Mais Que Amigos escrita por Lady Lynx


Capítulo 4
Baseball, Testosterona e Flashbacks


Notas iniciais do capítulo

Queria agradecer as minhas moças que não me abandonaram (provavelmente poucas) e pedir mil desculpas pela pequena demora de três anos ._.
Saindo do forno, um capítulo levinho com um pouco do drama de vida de Gil.



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“É uma péssima ideia”, pensou Gil.

Sem sombra de dúvidas, sua mãe não permitiria que ele praticasse baseball, muito menos entrar para um time definitivo. Ela não iria querer ouvir seus motivos, e seria capaz até de mudar de cidade de novo para impedi-lo de seguir os passos de seu pai.

Lembrou-se de uma da várias discussões sobre o assunto, e que não queria que acontecesse de novo.

“Mas eu posso chegar mais longe que ele”

“Esporte não vai te dar futuro, Gil. Não me interessa o quando você gosta, ou o quanto você é bom” disse Betty.

“É meu sonho!”

“Então trate de arrumar outro” o olhar de sua mãe alertava que devesse terminar logo aquela conversa, mas também o fez praguejar por dentro. Um misto de raiva com decepção. Essa última parte o fez desistir e ir para seu quarto.

Grissom foi retirado de seus pensamentos ao chegarem do lado de fora, onde toda a turma já estava espalhada pelo ginásio. Alguns se sentavam para conversar na arquibancada, outros jogavam bolas aleatoriamente, enquanto o time de baseball – que incluía Rick, Jim e Greg - se reunia para discutir táticas. Nick e David jogavam pedra-papel-tesoura para decidir o que iriam jogar.

Grissom e Sara estavam indo a seu encontro quando ouviram um som agudo estridente que ecoou pelo teto alto. Todos ficaram em silêncio e olharam imediatamente para a porta de entrada, onde o professor tinha um apito na boca. Ele cuspiu o apito e falou em um volume que achou que todos fossem capazes de ouvir:

— vocês já devem saber que nosso time de baseball está completo, mas infelizmente eu fui obrigado a aceitar alguns molengas por falta de opção. – ele lançou um olhar aos garotos a quem se referiu, incluindo Greg, que engoliu seco. - Vou dar uma segunda chance aos que queriam uma vaga hoje, e se ver algum prodígio veremos quem vai abandonar o sonho.

Todos concordaram e seguiram para o campo do lado de fora, onde haviam dois gramados com marcações e linhas brancas de futebol americano e baseball, além de dois gols do futebol comum.

Os garotos e garotas do time e dos reservas correram à sala de equipamentos para se preparar, e logo corriam para suas posições. Warrick trouxe um taco e uma luva para Gil, que trocou um soquinho como forma de dizer “obrigado”.

— tãaaao fofos – disse Catherine que assistia aquela cena. Deu um beijo no rosto de Rick e foi se sentar na arquibancada. No meio do caminho parou para conferir se Sara estava atrás dela a seguindo, e se espantou ao vê-la no meio do campo abraçando o pescoço de Grissom.

— pega eles. – disse, sorrindo. Gil corou.

— vou tentar – fez um esforço para sorrir de volta, e a observou correr de encontro à Catherine.

Com todos prontos, os reservas e Gil no banco, Homero perguntou aos outros alunos se mais alguém queria uma segunda chance. Dois garotos levantaram as mãos e se dirigiram à frente. Para a surpresa de todos, Hank se levantou e os seguiu.

— Peddigrew? Não achei que gostava de esportes.

O garoto não respondeu, e se sentou nos reservas esperando sua vez de jogar. Sara sentiu um calafrio. Hank? Querendo entrar para o time de baseball? Isso só podia dar encrenca. Imaginou algum plano maléfico em sua cabeça, como tentar matar Gil com uma bolada na cabeça, ou espanca-lo com o taco. “Mas que ideia, Sara” pensou.

Homero se pronunciou:

— é o seguinte, cada um de vocês vai jogar uma rodada em uma posição principal: apanhador, lançador e rebatedor. Rick e Jim, meus orgulhos, vocês revezam com o “estreante”, e eu não quero ver pegarem leve. Muito bem... Marco – disse chamando o primeiro jovem sentado no banco.

