Floresta Encantada – Flashback

Muito tempo havia se passado para qualquer ser humano meramente comum, mais para a Blue aquele era um mero piscar de olhos em seu grande tempo de existência, a fada vivia pela sombra da existência de uma pessoa, que ela desejava que retornasse, mas o futuro em si e todas as previsões da grande fada pareciam tão distantes. Até que um dia Blue acabou por saber sobre uma nova bruxa na Floresta Encantada, uma bruxa com olhos nas mãos que poderia prever o futuro, a fada não se aguentou em ansiedade e foi ao encontro da bruxa pensando que talvez isso lhe aliviasse ou até mesmo a ajudaria de alguma forma.

–Olá – Disse a Fada, a bruxa que não respondeu a principio

–Olá , eu sou a Fada Azul – Repetiu a mulher

–Não! – Finalmente a mulher abriu a boca e levantou a voz, dando um susto na fada.

–Se você realmente deseja saber o futuro me diga quem você realmente é ...- Disse a mulher em um tom ríspido

A fada respirou fundo, me parece que a bruxa não previa só o futuro mais conhecia o passado também, murmurou a fada para ela mesma.

–Navi – Disse a fada em um suspiro

–Pequena fada, eu vejo que está aqui para saber quando o encontrará – Murmurou a bruxa.

–É tudo que eu desejo – Respondeu a mulher aflita

–Para encontra-ló você precisa fazer uma coisa, mas é sua escolha se você o fará ou não? – Disse a bruxa

–A Grade Fada me disse há muito tempo se eu agir diretamente nisso, eu vou pagar o preço – Murmurou a fada.

–É a sua escolha – Suspirou a bruxa

–E quem falou sobre o preço? – Disse a bruxa em um tom sarcástico

–O que eu tenho que fazer então? – Disse a fada depois de hesitar um pouco

–Você gosta de contos? – Perguntou a Bruxa

A fada olhou confusa para a bruxa e não respondeu, do que diabos eles estava falando?

–O que? – Questionou a fada confusa

–Você viveu muito mais tempo do que qualquer criatura da Floresta Encantada, você com certeza deve conhecer algumas historias interessantes – Murmurou a Bruxa

–E qual é o intuito disso? Isso não faz sentido – Disse a fada não conformada

–É que você junto com as suas historias vai contar algumas que eu tenho aqui em particular - Disse a bruxa cautelosa

–Para dois belos jovens, que estão ansiosos para ouvi-lás – Disse a bruxa quase que se deliciando com as palavras.

–Quais jovens e onde? E o mais importante o por que disso ? – Disse a fada indignada com a falta de sentido que aquilo tudo fazia

–Isso será em um mundo que você ainda não conhece e os jovens virão até você naturalmente não se preocupe – Disse a bruxa se soletrando as palavras

–E o porquê? No futuro você entenderá, alias muitas coisas que não fazem sentido agora faram no futuro – Disse a mulher confiante.

Aquilo poderia não ser verdade, não fazia sentido para Blue, em que contar historias poderia ajuda lá ? Mas na cabeça dela também existia algo que gritava que ela deveria tentar e no fim se não desse certo eram só historias.

–Você vai me contar as historias? – Perguntou a fada Curiosa

–Você não vai querer anotar? São muitas historias... – Murmurou a mulher

Blue precisou de três dias de visita à fada para ouvir e anotar todas as historia que a mulher havia lhe contado, a fada se perguntava se as historias tinham a ver com o futuro, já que ela e alguns conhecidos apareciam em algumas delas, se bem que para ela mais pareciam histórias bobas que se contam para crianças para lhe ensinar lições, e ela ainda não entendia como aquilo lhe ajudaria de alguma forma.

A fada relaxava em uma das suas nuvens onde relia todas as historias escritas, ela já havia lido aquelas historias varias vezes e podia conta-lás com cada mínimo detalhe até de olhos fechados.

