... Sem ouvir o que queria.

– Querida...

– A minha versão combina com a de Emmet? Duvido. Nem sempre Emmet consegue separar emoções do trabalho. Tenta ser advogado durão, mas sua bondade fica no meio, atrapalhando o caminho. Sabe de uma coisa? Acho que eu deveria ter providenciado um fundo musical com violinos para tornar o relato mais emocionante. - Disse brincalhona querendo dissipar aquele clima.

– Pare com isso! - Edward soltou irritado e eu me assustei.

– Parar com o quê? - Perguntei confusa.

– Esta agindo como se isso fosse casual, simples. Não precisa fingir para mim, Bella. Pode dizer o que sente.

– Eu estou dizendo o que estou sentindo. Já faz onze anos que meus pais morreram e quatro anos que Jacob morreu. Acredite, tive tempo de sobra para adaptar-me. Todos somos crucificados de uma forma ou de outra, Edward. Ninguém passa ileso pela vida. Encontrei um modo de lidar com a situação. Talvez tenha um pouco de dificuldade para comunicar-me com as outras pessoas, mas esse é meu jeito de ser. É assim que tenho vivido e é assim que continuarei vivendo. Gosto de estar sempre mudando. Coração e alma, sempre em constante mudança. Sua infância foi perfeita?

– Não. Bella, não diga que você é assim, não enquanto estava aqui comigo. Você era muito sincera, falava para mim o que pensava mesmo editando. Você estava bem. Gosto de você, Bella. Muito... - Os olhos dele brilhavam marejados e eu me encolhi como se ele fosse me agredir.

– Você me conhece apenas a poucas semanas.

– Meu bem, só precisei de alguns minutos.

Eu não suportei. Não sei se foi por ter relembrado e exposto tudo o que vivi com uma outra pessoa. Nem mesmo com Jacob eu conversava sobre as minhas terríveis experiências, com Edward, no entanto eu falei tudo. Por isso e por tudo o que ele me disse eu desabei em lágrimas. Edward acariciou os meus braços, mas não me impediu de chorar.

– Não. Eu não vou complicar nada. Não posso... Não posso Edward.

– Nunca vou magoá-la. - Ele prometeu-me novamente. Mas dessa vez eu duvidei, com todas as minhas lembranças novamente sabia que isso era algo ariscado para se prometer.

– Não pode me prometer não o fará. Ninguém pode. Quando gostamos de alguém, corremos o risco de perdê-lo e sempre, sempre Edward, acabamos feridos. Não posso perder mais ninguém, não quero sofrer mais. Eu não sobreviveria!

– Você tem um futuro, Bella. Sua família e Jacob gostariam de vê-la feliz.

– Pode ser que eu não queira ser feliz! Como conseguiria? Eles se foram! Quer que eu esqueça isso! Ninguém poderá ocupar o lugar deles. Nem mesmo você. - O rosto de Edward se contorceu. Eu o magoei.

– Sinto muito Bella.

Ele ergueu a mão para me tocar, mas desistiu. Devagar ele levantou e caminhou até a porta.

– Emmet irá pernoitar no Hope Olimpic. Amanhã cedo virá conversar com você. Agora, trate de descansar. Virei mais tarde para vê-la. Bella?

– Sim?

– Quero fazer parte da sua vida e não vou desistir. Terá de encontrar um jeito de aceitar isso.

Antes que eu tivesse tempo de responder ele saiu e fechou a porta entre nós dois. Joguei-me na cama atordoada com o bombardeio de lembranças e emoções, passadas e do presente.


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