Doce Problema escrita por Camila J Pereira


Capítulo 28
Perdição


Notas iniciais do capítulo

E ponto para a nossa Bella que usou a cabeça e claro, os punhos contra a Tânya.



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Bella

Talvez eu tenha dormido por uma ou duas horas no máximo, não mais que isso. Estava muito atenta a Edward que não se movia. Se não fosse pelos movimentos de subida e descida do seu peito, poderia jurar que estava morto. Mas Alice me garantiu que ele estava bem, acreditaria nela. Espero que aquela desclassificada da Tânia esteja bem longe dessa cidade ou da próxima vez que a visse não responderia por mim.

Mas não era apenas a preocupação por Edward que não me deixava dormir, a dor no meu tornozelo era imensa e o sentia cada vez mais pesado, fazia de tudo para não me mexer. Qualquer movimento o mínimo que fosse provocava dor. O remédio parecia não ter feito efeito.

Um pouco mais tarde Edward moveu a cabeça para o meu lado, suspirei aliviada, era o primeiro sinal de vida que ele dava. Devagar repousei a minha cabeça em seu peito. Fiquei ainda mais aliviada ouvindo o bater ritmado do seu coração. Era a música mais linda do mundo. Como eu queria ficar assim, perto do seu coração para sempre! Mas eu sabia de alguma forma que não seria assim.

Permaneci quietinha em seu peito por incontáveis minutos ouvindo aquela música, até que ele suspirou e me abraçou. Parecia que o efeito do sonífero da Vaca Louca estava passando. A medida que o tempo passava Edward remexia-se embaixo de mim. E então ele levou as mãos a cabeça e fez uma careta, da sua linda boca saiu a mais terrível injuria que já tinha ouvido, fiquei surpresa.

- Ai... - Gemeu de dor.

- Ed! - Chamei-o. - Ed! Tudo bem? - Não consegui evitar a onda de carinho que me envolveu. Ele abriu os olhos e me fitou, seu semblante era de dor. Edward tapou os olhos com as mãos.

- Sinto-me horrível. - Pigarreou. Ergui um pouco o meu corpo com cuidado para não sentir dor, apoiei-me com o cotovelo direito na cama para observá-lo melhor.

- Vai passar. - Ele tirou as mãos do rosto voltando a me olhar.

- Quando chegou? - Parecia confuso.

- Por volta das oito da noite. - Ele cerrou ainda mais seus olhos.

- E que horas são?

- Acho que cinco da manhã.

- Eu dormi? Quem me trouxe pra cá? Não me lembro de ter subido. - Alice havia me avisado que ele ficaria um pouco confuso, por isso não achei que ele estava sofrendo de amnésia também.

– É meu bem, você dormiu. - Acariciei os seus cabelos. - E alguém o conduziu até aqui.

- Alguém quem? - Edward parecia um pouco atrapalhado e eu sorri. Ele levantou e gemeu de dor, com um pouco de esforço sentou na cama e eu também. - Estava conversando com Tânia. - A simples menção do nome daquelazinha me fazia tremer de ódio. - Ela esteve aqui, queria me pedir desculpas. Ela... Pediu uma bebida... O vinho... O vinho sim... - Edward parecia começar a lembrar. - O que aconteceu? - Ele me olhou assustado.

- Ela te dopou, Edward. - Ele arregalou mais ainda seus olhos verdes. - Te trouxe até aqui e armou um circo para que eu visse. Tirou as suas roupas – Ele olhou para o próprio corpo e percebeu que estava apenas de cueca boxer cinza. - e as dela também.

- Cadela! - Edward vociferou e agora fui eu quem arregalou os olhos.

- Eu... Nunca ouvi você xingar ninguém. - Falei sorrindo entre admirada e surpresa.

- Eu sou mesmo um imbecil. Se você não tivesse acreditado... Mas... Como...? Como descobriu que era tudo uma armação?

- Bom... Por um segundo eu acreditei que tivesse mesmo dormido com a Vaca Louca Desclassificada. Então, pensei bem... Lembrei-me de tudo o que me disse durante esses dias, que não me magoaria, eu quis acreditar...

- Oh Bella! - Edward beijou-me desesperadamente, ele segurava a minha nuca como se quisesse evitar que eu me afastasse. - Bella... Adoro você... - Ele falava enquanto me beijava.

- Tenho que te contar o resto. - Sorri.

