Angels In My Life escrita por Blue Dammerung


Capítulo 1
Capítulo 1:Look!Here we are


Notas iniciais do capítulo

Primeiro cap.
Aonde Roxas se muda,conhece seu colégio e uma misteriosa garota chamada Naminé e começa a adentrar no bosque...
Boa leitura!



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Roxas tamborilava os dedos no parapeito da janela, observando os pássaros empoleirados nas árvores, cantando suas cantigas. Já tinha terminado de arrumar seu novo quarto. Suas camisas, jaquetas, calças e o restante das peças de roupas estavam no guarda-roupa e os livros no armário.

Ouviu quando o caminhão de mudança finalmente foi embora, entrando na estrada de terra perto da casa. Sua mãe terminava de ajeitar a cozinha, colocando os armários e guardando as panelas. Roxas suspirou de tédio, se jogando na cama.

Sentia falta de sua antiga casa, de seus antigos amigos, de sua antiga rotina em Twilight Town, coisa que não viveria tão cedo. Ele e sua mãe tinham acabado de se mudar para aquela cidade, afastada da civilização, uma área rural onde só havia fazendas, árvores, bichos, um lugar onde nenhuma conexão de internet decente chegava. O único sinal de vida a quilômetros dali era uma pequena (coloque pequena nisso) cidade que servia para abastecer toda a região, e era aonde a mãe de Roxas iria trabalhar, Traverse Town.

Começou quando ela, Marye, se formou em botânica, a cerca de uns 3 meses antes.O problema era que, para se estudar botânica precisa-se de plantas, e digamos que em plena cidade grande não existem muitos bosques com plantas exóticas e ainda não estudadas. Uma noite, no noticiário, Marye viu uma reportagem sobre uma região ao norte do país, que abrigava plantas realmente curiosas. Uma semana depois, ela já pesquisava casas naquela região, e quinze dias mais tarde, ela e o filho se mudavam para lá.

Claro que Roxas, sendo um adolescente de quinze anos praticamente normal, não gostou nem um pouco disso. Mas o que podia fazer? Dependia de sua mãe, e não havia familiares em Twilight Town para abrigá-lo. Ou seja, vida nova num lugar desconhecido era a próxima parada.  

Roxas se levantou da cama, indo mexer em seus livros antigos. Teria que estudar em Traverse Town dali pra frente, começando naquele dia,  mesmo que não gostasse da idéia. Talvez um pouco de socialização o fizesse bem, quem sabe?

Nas páginas dos livros estavam escritas várias frases sem nexo, daquelas que quando você vê que a aula vai ser mais chata do que entender a teoria da evolução, você arruma logo outra coisa pra fazer.

-Roxas!-Gritou sua mãe, no andar de baixo.

-Tô indo!-Gritou de volta,deixando os livros e saindo do quarto.

Desceu as escadas correndo e chegou a cozinha. Sua mãe segurava várias panelas nos braços, desajeitada, quase as deixando caírem. Sem pensar, Roxas pegou metade das panelas antes que caíssem no chão, acostumado com as trapalhadas da mulher. Colocou-as em cima da mesa da cozinha, ajudando sua mãe com o restante em seguida.

-Oh, querido, obrigada. -Falou a mulher, se dirigindo as panelas novamente, para guardá-las num dos armários da cozinha. -Então, está gostando da casa?

         -É legal. Sinto falta da antiga. -Respondeu o loiro,dando de ombros e indo para a sala,ligando a televisão e sentando no sofá.

         Na TV passava o noticiário, mostrando o caso de uma garota que tinha sido seqüestrada pelo próprio pai, coisa normal do dia a dia da cidade. Pegou o controle e foi mudando de canal, até ter certeza que não passava nada de bom numa hora tão cedo como aquela. Pelo amor de Deus, eram 06h30min da manhã!  Nem se lembrava da última vez que tinha passado tanto tempo acordado. Ele e Marye tinham saído da antiga casa na noite anterior, por volta das 6 da tarde, dez horas depois já estavam na nova casa, e só levaram uma duas horas para descarregar todos os móveis e ajeitar o básico.

         Tudo isso sem pregar os olhos uma única vez. Digamos que você não consegue dormir quando viaja num Celta abarrotado de malas e móveis pequenos. Roxas suspirou de tédio, subiu até seu quarto e arrumou sua bolsa para levá-la consigo quando fosse para o colégio.

         Meia hora depois, Roxas já andava no pátio do lugar, já repleto de gente, ou melhor, adolescentes ignorantes e metidos a valentões que não mereciam ser considerados como “gente”, ou, garotas patricinhas que se mostravam aos valentões. Onde estavam os normais, os nerds, melhor dizendo, os excluídos da sociedade? Aqueles que não se encaixavam no padrão de perfeição que as revistas de moda exigiam que você fosse? Ok,  vou parar antes que eu comece a falar mal do governo, senão vamos ter uma revolução por aqui...

         Roxas foi até a recepção do colégio, recebeu o horário das aulas e rumou para sua nova classe. Alguns alunos conversavam entre si no recinto, olhando pelo canto do olho o novato que entrava. Roxas bufou para si. Sabia como seria o primeiro dia ali. Se tudo desse certo, poderia até sair com os quatro membros presos ao corpo.

         Sentou-se na cadeira mais afastada da sala, longe da maioria. Talvez, se todos pensassem que era emo, o deixassem em paz. Como se fosse possível ter paz em pleno ensino médio.

-Ei, loirinho. -Um cara gritou, aproximando-se de Roxas. Era gordo, um pouco alto, assustador, vestindo uma camisa preta, suada, que não lhe cobria bem a barriga, e também uma calça de mesma cor. Atrás dele vinham mais outros dois caras, um alto e magro, com um gorro na cabeça,e outro baixinho mas com braços largos.

