Desventuras Geek escrita por Cahxx


Capítulo 3
Show ao vivo


Notas iniciais do capítulo

Olá ! Desculpem a demora. Estou achando meio difícil transformar um cartoon em prosa n.n'

Enfim... Este capítulo eu fiz pra aproximar mais do desenho e das maluquices que acontecem por lá. Espero que gostem!

xx



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- E não se esqueça de por o lixo pra fora! – Benson terminava de dar as últimas ordens enquanto saía com o carro – E de limpar os tapetes! Ah! E lave a louça! E também a garagem...

- Tá Benson! Já entendi tudo! Agora dá pra ir logo?

- Olha como fala garoto!

Resmunguei e fechei a porta da sala. Cara chato! Corri pra garagem onde Rigby, Casey e eu íamos ensaiar. É, a gente tava começando uma banda...

- Me ensina isso aí!

- Não Rigby!

- Me ensinaaaa!!!

- Nãaaaaao!

Encontrei os dois discutindo feito loucos por algum motivo louco:

- O que vocês tão fazendo?

- A Casey criou um solo novo na bateria e não quer me ensinar!

- Solo? Mostra aí.

- Hunf, ok...

Casey começou a tocar o surdo, passou pros tons, revezou entre a caixa e fez um solo incrivelmente irado!

- Uou! Isso foi demais! Onde aprendeu isso?

- Numa revista...

- Que? Não se aprende música lendo! Se aprende tocando!

- A Casey aprendeu – Rigby disse – E agora NÃO QUER ME ENSINAR!

- Por que Casey?

- Por que?! – e ela saiu da bateria – Porque sempre que a gente termina de tocar todo mundo grita “Uau Mordecai, você canta demais!” ou então “Caraca Rigby, seu solo na bateria foi irado!”; e ninguém NUNCA grita – e ela fez uma voz de homem meio forçada – “Casey, você toca teclado super bem! Seus dedos são bem flexíveis”. Poxa! Você e Rigby chamam muita atenção como vocalista, guitarrista e baterista! Ninguém nunca percebe que eu existo...

- E você queria chamar a atenção de todo mundo que tá assistindo? VOCÊ que é super tímida?!

- Não é bem assim... Só queria ser elogiada por tocar bem... Só isso...

- Casey, não fica assim... Você é super importante na banda! Você é a base que sustenta a música! Sem você tudo ficaria vago...

Ela deu de ombros e continuou cabisbaixa:

- Já sei! Vamos fazer o seguinte! No show de hoje nós vamos tocar uma música com você e outra SEM você! Assim o pessoal vai perceber que a música fica estranha e então vão te notar! Que, que se acha?

- Acha que pode dar certo?

- Mas é claro! Podemos também te colocar na bateria em alguma outra música, afinal, você toca bateria tão bem quanto teclado!

Rigby fez cara de choro:

- E eu?

- Você o que?

- Se a Casey tocar bateria... eu não vou ter nada pra fazer... É só o que sei tocar!

- Hunf... É uma boa hora pra você aprender a tocar baixo...

Casey pareceu mais feliz e eu me preocupei: teria que ensinar Rigby a tocar baixo e ele é muuuito ruim pra aprender as coisas. Mas iria me preocupar com isso depois. Sou vocalista e guitarrista da banda, mas sei tocar outros instrumentos como baixo, violão e gaita. É necessário saber mais de um quando se tem uma banda só de três.

Terminamos de tocar uma música que ficou bem maneira, Mississipi Queen do Mountain. Ficamos bem felizes com o resultado dela.

- Sabem, ainda não temos um nome pra banda – comentei.

- Que tal    “3D”     ?! – e Rigby fez um amplo gesto com as mãos como se a palavra estivesse no ar.

- Argh cara! Ainda com aquele jogo idiota na cabeça?!

- Qual é? Ele é maneiro...

- Bom, vamos pensar nisso depois. Temos muitas outras coisas pra nos preocupar antes do show.

- Tipo o que?

- Oras! A iluminação, nossas roupas, a afinação...

- Roupas? – Casey perguntou – Achei que fossemos usar qualquer coisa...

- É, só que nesse show vão estar as melhores bandas da cidade! Todas são iradas e nós não temos nem um nome! Precisamos aparecer com algo inovador e que chame a atenção!

- Nós vamos competir com elas? Achei que só fôssemos pra inaugurar a banda...

- Que nada – disse Rigby – O Mordecai só tá falando isso porque – e ele mudou a voz pra uma totalmente melosa – a Margaret vai estar lá!

