Porto Seguro.

O Akagami* dormia ao seu lado, na cama de casal simples. Ela sabia que não era certo ele interromper sua jornada a cada dois meses para vê-la, e se sentia extremamente culpada por ser o motivo de tudo aquilo.

Makino abraçou seu amado por trás, sentindo o calor que emanava dele. Deu-lhe um casto beijo na curva do pescoço com o ombro, fazendo-o suspirar.

– Ohayo, Senchou*. – murmurou, ao pé do ouvido do capitão. Sentiu-o arrepiar, e se assustou com a virada repentina dele na cama.

– Makino. – murmurou ele, colocando a mão em seu rosto. – O sol batendo em seus cabelos... Você fica mais linda do que já é.

Diante do elogio repentino, Makino cora.

– Arigatou, Senchou-san. – murmura ela, olhando para outro lado. Shanks suspira e segura seu queixo com a ponta dos dedos.

– Eu já pedi para você não me chamar assim, não pedi? – pergunta ele, olhando no fundo dos olhos da amante.

Ele sorri ao vê-la corar novamente.

– M-Mas... Eu sempre te chamei assim... – resmunga ela, fazendo um biquinho fofo – Tenho vergonha de te chamar pelo primeiro nome... Eu sou meio insegura quanto a isso, sabe?

Shanks tira a mão do rosto de Makino e passa uma perna em cada lado de sua cintura, ficando por cima dela.

– Senchou-san?

– Pare com isso, Makino. – pede ele, com uma voz suave – O único que deve se sentir inseguro sou eu. Você é linda, bondosa e muito gentil. E eu sou um pirata sem braço.

Makino se senta e abraça o amado, colocando a bochecha em seu peito. Carinhosamente, inclina a cabeça e beija a cicatriz grossa que tomou lugar do braço arrancado pelo Rei dos Mares.

– Pensei que você sentisse orgulho disso. – murmura ela, olhando em seus olhos.

– Sim, fico feliz de ter conseguido salvar o Luffy e ter pago um preço tão baixo quanto um braço, mas... – ele suspira, coçando a cabeça – Não é como se eu atraísse a atenção feminina tanto quanto antes, entende?

– Sen... S-Shanks. – fala ela, gaguejando um pouco. – Eu sei que você se sente inseguro, pois você sendo pirata ou não, ainda é homem. Mas... Se serve de consolo, eu amo essa cicatriz. Ela te faz único, entre todos os outros homens do mundo inteiro. Você deu esse braço para salvar um amigo, uma criança. Eu não quero que você se sinta inseguro ou feio do ponto de vista feminino. Com braço ou sem braço você continua lindo. E acima de tudo... É o homem que eu amo.

Se eu for mesmo capaz de me transformar na pessoa mais importante para ela... Como eu estarei feliz...

– Você é meu anjo, Makino. – murmura ele, juntando seus lábios com os dela suavemente. – Certo. Acredito em você.

– Que bom. – fala ela, sorrindo.

– O que você acha de uma continuação de ontem à noite? – pergunta ele. Ela cora violentamente.

– E-E-Eu t-t-tenho que a-a-abrir o b-b-bar... – gagueja ela, violentamente.

– Você é tão linda, meu amor... – murmura ele, dando-lhe um selinho demorado. – Eu te amo.

– Eu também, S-Shanks.

– Seu amor me aquece, e você nem imagina o quanto. – murmura ele, carinhoso.

– Imagino sim. Porque eu me sinto do mesmo jeito em relação à você.

Ele, sem se aguentar, beija-a profundamente, ouvindo um gemido tímido em resposta.

– Makino-chan... – sussurra ele, seduzindo-a completamente.

Alguns dias depois...

Shanks olha para seu navio, já reabastecido, e sente um aperto no coração. Deixá-la depois de alguns dias sempre causava a mesma sensação. Makino era seu porto seguro. Seu lugar para retornar. Sabia que sempre que voltasse, encontrá-la-ia esperando-o de braços abertos, e isso fazia-o nunca querer deixa-la.

– Hora de ir. – fala, e olha para a amada, que o observa com um olhar de pura compreensão.

– Itterasshai*, Shanks. – fala ela, sorrindo gentilmente. – Boa sorte.

Ele dá um beijo em sua testa e segura sua mão.

– Fique com meu coração. Afinal, ele já te pertence. – murmura ele.

Makino derrama várias lágrimas.

– Sim. Eu sei. Volte em segurança. Vou te esperar. – diz ela, tentando segurar suas lágrimas.

– Tenho certeza que vai. – responde ele, sorrindo. Por fim, a deixa com a promessa de que com certeza voltaria.

Makino já estava acostumada, mas... Sempre pensava que os dois meses de espera passavam muito devagar.

Afinal, longe de seu amor... Qualquer espaço de tempo, é muito. E mesmo assim, ela se contentou com a promessa de que ele voltaria para seus braços, onde realmente era seu lugar.

FIM.