Ele se levantou trêmulo, pegou uma luva e um capacete e se posicionou. Warrick lançou a bola, e Jim como rebatedor deveria deixar passar de propósito para que o professor avaliasse seu desempenho como apanhador, mas ele acabou esquecendo e rebateu a bola.

— JAMES! – gritou o professor, assustando Jim, que logo se deu conta do que fez.

— Foi mal, força do hábito! – ele acompanhou alguns amigos que riam da situação.

— vê se erra desta vez, hein? – disse Homero.

Novamente a bola foi lançada, mas quicou na mão do garoto e caiu no chão. Segunda chance, e ele caiu de bumbum tentando alcançar uma bola que nem estava tão distante. Homero suspirou e ajeitou o boné de treinador.

— próxima posição.

Se seguiram as duas posições que faltavam e igualmente, Marco se saiu péssimo. Ao terminar o teste, entregou o equipamento relutante, sem nem precisar da confirmação do professor para saber que estava fora. Grissom tremeu. Não queria se sair mal também.

“Mas o que esta acontecendo aqui?” Betty disse para Phillip.

Grissom havia ganhado de presente do pai um boné dos Chicago Bulls, juntamente com uma bola de Baseball profissional.

“o garoto gostou” disse bagunçando os cabelos de Gil, ainda uma criança.

“Não. Não vai usá-lo para alimentar seu sonho ridículo de ser um jogador. Meu filho vai estudar e se tornar-“

“Você quis dizer nosso filho, não é? ”Disse Phillip irritado. ”Vai pro seu quarto, menino. Liga pros seus amigos, conta que agora você é quase um jogador” disse encarando Betty.

Grissom apenas obedeceu, se jogou na cama e abafou os ouvidos com um travesseiro. Já sabia que os dois iam ter uma briga silenciosa – visto que sua mãe se comunicava por linguagem de sinais e apenas os gritos de seu pai eram ouvidos.

“É só um jogo” pensava. Por que precisam brigar só porque eu quero jogar um jogo...”

Balançou a cabeça na intenção de se concentrar no jogo. O segundo garoto se apresentou e repetiu os mesmos exercícios não tão mal quanto o anterior, mas nada surpreendente.

Chegada sua vez de fazer o teste, Grissom ficou ainda mais apreensivo. Preparou seu equipamento e seguiu para a primeira posição: apanhador. Agachou-se com o capacete na cabeça e a luva na mão direita. À sua frente, Warrick – que agora havia trocado de posição com Jim – segurava o bastão de baseball com uma familiaridade impressionante, parecendo um verdadeiro profissional.

— cara, pra querer entrar pras regionais no segundo dia de aula você tem que ser bom pra caralho – disse à Gil. – certeza que vai se dar bem.

Grissom agradeceu, assentindo com a cabeça. Suspirou e fechou os olhos, tentando manter a calma. Mas antes que conseguisse alcança-la, ouviu o apito soar. Abriu os olhos a tempo de ver uma bola em alta velocidade seguindo em direção a ele, arremessada por James. Por puro instinto, levou a mão à frente do rosto para se proteger. Tudo aconteceu tão rápido que não teve tempo de se lembrar que aquilo era um jogo, não sobrevivência.

Qual foi sua surpresa quando processou o ocorrido e viu em sua mão a bola do jogo. Jim, Rick e o trinador o encaravam alegres. Uma pegada perfeita.

— foi uma bola veloz, Grissom impressionante conseguir agarrar com tanta calma.

“eu diria que só tentei salvar meu nariz” Pensou Gil, com um sorriso amarelo. Olhou para a arquibancada e viu Sara com um olhar impressionado. Por um momento imaginou os comentários que ela faria caso ele se saísse bem nas próximas provas, e se sentiu envergonhado previamente.

— lançador. – gritou o treinador.

Grissom trocou de posição com Jim e compatilharam um high five ao se cruzarem. Era uma das coisas que gostava naquelas pessoas. O conheciam a um dia e já o tratavam como se convivessem por anos. Teve a forte sensação que não teria dificuldades para se sentir em casa.