- Sim, sim, conte. - Ele me beijou uma última vez antes de se afastar e segurar as minhas mãos entre as dele.

- Já estava lá embaixo, disposta a ir embora para nunca mais voltar a vê-lo. - Ele vez uma careta de descontentamento. - Então voltei, sabia que só poderia ter sido uma armação. Vasculhei a bolsa de Tânia e descobri esse sonífero. - Peguei-o no criado-mudo e entreguei para ele que o analisou por alguns instantes.

- Eu sou mesmo um imbecil. - Repetiu e riu amargo. - Sabia que por trás daquilo tudo havia algo mais. - Peguei o frasco da sua mão e o devolvi ao local.

- Bom... O caso é que eu dei uns bons tapas nela. - Edward olhou-me novamente surpreso.

- Você... Bateu nela?

- Alguma objeção? - Perguntei com falso tom raivoso.

- Absolutamente. - Ele riu. - Digamos que ela colheu o que plantou. - Ele me olhou intensamente, suas mãos voltaram para a minha nuca. - Obrigado por acreditar em mim.

- Obrigada por ser um homem extraordinário para mim. - Sorri e ele me beijou. - Eu chamei Alice para te examinar, você estava tão imóvel... Me assustou.

- Desculpe por isso, querida. - Sua voz era de pesar e ao mesmo tempo carinhosa. Voltamos a nos beijar e quando percebi estava deitada, Edward sobre mim, mas ele se afastou.

- O que foi?

- Não posso... Meu corpo todo dói. Parece que estou de ressaca. - Ele se deitou ao meu lado com a mão na testa.

- Espere um pouco, vou buscar um remédio para você.

Queria muito caminhar normalmente para que ele não percebesse que estava sentindo dor, mas era quase impossível tal coisa.

- Porque esta mancando tanto? - Já estava no meio do quarto quando ele perguntou. Virei devagar com um sorriso nos lábios para disfarçar.

- Acontece que tudo daquela Perua é mortal, até os seus sapatos rosas horríveis. Tropecei neles ontem à noite.

- Deixe-me ver. - Ele levantou meio grogue e abaixou na minha frente. Recolhi a perna quando senti seus dedos no local. Doía muito. - Venha, sente-se. - Ele levantou e tentou me puxar para a cama, mas eu o impedi.

- Xerife a prioridade aqui é você.

- A prioridade aqui sempre será você.

- Ed, eu adoro o seu cavalheirismo, mas...você está horrível. - Sorri carinhosamente fazendo um leve cafuné em seus cabelos. - Deite-se um pouco enquanto vou buscar o remédio e voltarei a deitar ao seu lado. - Ele sorriu e eu soube que tinha vencido.

Ele voltou a deitar na cama enquanto lentamente e dolorosamente fui buscar água e remédio para ele. Voltei e ele tomou me obrigando a tomar também já que eu estava sentindo dor. Ficamos juntinhos na cama apenas curtindo o momento. Ele disse que eu estava muito bonita com aquele vestido e eu fiquei totalmente vermelha. Desci para preparar algo para comermos e liguei para Alice avisando que ele havia acordado.

Quando voltei ao quarto Edward tinha tomado banho, fiz o mesmo e depois descemos para tomar café. Fiz com que ele ingerisse bastante suco e depois ficamos sentados no sofá ele em uma ponta e eu em outra, minhas pernas tomavam o espaços entre nós dois e meus pés estavam sobre o seu colo. Edward massageava o meu tornozelo e eu arfava de dor. Um tempo depois Alice chegou e o examinou novamente, estava tudo bem com ele.

- Jasper dará uma fugidinha do hospital mais tarde para vir te ver. - Alice falou para Edward.

- Esperarei, temos que conversar sobre a prima dele. - Edward falou sério e Alice assentiu.

- Agora precisamos ir até o hospital tirar um raio-x desse tornozelo, mocinha. - Falou comigo como se eu fosse uma criança.

- Tudo bem. - Respondi, não teria saída mesmo.

- Eu vou com você. - Edward anunciou.

- Nada disso. Você está tonto e precisa descansar. Fique tranquilo, cowboy, trarei a sua donzela sã e salva daqui a pouco.

- Estou ótimo Alice, você mesma disse. Vou acompanhá-las. - Edward falou teimoso.

