Capítulo 23 – O nascimento de Matthew

Diante da afirmação, Jen não teve outra alternativa a não ser deixá-lo acompanha-la na ambulância. Ela nunca tinha ouvido falar dele, Sophie nunca quis comentar o assunto sobre o pai da criança.
Dentro da ambulância, Gerard não parava de suplicar que ela ficasse bem. Estava nervoso, não era a hora de o bebê nascer, ainda era cedo e ele sabia disso. Tinha medo que algo de ruim acontecesse. Queria ter esse filho. Definitivamente, queria ser pai.
- Sophie, minha linda. Acorda, por favor. – ele chorava vendo-a desmaiada na maca – Deus, não deixa nada de ruim acontecer com ela e com meu filho, ou filha, por favor.
Ele foi o caminho até o hospital suplicando a Deus. Sophie continuava desmaiada e sem sinal de vida. Além da bolsa ter estourado, ela estava com hemorragia.
Os médicos a levaram para a sala de cirurgia e o deixaram do lado de fora. Logo, os companheiros de banda chegaram.
- como ela está? – Mikey perguntou nervoso, também chorando.
- e o bebê? – Frank tremia dos pés a cabeça.
- ela tá em cirurgia. Se alguma coisa acontecer... eu não sei o que faço. – Gerard estava em pânico e foi amparado pelo irmão, que o abraçou bem forte.
- fica calmo irmão. Ela vai ficar bem. Meu sobrinho também, tenho certeza.

Algumas horas se passaram até que um médico apareceu.
- doutor, e o bebê? – ele perguntou temendo o pior.
- o menino acabou de nascer. Graças a Deus, correu tudo bem. Ele está na incubadora agora.
- é um menino? Um menino? – Gerard disse sorrindo e chorando de alegria sendo abraçado pelos outros.
- sim, um lindo e saudável menino. – até o médico sorriu vendo a alegria do rapaz.
- será que eu posso vê-lo? Eu sou o pai.
- você terá todo o tempo do mundo para vê-lo, rapaz.
- o que quer dizer? A Sophie... como ela está? – a alegria do rosto de Gerard de repente desapareceu.
- é por isso que eu vim aqui. Algum de vocês tem sangue O positivo? – ele perguntou.
- eu tenho. – Gerard respondeu rapidamente.
- eu também. – Mikey disse olhando pro irmão.
- então um de vocês venha comigo, por favor. – todos se olharam surpresos e Gerard decidiu ir.
Gerard o seguiu até uma sala onde ele pôde ver Sophie deitada em uma cama com um tubo preso em seu rosto pálido. Ela parecia... morta.
- ela... ela está.... – Gerard ficou pálido, parecia que se corpo estava imobilizado.
- ela só precisa de uma transfusão de sangue o mais rápido possível. Nosso estoque do hospital está precário, por isso tive que recorrer a você. Se tudo der certo, ela ficará bem.
Gerard deitou numa cama e com o maior prazer, deixou que tirassem seu sangue para a transfusão. Como estava fraco, chegou até a pedir à enfermeira que tirasse todo o seu sangue se fosse para salvar a vida da mulher que amava. Não foi preciso tanto, mas de tão fraco ele apagou.

Com uma luz batendo em seu rosto, ele acordou. Olhou para os lados e viu que estava deitado em uma cama num quarto do hospital. Quando ia se levantar, Mikey e Frank entraram no quarto.
- Gerard! Que bom que acordou. – Mikey disse abraçando o irmão.
- o que aconteceu? A Sophie tá bem? Meu filho tá bem?
- calma cara, não precisão ficar nervoso. Deu tudo certo. A transfusão correu bem, a Sophie já está se recuperando no quarto ao lado. O seu filho é lindo! É a cara da Sophie, porque se puxasse você ia ser um monstro neh. – Frank ria.
- obrigado pelo elogio, Frank. – Gerard disse sarcástico. Já estava acostumado com as brincadeiras do amigo – eu preciso vê-los.
- fica deitadinho aí. Ainda está muito fraco. Você doou muito sangue. – Mikey disse cuidando dele.
- eu não posso ficar deitado aqui. Preciso ver meu filho, ver a mulher que eu amo. – ele disse se levantando.
- ai Gerard... Gerard... – Mikey disse balançando a cabeça. Ele conhecia bem o irmão, sabia que quando queria uma coisa nada o impedia de conseguir. Igualzinho a Sophie.

Gerard abriu a porta do quarto e viu que estava de frente à sala das incubadoras. Procurando entre os bebês, achou um lindo menino que em sua incubadora continha uma plaquetinha com o sobrenome Way. Era ele. Seu filho. Matthew Way.
Lágrimas caíam em seu rosto ainda pálido. Lágrimas de emoção por descobrir que era pai e de felicidade em saber que, apesar de tudo, seu filho era forte e saudável.
Até os médicos se espantaram com a saúde do bebê que nasceu de apenas sete meses mas resolveram deixa-lo na incubadora alguns dias apenas por precaução.
Através do vidro, Gerard chorava. Sentiu uma mão em seu ombro e viu que era Mikey.
- ele é lindo não é? Um bebê de sorte.
- meu filho Mikey... é meu filho. Eu nem acredito que sou pai agora! Nossa, como ele é lindo! – ele dizia todo bobo.
- gente!! A Sophie!!! – Frank gritava em frente ao quarto dela.
- o que tem ela?? – Gerard virou-se depressa.
- ela acordou!

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