Quando todos estavam posicionados, Homero soou o apito. Gil lançou a bola usando a força que se lembrava das vezes que seu pai lhe ensinou. Conseguiu arremessar na altura perfeita para Warrick rebater.

Com dois acertos seguidos, agora algumas pessoas que antes conversavam assuntos aleatórios bateram palmas e gritaram “Woohoo”. Mas sua maior preocupação foi o erro que cometeu ao pensar em seu pai como motivação. Poucas foram as vezes em que treinaram juntos, e pouco foi o tempo que passaram na companhia um do outro. Phillip Grissom esperava vê-lo se tornar um grande profissional, e mesmo com a desaprovação de sua mãe, ainda tinha alguém que acreditava em um futuro no esporte. Ele tinha alguém que acreditava nele.

— agora você vai ser meu rebatedor. – disse Homero, e foi possível notar um tom confiante em sua voz ao perceber que aqueles testes não seriam um fracasso total.

Warrick passou o taco a Gil, que tremeu ao sentir o peso do objeto. “Baseball é como andar de bicicleta” pensou enquanto se posicionava, “você aprende e nunca mais esquece. Não tem segredo. Olho na bola. Use o taco para bater nela como se você fosse o Batman e ela o Coringa... Não, eu gosto do Coringa! Como se ela fosse o Pinguim, assim fica melhor... Espere, o que eu estou dizendo?” ele percebeu que o nervosismo estava o desconcentrando.

O apito soou. Warrick lançou a bola para Grissom, que se atrapalhou e a deixou passar. “Não. Eu não fiz isso”, pensou. Se virou e confirmou, ao ver a bola na mão de James “É, eu fiz.”

Ouviu alguns gemidos de desaprovação dos alunos que anteriormente aplaudiam. Sara o olhava tensa. Homero torceu o nariz ao dizer:

— Strike um!

— merda. – Gil disse baixo.

— relaxa, cara – Disse Jim, que sem querer o ouviu praguejar – tem mais duas chances. - Ele lançou a bola a Rick, e todos se prepararam para repetir.

“Meu pai.” Pensou Grissom.

“Ele com certeza ia gostar de me ver ganhar”

Warrick girou a bola entre os dedos.

Minha mãe não precisa aprovar. É só um jogo. Eu posso ter um futuro com isso e ainda é saudável”

Homero soou o apito.

Sara, ela parece ter criado uma expectativa enorme sobre meu jogo. Eu preciso atender a isso. Eu vou atender.

A bola foi lançada.

“é só um jogo.”

Em um instante calculou o ponto exato onde deveria bater. Fechou os olhos, girou o taco a toda velocidade e só conseguiu desacelerar seu coração ao sentir na ponta do equipamento uma pancada que fez seus braços tremerem. Abriu os olhos e viu a bola voar para além dos muros do colégio.

Ficou perplexo alguns segundos, tentando tirar o branco de sua mente e se lembrar do nome desse famoso feito.

— Home Run. – disse James, agachado logo abaixo dele. – você só pode estar de brincadeira.

Ao conseguir sair do transe, Grissom se virou para a arquibancada, onde quase todos estavam boquiabertos, menos Homero que apenas o encarava com os olhos semicerrados. Ele pensou em correr pelas bases, mas antes o treinador gritou:

— próximo. – chamando Hank para o teste, para a surpresa de Grissom, que esperava no mínimo um elogio.

— Nah, eu não sou páreo pro seu prodígio. – disse Hank com um tom rude apesar da frase soar sarcástica. Ele saiu do banco dos reservas e foi se sentar nas arquibancadas de braços cruzados.

— bem, ainda temos 40 minutos de aula. O que acham de praticar um pouco agora? Eu também quero ver você jogar mais um pouco. – e apontou para Gil.

O time comemorou junto, e todos se posicionaram para continuar jogando. Fora alguns escorregões e falhas na pontuação, o jogo correu sem erros grandes da parte de ninguém, inclusive Grissom, que se sentia mais confiante ao jogar quando não se cobrava nada. “Jogar por paixão, e não por um troféu, é o que traz a magia do Baseball” dizia seu pai. “Traz aquela sensação de ser invencível”. Grissom sorriu ao se lembrar de suas frases, e durante o tempo que o jogo se estendeu, seu sorriso não se fechou mais.