- Já falamos sobre isso, não foi? Escute a Alice, fique em casa descansando e logo voltarei. - Falei firme. Alice olhou para mim e sorriu como se tivesse aprovado a minha atitude.

- Tudo bem. - Nos beijamos e eu fui até o hospital com ela.

Lá tirei o raio-x e verificou-se que não havia fraturado, mas Jasper o imobilizou, por segurança. Como Alice tinha se ocupado com um paciente, Jasper ofereceu-se para me levar de volta para casa e assim aproveitar para ver o amigo. Durante o caminho o coitado do Jasper pedia mil desculpas em nome da prima e falava que foi um tolo em pedir para o Edward aceitar conversar com ela. Ele me garantiu que ela não estava mais na casa dele.

Edward e Jasper conversaram sobre a atitude maluca da cobra. Edward estava bastante irritado, e eu adorei quando ele falou para o Jasper: “Se ela tivesse conseguido, Jasper. Se ela tivesse me separado da Bella, eu não sei o que faria.” E me olhou ternamente, meus olhos marejaram. Jasper pediu para que Edward não fizesse nada contra a prima, pois sabia que depois daquela ela tomaria jeito, era o que eu esperava.

Passamos o dia quase imóveis nos braços um do outro, ele com seu mal-estar e eu com a minha dor no tornozelo. Mas apesar de tudo, foi bom.

Edward

No dia seguinte acordei e me preparei para ir trabalhar. Deixei Bella dormindo, ela precisava descansar um pouco, estava com olheiras no dia anterior e seu tornozelo estava bastante inchado. Dei-lhe um beijo e sai. Já estava quase esquecendo o que me aconteceu no sábado. A louca da prima do Jasper tentou me separar de Bella e isso é imperdoável. Estava mexendo na papelada quando ela entrou no escritório. E agora o que ela iria aprontar?

Tânia estava com o rosto inchado e com marcas roxas por todo o seu corpo. Acho que Bella não deu apenas “bons tapas” nela, a minha leoa realmente atacou.

- O que faz aqui? - Perguntei com raiva.

- Mostrar o que a louca da sua namorada fez. - Ela devolveu.

- Acredito que a louca da história não seja ela. E além do mais, foi bem merecido, não Tânia? - Estava me segurando para eu mesmo não dar uns bons tapas nela.

- Eu vim denunciá-la por agressão. - Tânia bateu as mãos na mesa e me encarou. Eu simplesmente tive que rir daquilo. Ela pareceu confusa com a minha reação. Levantei-me devagar e a encarei sério.

- Acho melhor você sair da delegacia e pegar o primeiro ônibus para fora da cidade. Faça isso agora e sem procurar confusão, ou quem vai ficará presa será você. - Tânia afastou-se um pouco da mesa assustada com as minhas palavras e o meu tom. - Você passou de todos os limites, Tânia. Eu posso denunciá-la por Conduta Imoral e Anti-ética, além de exposição a vida ou a saúde a perigo direto e iminente. - Vi o seu corpo estremecer.

- Não faria isso, Ed. - Sua voz agora era baixa.

- Faria sim. - Garanti.

- Eu...eu só queria ter você para mim de volta.

- Você nunca me teve, Tânia, coloque isso em sua cabeça. - Tânia contornou a mesa e tentou me abraçar, mas eu a afastei.

- Ed, por favor... - Implorou.

- Vá, Tânia, deixe-me em paz. - Ela se afastou chorando.

- Ed... - Eu continuei olhando para ela impassível e então ela se foi. Suspirei fundo jogando-me na cadeira. Eu tinha certeza de que agora ela não aprontaria mais nenhuma loucura.

Os dias foram passando e a medida que a semana avançava sentia Bella diferente. Ela tentava disfarçar, mas sabia que havia alguma coisa de errada. Sempre que eu a indagava, ela dizia que não era nada e fugia do assunto. Nem mesmo atacar-me novamente ela tentou. Estava tão comportada, aceitando apenas os carinhos que o meu limite permitia sem fazer objeções. Aquilo estava muito estranho.

Algumas vezes quando chegava em casa, ela já estava deitada. Muitas vezes a via pálida e desanimada. Achei que fosse a saúde dela, mas ela sempre afirmava estar bem. Até o seu tornozelo estava melhor, mas a sua fisionomia piorava.

