Essa quarta-feira estava nublada, assim como a maioria dos outros dias aqui em Forks.

A essa hora eu já deveria estar no colégio, mas hoje simplesmente não estava a fim.

Minha cabeça está desligada de tudo e de todos. Eu apenas via de relance as paisagens que se passavam ao meu lado, deixando meus pés ditarem o caminho. Quero saber até onde eles vão me levar.

Mas um baque em meu braço esquerdo me fez voltar à realidade.

Olhei para baixo e fiz uma careta ao ver meus livros espalhados por aquele chão úmido e sujo, agachei na intenção de pegá-los e percebi que não fui a única a fazer isso. Mãos grandes e ágeis pegaram meus livros e logo os estendeu para mim.

— Obrigada — falei em quanto os pegava sem olhar para pessoa — não precisava ter se preocupado em...

— Não precisa agradecer, fui eu quem derrubou seus livros porque bulhufas eu não te ajudaria? — surpreendi com a voz máscula, sexy e um pouco rude. Olhei para ele e mais uma vez me surpreendi. Era o homem mais lindo que já vi na vida.

Ele tinha olhos verdes, cabelo num tom diferente de acobreado, totalmente bagunçado e um sorriso torto. Ah o sorriso, muito sedutor.

— Oi, sou o Edward Cullen — Estendeu a mão. Organizei os livros no meu braço esquerdo e me levantei. Edward puxou o braço meio desconcertado por eu tê-lo ignorado, mas se levantou também e sorriu.

— Sou Isabella Swan, mas, por favor, me chame de Bella — eu estendi minha mão dessa vez. Dando meu melhor sorriso.

— Ok, Bella. Desculpe mais uma vez — suas mãos ainda estavam junto da minha. Parecia que nenhum dos dois estava disposto a se mover.

— Então, será que eu poderia te levar para tomar café, para compensar o incidente?

Pensei no assunto e cheguei à conclusão que não tinha mais nada de interessante para fazer além de andar por aí sem rumo, então por que não dar um passeio com ele?

— Pode ser — respondi devagar — não vai dar tempo de ir para o colégio mesmo — dei de ombros

— Nossa, você ainda estuda? — pareceu espantado e começou a caminhar

— Sim — respondi abaixando a cabeça e tentando acompanhar seus passos. Ele é rápido.

— Você deve ser nova então

— Depende do que é nova para você — respondi sentindo minhas bochechas queimarem.

Ele riu e entramos em uma cafeteria, que não era muito longe de onde havíamos esbarrado.

Sentamos em um banco qualquer e pedimos um Cappuccino. Estava sem fome, eu já tinha tomado café antes de sair de casa e demorado mais tempo do que necessário, porque como já disse, não estava a fim de ir à aula hoje.

— Então, você tem quantos anos? — ele perguntou enquanto eu me ajeitava no banco.

— Erm, tenho 16 — respondi olhando para as minhas mãos que estavam juntas sobre a mesa. Maldita seja minha timidez.

— Wow! Você é nova mesmo — ele riu e eu sorri ainda meio tímida. Nunca tinha saído pra tomar café com um cara, ainda mais um que acabei de conhecer.

Acho que isso explicaria 50% da minha timidez.

Os outros 50% se explica no homem espetacular, lindo e sexy que estava sentado no banco a minha frente.

— Você não deve ser muito mais velho que eu — sorri e pela primeira vez naquele dia tomei coragem para olhá-lo nos olhos — quantos anos você tem?

— Tenho 24 — ele sorriu, aquele sorriso que faria qualquer garota suspirar, inclusive eu, que me segurei pra não suspirar ou fazer qualquer outra coisa que me fizesse parecer uma fã babando pelo ídolo.

Nessa hora a moça do balcão, entregou nossos pedidos.

— Então — comecei assim que a moça saiu — você parecia com pressa, estou te atrapalhando em algo?

— Claro que não. Estava saindo pra esfriar a cabeça. Eu estava um pouco irritado — respirou fundo — Por isso esbarrei em você. Não estava olhando para onde andava. Acho que você teve sorte, se fosse qualquer outra pessoa eu teria xingado muito.

— Sinto muito — Abaixei a cabeça.

— Tudo bem — de qualquer forma consegui o que queria — olhei para ele

— E o que você queria? — Perguntei curiosa

— Esfriar a cabeça, me distrair — me olhou e riu.

— Oh, claro! — senti minhas bochechas queimarem mais uma vez. Espero que ele não tenha percebido, fico ridícula corada.

Alguns minutos ou horas depois resolvemos que já estava na hora de nos despedirmos. Ele precisava voltar ao trabalho e eu precisava voltar a não fazer nada, provavelmente eu iria pensar nele pelo resto do dia. Porque convenhamos, depois de conhecer um cara maravilhoso como ele eu não conseguiria pensar em outra coisa por algumas semanas, no mínimo.

Edward me deu seu celular e lá salvei meu telefone. Fiz todo o caminho para casa pensando no modo sexy que ele me disse que me ligaria em breve.

Ao chegar em casa corri para o meu quarto tentando não fazer barulho. O que não adiantou muita coisa porque minha mãe me pegou no topo das escadas

— Já chegou, Bella? — olhei para uma linda senhora no fim da escada que secava as mãos em um pano de prato e sorria brincalhona

— Se estou aqui é porque já cheguei né mamusca? — desci todos os degraus que já tinha subido. Dei quase um pulinho em cima da mesma e lhe dei um beijo no rosto

— É impressão minha ou tem uma moça muito animada na minha casa? — eu ri — posso saber o motivo dessa alegria?

— Saí mais cedo do colégio, tem motivo melhor do que esse? — Dona Renée gargalhou e foi em direção à cozinha, mas antes deixou pairar no ar um “seeeei” que me fez sorrir mais ainda.