O último Mestre escrita por SabrinaMM


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Qualquer semelhança com As Crônicas do Mundo Emerso, é por que me inspirei nessa série para algumas coisinhas...



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A alvorada se aproximava rapidamente, mas, apesar do escuro, o acampamento fervilhava com a expectativa do primeiro ataque a Uru’baen. Haviam sido informados pelo guardião de Ellesmera, dois dias antes, de que muito em breve os elfos atacariam, e que contavam com a ajuda dos Varden.

Nasuada respondera que marchariam para Belatona no dia seguinte, e logo em seguida para Dras-Leona.

Mas, na tenda de Eragon, O Cavaleiro, Arya e Saphira tentavam entrar em contato com Glaedr. A luz de seu eldunarí estava cada vez mais fraca, preocupando-os. A elfa também temia que algo de mal acontecesse com sua mãe e seu povo. Sentia que o ataque já havia começado.

Repentinamente, uma luz vermelha brilhou próxima a ela, tomando rapidamente a forma de Islanzadí, que dizia:

- Não deixe que o Rei vença. Procure pelos que não vieram pelo mar. Mas não venha me salvar.

-O... O que... O que foi isso? – perguntou Eragon, atônito.

-Uma mensagem. –respondeu Arya – Um pedido de socorro, usado só em situações extremas. Galbatorix deve ter contra-atacado de forma muito forte, para a rainha se valer de tais métodos. Precisamos falar com Nasuada, ela tem que ajudar.

-Acalme-se – disse o Argetlan -, ela pediu que não fosse salvá-la.

-Não importa, temos que ir mesmo assim!- falou a elfa, descontrolada - O Rei pode tê-la capturado! Ela é minha mãe! Não posso abandoná-la!

O Cavaleiro tento acalmá-la, mas Arya correu o mais depressa que pode em direção ao pavilhão da líder dos Varden.

 -Identifique-se – disse um dos falcões da noite, que foi imediatamente interrompido por ela.

-Não tenho tempo para tais formalidades, meu povo está sendo morto enquanto conversamos. Sabes quem sou e conheces meu título, então deixe-me passar!

-Deixem-na entrar – disse Nasuada, que ouvira os gritos do lado de fora. – o que aconteceu, Arya?

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Eragon corria. Temia que algo pudesse acontecer antes de sua intervenção. Antes mesmo do falcão da noite falar, ele pulara para dentro, e encontrara uma cena inesperada: a princesa dos elfos calada, sem contestar a decisão da líder da resistência, que dizia:

-Sinto muito. Não posso ajudá-los agora, seria condenar a todos, não só os elfos mas os humanos e anões também. Sinto que a única coisa que podemos fazer agora é acatar as ordens de Islanzadí, e buscar os elfos que não vieram para cá.

-Me ofereço para essa missão – disse o Cavaleiro.

-Desculpe, Eragon, mas precisamos de você aqui.

-Eu vou – falou a elfa -, a rainha me deu essa missão, e eu irei. Sozinha.

-Lady caçadora noturna, Angela pede permissão para entrar. – interrompeu um falcão da noite.

-Sim, pode entrar.

-Não seja tola, Arya, de pensar que conseguirá sozinha empreender nessa jornada. Me ofereço para acompanhá-la, e sei de mais alguém que lhe poderia ser de grande utilidade – disse a bruxa, com um sorriso no rosto.

-Como sabes o que vou fazer? – perguntou a elfa.

-Ora, se pensam que Saphira aceitaria ser esquecida na tenda, estão muito enganados. Eu estava passando quando uma rajada de emoções penetrou minha mente, juntamente com a lembrança da mensagem, e deduzi que farias isso.

Saphira! Como pode?

Eu tinha que impedir que fizessem alguma bobagem, pequenino. E estavas tão preocupado, que nem percebeu o momento em que enviei a mensagem a Angela

-E quem é essa pessoa, que tanto ajudaria? – perguntou Nasuada.