Homero anunciou o fim daquela partida faltando 15 minutos para o término da aula.

— Ok, seus fedorentos, vou dar um tempo pra vocês se livrarem dessas camisas ensopadas de suor e quem sabe tomarem um banho.

Ninguém contestou a ordem, já que era visível o estado imundo em que os jogadores se encontravam. Seguiram todos para o vestiário, o resto dos alunos para a classe, mas o treinador chamou a atenção de Gil.

— me desculpe senhor. – disse prontamente.

— posso saber pelo quê?

— por rebater tão longe, se precisar eu posso pagar outra bola...

Homero o olhou perplexo por alguns instantes antes de gargalhar.

— você está pedindo desculpas por me impressionar? Não se dê ao trabalho. Faz ideia de quantas pessoas na sua idade eu já vi acertarem um home run daqueles? Um. E adivinhe... – o treinador se aproximou e colocou uma mão no ombro de Grissom. – ele entrou pro time das regionais de Vegas.

— ISSO! – gritou Sara da arquibancada, que teve que ser contida por Catherine antes de sair pulando.

Nenhum dos dois havia percebido que as duas garotas ainda estavam ali.

— er... Viva! – Cath sacodiu as mãos.

— você fala sério? – perguntou Gil - Foi só um jogo, pode ser sorte...

— não se atreva a me dizer isso. Sabe garoto... – Homero se abaixou na altura de seus olhos e falou calmamente – acredito que existe sorte e existe habilidade. Não estou te vendo carregar nenhum trevo de quatro folhas ou uma ferradura, mas um assisti cada segundo do seu jogo... e eu quero você nas regionais.

— É ISSO! – Sara gritou novamente, dessa vez ainda mais alto.

Catherine deu um sorriso amarelo e gentilmente puxou Sara a caminho da classe.

Grissom não se reconheceu ao ficar contente pelo apoio em vez de se envergonhar. Queria abraçar cada forma de vida que aparecesse em sua frente. Um pedaço do sonho estava se realizando. Ele foi dispensado e seguiu para o vestiário.

“um banho cairia muito bem agora”, pensou.

~

— a gente vai ser pega. – sussurrou Sara enquanto andavam silenciosamente no corredor que levava ao vestiário. – vamos parar na detenção.

— relaxa gata, tudo sobre controle. – disse Catherine sorrindo e fazendo um sinal de “joinha” com cada mão.

— ok, eu sou contra dividirem tudo que é de homem e de mulher, mas quando se trata de adolescentes seminus cheios de libido, vestiário feminino e masculino são necessários! – Sara estava cada vez mais apreensiva.

— flor, você foi quem pediu pra ver o Gil, por que precisava dar os parabéns urgente, e bla bla bla...

— mas eu não sabia que a gente ia vir parar aqui!

— luz – da – mi – nha – vi- da – disse Cath pausadamente – eu invado lugares o tempo todo, e o War tá me esperando. Aliás, mesmo que não estivesse, eu preciso ver aquela coisa sarada de sunguinha.

— vamos parar na detenção.

Catherine gargalhou, logo sendo acompanhada por Sara, que preferiu achar graça da situação do que continuar apreensiva.

here we are, - disse Cath ao chegarem no vestiário masculino. – bem vinda ao paraíso dos BoysMagia.

Ao empurrar a porta, a visão que tiveram foi bem menos nua do que ambas pensavam. Os garotos já vestiam suas roupas limpas, apenas dois deles ainda estavam sem camisa, mas os cabelos molhados, o cheiro forte de antitranspirante e o vapor agrupado no teto indicava que todos já estavam de banhos tomados.

— que decepção! – disse Catherine, chamando a atenção para ela. – eu esperava mais nudez e testosterona por aqui!

Alguns reviraram os olhos, outros riram, e Warrick saiu do meio deles para receber sua namorada.

— sem assanhamento – e lhe deu um beijo longo – você é só minha.

— eu não sou de ninguém – Catherine beijou de volta – você que é meu.

— Não – Warrick a beijou mais uma vez – você é minha.

— você é meu – trocaram o quarto beijo.

Sara, que observava a cena com um olhar desgostoso, ao perceber que iam demorar para acabar aquela troca de “nojeiras”, foi procurar Grissom.

