Doce Problema escrita por Camila J Pereira


Capítulo 18
Começando Um Ótimo Dia


Notas iniciais do capítulo

Bem, vocês já podem imaginar que coisas boas virão ao ler o título.
Aproveitem a leitura.



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Bella

Antes mesmo de abrir os olhos, me dei conta de que me sentia muito bem, meu corpo estava totalmente relaxado pela noite bem dormida. Sentia-me leve e bem disposta, acho que como a muito não me sentia, mas eu não poderia ter certeza.

Cenas da noite passada vieram a minha cabeça, o jantar divertido e a conversa na varanda. Lembrei-me da magia que senti ao lado dele, de quão envolvida estava por esse xerife. Imediatamente veio a minha mente os beijos trocados, a minha total falta de tato ao me insinuar para ele. Eu não sabia se era uma mulher acostumada a isso, só sei que senti tanta vontade de ser beijada e tocada por ele que não pude evitar o meu comportamento pecaminoso de ontem à noite, senti minhas faces corarem.

Será que ele está achando que eu sou uma mulher assanhada? Gemi envergonhada e cobri meus olhos com as mãos esfoladas. Eu não merecia isso. Acho que foram os remédios mesmo que me fizeram agir assim. Ou talvez... Oh droga! Eu possa ser uma devassa! Uma mulher sem moral nem vergonha!

Oh... Pelo menos parecia que não havia ninguém no quarto, tirei as mãos dos olhos e os abri. Fiquei aliviada por ele não estar ali. Não seria capaz de olhá-lo tão cedo, estava completamente sem jeito. Oh Deus! Edward me tocou tão intimamente ontem e eu mal o conheço! Olhei para o lado e vi um pequeno ramo de flores do campo violetas sobre um pedaço de papel.

Peguei o ramo de flores e inalei o seu perfume, era delicioso o seu aroma, muito delicado e me deixou muito feliz. Sentei devagar temendo que algo em mim doesse, parecia que estava um pouco melhor que ontem. Peguei o papel dobrado e endereçado “A mais linda desmemoriada”. Ri, deveria ser eu. Abri o papel e estava escrito numa caligrafia muito charmosa o seguinte:

Espero que tenha dormido bem e tido sonhos lindos. Posso lhe garantir que eu tive, mas nada comparado a agradável sensação de abrir meus olhos e ver a mais formosa Bella Adormecida em meus braços.

PS.: Espero que esteja preparada, teremos que nos alimentar bem, viveremos muitas coisas hoje.

                                                                                                                                                                Edward

Sorri e inalei novamente o perfume das flores. Aquele pequeno gesto encheu o meu coração de algo extremamente bom. Levantei cuidadosamente da cama sem colocar meu pé com o tornozelo inchado totalmente no chão, aquilo ainda doía muito, mas me forcei a caminhar até o guarda-roupa dos meninos onde Rosie tinha colocado o seu vestido azul para que eu usasse hoje. Fui até a minha mochila e peguei peças íntimas, depois com um pouco de dificuldade caminhei, não, quiquei até o banheiro.

Tomei um belo banho morno e me vesti, adorei o vestido da irmã do xerife, ela tinha um bom gosto. O vestido tinha apenas uma alça, que deixava um dos meus ombros totalmente exposto. O seu corte deixava o meu corpo bem desenhado e me senti bem à vontade nele.

Voltei quicando novamente para o quarto e lá penteei meus cabelos para o lado e prendi três das delicadas flores de um lado dos meus cabelos. Vasculhei minha mochila e encontrei poucas coisas, mas bastante úteis para uma leve maquiagem, além de perfume. Calcei novamente a sandália de Rosie, guardei minhas coisas na mochila e também o bilhete de Edward e me preparei para descer as escadas e encontrar o xerife Cullen. Queria que ele me achasse bonita, lembrei novamente da noite passada e sorri timidamente.

Tive que pular e me segurar pelas paredes, quando cheguei às escadas desci com ajuda do corrimão. Encontrei Edward sentado na cozinha lendo um jornal. Estava de bermuda jeans e camiseta branca sob uma camisa amarela que mantinha aberta. Sorri ao vê-lo descalço, os dedos movimentavam-se em liberdade. Esse era o xerife em seu dia de folga.

- Bom dia. - Cumprimentei-o, tímida. As lembranças da noite anterior ainda estavam vivas, dificultando a minha concentração. - Desci as escadas com um pé só. Não foi fácil, mas estou fazendo progressos.

Edward levantou-se de imediato, seus olhos continha surpresa e admiração. Com certeza uma manhã ensolarada como essa combinava com ele. A janela da cozinha dava para o leste, de modo que o sol iluminava seus cabelos acobreados, dando a eles um efeito maravilhoso. Ele continuou me fitando e ficamos assim sem dizer nada. Edward parecia ter entrado em algum tipo de transe.