O sono dela estava cada vez mais agitado e ela falava muito durante ele. Eu mal conseguia dormir preocupado, muitas vezes ela acordava assustada, mas não se recordava dos sonhos. Entre seus pais outras pessoas eram citadas. “Emmet” foi uma delas o que me fez ficar desconfiado, mas “Becca” era um nome novo pronunciado com muita dor. Bella não se lembrava de nenhuma Becca, mas ela continuava chamando-a. Certa noite em seus devaneios ela falou o maior número de frases coerentes que já tinha dito.

“Becca, deveria ter sido eu.” - Bella suspirou fundo. - “Não queria que eles fossem, estava tão zangada”. Perdoem-me.” - Bella começou a chorar e eu a abracei. - “Jacob”. - Afastei-me para olhar seu rosto, ela parecia sofrer. Quem era esse Jacob afinal? - “Jake, você também não.” “Emmet, ajude-o!”. - Bella levantou-se de uma só vez, sentando na cama assustada, sua respiração estava descontrolada.

- Quem é Jacob? - Perguntei e ela se virou para mim. Ela fitou-me por um momento e depois passou as mãos pelos cabelos pensando.

- Não sei. - Respondeu, frustrando-me completamente. Havia amor quando ela o chamou e eu não gostei nada disso. Bella voltou a deitar em meu peito e eu a abracei, nós dois mal dormimos aquela noite.

Bella continuou estranha nos outros dias. Perguntei a Rosie e a Alice se elas sabiam de algum, mas as duas negaram. Na sexta-feira quando cheguei em casa e a encontrei totalmente nervosa quis arrancar a verdade dela, se não era a saúde era outra coisa.

- Bella, tem que me dizer agora o que você tem. - Peguei-a pelos braços e a fiz me encarar.

Bella

Era para tudo dar certo, agora que Tânia deixou a cidade definitivamente. A mocreia ainda tentou dar a sua última cartada com Edward, mas ele a repeliu. Porém na segunda-feira os lampejos começaram a aumentar. Não entendia nada, é claro, eram cenas cortadas que surgiam em minha mente, mas que me deixava completamente confusa. Com os lampejos as dores de cabeça também aumentaram. Não queria dar mais nenhuma preocupação para Edward, então sempre que ele me perguntava dizia que estava tudo bem.

A minha saída era tomar os analgésicos e deitar, por isso muitas vezes quando ele chegava do trabalho eu já estava na cama. Edward desconfiava, mas não exigia que eu falasse a verdade. O que era muito bom, mas eu sabia que um dia ele explodiria.

O homem alto e forte aparecia com mais frequência em minhas lembranças. Conseguia lembrar de sua voz agora. Também consegui lembrar de uma linda casa, era enorme, e tinha um jardim com flores de diversas cores. Aquelas lembranças não me faziam bem, não mesmo e por isso eu nem as comentava com Edward.

Certo dia quando sai da loja de Rosie, quis dar uma volta pela cidade. O meu tornozelo já não doía tanto e eu podia caminhar melhor. Encontrei Mike Newton e Jéssica, estavam namorando, eles se entenderam no dia da festa da cidade. Fiquei feliz pelos dois. Encontrei James também, mas a conversar com ele não me deixou muito bem. James era carinhoso e tudo, mas seus olhos eram astutos demais. Acho que fiquei impressionada com o que Rosie me falou dele.

- Ainda está com o xerife? - Ele perguntou momentos depois.

- Sim. - Ele riu.

- O que há de divertido?

- Só estou impressionado com as mudanças que ocorrem nas pessoas.

- É mesmo?

- Sim, olha pra você. Nem parece aquela garota da Califórnia.

- E isso é bom ou ruim? - Perguntei querendo mesmo saber.

- Não sei... - Foi evasivo e eu fiquei achando que ele pensava que era ruim. Nos despedimos e fui para casa pensando no que ele me disse e lembrando dos meus lampejos.

Nessa noite sonhei com um homem com o porte físico parecido com o outro de terno, mas esse tinha a pele naturalmente bronzeada e eu lhe beijava o peito como fiz com Edward outra noite. Passei o dia todo lembrando disso, talvez ele tenha sido um namorado, a questão era que eu não lembrava e aquilo me angustiava, porque eu sabia que deveria lembrar, mas não queria.

Na sexta-feira encontrei novamente com James e tivemos outra conversa estranha sobre mim.

