Kyodai - The Awakening Of Chaos (Interativa) escrita por Wondernautas


Capítulo 67
Capítulo 57 - Solemn Judgment


Notas iniciais do capítulo

Comentem, pliesiii... Y.Y



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Juli encarando uma das duplicatas de Nagashi Swords...

E o que vai fazer para isso? Me matar? questiona a filha do diretor.

Atenderei o desejo do seu coração. afirma a outra, se aproximando um pouco mais, exibindo seu solene sorriso.

De repente, Kenny sai da sala na qual Yukino sempre foi mantida presa. E se surpreende, aproximando-se de Juli, quando vê aquela duplicata de Nagashi.

Mais uma!? pensa ele, surpreso. Preciso fugir com a Juli daqui!

Repentinamente, a cópia da Swords desaparece e se materializa bem atrás de Kenny. Com uma terrível rajada de vento, o golpeia. Vítima de uma espécie de redemoinho, o integrante da Carmesim é levado como folha ao vento e, mais tarde, arremessado de costas para o teto. Quando isso acontece, ele cospe sangue e cai desmaiado no chão.

Posso me teletransportar, ler sua mente e controlar o vento. afirma a duplicata de Nagashi, sorrindo como uma garota gentil, o que na verdade não é. O seu poder, o poder de Sugaku Megumi e o de Daniel Strauss.

Juli dá meia volta, perplexa. E indaga, atordoadamente impactada:

O q-que v-você f-fez!?

Ele estava no meu caminho. afirma. Tudo o que fica em meu caminho deve ser elimina...

Uma estranha luz arde perante a personalidade alternativa de Nagashi. E, de uma espécie de portal brilhante, sai uma figura feminina, vestida com trajes negros e muito colados em seu corpo o que deixa evidentes suas belas curvas. Com um movimento rápido, a estranha parte a duplicata em duas, verticalmente, com uma espada. No segundo seguinte, a cópia da indomável desaparece como orvalho em dias de primavera.

Mas... pensa Juli, ainda mais impressionada, encarando o dorso da estranha.

A desconhecida se vira para Juli. É uma jovem de estatura mediana e pele bem clara, olho esquerdo verde esmeralda e direito azul safira. Seus brancos cabelos, com pontas azuis, são ondulados e chegam à sua cintura. Possui lábios naturalmente avermelhados e tem uma franja desfiada do lado direito da sua face, passando apenas alguns centímetros de seu queixo. Em sua orelha esquerda, há um solitário brinco prateado na forma de um crucifixo.

Quem é você!? indaga a filha do diretor.

O que está ocorrendo por aqui? pergunta Yuki Arima, ao sair da sala onde estava, segurando seu cotovelo direito com sua mão esquerda.

São ouvidos passos apressados. Todos os três olham para o corredor a qual Juli estava indo anteriormente. E aqui aparecem, juntos, Lucy Rouvier, Sayuri Kishimoto, Anthony Christhurt, Daisuke Saruma, Sherry Fontaine e Daniel Strauss.

Você!? a garota estranha se surpreende ao encarar Lucy.

Sem entender a surpresa dela, a cientista maluca fica fitando-a. Dessa forma, a estranha manipula sua espada e coloca sua ferramenta a frente do seu corpo. Séria, declara:

Sinto muito, mas terei que te matar: esse é o meu julgamento para você, Lucy, a Obscura...

/--/--/

Uma delas acabou de ser derrotada! declama Amaya.

Sim, eu pude sentir. afirma Nagashi, correndo na frente do grupo.

Junto das duas, estão Senshi Yujo, Kaoru Tohara e Tsubaki Seijitsu. Todos eles correm em busca das personalidades múltiplas da garota indomável que se espalharam por aí.

Algumas delas estão se movendo de modo impressionante. comenta Amaya, correndo com os dedos em sua cabeça, mantendo sua habilidade ativa. Devem estar usando a supervelocidade ou o teletransporte.

Infelizmente, ainda não domino bem nenhuma das duas. fala Nagashi. Não conseguiria, inclusive, me teletransportar junto de todos vocês.

A que está mais próxima está onde? pergunta Kaoru, do lado esquerdo da ultra comunicadora, fitando-a.

Pelo que parece, em uma área mais afastada do colégio, em um pequeno prédio de anexo em Kyodai. afirma ela.

No fim, percebo como causo problemas! pensa a loira. Se eu tivesse maior controle para com meus poderes, minhas personalidades alternativas nunca se separariam de mim dessa maneira. Até mesmo quando preciso corrigir isso, falho... Eu...

Nagashi... recita Senshi, ao se colocar ao lado direito dela, surpreendendo-a.