- Edward? - Chamei-o e ele piscou.

- Eu deveria ser preso! - Afirmou no que parecia um pedido de desculpas. - Já ia subir para ajudá-la. Ia mesmo. Só achei que você precisaria de um tempo maior para arrumar-se... Sou mesmo o rei da sutileza, não?

- Arrumar o quê? - Contive um sorriso para a minha falsa indignação. - Acha que estou desarrumada?

- Bem, as mulheres parecem... Oh, droga! Não insinuei que precisa arrumar alguma coisa. De todas as mulheres do mundo que têm tudo no lugar, você é... Olhe, vamos apagar tudo e começar de novo. - Sorrindo e completamente sem jeito ele puxou uma cadeira para mim. Então não sou apenas eu quem estou totalmente sem tato. - Bom dia Bella. Sente-se, por favor. Aceita um café? - Eu adorava vê-lo desse jeito.

- Tenho certeza de que uso batom, rímel, pó e perfume como todas as mulheres. E bom dia para você também. - Brinquei sentando-me.

- Ora essa Bella, você nem precisaria disso tudo. É muito bonita naturalmente. - Ele disse acariciando o meu rosto e quem ficou vermelha agora fui eu.

- O-obrigada. - O feitiço virou contra o feiticeiro.

- Adoro azul. E você ficou linda nessa cor. - Ele sorriu e beijou a minha testa. Edward me olhou nos olhos e lentamente se afastou sentando em outra cadeira. Eu pigarreei. - Então, dormiu bem?

- Si-sim. E você? - Tentei não parecer muito curiosa.

- Como eu disse no bilhete, foi uma das melhores noites da minha vida. Vou colocá-la na categoria das dez mais. - Sorri sem saber o que dizer. - A propósito, as flores ficaram lindas em seus cabelos. Estão no lugar certo, eu diria. - Eu poderia derreter nesse momento? Achava que sim, como manteiga.

- Eu adorei o bilhete e as flores.

- Eu adorei os beijos e os abraços. - Abaixei meus olhos, muito envergonhada pela minha atitude de ontem. Não me sentia muito á vontade com isso. Ele alcançou meu rosto e o levantou para que eu o encarasse. - Ei... Qual o problema? - Edward perguntou docemente.

- Nenhum. - Não sabia o que ele deveria ter pensado de mim no momento. Edward foi mesmo muito cavalheiro a noite passada, levando em consideração a maneira como me joguei pra ele.

- Bella, sem mentiras, por favor. Diga qual é o problema.

- Edward... estou envergonhada. - Admiti.

- Mas por quê?

- Porque eu praticamente me joguei para você...

- Se arrependeu?

- Não! - Oh meu Deus! Eu respondi tão rápido que ele até riu, fiquei ainda mais vermelha.

- Bella, Bella, não estou pensando nada ruim de você. - Ele afirmou.

- Verdade?

- Claro que sim. Fique calma.

- Eu senti muitas coisas ontem...

- Eu também, minha linda. - Edward riu. - Acredito que foi natural tudo o que você sentiu eu também senti, e nem tem ideia... - Ele balançou a cabeça de um lado a outro. - É melhor continuar sem ter ideia. Vamos tomar o nosso café, certo? Depois te levarei para ver a parada. Você vai gostar.

Edward

Bella estava dormindo abraçada a mim, seu perfume me embriagava e eu a acariciei delicadamente.   A noite passada acredito que ela não estivesse mentindo sobre as suas emoções, mas ela estava sim sob efeito de remédios. Foi com muito esforço que sai dos seus braços e fui tomar um banho, depois abri as cortinas do meu quarto e a janela para sentir o cheiro fresco de um novo dia. Foi olhando pela janela que tive a ideia de sair e buscar flores para presenteá-la. Escolhi as mais bonitas e junto com um bilhete deixei na cama ao seu lado.

Não sabia se ela se reprimiria novamente hoje, como fez quando nos conhecemos. Mesmo estando um pouco fora de si, tivemos muitos progressos ontem. Sentir a sua boca quente e macia foi a sensação mais incrível que experimentei. Com certeza ficaria viciado. Bella era o meu vicio.

Desci para preparar o nosso café e claro, a minha contribuição para a comemoração: torta de maçã que aprendi com a minha avó. Era tradição ter um almoço ao ar livre depois da parada e cada um podia contribuir com um prato que quisesse. Eu daria contribuição a sobremesa este ano. Não quis subir logo para que Bella descasasse e se arrumasse à vontade, mulheres pareciam muito preocupadas com a aparência.

