Lights Will Bring You Home. escrita por Carmel Giles


Capítulo 1
Capítulo 1 -


Notas iniciais do capítulo

Olá, essa é minha primeira fic de PJO então sejam bonzinhos comigo e considerem que sou principiante! A ideia dela já estava aqui faz tempo e esse 1º capítulo também, resolvi posta-lo e se alguém se interessar pretendo continuar a história. Espero que gostem.
Ps.: Leah é um muuito cabeça dura e competitiva (como vocês prceberão depois), um pouco vintage, e muito sonhadora. Ela quer fazer intercâmbio na Academia de Belas Artes em Milão. Bem, de quem ela é filha não será dificil perceber.. rs



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Ainda estava tentando entender porque sua mãe, basicamente, lhe expulsou de casa. Estava tudo dando certo naquele dia e ela acreditou, pelo menos por um momento, que as coisas iriam ocorrer como o planejado. Era a décima edição da feira de artes da Escola secundária Waldorf no Brooklyn, e Leah Chiarano tinha dado duro pra que toda a montagem de Otelo saísse perfeita. Foram noites e noites em claro terminando figurinos, cenário, escolhendo trilha sonora e ensaiando pra que no dia a apresentação fosse um sucesso. Ela era a codiretora da peça e ainda iria interpretar Desdêmoma. Sua mãe Maryanne Iniko Chiarano (Sua avó, Elida Chiarano, veio da Itália nos anos 40, para trabalhar numa antiga companhia de Teatro) viera para assistir a peça, mas chegara mais cedo para exercer o que sabia de melhor : Superproteção materna! Leah havia feito um exercício de respiração antes de começar a se trocar para o primeiro ato e estava retirando o seu colar dourado de raio quando sua mãe chegou.

— Não acredito! Como você está linda filha! 'Ma che bella cosa!", como diria sua Vó. Você está um primor!

— Hum... sei, obrigada. Mas, não tá muito cedo pra chegada dos convidados não? Pensei que o auditório só abriria às 7H... Ou será que já são 7H? Então, ai, eu estou muito atrasada!! Tenho que terminar com acessórios e o cabelo, checar a iluminação, verificar o áudio, conferir se todo o elenco já chegou... Perdi a hora, não vai dar tempo!

— Calma Leah, são 5:45 ainda. Eu que cheguei mais cedo. E ainda bem porque você está uma pilha de nervos! Eu te falei para você não assumir essa responsabilidade, aí como está toda enrolada, tendo que lidar com toda essa gente desconhecida... Não quero nem pensar no que poderia ter acontecido com você saindo por ai sozinha, falando com tanta gente.. Cadê o seu colar? Porque você não está com ele?

— Mãe, para! Pode parar com essa história de 'Você-não-deveria-sair-por-ai-sozinha' que isso não faz sentido. Eu agradeço a sua preocupação, mas ela é desnecessária. Eu não sou nenhuma criança indefesa, você sabe o quanto eu gosto dos palcos, e o quanto essa produção é importante pra mim. Eu tive que tirar o colar, não acredito que ele combine com a Desdêmona, e muito menos com o século XVII. Mas não se preocupe que assim que a peça terminar eu recoloco.

— Tudo bem então, você tem razão. Mas, em hipótese nenhuma, fique mais tempo do que o necessário sem ele! Ele é muito importante para sua proteção...

Leah sempre achou muito estranho o modo como sua mãe falava daquele colar, como se ele fosse um poderoso amuleto ou algo do tipo. Ela não acreditava nisso. Que dizer... não ainda.

—Er, mãe, acho melhor a senhora ir procurar um assento. Tenho que checar muita cosa ainda, e sei que a senhora não tem muita paciência para isso, então...

— Certo. Com certeza não tenho. Gosto do espetáculo, não dos bastidores. Vou me sentar na primeira fila! Boa sorte, filha! - E se foi.

Leah virou-se para o espelho e começou a trançar cuidadosamente o comprido e cheio cabelo cacheado, em seus pensamentos pedia para que não acontecesse como das outras vezes ( que em fração de segundos, tudo aquilo que estava perfeito não desmoronasse diante dos seus olhos), mas pra seu desgosto tão somente virou seu olhar para o pingente de raio em cima da penteadeira, perpassou por sua espinha a desagradável e familiar sensação de que havia alguma coisa errada. Uma lufada de ar frio, mas não como a brisa fresca e leve que sentia quando passeava de bicicleta pelo Central Park aos domingos a noite (quando queria ficar só) ou como a vez em que ela havia andado escondido de moto com seu amigo Dean; mas uma rajada úmida, pesada, sufocante e que em geral significava que algum desastre ia acontecer. 'Dessa vez não!', pensou Leah e determinada a se livrar daquela funesta impressão, saiu dos camarins e se dirigiu até o segundo andar do auditório, indo conferir se a fiação do cenário estava correta e os comandos identificados.

