Evariny escrita por SabrinaMM


Capítulo 1
1-Revelação inesperada




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-Lady Nasuada! Lady Nasuada!-gritava desesperado um dos Falcões da Noite- Lady Nasuada, há um dragão tentando chegar a Aberon!

Nasuada olha em direção a voz, atônita:

-Um dragão? Quem? Thorn, Shruykan, Saphira...

-Não, Lady Caçadora Noturna... Esse dragão é diferente... Não é negro como Shruycan, vermelho como Thorn ou azul como Saphira. Na realidade, não conseguimos distinguir sua cor: à medida que ele voa, suas tonalidades variam como as de um arco-íris...

-Chame Eragon e os elfos, imediatamente!

Sem sequer esperar por resposta, Nasuada rapidamente apanha sua espada, e corre em direção aos portões, chegando lá quase no mesmo instante que Eragon. Após alguns instantes, os olhos dos elfos localizaram um dragão quase tão grande quanto Saphira cruzar o céu, suas matizes mudando conforme recebia a luz. Os arqueiros se preparam para atirar, Saphira está pronta para levantar vôo... Porém uma voz doce se antecipa a todos:

-Não atirem! Por Islanzadí, não atirem! Eu venho em paz. Deixem-me explicar!

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Meia hora depois, estavam reunidos o Conselho de Anciãos, Arya, Eragon, Nasuada, Elva, Angela e a estranha recém chegada, a qual ainda não havia descoberto seu rosto, protegida por um elmo. O menino-gato Solembum se enroscara no colo da cavaleira, ronronando ruidosamente.

-Tire seu elmo, para que possamos ver o rosto daquela que ousa se proteger atrás do nome de minha mãe!- exigiu Arya.

-Pois não, Arya- Drötningun- disse a garota, com sua voz melodiosa.

Lentamente, ela levou as mãos à cabeça e removeu o pesado elmo e surpreendendo a todos.

A primeira impressão de Arya era que todo o conhecimento havia sido removido de sua mente, pois aquilo não era possível: a garota tinha a aparência de um elfo!

Seus olhos eram puxados, suas orelhas, pontudas. Sua voz parecia uma melodia. Essas características, estranhamente, não eram tão pronunciadas na garota quanto nos outros elfos, mas apesar disso, ela parecia ser da mesma espécie. Aparentava não ter mais de quinze anos, mas seus olhos sugeriam algo além dessa idade... Sua pele, surpreendentemente, era escura como a de Nasuada.

-Vo... você é uma elfa?- Exclamou Blodgarm, pasmo.

-Sim... E não- disse a menina com um sorriso- me chamam de Evariny, em homenagem às estrelas... Venho de Dorú-Areaba, e procuro ajudar... e ser ajudada...-concluiu, repentinamente séria.

“De Dorú-Areaba”- “disse” Saphira para Eragon- “Mas... não há ninguém habitando a ilha de Vroengard...”

 “Aparentemente há” - “disse Eragon.

-Creio que devem estar se perguntando se o que digo é verdade, pois nunca se teve notícias de vida em Vroengard... Então lhes esclarecerei tudo, desde o início... Minha mãe era parte das tribos nômades que vagam pelo deserto de Hadarac, enquanto meu pai era um elfo, fugindo do horror dos Renegados... Eles se encontraram em Narda, ambos procurando alguma oportunidade de fuga... E então, repentinamente, dois dragões cruzam o céu, velozmente: Vrael e Galbatorix estavam prestes a travar a última batalha do líder dos cavaleiros.

“Ao ouvirem o grito de vitória do Rei, perceberam que sua única chance de paz era a antiga sede dos Cavaleiros, o último refúgio.

“Apenas cinco anos após sua mudança, eu nasci: meio humana meio elfa. Mas meu pai não agüentou viver longe de sua amada floresta, e tentou voltar para Ellesmera. Como não aceitava ser deixada para trás, minha mãe foi junto, me deixando (eu tinha doze anos de idade) sozinha na ilha. Mesmo de longe, pude ouvir seus gritos ao serem mortos pelos Lethrblaka, as terríveis montarias dos Ra’zac, e compreendi que ainda eram procurados...

“Apesar de tudo, continuei vivendo lá por muitos e muitos anos, lendo os pergaminhos que haviam sido deixados pelos cavaleiros e por minha família, e treinando luta com espadas e com magia... até que, há seis meses, em uma de minhas caminhadas pela ilha, encontrei algo: uma brilhante pedra polida, que refletia mil cores... Não resisti, e a apanhei. No instante em que a toquei, ela começou a se rachar, e de dentro saiu Nelow, meu dragão. Toquei-o com minha mão esquerda, e senti uma dor imensa, caindo desacordada. Quando recobrei os sentidos, notei uma brilhante marca prateada em minha palma: a gedwëi ignasia. Por algum motivo, quatro meses depois dessa cena, vejo um dragão negro sobrevoar Vroengard, e percebo que Galbatorix sabia de minha existência. Não sei se o rei fez isso por mero prazer ou comodidade, o fato é que ele deixou a ilha sem nos atacar, após ter deixado a mensagem de que eu deveria me unir a ele.

“Desde então, venho procurando os Varden, para pedir refúgio e oferecer-lhes ajuda”- ela terminou, com ar decidido.

 

Para comprovar a veracidade dos fatos, repetiu tudo na língua antiga. Então Nasuada, ainda relutante, concordou em aceitar a ajuda, porém tinham um problema em mãos: Oromis e Glaedr estavam mortos e, na melhor das hipóteses, ela lutava tão bem quanto Eragon antes das lutas com Vanir. Em magia, ate podia ser competente, pois seu pai era um elfo, mas apesar de tudo, precisaria de treinamento, e o único que poderia treiná-la era a maior arma dos Varden: Eragon.

O cavaleiro sabia da urgência dessa tarefa, mas ao mesmo tempo precisavam seguir na guerra contra Galbatorix. Não podiam se dar o luxo de perder seu melhor soldado ou uma nova arma...

Sim, pois um cavaleiro a mais pros Varden faria uma enorme diferença... mesmo com pouco treinamento... e desperdiçar essa chance seria inaceitável...

-Eragon- disse Nasuada- fica a seu encargo o treinamento dela... Saphira, peço-lhe que treine Nelow...

-Sim, Lady Nasuada  - disseram ambos.

-Mas...- falou Evariny- e os mestres elfos Oromis e Glaedr?

-Foram mortos em combate- disse Arya- mas... como sabe sobre eles?

-Meu pai me contou- a cavaleira respondeu simplesmente.

Arya ia perguntar mais sobre isso, mas Angela antecipou-a:

-Tenho uma pergunta: como você conseguiu se esconder nas vezes que visitei Vroengard?

-Bem... depois de mais de noventa anos vivendo em um lugar, você acaba conhecendo tudo... como acha que escapei de Galbatorix por tanto tempo? É claro que fui descoberta quando Nelow nasceu, porque não é nada fácil esconder um dragão. Quanto à cristalomancia, os Cavaleiros tinha suas proteções, e elas não foram anuladas com a morte de Vrael. Só acabaram com o nascimento de meu dragão, pois as proteções foram lançadas sobre o ovo.

O pavilhão estava em silêncio absoluto. Algo completamente inesperado acontecera, e poderia mudar o destino de toda a Alagaësia. Mas, para Eragon, o maior significado da chegada dessa estranha era outro.

Eu não estou sozinho.


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