- Errgh, não é isso! Só quero fazer algo decente naquele palco! Chega de passar vergonha sempre!

- Ok. Tudo bem... – Casey disse – Então é melhor ensaiarmos muito já que o Mordecai não quer passar vergonha na frente da Margaret.

Ela e Rigby se olharam e começaram a rir. Decidi ignorar aquilo e voltar a ensaiar.

XxxxXxxxX

Estávamos na cozinha comendo yakisoba pronta que fizemos no micro-ondas. Ninguém ali sabia cozinhar direito e não queríamos sujar a cozinha do Benson tentando aprender.

- Saca só isso! – disse Rigby colocando uma caixa de papelão em cima da mesa.

- Que isso? – perguntei.

- Nossas roupas!

- Sério?! – fiquei animado e me apressei em abrir a caixa. Meu sorriso desapareceu quando vi o que era: Rigby tinha estampado um “3D” em três camisetas brancas. Só isso. Mais nada – Rigby, não era disso que eu tava falando! Isso aqui é super sem graça! Vão achar que somos um trio de manés usando a mesma roupa!

- Qual é?! Só tava querendo ajudar!

- Quer saber? Assim que a gente comer vamos dar um pulo na Cemitério Irado, lá deve ter alguma coisa que fique legal.

Cemitério Irado era o nome de uma loja de rock que ficava no centro da cidade. Rockeiros de todo estilo vão lá, desde os alternativos até os góticos e metaleiros! E foi isso que fizemos.

Abrimos a porta de vidro que emitiu o som de um sininho avisando que tinha gente entrando. Na mesma hora o som de Symphony of Destruction começou a tocar na loja. Nós três sorrimos e dissemos juntos:

- Maneiro...

- Em que posso ajuda-los?

Uma mulher veio atender a gente. Ela tinha cabelo preto e vermelho comprido de um lado e raspado do outro e tinha vários piercings pelo rosto.

- Ah... – comecei – Queremos algo pra nossa banda... Temos uma banda e vamos tocar hoje. Queríamos usar roupas maneiras – eu sou retardado ou o quê?! Tava falando como uma criança de três anos!

- Fodástico cara! Tenho a coisa perfeita pra você! Venham aqui!

Ela tirou umas jaquetas e umas calças de couro de uma raia e entregou pra mim.

- Experimenta isso! Vai ficar iraaado! E você bonitinha? – e ela olhou pra Casey que arregalou os olhos assustada – Já sei! Uma bagunçada no cabelo, uma minissaia e muita maquiagem preta, que acha?!

- Ah... Eu... Eu não uso maquiagem...

- Que?! Menina você é uma menina! Meninas usam maquiagem! E se é rockeira então... MAIS MAQUIAGEM!

- Mas eu...

- Mas nada! Vem garota, eu vou te maquiar e você vai ver como fica iraaado!

Casey olhou pra mim parecendo assustada:

- É Casey... – e eu sorri amarelo – Vai lá... Sei que vai ficar maneiro... – e forcei uma cara de “vai nessa”, mas já totalmente arrependido: tinha sido uma ideia horrível. Mas fazer o que?! A Margaret ia assistir e eu queria passar uma impressão de “banda maneira” e não “banda fuleira”.

- Greg!!! – ouvi a mulher gritar – Ajuda o baixinho ali!

- Quem tá chamando de baixinho?! – Rigby gritou e olhou revoltado para mim. Sorri dando de ombros e fechei a cortina do provador.

Levei uns dez minutos pra conseguir vestir a roupa que era toda de couro, cheia de correntes e spikes. Me olhei no espelho: estava parecendo um masoquista e NÃO um guitarrista!

- E aí garoto? – a mulher gritou – Tá tudo bem aí?

- Tá... Eu acho que tá...

Abri a cortina e dei de cara com um Gigby de cara amarrada e vestido de couro como eu. Um risco de sangue escorria de sua testa.

- Cê tá... maneiro cara... – sorri sem jeito tentando parecer que tinha gostado – Que isso na sua testa?

- Sangue.

- Sangue é? De que...?

- Da minha cabeça.

- É? Legal... Parece de verdade...! He, he...

- Porque É de verdade. Me cortei tentando vestir aquela gola cheia de espinhos de ferro.

- Ah... Sei...

- Aí meninos! – a mulher apareceu – Olha só a amiga de vocês!

Rigby e eu esticamos o pescoço para enxergar Casey que estava escondida atrás da mulher. Ela estava com os cabelos bagunçados, uma saia vermelha xadrez beem curta que deixavam suas pernas super brancas a mostra e tinha uma maquiagem preta bem escura em volta dos olhos dela.