A garota volta seu surpreso olhar para o seu amado. Ele, mais que depressa, fala:

Não precisa ficar assim.

Está ouvindo o que penso? indaga, ainda mais surpresa.

Não, estou percebendo o que você sente: a sua autopiedade, seu sentimento de culpa. ele esclarece. É você quem tem a maior responsabilidade entre todos nós, amor. Não precisa tentar resolver tudo sozinha...

Mas nesse caso, a culpa é sim minha. ela argumenta. Se não fosse por minhas incapacidades, nada disso estaria acontecendo. De que adianta poderes tão fortes se meu coração em si não é forte o suficiente para usá-los?

Repentinamente, Senshi para de correr. Nagashi, Kaoru, Amaya e Tsubaki, em sequência, também o fazem. Colocando-se bem diante de sua amada, o empático a encara sério. E articula:

Nunca conheci uma pessoa tão forte quanto você. E não falo nada a respeito de habilidades especiais ou coisas parecidas, mas da sua própria força de vontade.

A Swords sorri. E se dá conta do fato: sempre que seu coração é tomado por dúvidas e sempre que sua alma é engolida pela angústia e sofrimento, ele está aqui para lhe envolver com esse sentimento de paz e segurança. Cada segundo que passa ao lado de Senshi é mais uma prova do quanto o que os une é verdadeiro e especial.

Então vamos, né? sugere Amaya, cruzando os braços e cortando o clima dos dois, chamando para si os olhares de ambos.

C-certo! confirma Nagashi, ao sentir seu rosto corar.

Ela volta a correr. O restante também. É aí que Amaya grita:

Esperem!

Tarde demais. Uma grande cratera é aberta na parede à direita do grupo, centímetros de distância dos estudantes, o que os faz parar de modo brusco. Pelo buraco, o corpo de alguém é lançado contra a outra parede, o que a faz rachar assustadoramente. É um homem desconhecido para todos, mas que traja o uniforme dos seguranças do colégio.

Idiota. declama a personalidade alternativa de Nagashi que, atravessando o buraco, se mostra para todos os presentes. Quem mandou me desafiar daquela forma?

Com isso, a duplicata de Nagashi muda seu foco de olhar para o grupo deles. Senshi, por sua vez, sem medo, caminha em direção ao homem desconhecido. Ao se agachar e tocar nele, declara, encarando a outra versão de sua amada:

Está morto.

Nagashi cerra ambos os seus punhos, demonstrando uma expressão de fúria. Encarando o seu outro eu diante dos seus olhos, comenta:

Não suporto mais ficar quieta perante o que estão fazendo.

Sua duplicata permanece séria, mas fala:

Não me importa o que pensa. Se acha que poderá combater todas nós, está enganada. Mesmo que nos derrote, jamais nos destruirá. E, cedo ou tarde, voltaremos a nos libertar de você. Além disso, quanto mais poderes adquirir, mais personalidades alternativas aflorarão em seu interior. É um labirinto sem saída, Nagashi...

Amaya, por sua vez, decide vasculhar a mente da inimiga presente com sua habilidade. E quando o faz, fica pasma, sem dizer uma palavra sequer, mas pensando:

Inacreditável! Ela também tem uma mente própria! Isso não pode ser verdade!!

A duplicata de Nagashi dirige seu olhar para a ultra comunicadora. Fitando-a, diz:

A única forma de acabar com todas nós para sempre é dar fim à vida da original. Em outras palavras... volta seu olhar para Nagashi, apontando para ela com seu indicador direito. Matem-na.

/--/--/

Enquanto isso, bem longe dali, em uma cidade vizinha...

Um clube. E várias pessoas, nele, bem relaxadas. Enquanto algumas aproveitam as águas da grandiosa piscina, outras permanecem próximas a ela, tostando a pele com o calor do sol. O primeiro caso é de Marin Schneider. O segundo é de Sanford Mendez. Ambos tentam, juntos, permanecerem longe dos problemas para que possam viver uma vida normal como qualquer outra pessoa.

Nossa, que saco. reclama Marin, subindo uma pequena escada e saindo da piscina, sendo que várias outras pessoas estão nela no momento. Você vai ficar só aí?

No momento, ela está mantendo a sua habilidade: sua aparência é a de uma bela mulher de pele parda, longos cabelos negros lisos até sua cintura e olhos castanhos bem claros, próximos ao tom de mel. Decidira fazer isso para que ninguém indesejado lhe reconhecesse em algum momento importuno.

Você sabe que não me dou muito bem com água. fala ele, com óculos de sol, deitado na sua cadeira de praia, com os braços para trás da sua nuca.

