Rosa Adormecida escrita por Kuroi Namida


Capítulo 28
Me Traga de Volta


Notas iniciais do capítulo

Apreciem a leitura, nos vemos lá embaixo!



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Rose conseguiu entreter o médico durante todo o lanche com uma conversa potencialmente sem fundamento, com o único intuito de divertir o mesmo, que segundo os pensamentos de Rose possuía um sorriso lindo o que ela destacou como sua melhor qualidade, depois dos olhos dele é claro, o que era algo extremamente sexy nele. Por mais estranho que parecesse, a garota não conseguia se sentir pouco a vontade na companhia do médico, mas justo ao contrário o tempo parecia não passar perto dele, e isso fez com que Rose esquecesse totalmente o mundo fora daquela cafeteria, exatamente como Dimitri que só se importava em desfrutar daquele momento com ela.

Durante um diálogo entre eles Rose disse algo que motivou uma gargalhada gostosa de Dimitri, e enquanto ela sorria satisfeita por tê-lo feito rir abertamente de maneira tão espontânea, e esperava que o efeito de suas palavras passasse, Dimitri pronunciou duas pequenas palavras que motivaram a curiosidade da garota.

– Ah Roza! –ele disse tentando controlar o riso.

Ao ouvir seu nome sendo pronunciado daquela forma, com aquele sotaque, Rose que sorria abertamente semicerrou os olhos e sentiu um frio passando por seu estomago se apossando de algo dentro dela como se algo muito íntimo tivesse se manifestado. Ela mudou sua expressão feliz, para uma expressão curiosa e séria enquanto o via sorrindo.

– Por que me chamou assim? –perguntou ela.

– O que? –ele ainda estava sob o efeito do riso.

– Roza... Você me chamou de Roza. –ela repetiu.

– Chamei. –disse dessa vez ficando sério. – Roza.

– Não me chama assim. –ela pediu em tom tranquilo e seus olhos pareciam assustados.

– Por que não? –questionou ele já sem sombra de graça.

– Porque ninguém me chama assim. –ela sentia aquele incomodo lhe perturbar cada vez que ele dizia seu nome.

– Eu chamo. –disse piscando os olhos uma vez.

– Só... Não chame.

– Roza...

– Para. –ela disse um pouco nervosa.

– Tá tudo bem Roza. –ele fez sua mão avançar sobre a mesa e buscou a mão dela.

– Eu pedi pra você parar. –ela puxou sua mão afastando-a da dele.

– Tá... –ele sentiu-se ficando tenso. – Me desculpa. –e tomou sua mão de volta para o ponto anterior.

Rose baixou os olhos e ficou guardando e remoendo aquela sensação estranha dentro de si sem falar mais sobre, enquanto Dimitri a observava atentamente buscando entender o que ela estava sentindo e porque mudou tão de repente seu modo de falar, e sua expressão tão tranquila para aquela tão séria e distante. Os últimos momentos na cafeteria foram bem silenciosos e então a conta foi paga, e os dois se dirigiram rumo à saída. Rose seguia á frente e foi quem abriu a porta, já Dimitri levou inocentemente sua mão ao centro das costas dela enquanto ambos passavam pela porta. Já era noite quando eles decidiram sair do estabelecimento e o movimento e pessoas nas calçadas era frenético devido ao final de semana.

Rose seguia andando a frente de Dimitri praticamente deixando-o para trás enquanto abraçava os próprios braços e passava por entre as pessoas mantendo a cabeça baixa com os olhos fixos na calçada. Dimitri apressou-se em alcançá-la, e então perguntou assim que estava ao lado da garota:

– Rose? Tá tudo bem?

– Tá... –ela respondeu sem lhe encarar.

– Rose...

Ela parou próxima a uma caixa de correio e respirou fundo sem se virar, enquanto algumas imagens confusas começavam a vir a sua mente como flashes de memória que ela não reconhecia. Luzes cercando uma cena, pessoas que ela não conhecia, mas tinha certeza que presenciavam a noite do acidente. Dimitri parou logo as costas da garota olhando-a com uma ruguinha na testa, estranhando sua mudança de comportamento repentino. Rose se viu em um elevador ao lado de alguém que ela não conseguia ver o rosto apenas sabia que se tratava de um médico. E misturado a tudo aquilo, ela via os olhos de Dimitri, de uma maneira que ela não poderia ter visto antes, próximos, como se estivessem bem diante dela, perto demais, como se ambos estivessem... Deitados um ao lado do outro.

