Mar, Meu Saudoso Mar escrita por Dawn e Dusk


Capítulo 1
Mar que me amaste, retorno à ti




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/39738/chapter/1

Eu caminhava pela areia da praia, sentindo o vento em minha face. Já fazia duas horas que eu desfrutava dos ares daquela paisagem, quando encontrei um homem deitado na areia, aparentando estar à deriva. Primeiro me veio a pergunta: "Por que ele está aqui?", e, em seguida, me veio a vontade de socorrê-lo. Foi isto que eu fiz.

Virei-o e o reanimei. Enfim, uma utilidade às palestras que meu pai dava sobre primeiros socorros. Após algumas tentativas, ele acordou.

Agradecido, me encarou, parecendo que me conhecia de algum lugar. Questionei-o quem ele era e de onde vinha.

Então, ele sorriu e começou à contar-me uma história.

"Sempre gostei das águas serenas do mar, apesar de agora só ver a escuridão profunda no oceano. Nasci dessas gotas que inundam meu corpo, sou um lobo-do-mar, filho do casamento de Netuno e da Ninfa do mar azul.

Sempre fui apaixonado pelo cheiro salgado, pelas tempestades que meu pai coordena, pelos belos corais, pela natureza das profundezas. Jamais existiria lugar mais belo para mim.

Quando pequeno, pegava nas mãos do meu pai e nadava. Nadava pelos seus imensos territórios, sob a segurança de meu ídolo, meu herói.

Mas isso são apenas águas passadas... Como o tempo jamais parava, as areias das eras se arrastaram, ganhei um irmão. Sim, um belo irmão que meu pai ostentava e entregava o que já havia me dado um dia: sua ternura.

Foi nessa época que começou meu processo de tornar-me humano. Foi nesta época que me entreguei ao caos, à dor, à córela e ao ódio. O ódio foi a doença que consumira a minha alma inocente, até torná-la escura como o breu que me cerca.

Era uma noite de verão, o breu ainda não havia me atingido naqueles últimos momentos de visão. Olhei para o esplendor que me arrodeava e senti que seria a última vez que veria aquelas luzes submersas. E foi.

Foi naquela noite linda que, com um punhal, matei meu irmão e bebi de seu sangue vermelho.

Sabia que ia pagar desde o início por aquele ato, entretanto eu o executei. Foi bom de início, apesar de saber o que aconteceria posteriormente.

Meu pai me fez pagar, com toda a sua fúria harmônica dos mares. Primeiro, me transformara em humano, retirando minha imortalidade, e tirou o dom da visão. Então me baniu com as seguintes palavras:

"Vá embora e só volte quando encontrar o farol do breu. Até lá, aguardo por seu retorno."

Nunca havia entendido essas palavras, até agora."

Naquele momento que parou de contar-me aquela história fantasiosa e poética, olhou-me nos olhos e depositou um beijo com sabor salgado do mar.

Quando viu-me aturdida, riu e prosseguiu com aquilo que poderia ser mais uma quimera da mente, ilusão de Morpheus.

"Obrigado por ser o farol que vi, quando estava na escuridão. Pude encontrar seu sorriso e sair da eterna escuridão desonrosa.

Eu tive sorte em encontrar, no meio da escuridão e da dor, você que me ouviu e tornou-se minha luz."

Eu ainda não compreendia o que ele falava, até que ele se levantou e saltou no mar. Ele mantinha o sorriso em seus lábios enquanto gritava seu adeus.

Foi aí que eu entendi. Ele não estava falando em metáforas.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Mar, Meu Saudoso Mar" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.