Rosa Adormecida escrita por Kuroi Namida


Capítulo 9
Egoísta


Notas iniciais do capítulo

Tá aí mais um capítulo novinho pra vocês ficarem felizes! Gente eu estou com mais uma fic de VA paralela, que eu tinha como original e estou repostando como Vampire Academy. Se quiserem dar uma olhadinha, garanto que a estória é bem bacana! Aqui vai o link: http://fanfiction.com.br/historia/402285/Familiar_Taste_Of_Poison/



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Dimitri jogava água no rosto quando Rose cruzou o espaço as suas costas o observando.

- Tudo bem Dimitri? –ela disse sabendo que ele não iria responder.

Mas para sua surpresa, o médico ergueu os olhos e olhou direto pra ela assim que se virou.

- V... Você... –ele disse encarando-a. – Rose?

- Pode me ver? –ela disse confusa perto de uma das portas dos sanitários. – Você tá me vendo Dimitri? Consegue me ouvir?

- Isso é... Impossível. –disse ele se virando e baixando o rosto ao se escorar na pia.

- Fala comigo Dimitri. –ela disse ao se aproximar.

Dimitri teve uma reação perfeitamente compreensível ao ver Rose se aproximando pelo reflexo do espelho, ele deu um pulo indo parar na outra ponta da pia enquanto encarava o rosto da garota bem ali a sua frente.

- O... O que v... O que é você? –disse ele com os olhos castanhos arregalados.

- Aí depende... O que quer dizer com: O que sou eu?

- Como você pode estar em dois lugares ao mesmo tempo? –ele passou os dedos pelo cabelo. – Como pode estar naquele quarto e aqui diante de mim?

- Bom, segundo a sua avó eu sou um espírito desencarnado. –ela disse em tom calmo e natural.

- O... O que você quer? –ele disse franzindo a testa estava visivelmente confuso e assustado.

- Primeiro que você pare de gaguejar, tá me deixando nervosa. –ela o encarou. – Depois conversar um pouco seria bom! Estou a sabe lá quanto tempo seguindo você sem ter ninguém pra conversar e...

- Espera aí... Você tá me seguindo? –disse ao se afastar da pia.

- Você é o único que fala comigo. –ela se aproximou dele.

- Eu não falo com você... –ele desviou dela.

- Fala sim, sempre que entra no meu quarto. –ela o seguiu.

- Eu falo com todos os meus pacientes. –ele se afastou ao ver que ela o seguia.

- Mesmo quando eles não podem responder? –ela continuou andando atrás de Dimitri que parecia tentar evitá-la.

- É uma maneira de fazer com que eles se sintam melhores, e... Meu Deus! –ele ergueu o rosto encarando o teto. – Eu to falando com um fantasma.

- Eu não sou um fantasma. –ela retrucou. – Sou um espírito. Palavras da dona Yeva...

- Por que você tá me seguindo? Alguém mais pode te ver? –ele disse se virando pra ela.

- Se alguém pudesse me ver eu não estaria aqui no banheiro masculino falando com você não acha? Já teria pedido ajuda antes...

- Por que eu? Por que eu consigo te ver e te ouvir? –novamente ele passou por ela.

- Como eu vou saber? –ela revirou os olhos. – Deve ser coisa da sua avó metida à bruxa!

- Ela não é bruxa. –ele normalizou o tom.

- Tá desculpa. Sensitiva seja lá como chamam. –ela cruzou os braços e o encarou.

Dimitri não sabia exatamente que reação esboçar então se aproximou da garota enquanto analisava-a dos pés a cabeça como se procurasse alguma coisa. Ele deu um giro ao redor do corpo de Rose que franziu a testa ao ver a cena.

- Tá fazendo o que? –disse ela.

- Você parece real. –disse ele.

- Eu sou real. Só não sou de carne e osso.

- Você tem muita personalidade pra um fantasma... –ele disse franzindo a testa.