– Rose... –ele se aproximou mais e tocou seu ombro.

A garota fechou os olhos e se viu diante de uma escada, e a sua frente estava Dimitri com o rosto abatido fitando-a nos olhos e lhe dizendo coisas que ela não conseguia ouvir. Mas as imagens não paravam de se fundir uma na outra, e tomavam a mente de Rose freneticamente vindo uma atrás da outra, deixando-a assustada e confusa. Ela sabia que não tinha visto nada daquilo antes, ela não conseguia entender porque estava pensando naquelas coisas, como se fossem lembranças reais suas.

– Rose fala comigo... –Dimitri segurou a garota pelos ombros a virando para si.

Rose abriu os olhos e se viu diante do moreno enquanto ele a olhava profundamente nos olhos tentando entender o que se passava com ela. A sensação de medo, e confusão havia tomado conta de Rose, e ela tremia sob as mãos de Belikov.

– Você tá tremendo... –disse ele franzindo a testa e deslizando as mãos sobre as laterais dos braços dela. – O que aconteceu Rose? –dizia em tom baixo.

– O que fizeram na minha cabeça? –ela perguntou com os olhos lacrimejantes.

– Do que tá falando Rose? –perguntou preocupado.

– Você... Por que me chamou de Roza?

– Porque eu sempre te chamei assim. –afirmou.

– Você não me conhece... –ela dizia um pouco confusa.

– Eu conheço você Rose. Eu conheço...

– Não. –ela deu um passo atrás. – Porque você tá fazendo isso?

– Rose me escuta, tem uma coisa que você precisa saber... Sobre mim, sobre nós.

– Nós? –ela se manifestou de forma tensa. – O que quer dizer com nós?

– Eu e você Rose... Você me conhece sabe quem eu sou, e eu sei quem você é. Eu estive com você todo esse tempo.

– Eu fiquei três meses naquele hospital. –ela disse se virando e começando a andar. – É claro que esteve comigo.

– Não, não desse jeito... –ele continuou enquanto a seguia apressado.

– O que quer dizer com não desse jeito? –e ela fez uma pausa na caminhada o encarando.

– Eu via você... Só eu podia... –ele não sabia bem como explicar.

– Do que você tá falando?

– Você esteve acordada Rose, comigo, durante esses três meses... –ele respirou fundo e mexeu nos cabelos. – Você e eu... Tem uma coisa sobre...

– Você é louco... –ela arregalou os olhos e se virou voltando a apressar seus passos.

– Rose... –ele apertou o passo e então a segurou pela mão.

– Não. –ela disse em tom alterado puxando o braço. – Eu não sei qual é o seu problema, mas... Fica longe de mim.

E mais uma vez ela se virou e seguiu em frente, enquanto Dimitri respirava fundo sentindo seu coração palpitando de maneira acelerada no peito, vendo-a se afastar. Quando Rose estava a alguns passos de distancia ele correu até ela e quase em uma esquina ele a fez parar.

– Eu não posso. –disse enquanto lutava pelo fôlego. – Não posso ficar longe de você...

– O que você quer? –ela dizia com lágrimas vividas nos olhos.

– Você... Eu te amo Rose. Eu amo você. –e ele cuspiu as palavras que não aguentava mais segurar.

– Você nem me conhece... Como pode dizer isso? –a revolta da confusão se misturava com a familiaridade em ouvir aquelas palavras.

– Me escuta Rose, você não se lembra, mas sabe que me conhece, sabe que o que eu to falando é verdade, senão porque teria vindo me ver?

– Você foi atrás de mim, entrou naquele elevador... –ela retrucava. – Meu Deus! –ela passou as mãos nos cabelos sabendo que tinha algo errado. – O que você quer de mim? Porque tá fazendo isso?

– Eu só quero que você se lembre, Rose. –dizia ele com os olhos marejados.

– Eu não tenho nada pra lembrar... Eu... Me deixa em paz... –disse ela segurando as lágrimas que insistiam em surgir em seus olhos.