A cada degrau que subia sua garganta estreitava um pouco mais, e mais adrenalina era liberada em suas veias fazendo com que seu instinto de alerta se aguçasse mais. Os pelos de seu corpo se arrepiavam um por um, sua boca ficava seca, seu campo de visão se ampliava e era como se ela estivesse entrando no Modo de combate e pudesse pular em cima de qualquer um que atravessasse o seu caminho. Ela quase poderia sentir como se uma corrente elétrica lhe percorresse a pele, lhe intensificando os sentidos e os reflexos.

— Tem alguém ai? - Perguntou para as coxias.

Como ninguém respondeu, avançou pelo corredor escuro em direção a caixa de luz. Já estava na metade dele quando sentiu alguém lhe vigiando. Girou cuidadosamente a cabeça para os lados, só conseguiu visualizar um vulto muito distorcido e inumanamente rápido. 

— Tem alguém aí? - Perguntou novamente. Nenhuma resposta. - Isso aqui é 'Otelo', e não ' O fantasma da ópera'! Não vai responder? Que seja, mudinho. Sempre sobra tudo para mim mesmo... Mas anda logo e para com essa brincadeira que todos tem que estar prontos, devidamente caracterizados e em seus postos, reunidos na antessala até às 6:30!

E continuou seu caminho até que sentiu uma fortíssima e repentina puxada em seu cabelo trançado, junto som um sussurro duplo em seu ouvido:

— Acharam que iam conseguir te proteger para sempre por causa daquele colar estúpido... Humpt. Acho que não.

Aquilo que lhe segurava era um humanoide de duas cabeças, uma masculina e outra feminina, ambas escamosas, tinha pele estranhamente amarelada. Tinha garras no lugar de unhas. Mas era sem dúvida inteligente, e rápido também. No instante que Leah identificou o que estava acontecendo e com um giro de calcanhares e cabeça conseguiu se livrar de seu aperto, a mesma criatura sacou uma lança bifurcada e partiu para cima dela.

— Quem é você? Ou melhor, o QUE é você? E o que você quer comigo? Porque está atrás de mim?

— Ainda não sabe, semideusa? Não conhece suas origens, nem sabe porque vim... Então será ainda mais fácil do que eu imaginei! - E partiu pra cima de Leah com uma agilidade impressionante.

Não enxergando como se defender naquele corredor estreito, Leah correu em direção à sala de controle de luz e áudio que ficava no fim deste. Chegando lá agarrou a primeira coisa que viu em sua frente, um mastro metálico de bandeira, para poder contra atacar. Aquela ideia lhe parecia ridícula, um pedaço de metal contra uma lança super afiada? Mas não era tão insana quanto o fato de que ela estava lutando com um ser hepático de duas cabeças.

— Cara, eu não sei o que você quer comigo... - dizia entre um golpe e outro - Mas será que não poderia esperar até o final da peça? Eu trabalhei muito para que ela saísse, ela é fundamental para os meus créditos...

— Menina tola. Obviamente não é treinada. E aliás muito tola, nem sei como enviamos tantos monstros no seu encalço e nenhum dele conseguiu apanha-la. - As duas cabeças pareciam indignadas!

— Treinada? Do que você está falando? - Por pouco, um dos golpes do ser de duas cabeças (que mais tarde ela descobriria ser um Androgynos) não lhe atingiu o peito em cheio. Ela teve de empregar uma força sobrenatural e que não sabia que tinha pra desviá-lo. Seu ombro foi atingido.

— Aí não, eu passei dias bordando essa porcaria de vestido!

A manga de seu vestido se rasgou, e seu erro foi virar pra verificá-la. O Androgynos se aproveitou de seu descuido e atirou seu mastro-defesa no outro canto da sala. Sem defesas visíveis, Leah se viu acuada. Alguma coisa dentro de sua cabeça lhe dizia que ela deveria ir pro quadro de luz, e mesmo sem ter certeza do porque, ela o fez.

Sem pensar duas vezes procurou pelos comandos da fiação e da chave geral. Havia fiação por todo o piso de madeira.

— O que vai fazer semideusa? Acabou, está desarmada, não tem como sobreviver. Desta vez não terá a sorte que teve nas outras.

Leah esperou que ele/ela avançasse. Quando seus pés se pousaram sobre os fios principais ela reconectou os cabos e ao tocar na chave geral, foi como se nem precisasse desligar e religá-la, como se um fluxo elétrico saísse de seus dedos em direção ao quadro de luz e de repente toda a sala entrasse em curto-circuito. O ambiente foi preenchido por uma chuva de faíscas e os cabos sob os pés do Androgynos ganharam vida. Alguns se partiram, serpenteavam no ar e se enroscavam no corpo da criatura iluminando o cômodo com seus estilhaços elétricos. A criatura foi se desfazendo toda em poeira dourada, mas não sem antes deixar um ultimo aviso raivoso:

— Isso não acabou, semideusa! 


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Notas finais do capítulo

Não se esqueçam de deixar reviews! :)
Dependendo delas, posso acrescentar elementos na trama ao gosto de vocês! Obrigada por ler!



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