- Cara tá parecendo a Avril Lavigne – Rigby comentou do meu lado. Ela tava muito bonita, mas dava para perceber seu descontentamento mesmo estando de longe. Minha garganta apertou quando olhei para ela e depois para Rigby, não acreditei no que estava fazendo. Fiz meus melhores amigos passarem por uma situação horrível porque estava só pensando em chamar a atenção da Margaret. Meu egoísmo estava deixando todo mundo triste e zangado comigo... Precisava consertar isso...

- Ah, certo. Vamos tirar essas roupas... Nós vamos levar tudo!

- Iraaaado!

Cada um foi para um provador trocar de roupa. Assim que saímos, a mulher voltou:

- E aí? Como vai ser?

- Ah... Xii cara, esqueci o cartão no carro. Ah, pode guardar isso aqui pra gente? Eu vou buscar meu cartão de crédito...

- Posso sim! Iraaaado!

Puxei Rigby e Casey pra fora daquele lugar e saí arrastando os dois para o mais longe possível.

- Mordecai! Tá fazendo o que? – Casey perguntou assim que nos distanciamos.

- Só estava tentando arrumar um jeito de tirar a gente de lá. Aquele lugar era horrível! Queria pedir desculpas por ter levado vocês dois até lá.

- Que isso! A gente que... Rigby! – Casey exclamou assustada e eu vi que Rigby estava caído no chão, totalmente pálido.

- O que houve com ele?!

- Ele perdeu muito sangue com aquele corte!

- O que?! Era só um arranhão!

- Mordecai, Rigby só come porcaria! Ele é anêmico por natureza! Uma gota de sangue a menos e ele desmaia!

- Rápido, vamos leva-lo ao hospital.

XxxxXxxxX

Assim que Rigby melhorou após uma hora de soro injetado em sua veia, corremos para preparar tudo para o show. Colocamos os instrumentos no carro e vestimos as camisetas que Rigby havia feito; não era o que eu gostaria de estar usando, mas não tínhamos mais tempo pra preparar mais nada.

Eu dirigia o carro enquanto Rigby e Casey cantavam desafinados qualquer coisa que tocava na rádio. Meu coração começava a palpitar de ansiedade. A essa hora já nem sabia mais se era por causa do show ou por causa da Margaret.

- Estaciona ali! - ouvi Casey gritar apontando para uma vaga e despertei de meus devaneios. Assim que descemos do carro, os sorrisos de Rigby e Casey se apagaram: o lugar estava lotado! Havia gente de todo o tipo! Alguns meio toscos e outros beeem assustadores. Estava começando a me arrepender de ter nos inscrito nessa.

- Não vou conseguir tocar pra esse monte de gente! – Casey exclamou.

- Não era você que estava querendo ganhar mais atenção? – provoquei-a.

- Mudei de ideia... – e ela fez bico. Dei risada e comecei a tirar os pedestais do carro. Com muita dificuldade fomos arrastando as coisas (principalmente da bateria) até o palco. Seríamos a terceira banda a tocar o que era bom: não seríamos os primeiros a abrir de forma horrível e nem os últimos a encerrar de forma horrível.

- Modercai... Esquece aquele negócio de atenção... – Casey veio cochichar atrás de mim – Só quero tocar logo e ir embora desse lugar...

Virei-me para encará-la:

- Você não precisa ter medo de nada! Se você errar alguma coisa, Rigby e eu também erraremos pra te dar apoio! Se um de nós for ruim, os demais irão!

- O-obrigada... – e ela abaixou o olhar tristonho.

- Oi Mordecai! – virei-me rapidamente e dei de cara com a Margaret. Ela estava usando umas roupas rasgadas bem descoladas e eu me senti um idiota com uma camiseta simples escrita 3D.

- O-oi Margaret...! E ae?

- Ah, esse aqui é o Chade, meu namorado.

E lá estava o desgraçado: um cara bombadão com cara de otário. Então é esse o tipo da Margaret? Sou mais EU.

- E ae cara?

Fui cumprimentá-lo estendendo a mão, mas ele ignorou ou fingiu não ver. Fiquei sem graça com a situação e tentei disfarçar coçando a cabeça:

- Ah, vamos ficar assistindo bem na frente – ela disse – Boa sorte pra vocês.

- É, valeu.

Que raiva que eu sentia naquele momento! Se minha guitarra estivesse na minha mão, eu a teria partido na cara daquele idiota! Sorte dele (e minha) que não estava.