- Isso foi um elogio?

- Tem certeza que você... –ele se aproximou tentando tocar o rosto dela pra ter certeza que sua paciente não tinha uma irmã gêmea. – Não é... –ele se assustou ao ver seus dedos atravessarem o ombro da garota. – Meu Deus! –mais uma vez ele deu dois passos atrás.

- Satisfeito? –ela torceu a boca. – Nunca viu Gasparzinho não? Não se pode tocar um fantasma gênio. Aliás, eu não sou um maldito fantasma, sou um espírito desencarnado. Seja lá o que for isso, é o que eu sou.

- Eu preciso... –ele arregalou os olhos e depois se afastou passando por Rose e entrando em um dos banheiros fechados.

- O que? Não me diga que você vai... –então ela o viu metendo a cabeça no sanitário pra vomitar. – Eca... –ela se virou. – Pelo menos fecha a porta.

Pelo espelho ela viu Dimitri erguendo a mão e batendo com a porta. Os segundos se passaram e logo o médico saiu do banheiro indo até a pia e lavando a boca.

- Já deu? –Rose estava escorada na parede ao lado. – Será que agente pode conversar feito duas pessoas racionais ou você vai ter mais uma crise?

- Você não deveria estar aqui. –ele disse estendendo a mão até as toalhas de papel.

- Culpe meu namorado Adrian, graças aquele filho da puta eu to aqui...

- Adrian? –ele ficou ereto enquanto a encarava mais uma vez da cabeça aos pés.

- É, aquele alemão batata que você expulsou do meu quarto aquele dia... Alto, olhos verdes, metido, segurando rosas vermelhas.

- Eu sinto muito não quis expulsá-lo.

- Não se desculpe, ele é um babaca, é culpa dele eu estar aqui.

- O que quer dizer?

- Eu o peguei me traindo e fiquei em choque. Quando vi estava fora do meu corpo. Claro, teve o acidente, fui atropelada e trazida pra cá, e virei o fantasminha camarada! –ela sorriu sendo irônica.

- Você me parece bem pra um... Espírito. –ele ergueu as sobrancelhas.

- Se você acha que não ver seu próprio reflexo num espelho é estar bem... –ela parou diante do mesmo. – Ou ficar sem comer, sem sequer sentir fome, sem poder sentir o toque de alguém, sem ser ouvida e ficar vagando por aí sozinha e com medo. Sim! Eu estou bem.

- Não tem ideia de quanto tempo tá aqui?

- Não. Eu não consigo contar os dias, eles simplesmente parecem todos iguais... Exceto quando eu to com você...

- Comigo? E quanto do seu tempo exatamente você passa... Comigo?

- Todo ele. –ele arregalou os olhos ficando com uma cara confusa.

Dimitri piscou os olhos algumas vezes e então passou por Rose saindo do banheiro. No corredor ele retirou um celular do jaleco e começou a andar enquanto digitava um numero.

- Obrigado por me dar às costas... –disse Rose surgindo ao seu lado quase o matando de susto.

- Vai ficar me seguindo agora? –disse ele.

- To fazendo isso há dias sem que você me visse... Por que não faria agora que você pode me ouvir e me ver?

- Deus do céu... –Dimitri resmungou enquanto levava o celular à orelha.

- Tá ligando pra quem? Pros caça fantasmas? –ela riu.

Dimitri apenas encarou-a franzindo a testa e continuou andando enquanto olhava para frente. Rose continuou seguindo Dimitri até que ambos atravessassem uma porta verde e chegassem a um lance de escadas que devia pertencer à área dos empregados do hospital. Enquanto descia os degraus, Dimitri tentava sucesso na ligação.

- Vai me dizer pra quem tá ligando? –insistiu Rose.

Dimitri parou no primeiro degrau do primeiro lance de escadas enquanto olhava Rose no terceiro degrau antes do piso.