Andando e se aproximando dele, a mulher se assenta na cadeira de praia à direita dele. Usando sua mão esquerda, pega uma garrafa pet de refrigerante e leva à sua boca, tomando um gole.

Você como namorado é um saco. reclama ela.

Não somos namorados. ele nega, com um natural tom de voz.

Nossa, você consegue mesmo ser azedo quando quer.

Só está dizendo isso por causa do sabor do refrigerante. afirma o Mendez, mantendo seus olhos fechados e seu rosto em direção ao sol.

Marin suspira profundamente. Após alguns segundos de silêncio, prossegue:

Talvez...

O que eu acho é que deveria voltar à sua aparência normal.

Minha aparência normal é qualquer uma que eu desejar ter. Não é uma mera ilusão, mas sim uma transformação em que meu corpo adquire as características que eu quiser ter. Se desejar ser uma velha de séculos de idade, serei uma velha de séculos de idade. Se desejar ser um garotinho de dois anos, serei um garotinho de dois anos: e não errei o gênero! explica ela, cruzando suas pernas.

Prefiro sua verdadeira aparência. Apesar de ter o dobro da minha idade, normalmente, é lindíssima. Não precisa se transmutar o tempo todo. opina Sanford.

A mulher sorri. Direcionando sua face para ele, questiona:

E como sabe que aquela é mesmo minha verdadeira aparência?

Simplesmente sei. afirma ela.

Nunca é bom confiar plenamente em um transmorfo.

Marin não contara para ele, mas decidira vir, junto do mesmo, para a cidade de Yakaratatsu para fugir de Yukino Arima. Ficara ciente das mortes misteriosas e, sem nenhuma dúvida, teve a certeza de que se tratava da antiga esposa de Raiabaru Yamagato, quem também foi morto por ela. O motivo de manter uma aparência diferente de todas que já usou um dia e também da sua original é o mesmo. Desde que a Gênese chegou ao fim, Sanford e Marin estão morando em uma casa que compraram por aqui.

Marin, não precisa disso. Não comigo. ele afirma. Te conheço bem o suficiente.

Do que está falando?

Sanford, que até agora estava deitado, abre seus olhos e se assenta. Muda seu corpo todo para ela e, então, indaga:

Está com medo dela, não é?

Dela quem? ela pergunta, já sabendo de quem o mais jovem está falando.

De Yukino Arima. responde o Mendez. Está com medo dela e por isso não está usando sua verdadeira aparência, não é mesmo?

Marin engole seco. Não gostaria de ter que admitir isso. Não para Sanford. Desvia seu olhar para baixo, mas acaba dando de cara com o corpo definido do mesmo, o que a faz ficar ainda mais envergonhada e, desta vez, desviar sua face para sua direita.

Se abre comigo. pede ele, retirando seus óculos, encarando-a. No que for preciso, te ajudo, Marin.

Elizabeth, Elizabeth! grita um homem, que chama a atenção de ambos.

O que foi, Carl? questiona a mulher que, por ele, foi chamada, estando essa do outro lado de Sanford, também assentada em uma cadeira de praia.

O homem em questão se aproxima dela. E, mais que depressa, fala:

Acabei de receber uma ligação do Pierre-sama dizendo que Konton está sendo atacada!!

O homem e a mulher são dois empregados da família Fontaine que, por coincidência ou não estão de folga hoje. Vieram para essa cidade por causa do Distrito Paradisíaco, o clube em que estão agora.

Como assim atacada? a mulher, ao se colocar de pé, tenta entender.

Marin e Sanford, inevitavelmente, passam a dar toda a atenção para o diálogo dos desconhecidos. E, por sua vez, o homem desesperado declama:

Parece ser um grupo de humanas avançadas que está atacando vários pontos da cidade!

Vamos para lá depressa! fala a mulher, tomando suas coisas e começando a correr.

O homem a segue, assim como o olhar de Sanford e o de Marin. E quando saem da grande área da piscina, os ex-membros da Gênese se entreolham.

O que pode estar acontecendo? Sanford questiona, levantando-se do seu lugar. Precisamos ir para lá agora!

Usando sua mão direita, Marin segura o pulso esquerdo de Sanford, fazendo-o voltar seu olhar para si. E pede:

Vamos, por favor, ficar...

Claro que não fico. nega ele, encarando-a bem sério. É a primeira que temos a chance de nos redimir, mesmo que pouco, dos nossos erros do passado como Soldados da Gênese. Pese na sua balança e julgue o que tem mais importância: a sua segurança ou a de uma cidade inteira cheia de pessoas inocentes.

Sanford...