- Mordecai, já vai começar – Casey apareceu.

Encontramos um lugar atrás do palco que nos permitia assistir aos shows. Ficar esperando nossa vez só piorava a situação. Rigby parecia não ligar muito: estava entretido em ficar gritando pros caras das outras bandas das quais ele era fã. Casey estava quase desmaiando e eu, bem, não sabia ao certo o que sentia.

- E com vocês: Destruição Perfeita!

A primeira banda subiu no palco: era de metal, com certeza! Cabelos compridos, jaquetas de couro, barbas de magos... A música deles era irada, apesar de um pouco assustadora. O vocalista tinha uma voz meio melodic e meio gutural. Não conseguia entender muita coisa da letra, mas isso não importava muito.

Comecei a percorrer a plateia com os olhos até que avistei a Margaret. Ela sorria e pulava com a música; parecia gostar. Rigby estava com uma cara estranha: acho que ele não sabia como analisar aquela banda. Já Casey estava mais assustada que o normal: é, aqueles caras davam medo.

- E esses foram Destruição Perfeita! – o locutor (se é que posso chamar assim) começou a anunciar a nova banda enquanto listava os inúmeros anunciantes – E agora: Eutanásia!

Uma banda super grunge entrou no palco. Calças rasgadas, all star surrados... Eles tinham estilo. Comecei então a tentar entender que estilo era o nosso: alternativo, clássico... nerd? Deus! Nós não tínhamos um nome, nem roupas legais e muito menos um estilo! O que estávamos fazendo lá?

Eles tocavam uma música meio estranha... O vocalista parecia estar com dor de barriga. Eu o entendia bem... era o que eu estava sentindo no momento.

Torci praquela música durar uma eternidade, mas foi rápida demais. Começamos a subir o palco e nos dirigimos para nossos instrumentos:

- E agora, com vocês... – e ele cochichou pra gente – Qual é o nome mesmo?

- 3D... – cochichei de volta.

- Sério? Bem, que seja... 3D!!!

A luz forte caiu sobre nós três. Ninguém se quer aplaudiu: acho que estavam tentando entender o nome.

- Ah... Bem... – comecei – Somos o 3D e vamos tocar Ramones. Pet Sematery.

Droga de música! Digo... Não a música! A VIDA!

Rigby bateu com as baquetas e começamos. Notei que a introdução causou uma certa comoção no pessoal que não voltaram a pular animados, mas pelo menos sorriram e mexeram a cabeça. Me esforcei pra não olhar pra Margaret; estragaria tudo.

- "Under the arc of a weather stain boards,
Ancient goblins, and warlords
Come out of the ground, not making a sound,
The smell of death is all around,"

Meu nervosismo começou a passar: ainda bem que meu tom de voz não precisa mudar com essa música.

- "And the night when the cold wind blows, No one cares, nobody knows."

E pra minha surpresa, todos começaram a cantar aquele mágico e épico refrão:

- "I don't want to be buried in a Pet Cemetery,
I don't want to live my life again.
I don't want to be buried in a Pet Cemetery,
I don't want to live my life again."

Quando terminei de cantar o refrão e voltei a base, algo estranho aconteceu: minha guitarra parou de tocar. Olhei automaticamente pra Casey que ergueu a cabeça e me olhou assombrada. Rigby continuou a batida sem entender porque a música tinha mudado. Segui o cabo com os olhos até o amplificador e vi que tinha soltado. Corri até o ampli e guando estava tornando a enfiar o cabo, uma luz intensa emanou do aparelho.

Uma fumaça verde começou a propagar no ar e ganhar forma até que um fantasma verde estava diante de todos no show.

- Q-quem é você! – perguntei totalmente perplexo. Não que eu não estivesse acostumado a coisas sobrenaturais acontecendo em minha vida.

- Tem certeza de que não sabe quem sou eu?

- N-não... – juro que tentei lembrar, mas não conhecia aquele cabelo preto comprido de lugar nenhum.

- E-eu s-sei quem você é... – ouvi Casey murmurar com receio – J-Janne Wirman...

- Quem?! – Rigby e eu perguntamos juntos.

- Tecladista do Children of Bodom – o fantasma sorriu – e um dos meus ídolos – e o fantasma sorriu mais ainda.

Ele flutuou no ar até se aproximar de Casey e parar em pé encarando-a:

- Sabe por que estou aqui? – e ela fez que não – Porque detesto ver um talento desperdiçado. Você sabe que pode fazer muito com 61 teclas e mesmo assim, por medo e vergonha, se limita a apenas três ou quatro acordes amadores... Tola.