Então, retirei a torta do forno e deixei esfriar no balcão enquanto lia o jornal. Alguns minutos depois eu já não sabia o que estava vendo a minha frente, pois meus pensamentos voltaram para Bella e a forma como dormimos abraçados ontem. Era tudo o que eu queria, que ela ficasse comigo assim para sempre. Mas existia um empecilho: Emmet Gilbert, o tal advogado que a conhece. Quem seria ele e o que ela fazia com o cartão dele no bolso? Senti novamente um aperto no peito, era medo. Tinha medo de perdê-la.

Mesmo se ela não quisesse, Bella era a minha vida agora. Separar-me dela seria como cometer suicídio. Sei que prometi a ela que procuraríamos esse cara hoje, mas eu queria mais um pouco de tempo com ela. Não era nada de mais, então não ligaria para ele e faria com que ela se esquecesse disso também. Estava pensando nisso quando ela chegou na cozinha me deixando completamente atarantado. Eu já gostava de azul, mas Bella naquele vestido era tentadora demais. Mal pude tirar os olhos dela durante todo o tempo. Ela tinha esse poder de me fazer perder o controle, mas logo virei o jogo e Bella estava gaguejando.

Comemos em meio a uma conversa leve, sem tocarmos no assunto do passado dela. Bella parecia ainda relaxada o que me deixou aliviado e esperançoso. Eu ainda teria o coração dela e seria o homem mais feliz do mundo. Ela insistiu em me ajudar depois da nossa refeição, teimosa como sempre e não pude negar dessa vez. Então ela lavava e eu enxugava e guardava a louça.

- Essa torta foi você quem fez? - Ela falou ao perceber a torta.

- Sim.

- Está com um ótimo aspecto e cheirosa também. Tem muitos dotes, não é verdade, xerife?

- Nem imagina quantos. - Disse ao mesmo tempo em que ia para trás dela e cheirava a sua nuca. Bella estremeceu com isso.

- Edward, por favor... - Eu ri e me afastei para continuar o meu trabalho. Tinha certeza que não teríamos mais problemas com a sua falsa frieza. Ela estava mesmo receptiva aos meus galanteios.

- É para a festa, as pessoas podem levar o que quiser para o almoço depois da parada.

- Com certeza provarei a sua torta.

- Especialidade de Elizabeth. Ela me ensinou há muito tempo e como um bom homem solteiro, tive que aprender a me virar.

Quando terminamos o nosso trabalho na cozinha, sem avisar a peguei no colo e ela soltou um gritinho de susto me fazendo rir. Levei-a para a sala e sentei-a no sofá.

- Um dia você vai me matar de susto, xerife. - Ela ofegava.

- Não, não será disso que morrerá comigo, Bella. - Imediatamente seu rosto ficou vermelho e eu sorri. - Uma leoa envergonhada.

Aproximei-me dela e beijei seus lábios, Bella encostou-se ao sofá e ouvi seu gemido, mas era o gemido errado, esse parecia de dor e logo me afastei para verificar o que houve.

- Te machuquei.

- Não. - Mas o rosto dela tentava disfarçar uma careta.

- Onde foi?

- Não foi você. Apenas encostei o machucado do cotovelo no sofá.

- Deixe-me ver.

Peguei o seu braço com cuidado para ver o seu machucado. Fiquei aliviado por constatar que não havia tido danos em seu braço, os pontos pareciam estar bem.

- Isso me lembrou de algo. - Falei enquanto devolvia o seu braço delicadamente. - Vou pegar o seu remédio.

- Não, Edward, realmente não precisa. - Ela pediu.

- Como não? Você ainda sente dor Bella. Sem discussão eu vou pegar o remédio e você vai tomar. - Dei-lhe um leve selinho e levantei para pegar o remédio e um copo com água.

Voltei rapidamente para perto dela e sem discutir ela tomou o remédio. Peguei o copo e levei até a cozinha, aproveitei para colocar a torta em um recipiente que o cobrisse. Subi correndo as escadas para ir até o meu quarto e calçar os meus pés. Desci e de frente para ela perguntei se já podíamos ir, quando ela afirmou a peguei nos braços e ela riu.

- Não pretende me carregar assim de um lado para o outro da cidade não é mesmo?

- E de que outra forma quer ir? - Perguntei rindo.

- Eu desci a escada sozinha, lembra?

- Quer que eu te deixe ficar pulando de uma perna só por aí?

- Edward, eu posso andar, mancando, mas ainda sim posso tentar.

- Não se preocupe com isso. – Pus Bella no carro e depois entreguei a torta para ela segurar. - Quero que se divirta. OK? - Falei quando já estava dirigindo.

- OK. - Nos olhamos e sorrimos. Eu sabia que estava começando um ótimo dia.


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