Ele não estava na área aberta com os outros jogadores, então passou cuidadosamente entre os garotos, com medo de ser assediada.

Chegou aos armários, que ficavam no fundo, em fileiras horizontais à porta, formando várias paredes feitas dos compartimentos, mas não encontrou Gil na primeira fileira. Nem na segunda, nem na terceira, e já estava considerando que talvez ele ainda estivesse no banho, quando na quarta e penúltima fileira de armários o encontrou de costas, vestindo apenas seu jeans e tênis, a porta do armário tampando seu rosto, o impedindo de ver Sara ali.

— Nossa, você é gostoso. – Sara disse espontaneamente, fazendo-o pular de susto.

— o-o quê?

— Ah! Foi mal... – Sara se envergonhou – as vezes eu tenho uns momentos em que não consigo distinguir pensamento de voz alta... Geralmente quando fico impressionada.

— impressionada? – Gil ficou vermelho.

—uh... cara, me desculpa. Você é muito bonito. Tipo, da cabeça aos pés. Tem gente que merece que a gente fique elogiando só pra ela ter consciência da própria “fabulosidade”.

Grissom riu, perdendo de repente seu nervosismo. Era impressionante como se sentia bem com ela, não importando a singularidade da situação.

— enfim, eu só queria te dar parabéns. Cara, você humilhou geral naquela partida!

— não é pra tanto, fiz o que faria em qualquer jogo. – disse Gil vestindo a camisa.

— se aquilo foi qualquer jogo eu me pergunto como é quando você se esforça. – Sara sorriu, contente por ter tido outra chance de elogiá-lo. Era a forma que ela conhecia de simpatizar com as pessoas.

— você não precisa se esforçar pra fazer o que gosta. Só precisa curtir. – ele sorriu de volta, e Sara riu, revelando a diastema que Grissom acabara de perceber: era uma característica que adorava nela.

Depois de alguns segundos de silêncio, ele subitamente seguiu na direção de Sara. Ela estremeceu quando Gil a envolveu nos braços e apertou seu rosto contra o topo da cabeça dela.

— obrigado. Eu sei que foi só um jogo de baseball, mas seu apoio... isso é importante pra mim, de verdade.

Sara percebeu ele corar. Ainda um pouco espantada, conseguiu passar os braços em volta de seu corpo e apoiar o rosto em seu peito.

— cara... se é importante assim, promete pra mim que não vai mais chamar de “só um jogo”.

Grissom sorriu, e como se pudessem ler a mente um do outro, nenhum dos dois separou aquele abraço.

Como se pudessem ler a mente um do outro, ambos não queriam que aquele abraço terminasse.

“Quando eu tinha sua idade...” dizia Phillip, sentado com Gil no topo da colina, aos fundos da casa de veraneio. Era seu aniversário de 9 anos. “Meus pais não gostavam de Baseball. Não era um esporte conhecido. Era só uma brincadeira de criança. Eu não conseguia entender por que desaprovavam tanto o fato de eu jogar.”

“Eu não entendo por que a mamãe não deixa.” Disse o menino.

“É por minha causa. Ninguém acreditava em mim, filho. Só eu mesmo. Por hora, isso basta, mas chega um momento em que você precisa de apoio. Eu não tinha ninguém. Mas você tem a mim. Nunca se esqueça disso, não importa o que sua mãe disser, o sonho é seu, a vida é sua, mas se precisar de apoio eu estou aqui.”

Grissom sorriu. Era a primeira vez que entendia de verdade um discurso de seu pai. Era a primeira vez que ouvia com atenção e considerava seguir o conselho.

E naquele mês, Phillip comprara na cidade o primeiro bastão de Baseball para seu filho. Um homem o parou na rua com uma faca e pediu a carteira. Ao se recusar, foi esfaqueado na barriga, e o criminoso se aproveitou do bastão para terminar o serviço, espancando-o até a morte.

É só um jogo.


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Notas finais do capítulo

Críticas bem vindas (podem me xingar se quiserem, depois dessa sacanagem de abandonar a fic)
Próximo capítulo, Grissom e Sara aprimorando sua relação e Hank com... Ciúmes?



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