Ela engoliu seco e baixou a cabeça. De certa forma era verdade o que ele dizia: a Casey era tão talentosa, mas quando a gente se apresentava, não queria tocar mais do que a base e parecer despercebida. E isso não era apenas na música: ela desperdiçava talento e muuuuuitas outras coisas nas quais sempre foi boa.

- É o seguinte garota, quero lhe propor um desafio: me enfrente em uma luta de solos! Se você ganhar, irei embora. Se EU ganhar, levarei sua alma para o fundo do lago Bodom! Aceite ou padeça pela eternidade!

Engolindo seco, ela me olhou e olhou para Rigby que estava mais confuso que qualquer outro. A plateia estava mais silenciosa do que um cemitério de animais:

- Eu aceito!

Todos começaram a gritar animados e eu só consegui pensar no quanto ela estava ferrada.

- Que começe o show!

O fantasma de Janne conjurou um teclado no meio da fumaça verde e começou a tocar um super solo de duas mãos parecido com o de um baixo. Todos urraram de animação e eu tremi de nervosismo. Casey iniciou um novo solo meio Super Mário e eu fiquei de boca aberta com o que ela soube fazer: ela nunca tinha mostrado isso.

Janne então tocou um solo meio Maou do Detroit Metal City e Casey mandou ver tocando o solo da One do Metallica:

- Agora será a decisão final! Quem ganhar mais gritos será o vencedor!

Janne então tocou o último solo da última música do Children e todos ficaram pasmos. Ninguém sabia como Casey poderia ganhar de um solo do próprio tecladista do Children. Ela ficou apreensiva, percebi que seus dedos tremiam. Seu rosto estava mais pálido que o normal e ela fez algo que Rigby e eu sabíamos que só era feito quando ela estava em máxima concentração: pôs ponta da língua pra fora.

E tocou um solo do DREAM THEATER, todo progressivo! Errou inúmeras notas, mas no final, todos gritaram animados, surpresos e contentes por ela. Janne pareceu um pouco irritado por ela ter conseguido mais aplausos, mas o motivo era óbvio: tratava-se de uma amadora, uma garota comum que enfrentava um dos maiores tecladistas do mundo! Além do fato dela ter sua própria alma em jogo.

Janne mudou sua expressão de indignação para uma sorridente de satisfação:

- Consegui o que queria – e ele desapareceu no meio da fumaça verde. Rigby e eu corremos até ela. Batemos nossas mãos no ar e gritamos juntos:

- UOOOOOOOOH!

- Foi iraaaado Casey! Onde aprendeu aquilo?!

- Numa revista... – ela disse sorrindo sem jeito. Levantamos ela no alto enquanto o pessoal da platéia gritava: 3D! 3D! 3D!!!

Milagrosamente fomos a banda mais elogiada da noite: mesmo depois de todas as demais terem tocado incrivelmente bem, nenhuma delas tinha um fantasma ameaçando a vida de alguém. Casey parecia mais feliz do que qualquer um ali e eu me senti feliz por ela.

Quando a última banda terminou de tocar, voltamos para o carro levando os instrumentos:

- Ainda não acredito! Foi demais! – comentei balançando a cabeça e imitando ela tocando.

- É!!! Você vai ter que me ensinar a tocar teclado! – Rigby gritou.

Nesse momento, Margaret veio em direção ao nosso carro, acompanhada do otário e dos amigos deles:

- Pessoal! Parabéns, a apresentação de vocês foi demais!

- É – o namorado dela concordou – Depois me passa o telefone do lugar onde vocês contrataram aquele fantasma porque vou dar uma festa.

- É! Ele era muuuuito realista!

Encarei Rigby e Casey que seguravam o riso: mal sabiam que o fantasma era totalmente real.

- Beleza, a gente se vê por aí! – dei as costas e entrei no carro, acompanhado de Casey e Rigby. Dei a partida e saímos do estacionamento do show cantando qualquer coisa do rádio. Quando já estávamos perto do parque foi que me toquei: havia dado as costas a Margaret! Pela primeira vez! Bem, não me senti tão arrependido... Quem manda ela ter um namorado que não seja eu?! Além disso, faz bem pro meu ego de vez em quando.

- Ainda não entendi uma coisa – Casey comentou assim que paramos na frente da casa do parque.

- O que? – perguntei desinteressado.

- Por que apareceu o fantasma de Janne Wirman? Ele não morreu...

Rigby e eu nos encaramos. Que maluquice.

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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? *-*

xx



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