Não insista! declama ele, puxando para si o seu braço, desvencilhando-se da mão dela. Não posso ficar amedrontado como você sabendo que pessoas podem estar morrendo! Seja lá o que estiver acontecendo, preciso agir.

Estou com medo sim! declama ela, levantando-se do seu lugar. Não somente por mim, mas por você também!

Nem sabemos o que está acontecendo! Como eu posso...

De repente, os olhos dela se enchem se lágrimas. Diante dessa cena, Sanford se cala. Chorosa, Marin articula:

Yukino causa meu maior temor: o temor de te perder. Já não tenho mais ninguém, não posso sequer imaginar perder você também.

Não me subestime. fala ele. Aceito que menospreze a minha habilidade, mas não aceito que menospreze a minha força de vontade. Se não é capaz de julgar o que está ocorrendo de forma justa, sem colocar seus anseios egocêntricos no meio, não posso mais ficar aqui com você.

Você mal imagina o quanto aquela mulher pode ser perigosa. Porém, talvez esteja certo. Seria melhor ficar longe de mim, afinal o que ela procura é se vingar daqueles que fizeram parte do grupo que a aprisionou um dia em Kyodai. explica ela, retendo seu choro. Por outro lado, se Yukino estiver envolvida com o que está ocorrendo naquela cidade, peço para que não se envolva.

Por que tem tanto medo dela? indaga ele, arqueando sua sobrancelha esquerda.

Yukino Arima possuía algo que a diferenciava dos demais e por isso decidimos prendê-la em uma cúpula de água. garante ela. Algo que poderia destruir toda a humanidade.

De repente, os olhos da mulher se arregalam. Abaixando seu rosto, se abraça apoiando suas mãos nos ombros contrários falando:

Um julgamento solene...

Como é que é? Sanford, sem entender.

Marin começa a tremer, parecendo estar de fato bem assustada. Ele coloca as mãos sobre os ombros dela, preocupado, e questiona:

O que foi Marin? Por que ficou assim do nada?

Com seus olhos ainda arregalados, ela dirige seu olhar para ele novamente. Sanford pode, literalmente, ler o medo nos olhos da transmorfa. Dessa maneira, ela continua a recitar suas palavras assustada:

Quando o ápice de Yukino chegar, o julgamento solene cairá sobre a Terra. Nenhum ser humano, ou melhor, nenhum ser vivo poderá pará-la.

O que, afinal, ela pode fazer para tanto dramalhão? Qual a habilidade dela?

Sanford, por favor, não se meta com Yukino. Se não quiser mais a minha presença próxima a você, entenderei. Porém, te suplico: não enfrente-a. Nada mais tenho e você é a pessoa mais próxima que me restou. Por isso...

Marin, fale logo: o que essa tal Yukino é para ser tão ameaçadora?

Ela é algo que ultrapassa os limites do ser humano. afirma, ainda mais assustada. Ninguém neste mundo pode se opor a ela de forma justa.

Já chega. pede ele. O poder dela é algo relacionado com água, correto? Portanto, a fraqueza dela será a minha eletrocinese.

Não seja ingênuo! exclama. Será que não ouviu nada do que eu disse? Yukino não pode ser derrotada por nenhum de nós, humanos avançados. Ela está em um nível que ultrapassa toda e qualquer coisa que possamos fazer.

Sanford, ignorando-a, passa a caminhar em direção à saída do local. Marin se vira para ele, aflita. Tentando se acalmar, pensa:

Parece que vou ter mesmo que ir com ele...

Não importa o que você venha me falar. garante o Mendez, no instante em que sua companheira se coloca ao seu lado direito. Não vou atrás dela, mas caso seja essa tal Yukino quem está causando alvoroço em Konton, terei que enfrentá-la.

Irei contigo. afirma ela. Se for para morrer, prefiro que seja ao seu lado.

Desse modo, com passos firmes, eles se afastam daqui. Vão rumo ao incerto, sendo que o maior desejo de Sanford é tentar reparar um pouco dos erros que cometeu como membro da Gênese. Seu desejo sempre foi melhorar o mundo, mas percebeu tarde demais que os fins não justificam os meios. Por outro lado, hoje se considera alguém com uma mentalidade mais avançada. Não em questões técnicas como inteligência ou conhecimento, mas sim em questões práticas como valores de vida e conceitos de mundo. Em outras palavras, imagina que se tornara uma pessoa melhor após conhecer os jovens de Kyodai. Ou melhor, após conhecer Saito Urushihara e Lucy Rouvier.

E se afastando cada vez mais daqui, ele pensa:

Mesmo que eu tenha que perder minha vida por uma causa digna, não deixarei de lado a minha chance de redenção...


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