Rose se virou mais uma vez deixando-o para trás, mas Dimitri não estava disposto a perdê-la, não importava o quanto ele tivesse que se esforçar para fazer com que ela se lembrasse. Ele apressou-se em passos longos e pela terceira vez a tomou pela mão impedindo-a de se afastar mais e dessa vez suas mãos tomaram um rumo diferente, e avançaram para a cintura da garota aproximando-a de si e apertando-a contra seu corpo no meio daquela calçada movimentada. Rose foi tomada de surpresa e não teve tempo de reagir, e quando deu por si estava sentindo o toque do moreno sobre seu rosto, e sentindo-se ser puxada, para um beijo súbito e desesperado.

Quando os lábios de Dimitri tocaram a boca dela, estavam tomados de paixão e desejo que a muito estava sendo trancado dentro dele. Rose segurou firmes os cotovelos do médico tentando buscar apoio para se afastar, mas a força que ele usava para mantê-la presa a ele era algo descomunal contra a qual ela com seu corpo frágil e pequeno não podia lutar. O calor da boca dele cercava os lábios dela forçando-a a retribuir o beijo, enquanto sua língua buscava passagem para poder tocar a dela. As pessoas que passavam pela calçada, apenas desviavam olhares discretos para o casal sem manifestar nenhum comentário, apenas olhavam como espectadores.

Rose resistiu o quanto podia, até perceber que não adiantava lutar contra e que ela sequer queria isso. Então suas mãos afrouxaram-se dos braços de Dimitri e seguiram rumo aos ombros dele, enquanto sua boca cedia ao beijo de maneira intensa. O corpo de Dimitri estava levemente curvado em direção à garota que era uns trinta centímetros, mais baixa, enquanto sentia o desejo incontrolável por ela cada vez mais latente, não se importando com as pessoas que flagravam a cena.

Novamente as imagens na mente de Rosemarie voltaram a se fazer presentes, mas dessa vez elas vinham como um filme passando em câmera lenta, e mostrando alguns momentos de sua memória até então desligada. Dimitri estava lá, em cada cena, cada lembrança, e de maneira clara e nítida. Junto com cada cena surgia à sensação antes comum para Rose, quando passava cada momento ao lado do médico. E então tudo finalmente se encaixou, e as memórias da garota já eram totalmente reais, e faziam todo o sentido para ela. Nesse momento, ela agarrou seus braços ao redor do pescoço do médico e firmou mais ainda o beijo como se sua vida dependesse daquele gesto. Os lábios pareciam pouco para a imensidão de sentimentos e sensações que se apossava de ambos, e apenas a necessidade pelo fôlego fez com que eles se afastassem. Dimitri manteve o rosto recostado ao dela de maneira lateral, enquanto suas bochechas se tocavam e seus olhos permaneciam fechados, durante o socorro pelo ar.

– Me desculpa. –disse ela como um desespero. – Me desculpa, por favor, eu não sabia...

– Tá tudo bem... –ele abriu os olhos e tocou o rosto dela logo afundando os dedos nos cabelos macios da mesma. – Eu esperei... Eu esperei por você. –sua voz saia fraca por conta do ar rarefeito.

Os olhos dela se abriram, e ela viu o brilho nos lindos olhos dele e lembrou o quanto ela os amava, o quanto ela desejava ser tocada por ele toda vez que os via direcionados a ela, e todas as vezes que se imaginou nos braços fortes daquele homem, e tudo fez sentido.

– Você me trouxe de volta. –disse ela. – De novo.

– Eu não podia ficar sem você. Eu não posso... E não quero. Nunca mais... –ele sussurrava com a testa colada a dela.

Rose sentiu uma lágrima molhar seu rosto, mas logo ela foi enxugada pelos lábios de Dimitri que a tocaram antes que a mesma chegasse ao queixo de Rose. Em seguida seus lábios voltaram a buscar os dela, e um beijo mais tranquilo confirmou as dúvidas que poderia ainda existir entre eles. Rose e Dimitri, finalmente estavam juntos, e unidos como deveriam estar há muito tempo...


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Notas finais do capítulo

EEEEEEEEEEEEEEE o/// Finalmente!!! Pois é, eles ficaram juntos. Essa é a noticia boa, a ruim é que este é o penúltimo capítulo, e o próximo será o encerramento da fic gente =( Pois é, eu disse que ia prolongar mais, mas aí a fic ficaria cansativa e eu achei que o Dimitri não podia continuar sofrendo e a Rose não poderia continuar longe dele! Então, nos vemos no último capítulo! Beijos -ME DIGAM TUO QUE GOSTARAM NESSE CAP-