- Bella, você não percebe o que o xerife está fazendo? - Não, eu não percebia nada. Edward sempre quis me ajudar, me defender. - Ele está prendendo-a aqui. Está prendendo a sua alma, Bella. Você é livre, e está se deixando encarcerar por ele.

- Não é o que está acontecendo. - Murmurei.

- Não? - Ele riu. - Não faz nada se não em torno dele, da família dele, dos amigos dele. Ele te cerca, te manipula. Você não se prende a ninguém, foi o que me disse. E sabe de uma coisa? - Neguei com a cabeça. - Foi isso que me fez não esquecer de você. Gostei de você pelo o que você é, livre. Seja livre Bella, comigo. - Ele se aproximou de mim e eu dei um passo para trás.

- Não porque pensar assim, mas Edward não me manipula como você disse. Tudo o que ele me ofereceu desde que cheguei foi o seu apoio.

- Apoiou-se tanto nele que agora o tem como uma bengala. - As palavras de James me atingiram de tal forma que eu não poderia prever, fiquei irritada com ele.

- Não fale do que não sabe, James! Não preciso de bengala, não preciso de ninguém.

- Exatamente! - Ele sorriu como se eu descobrisse a resposta de algo que ele insistia que eu soubesse.

- James, eu não sei qual o seu objetivo, mas eu não vou ficar contra Edward.

- Eu não quero que fique. - Fiquei confusa. O que ele queria então? - Quero que volte a ser o que era.

- Para quê? - Seus olhos brilharam e eu entendi momentos seguintes. - Se acha que voltando a lembrar do meu passado eu fique com você, está enganado.

- Você pareceu gostar de mim. - Ele falou. Então porque fui embora deixando-o?

- James, o que aconteceu está no passado e mesmo que eu lembre dele nada entre nós dois poderá ser mais do que amizade.

- É a sua última palavra? - Perguntou magoado.

- Sim. - James assentiu e foi embora. Ele tentou jogar sujo para que eu me envolvesse com ele novamente. Isso não iria acontecer e parecia que ele tinha entendido, só esperava que não fosse louco como a Tânia e aprontasse alguma.

Mesmo não querendo pensar nas coisas que ele me disse, era impossível, porque no fundo eu sabia que tinha uma verdade ali. Ser livre soava perfeito para mim e eu sentia que a muito tempo não permanecia um longo tempo em um único lugar. Eu já estava em Hope Falls a duas semanas e talvez aquilo também fosse um fator para a minha inquietude. Voltei para casa um tanto nervosa e Edward percebeu quando chegou, perguntou o que era e eu novamente menti. Quando estava prestes a subir as escadas para deitar-me um pouco ele me alcançou.

- Bella, tem que me dizer agora o que você tem. - Pegou-me pelos braços e me fez encará-lo. Pisquei algumas vezes tentando pensar em uma escapatória, mas no fim achei melhor contar a verdade. Falei sobre a conversa que tive com o James e Edward ficou muito irritado.

- Mas essa agora! – Edward afastou-se um pouco de mim extravasando o seu descontentamento. Então ele voltou a se aproximar me tocando na altura dos ombros. - Sente algo por ele, Bella?

- Sabe que não. - Respondi impaciente.

- Diga-me porque está tão nervosa. - Ele exigiu.

- Eu não sei. - Admiti. - Tenho tido lampejos mais constantes. Eles me deixam confusa. Não quero tê-los, mas eles vêm cada vez mais constantes, mas não se ligam. Não tem coerência.

- Está tendo mais lampejos? Por que escondeu isso de? - Perguntou parecendo magoado. Ele esperou a resposta, mas eu apenas abaixei a cabeça sem poder encará-lo. - Está tendo mais dores de cabeça, não é? - Não respondi. Ele ergueu meu queixo com o dedo indicador. - Fala a verdade para mim.

- Sim. Não quero preocupá-lo. - Edward encostou a testa na minha.

- Como não ficar? Bella, você é tudo para mim. Você é a minha vida agora. - Sua voz era angustiada e me fez chorar. Edward limpou as minhas lágrimas com seus lábios, distribuindo beijinhos em meu rosto. - Nunca mais esconda nada de mim. Vamos ter que descobrir o porque das dores de cabeça. - Gemi de frustração. - Você será uma boa menina, Bella. Deixará que eu cuide de você. - Edward com certeza era a minha perdição.


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