A Semideusa - O Diário De Melina Clark escrita por Lola DiAngelo


Capítulo 1
Apresentação


Notas iniciais do capítulo

Yey, primeira história nesse perfil e também com um personagem original como principal... Como é só uma apresentação, e é só pra mostrar mais ou menos quem é a Mel, do que ela gosta, o que acontece com ela, é bem curtinho mesmo... Curtam!!



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09 de Dezembro de 2009

"Querido diário que não é querido, quero que saiba primeiramente que estou sendo OBRIGADA por Quíron a escreve-lo. Não se sinta feliz. Está bem, este acampamento está me enlouquecendo, eu estou falando com um diário. Ou escrevendo. Ah, da na mesma."

Primeiramente, eu sou Melina. Melina Clark. E quero que saiba que eu odeio te escrever. E também que toda vez que eu te chamar de querido, é mentira. É só pro caso de Quíron resolver te ler depois. É por isso também que não vou falar palavrões, pelo menos, não os piores que eu sei. Vou contar o que aconteceu.

A dois dias atrás, eu tive a bela e infeliz ideia de fugir. Eu estava no quartinho que a mim pertence, ou como eu chamo, meu "moquifo", planejando como eu sairia do orfanato sem ser vista. É isso mesmo que você escutou. Ou leu. Sei lá. Eu morava em um orfanato. É, aparentemente, meus pais me abandonaram quando eu ainda era bebê por conta da minha "suposta" esquizofrenia. Quando eu era bem pequena, e eu já vi fotos, eu ficava olhando pro ar. Eu suspeito que eu tinha aqueles meus dèjavus, e ficava meio fora de órbita, por isso saía daquele jeito. Agora eles melhoraram um pouco, mas ainda tenho umas "recaídas", e, da última vez que tive um, fiquei até um pouco zonza. Eu chamo de dèjavu, mas parece mais uma... Visão.

É muito, muito estranho. É como se realmente estivesse acontecendo algo, mas não está. Eu aprendi da pior maneira a não perguntar o que era real e o que não era. Uma vez, eu estava na minha aula de Química, bem concentrada (cof cof mentira cof cof), e eu vi um vulto se esgueirando perto da janela. Ou pelo menos achei que tinha visto. Eu pulei da cadeira, e a Sra. Fields, minha antiga professora (aquela velha carrancuda...), surtou. Perguntou o que eu achava que estava fazendo e me expulsou da sala de aula. Foi humilhante. Uns dias depois eu fiquei sabendo que ela estava hospitalizada, pois um homem a atacara em seu apartamento. Eu aprendi a controlar minha mente, me concentrando ao máximo para não notar os vultos e essas coisas.

Bem, voltando ao assunto, eu decidi que ia sair do orfanato às 2:00 da madrugada, já que o toque de recolher era às 23:00. Quando deu 1:30, eu comecei a arrumar minhas coisas. Meu guarda-roupa, que era separado basicamente em uniforme do orfanato e roupas de fim de semana, ficou praticamente vazio. Comecei a jogar as coisas dentro da minha mala amarela gasta. Todas as minhas roupas e minha nécessaire já estavam dentro. Agora só faltava o dinheiro. Fechei o zíper com cuidado e caminhei nas pontas dos pés até a porta. Abri-a com todo cuidado do mundo. Rangeu. Merda, ferrou.

Rose, a dona do orfanato, tinha um olvido de ninja. Eu tinha que ser rápida. Fechei a porta sem me importar com o barulho que faria e corri até o final do corredor, onde ficavam os potes com o dinheiro de todas as crianças do orfanato. Com cuidado, procurei no escuro a minha gaveta. 173. Achei. Abri silenciosamente com minha chave e olhei na direção dos 7 potes que estavam lá. "Dinheiro para a Tatoo", recolhido. "Dinheiro para roupas novas", recolhido também. E assim, um por um, fui colocando os potes debaixo do braço e tranquei minha gaveta.

Na ponta dos pés novamente, voltei para o quarto e joguei tudo dentro da mala de novo. Eu já disse que sou sexy? Pois é, sou. Coloquei o moletom que estava jogado em cima da cama e os meus coturnos de oncinha. Odeio eles, mas fazer o que... é o que tem pra hoje. Agachei e enganchei as alças da mala no meu antebraço, e quando olhei para cima, entrei em colapso. Um burro estava parado na minha frente. Quer dizer, um meio burro. As pernas e pés eram de burro e o resto era homem. Ou menino.


– Shhhh... - ele sussurrou, tapando a minha boca. Eu assenti com a cabeça e segurei mais forte a minha mala. - Venha.


Como ele tinha subido? Mas aí eu lembrei da corda de lençóis que eu tinha jogado um pouco mais cedo. Nós descemos no maior silencio, e ele apontou uma trilha para o alto de uma colina. Lá no topo, estava uma casa, que só naquele momento eu notei. Nós subimos a colina e então eu cheguei aqui, diário. Ao acampamento Meio-Sangue, o único local seguro para semideuses, o que eu descobri que sou. Estou escrevendo, nesse momento, da minha beliche no chalé de Hermes. É aqui que eu devo ficar até que eu descubra quem é meu pai (ou mãe), divino. Amanhã eu te conto como consegui a melhor cama do chalé, e lençóis limpos e imunidade as brincadeiras dos Stoll. É, eu sou demais.

Não vou te dar boa noite, não se chateie, mas eu não costumo fazer isso.



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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? Eu sei, ela é só um pouquinho arrogante... Hahahaha! Deixem reviews!!