–Blue, nós temos um problema com os gigantes - Disse Nova tirando a atenção da fada

–Esse não é um tipo de problema nosso – Disse a fada ainda olhando para as historias

–Eles vão comer uma cidade inteira ... – Disse a fada em tom de desespero

Blue finalmente se cansou da importunação da outra fada e resolveu ir conferir o que realmente estava acontecendo. A fada viveu durante tanto tempo na Floresta Encantada, que ela adquiriu status e importância entre as outras fadas locais, como a mais velha e a mais forte.

Blue encontrou Anton e seus irmãos cercando um grupo de pessoas que parecia aterrorizadas com os gigantes.

–Anton, você sabe que não pode machucar essas pessoas – Disse a fada sem paciência

–Essas pessoas entraram para roubar nossos feijões – Disse Abraham convicto

–Eles são só ladrões merecem morrer – Completou Andre

–Eles só estão com fome, porque não dão um pouco de feijão para essa gente? – Argumentou a fada não muito paciente

–Eles não são para comer são feijões especiais – Disse Arlo

–Especiais? – Murmurou a fada para si mesma

Ela logo recordou do que a bruxa lhe disse quando terminou de lhe contar as historias, que o modo chegar ao outro mundo que ela ainda não conhecia, viria naturalmente como os dois homens e ela teria que estar atenta para reconhecer as oportunidades e agarra-las.

–Abraham peça para Anto solta-los, e nós podemos fazer um acordo que será muito agradável e beneficiará ambos – Disse a fada sorrindo de lado

Abraham olhou para a fada desconfiado, e cochichou rapidamente com Argyle, ambos se olharam e pareceram entrar em uma espécie de consenso sobre algo.

–Tiny , solte essas pessoas – Disse Abraham para Anton

Que acabou soltando as pessoas a contra gosto, e Argyle esperou que as pessoas sumissem de suas vistas , para que ele abrisse a boca

–Sobre o que é o acordo?- Perguntou Argyle desconfiado

–Primeiro, eu gostaria de sabe o que tem de tão especial nesses feijões ? - Perguntou a fada curiosa

Os irmãos olharam entre si cautelosos, não era essa a resposta que eles queriam ouvir, mas Anto ainda parecia aborrecido.

–Você pode viajar a qualquer lugar que quiser com eles... – Murmurou Anton desgostoso recebendo um olhar desaprovador dos irmãos

–Tiny – Urraram os irmãos em uníssono

Então a bruxa estava certa, o caminho para o outro mundo viria até mim naturalmente, e ele veio. A fada sorriu com a forma com o que o “destino” trabalhava, agora ela só precisava de um bom acordo, um acordo para ter as sementes que ela quisesse e com aqueles gigantes isso não era tão difícil.

–Minha proposta é um desejo a vocês, um local onde vocês possam viver sem se preocupar em serem roubados ou importunados por seres humanos, acima das nuvens , como vocês tem o feijão apenas vocês escolhem quem entra e sai – Disse a fada com um sorriso vitorioso.

Os irmãos se olham e cochicharam de novo entre si, eles sorriam, parece que Blue havia tocado em um ponto certeiro no acordo entre eles, mas ainda os gigantes pareciam receosos.

–E o que você ganha com isso? – Perguntou o Andre desconfiado

–Uma boa quantidade feijões e eu me dou por satisfeita – Disse a fada com um sorriso

Abraham parecia desconfiado, primeiro do porque ela queria os feijões e segundo o que ela iria fazer com eles, mas a proposta feita pela fada era tentadora demais, e os gigantes simplesmente não puderam recusar.

A fada saiu feliz dos novos aposentos dos Gigantes nas alturas com uma sacola de feijões e sabendo que só precisaria de água para que eles funcionassem. Ela parou em frente a um lago e mesmo com receio atirou um dos feijões, onde um grande portal se abriu e sugou a fada, quando ela deu por si, estava em local completamente diferente, recheado de pessoas usando roupas estranhas, ela tinha a vantagem de ser fada e poder se esconder dos adultos, então com muito cuidado ela ia escaneando o local que parecia uma espécie de pequeno vilarejo. Ela se sentia perdida, ela teria que contar as historia, mais para quem? Apesar de ideia do feijão ter dado certo, o resto tudo parecia tão incerto.