- Yeva? –disse assim que a avó atendeu.

- Ah tá... –disse Rose se escorando no corrimão.

- Pode falar querido! –disse Yeva no outro lado da linha.

- Pode me explicar por que o espírito de Rosemarie Hathaway está falando comigo? –ele disse andando pelo piso retangular entre as escadas.

- O que? –disse Yeva confusa.

- O que exatamente você fez com aquela pedra dona Yeva?

- Ora querido eu invoquei o espírito de Rose usando um talismã antigo abençoado pelos índios enquanto citava uma reza Húngara. Você falou com ela?

- Na verdade eu estou vendo ela... –ele encarou Rose que abanou os dedos pra ele enquanto sorria. – Nesse exato momento. –disse em tom sério.

- Mas isso é ótimo, então a sessão funcionou! –ela parecia sorrir do outro lado.

- Desfaça isso... –disse ele se virando de costas para Rose.

- O que? –disse Rose indignada.

- O que? –disse Yeva. – Não Dimka, você precisa falar com a menina.

- Eu não quero um espírito andando atrás de mim no meu local de trabalho... –ele disse em tom alterado.

- Hey! –reclamou Rose descendo os degraus e parando nas costas de Dimitri.

Dimitri franziu a testa mais uma vez fazendo uma terrível cara de bunda e desceu o segundo lance de escadas.

- Mais essa agora... –disse Rose erguendo as mãos para o alto.

- Desfaça Dona Yeva. –seguiu Dimitri. – Não me importa como, mas desfaça...

- De jeito nenhum. –disse a mulher. – Não seja egoísta Dimka, não foi isso que eu e sua mãe te ensinamos.

- Você tem ideia do que fez? –ele continuou.

- Dimka fale com essa menina, foi pra isso que eu invoquei o espírito dela pra ajudarmos ela, e não pra você ser grosseiro... –repreendeu Yeva.

- Isso é loucura. –disse ele vendo Rose lhe encarando com cara de poucos amigos em silencio.

- Dimitri Belikov pare de agir como um garoto mimado e converse com o espírito dessa jovem, não me faça ir até esse hospital e dar um chute nessa sua bunda magra...

- E eu vou dizer o que?

- Se vira. Você é homem ou um rato? Vai fugir de uma garota em coma? Uma pobre menina que precisa da sua ajuda? Não mesmo Dimitri Belikov, não me obrigue a...

Dimitri respirou fundo e desligou o telefone antes de ouvir mais um xingamento de Yeva. Subiu as escadas passando por Rose.

- O que vai fazer? –disse ela.

- Não me siga. –disse ele sem se virar.

- O que? O que eu devo fazer então?

- Não sei, mas fica longe de mim... –disse encarando-a com a cara amarrada e depois subindo os degraus.

Rose bufou indignada não acreditando no que o seu médico tão gentil e atencioso estava fazendo com ela. Ela sacudiu a cabeça em varias direções bem devagar em sinal de negação até seus olhos fitarem o chão e então resmungou:

- Que babaca! –disse ela. – Eu não acredito nisso.


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam do Dimka surtando? Enfim, não me matem ele só está agindo assim porque está confuso ok, ele não vai bancar o idiota pra sempre! Sobre a nova fic aqui vai a sinopse:
Rosemarie Hathaway é a filha mais velha de uma família Russa muito rica. Mas após a perda do pai, Ambrósio Le Clair, ela passa a viver sujeita as novas normas estipuladas pelo novo marido de sua mãe, Victor Dashkov. Um homem sem escrúpulos capaz de cometer qualquer atrocidade para alcançar o poder sobre os bens da família.

Porém, Rose não fica desamparada já que a ela estão unidos um velho amigo de seu falecido pai, Ibrahim Mazur e um jovem investigador chamado Dimitri Belikov, no qual ela encontrará mais do que um ombro amigo...

Beijos até a próxima postagem!



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