-Você tá sentado na minha área. -Intimidou o que parecia ser o líder da mini-gangue. Postaram-se de frente para Roxas, de modo que o loiro não pudesse fugir, caso se levantasse, a não ser que passasse por cima deles.

-Não sabia que a rolha do poço daqui tinha área, foi mal.-Respondeu Roxas, indiferente. Não era porque o cara era maior (mais forte, mais assustador e mais velho) que ele ia deixar barato. Desde pequeno fora ensinado a não dar satisfação a esse tipo de gente que se divertia a custo dos outros.

-Como é?!-Exclamou o líder, batendo os punhos um no outro em sinal de ameaça. Os outros dois se aproximaram mais, como que para ajudar o chefe.

-Você além de metido é surdo?

-Seu...

O líder da gangue levantou o punho esquerdo, pronto para bater em Roxas, mas aí uma garota apareceu. Era loira, de estatura baixa, menor que Roxas, olhos azuis e rosto bonito.

-Não façam isso, senão vocês vão pegar detenção. -Ela ameaçou, segurando o braço do líder. Como uma garota aparentemente frágil podia ter tanta autoridade?

-Hmph. Vamos embora, não gastaremos nosso tempo com esses idiotas. –Disse o líder, indo se sentar no outro lado da sala, seguido por seus capangas.

A garota se aproximou de Roxas, e sorrindo, perguntou:

-Você está bem?Nunca te vi por aqui. É novato?

-Sou. -Respondeu, sorrindo também.

-Meu nome é Naminé. Sou a monitora dessa classe. Ah,a aula já vai começar, se precisar de alguma coisa é só falar comigo. Tchau!

A garota se afastou, deixando Roxas sozinho ali. Não demorou até que o professor adentrasse a sala. Era alto, com cabelos grisalhos, se apresentando como Lian. Ensinava história, e apesar de não ser a matéria preferida de Roxas, assistiu toda à aula. Quando não se tem muitos amigos perto de você, a única opção é morrer de tédio mesmo.

Meia hora depois, soou o sinal para troca de salas. Roxas se levantou, e seguindo a turma, temendo se perder, foi até a próxima sala,onde teria geometria. Sentou-se no canto mais afastado, encontrando vez por outra, o olhar de Naminé. Quando terminou a aula e começou o intervalo, Roxas se levantou para ir ao refeitório, que era bastante próximo ao pátio.

Estava lotado de alunos, todos rindo e brincando entre si enquanto comiam. O loiro pegou uma bandeja e se apressou a colocar sua refeição, só algumas frutas e o que fosse mais de saudável. Tinha esse hábito graças a sua mãe, que mal o deixava comer doces, hambúrgers e o que fosse que fizesse mal, coisas que eu tenho certeza de que você jamais viveria sem.

Sentou-se numa mesa vazia, percebendo quando uma figura aproximou-se e sentou-se ao seu lado. Era Naminé, e sorrindo, se postou ao seu lado, perguntando:

-Então, o que acha daqui?

-Legal. –Respondeu, sem emoção, dando de ombros.

-Desculpe pelo que Jumas e os outros quase fizeram com você.

-Jumas?

-Aquele brutamonte de antes. Ele se acha o valentão do colégio só porque é o maior. Aposto que ainda morre de ataque cardíaco.

Roxas riu com o pensamento dela. Frágil só se fosse por fora.

-Onde você mora?Ah, desculpe, eu nem perguntei seu nome.

-Sou Roxas.

-Gosto do seu nome, me lembra minha cor preferida.

-Obrigada.

Naminé ficou conversando com Roxas até que tocou o sinal para que todos voltassem a suas salas. Mais tarde, quando as aulas já tinham terminado e Roxas estava do lado de fora da instituição esperando sua mãe, pensou o porquê do súbito interesse por Naminé nele.Tinha algumas suposições:

         1. Talvez o achasse bonito e estivesse procurando por um namorado. 2. Só queria ser solidária com o novato excluído de todos. 3. Quisesse só amizade com um cara que fingia ser emo. 4. Fosse uma psicopata que queria fazê-lo sofrer, só se escondendo por trás do rosto meigo e frágil e esperando ganhar sua confiança. 5. Estava interessada só porque ele era o novato mais novo em anos no colégio daquela cidade, pois o último novato foi um carinha que tinha entrado há dois anos ali.

         Nenhuma das opções era lá muito boa. Roxas não queria relacionamentos agora, dava-lhe dor de cabeça só de pensar neles. Muito menos queria fingir ser emo pelo resto do ano ali ou receber a solidariedade de alguém quando podia se virar sozinho. Não queria ser usado por ser novidade, então a última opção era ser morto por uma suposta psicopata, menos mau diante das outras.

         Sua mãe chegou e ele entrou no carro. Marye perguntou sobre seu dia, recebendo como resposta só um “foi legal”. Chegaram em casa, almoçaram e sua mãe voltou a sair para trabalhar lá no Centro de Estudos Botânicos. Roxas ficou sozinho na enorme propriedade, trancado em seu quarto, escutando música.

         Então, olhando pela janela, seus olhos pousaram no enorme jardim a sua frente, depois indo até a borda de um bosque, tendo enormes pinheiros como vegetação. Então, levado por uma curiosidade súbita, se levantou e saiu do quarto.

Era hora de dar uma voltinha...

 


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Notas finais do capítulo

Humm...
Minha segunda Fic no nyah!,finalmente.
É,outra Akuroku,vou acabar dominando o mundo com esse gênero,haha.
Reviews,please!
Abraços!
Próximo cap em breve!



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