O dia foi perfeito, até Violetta chegar, parecia que ela ia me engolir com os olhos e Henrique percebeu isso, quando vi Violetta pensei que era uma das putas do grupinho da Alana, Ela não parecia ser daquelas que andavam com pessoas a não ser os populares, Ela vestia um short preto nada discreto, e uma blusa de manga comprida com um decote enorme, tá bom àquilo era muito estranho, acabei saindo mais cedo do que o desejado, mesmo Henrique pedindo para que eu ficasse eu fui embora, depois do comentário dela, que foi mais ou menos assim “o que essa ai tá fazendo aqui, pensei que era só nos dois essa tarde” eu sei podem vomitar, por que eu estou prestes a fazer isso a qualquer momento, agora estou na minha casa sem nada pra fazer, Miley não estava on, e eu não tinha mais nenhum amigo, eu estava nostálgica, sentia falta da minha antiga vida, onde eu passava a tarde toda cantando junto com Miley, músicas idiotas, eu estava com saudades de tudo, da minha infância, da minha antiga vida, quando percebi, estava chorando fui à sacada, e me sentei no banco, estava chorando com a cabeça baixa, eu não sabia por que eu estava chorando, ouvi alguém falar “psiu”, mas não olhei , até eu ouvir

–Ally?

Olhei para o lado e na sacada estava Henrique, ele parecia estar preocupado, ele era tão fofo, o jeitinho dele, ri sozinha e disse.

–Violetta já foi? –disse tentando ser o mais normal possível, mas não deu pra conter um pouco de arrogância.

–já - ele disse fazendo uma pequena careta, acho que ele percebeu a ponta de sarcasmo e arrogância na minha voz. Assenti com a cabeça e limpei as lágrimas que começavam a parar de cair, o ouvi suspirar e depois de alguns minutos que acho que levou ele a ter coragem, ele perguntou.

–posso te fazer uma pergunta?

–claro - disse olhando finalmente para os seus olhos, coisa que não deveria ter feito, já que estavam tão verdes e lindos que me deu falta de ar.

–por que está chorando? Foi por causa da arrogância da Violetta?

–não, é que sinto falta da minha antiga vida, eu nem sei por que estou chorando, é que quando me lembro de tudo - não terminei de falar apenas suspirei

–quê que eu vá ai conversar?

–não precisa Henrique, estou legal, vou fazer como uma garota comum, comer sorvete e assistir filmes onde cachorros morrem no final.

Ele deu uma risada, que nunca avia ouvido, era rouca, sexy e amigável, mas quente ao mesmo tempo, é eu estava mal mesmo delirando, estava carente só isso, e ele é só um garoto que está tentando ser legal, não precisa criar uma barreira novamente, como posso dizer não sou muito boa em relacionamentos, ou amizades entre garotos, sempre acabo me fechando, e me afasto, mas há algo no Henrique, talvez a fofura dele fizesse isso, olhei para ele novamente e ele me olhava com um olhar novo, tá ele tirou a tarde para me surpreender, eu disse suspirando

–vou entrar

–tem certeza que não que conversar?

–não Henrique até amanhã

Entrei no quarto e me joguei na cama, me perguntando “Que diabos estava acontecendo comigo? ’

Minha mãe chegou uma hora depois, fazendo tantas perguntas que eu parecia sufocada, menti em quase todas as respostas, resolvi tomar um banho e ir dormir.

*

Uma semana se passou rápido, eu e Henrique ficamos cada vez mais próximos, Violetta já mostrou que me odiava, não entendia o por que. Era final da ultima aula, era Ed.física, sou contra a todos os esportes físicos sério, antes eu amava, mas agora não, pra falar a verdade eu era ginasta e sei fazer tudo que qualquer líder de torcida faz, ou até mais, voltei ao vestiário e antes de ir ao meu armário, ouvi vozes irritantes, resolvi ouvir, já que a curiosidade falou mais rápido

–Alana não da mais, eu preciso bater naquela vaca.

–Violetta, até agora você não mudou meu irmão.

–você viu como ele está se vestindo dentro de casa, como um adolescente comum, já fiz a minha parte

–não fez não, tente sei lá, fazer ele se apaixonar por você.

–acho que é impossível, ele deve gostar da loira.

– a Alice?

–sim

–mas eu pensei que ele era apaixonado por você

–não sei dizer, mas não quero abaixar a minha popularidade por causa dele

–por favor, só mais algumas semanas.

–mas o baile é daqui a três semanas.

–eu sei, mas eu juro que arranjo o mais popular para você.

–tá bom

Fiquei parada, tentando raciocinar o que acabará de ouvir, Violetta era mais vaca do que eu pensei, troquei de roupa e voltei para a escola sozinha, quando cheguei à minha casa, vi Violetta na porta, ela estava a ponto de beijar ele e sim na boca, virei o rosto da cena deplorável e entrei em casa, será que ele havia beijado ela, será que ele havia acreditado nela, eu precisava contar isso pra ele, se ele me considera melhor amiga dele teria que acreditar em mim, mesmo eu não tendo provas, só o que eu ouvi, mas eu precisava avisar.