–Ei você, o que é você? – Disse um garoto que se aproximou de Blue, que estava tentando se esconder.

–Você pode me ver aqui ? – Disse a fada assustada

–Claro ! - Disse o garoto de olhos arregalados

–E como você é tão pequena e azul? – Dizia o garoto mais admirado do que espantado

Blue de repente se transformou em uma mulher numa estatura comum e roupas parecidas com as pessoas daquele lugar, deixando o garoto de boca aberta.

–O que você é ? – Perguntou o garoto chocado

–Eu sou uma fada – Sussurou a mulher fazendo sinal de silêncio para o garoto

–De verdade ? – Perguntou o garoto ainda não acreditando

–De verdade ! – Disse a fada concordando com a cabeça

–Escuta você não gostaria de ouvir algumas historias sobre o lugar de onde eu vim ? – Perguntou a fada ao garoto

–Lá tem mais fadas iguais a você ? – Disse o garoto curioso

–Muito mais do que você possa imaginar – Disse a fada sorrindo para o menino

O que no principio era apenas um menino ouvindo as historias da fada, acabou com o passar dos dias a se tornam um amontoado de crianças do villarejo que se reunião sempre toda tarde para ouvir as historias da mulher. Os gigantes lhe haviam dando uma quantidade tão grande de feijões que ela podia se dar ao luxo de ir e voltar todos os dias para Floresta Encantada. A mulher acabou se tornando conhecida no local, e o habito de contar historia as crianças depois de um tempo era de certa forma uma espécie de higiene para sua cabeça.

Certo dia a mulher resolveu chegar mais cedo para tomar chá, ela adorava os chás daquele local, eram de longe muito mais gostosos que o da Floresta Encantada.

–Com licença senhorita – Disse o garçom gentilmente que já havia se acostumado com a figura da mulher

–Algum problema? – Perguntou Blue

–Na verdade aqueles dois jovens procuram a senhorita – Disse o homem apontado para a porta e vendo dois homens com roupas e penteados parecidos parados na porta do estabelecimento

Blue sabia do que se tratava e pensou logo na bruxa

–Eles podem se aproximar – Disse a fada meio eufórica

Os jovens se aproximaram meio desconfortáveis e Blue sinalizou para que eles se sentassem

–Eu ouvi que o senhores andam a minha procura – Disse a fada aos homens

–Na verdade senhorita, eu e meu irmão aqui, somos escritores – Disse o homem apontando para o outro rapaz ao seu lado.

–E bom estamos com um projeto, um livro sobre historias, lendas, narrativas ... Conservadas pela tradição oral – Disse o outro homem enquanto Blue prestava atenção cuidadosamente às palavras dele

–Então senhorita, estamos andando por ai coletando essas historias quando ouvimos falar da senhorita – Disse o outro homem agora quase que murmurando

–E vocês querem que eu conte minhas historias para vocês ? – Disse a mulher com um olhar sério

–Sim – Disseram os homens engolindo um seco com medo de ouvir um sonoro não

–Só com uma condição – Disse a mulher sorrindo

–Vocês teram que vir tomar chá comigo todas as tardes, ai eu lhe contarei quantas historias quiserem – Disse Blue quase que recitando as palvavras

Os homens soltaram um suspiro aliviado, eles acharam que o acordo realmente incluiria algo complicado para eles, quando eram simplesmente apenas xícaras de chá e historias.

–Claro, senhorita ! - Disse um dos homens dando um sorriso nervoso

–E quando começamos? – Perguntou o outro afobado

–Amanhã será um bom dia, e no mesmo local e horário estará perfeito – Disse Blue satisfeita

–Sim muito obrigado senhorita – Disse um dos homens sorrindo feito bobo

–A senhorita não sabe como isso é importante para nós ! – Disse o outro homem feliz

–Então vejo vocês amanhã senhores ...? – Disse a fada questionando os homens que ainda não haviam se apresentado

–Me perdoe senhorita pela nossa falta de educação, eu sou Brünber Grimm e esse é meu irmão Gebründer Grimm – Disse apontando para o outro homem.