Eram seis horas quando fui à casa do Henrique bati na porta e Alana atendeu, ela me olhou e falou.

–segundo andar

–sei onde é o quarto dele, só me responde a Violetta está aqui?

–não, por quê?

–pensei que ela estaria

Entrei e fui para o andar de cima, bati na porta e falei.

–posso entrar?

–Ally, claro que pode.

Entrei e sentei na cama, ele sorriu e falou.

–então por que resolveu me visitar de repente?

–a se você não quiser eu vou embora

–não pode ficar - ele disse rindo

–tá primeiro, por que mesmo você não usa essas roupas no dia a dia, só em casa?

–não sei bem, por quê?

–você vamos dizer fica ....legal com elas –eu disse, mas queria dizer que ele fica lindo, e que dava pra ver seus músculos o que o tornava quase irresistível, a quem eu quero enganar o torna irresistível, ele sorriu e fez um gesto para eu continuar, suspirei e falei

–olha Henrique o que eu vou falar, pra você agora pode ser idiota, eu não tenho provas, mas como melhor amiga, tenho que dizer, e não vou nunca esconder nada de você

–fala logo Ally

–é que hoje no vestiário eu ouvi uma conversa da Violetta e Alana

–não as duas não se suportam

–isso que ela quê que você pense, mas na verdade não, elas são do meus grupinho medíocre

–ela era, ela mudou

–ninguém muda tão rápido assim Henrique, mas só me ouça, me deixe terminar de falar.

–tá bom

–elas estavam falando de você, Violetta dizia que estava cansada de fingir ser sua amiga e sua popularidade ir por água a baixo, sua irmã está tentando fazer ela te mudar, começou agora com as roupas de dentro de casa, não posso negar você ficou melhor assim, mas.

–você fala delas, mas acabou de falar que essa nova versão de mim é melhor, você também não me aceita, você acha que eu ia confiar nela, eu não sou tão burro assim, eu já suspeitava, ninguém vem falar comigo por qualquer coisa, mas você, era a ultima pessoa, na verdade nunca imaginei.

–você interpretou errado, eu te adoro do jeito que você é.

–pare de mentir - disse ele alterando a voz e se levantando eu também me levantei e disse

–eu não estou mentindo, vim aqui te avisar sobre algo que nem me dizia o respeito, vim aqui por que gosto de você, você é meu amigo e amigos se protegem a qualquer custo, eu nunca ia te forçar a fazer nada.

–vou repetir suas palavras “começou agora com as roupas de dentro de casa, não posso negar você ficou melhor assim” você disse isso, não pode negar.

–agora me diz você vai se esconder atrás das roupas, eu quero te ajudar, eu quero seu bem, mas se você não que mudar não vou te forçar a nada.

– Alice saia agora, eu não quero mais te ver nem te ouvir

–então é assim? Eu não esperava isso de você, você que está entendendo tudo errado.

–não é você o problema, Violetta não faria isso, a conheço a mais tempo que conheço você.

–eu te defendi de todos, eu sou sua amiga, eu

–sai agora, sai - ele disse me interrompendo, meus olhos estavam cheiros de lágrimas, respirei fundo e sai, mas antes falei

–se você quer assim tudo bem, mas seu eu pasar dessa porta e você não falar nada eu não vou mais falar com você, não vou te defender mais, eu não quero mais saber de você, de agora em diante não me importo mais.

Sai, mas ele não falou nada, não veio atrás, estava na cozinha da casa dele pegando minha bolsa e foi ai que me permiti chorar, lágrimas e mais lágrimas saiam de meus olhos, as lágrimas ardiam e meu coração estava comprimido no peito, que ódio, eu sabia que o que eu sentia era mais do que amizade, tomei água e quando ia sair a Sra.Jones entrou falando.

–Alice querida como você está?

–bem - respondi sem mostrar o rosto, mas ela percebeu e disse

–querida, por que está chorando?

–posso falar com ela? –perguntou Henrique logo na porta

–ela pode deixar, mas eu não quero falar deixei bem claro

–pelo que eu saiba você ainda não passou da porta

–estava valendo para a porta do seu quarto

– o que está acontecendo? –disse Sra.Jones confusa

–só quero ir embora, boa noite.

Sai da casa e fui correndo para a minha subi para o meu quarto e me tranquei lá, me permitindo chorar, comecei a socar tudo, eu estava co os olhos fechados, as lágrimas eram quentes, e meu rosto estava frio me dando calafrios cada vez que uma nova lágrima aparecia, eu batia na parede até sentir algo quente escorrer pela minha mão, abri os olhos e vi minha mão vermelha.

–Sangue - sussurrei, corri para o banheiro e limpei tudo, e enfaixei minha mão, lavei meu rosto o que não ajudou muito e olhei para o espelho, meus olhos estavam vermelhos e inchados, olha o que eu acabei de fazer, esfolei minha mão e estava chorando, eu deveria ter erguido a barreira, deveria ter feito algo, não deveria ter dado uma exceção a ele, e olha o que estava acontecendo, eu estava apaixonada por um cara que nem gosta de mim e agora me odeia.