–Nós somos conhecidos como os irmãos Grimm – Disse Gebründer sorrindo a mulher

Blue passou três dias contando para os homens que ouviam maravilhados todas as historias que a bruxa havia contado para fada e mais algumas que Blue já conhecia, eles anotavam e devoravam a cada palavra que saia da boca da fada estupefatos. Mas quando as historias acabaram Blue não havia mais motivo para retornar aquele local, ela já cumpriu o que a bruxa havia lhe dito , mesmo que tenha demorado muito mais tempo do que ela achou que levaria. Quando os homens chegarão no quarto dia no mesmo local e horário para ouvir as historias da mulher, eles esperarão até o pequeno estabelecimento fechar mais a mulher não apareceu, e os homens ficarão frustrados. Da mulher desde que eles começaram a coletar as historias vieram os contos mais incríveis e interessantes, e naquele momento, eles nem ao menos poderiam dar algum crédito a mulher, já que estavam tão empolgados com as historias que só naquele momento se deram conta que nem sequer eles haviam lhe perguntado o nome.

Os homens caminharão na rua sem esperança quando notaram um menino correndo e eles conheciam aquele menino, era o garoto que havia indicada a eles sobre a mulher que contava historias.

–Hey garoto – Brünber gritou para o menino atraindo atenção dele para si

–Ola, como estão senhores ? – Disse o garoto educadamente

–Estamos bem, escuta aquela senhora que você nós indicou, você sabe onde ela está? – Perguntou Gebründer para o menino

–Na verdade não, ela não mora aqui – Disse o menino olhando confuso para os homens.

–E onde ela mora? Nós gostaríamos de vê-la tínhamos um encontro marcado , mas ela não apareceu, vai ver que ela não esta bem – Disse o homem parecendo preocupado.

–Eu quero dizer que ela não mora aqui, não nessa terra – Disse o garoto fazendo gestos para que os homens se aproximassem para contar um segredo

–Ela vem dá terra, das historias que ela conta ...- Disse o garoto sério

Os irmãos se olharam entre si incrédulos, era obvio que aquilo era coisa de cabeça de uma criança que havia ouvido muitas historias, mas mesmo assim era isso que fazia os contos da mulher tão maravilhosos , fazer com que as crianças acreditem, no inacreditável e isso era mavilhoso aos olhos dos homens.

–Mas você ao menos sabe o nome dela ? – Perguntou Brünber

–Eu nunca perguntei – Disso o garoto sorrindo da própria tolice

–Obrigado garoto – Disse Gebründer dando um sorriso com ar incrédulo para o garoto que não gostou

–Eu não estava mentindo – Disse o garoto mal humorado

–Claro que não – Respondeu Brünber

–Ela é uma fada, será que vocês não enxergavam? – Disse o garoto olhando atravessando para os homens e saindo correndo descontente com a incredulidade dos homens

Os irmãos se olharam dessa vez e deram um sorriso largo

–Você pode acreditar nisso Genbründer? – Disse o homem sorrindo

–Ela é uma fada – Murmurou o homem com o sorriso mais aberto

–Bom meu irmão, pelo menos já temos um nome – Disse o Genbründer feliz

–Brünber, você não ouviu quando ele disse que não havia perguntado o nome ? – Resmungou o homem

–E você não ouviu que ele disse que ela era uma fada? Pense como uma criança meu irmão – Disse o homem dando tapinhas no ombro do irmão

–Então o que você tem em mente? - Disse Genbründer tentando entender a lógica do irmão

–Bom, o que acha de “Contos de Fada” ? – Disse o homem sorrindo

–Simples e ao ponto, irmão não é atoa que você é um Grimm – Disse o jovem retribuindo o sorriso ao irmão