-Meu antigo mestre. Até pouco tempo, pensava que ele estava morto. Mas Eragon o encontrou, e agora sei que ele não mudou, e que me receberá de braços abertos (e algumas repreensões pelos feitiços que eu erro).

-E qual o nome desse homem? –questionou a líder.

-Tenga – respondeu Angela.

Tenga. Tenga... Tenga! Esse nome ecoou na mente de Arya. Lembrou-se de sua mãe lhe contando sobre um traidor, o único elfo além dos renegados a ser banido. Aquele que ela aprendera a odiar, assim como sua mãe o odiava. Lembrava-se que a única a defendê-lo era Runön, que dizia ela ser um elfo mais parecido com os primeiros a chegar, alegre, comunicativo. Mas não podia ser ele. Eragon encontrou um humano, não um elfo. Sim, deveria ser apenas uma coincidência. Não deveria nem ser dita em voz alta.

Tentou ocultar suas emoções, como sempre fazia, em uma máscara sem sentimentos. Não poderia recusar a ajuda da herbolária, por mais que lhe desagradasse a idéia.

-Certo, você é quem sabe. Mas devo alertar-lhe de que essa talvez seja uma viagem sem volta.

-Ora, eu sei disto muito bem, mas quero estar onde as coisas acontecem, e isso será em sua companhia.

-Devem partir em breve. Façam seus preparativos, e vão buscar Tenga e partir a um porto, onde poderão arranjar um navio.

-Minha Lady, peço autorização para levá-los até o porto... sou o único que conhece o refúgio de Tenga. – disse Eragon.

-Certo. Mas voltem logo. Saphira deve ir com vocês, pro caso de Thorn e Murtagh atacarem, mas os elfos devem ficar, assim poderão ir voando, e precisaremos de toda a ajuda possível.

É obvio que eu vou. Cada vez que nos separamos ele arranja algum inimigo, é atacado, ou coisa pior... tenho que cuidar desse filhote – disse Saphira, transmitindo seus pensamentos a todos.

O pavilhão explodiu em gargalhadas, até mesmo Arya deu uma tímida risada.

Saphira! – disse Eragon, vermelho, à parceira – Você está cada dia pior!

E por acaso eu disse alguma mentira? Alem do que, Arya precisa se distrair.

Sim, você está certa...

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Passaram as horas seguintes se preparando para a viagem. Eragon armazenou energia no cinto de Beloth e em Aren, Angela reuniu seus pertences, suas ervas e poções. Já Arya, arrumou rapidamente as poucas coisas que levaria, e então pegou a jarra de água que ficava ao lado de sua cama, derramou um pouco do conteúdo em um pote e se concentrou na imagem de sua mãe.

-Draumr kopa.

A água se agitou. No inicio, só viu a escuridão, mas seguiu seus instintos e pôs mais energia no encantamento, até quase desmaiar. Então viu:

Sua mãe estava deitada num monte de feno, com as mãos e os pés algemados, e aparentemente desacordada. Recitando as variações do encantamento, viu uma cela escura, iluminada apenas por uma vela. Pela porta, pôde ver outros elfos, em outras celas, entre eles Daëtr. O elfo estava acordado, mas parecia fraco. Apesar disso, olhava para seu copo de água, sorria. Surpresa, a elfa ouviu:

-Estamos bem, princesa. Sua mãe está dormindo, sem poder usar magia, devido às drogas postas na comida. Sou o único que resistiu, para poder vê-la. Aparentemente, tivemos a mesma ideia ao mesmo tempo. Islanzadí não sofre torturas, mas o Rei não parece disposto a nos deixar vivos por muito tempo. Mas fique tranqüila, e siga as ordens de nossa rainha.

Em seguida, o elfo desmaiou, devido ao esforço, e ela interrompeu o encanto. Tentou se tranqüilizar, como Daëtr falou, mas as lágrimas rolaram pelo rosto. Ela então se entregou à tristeza, e chorou copiosamente.

“É o fim de minha raça, é o fim de meu povo. Se eu, que o Rei queria viva, fui de tal forma torturada ao ponto de Durza ter de me curar para que eu não sucumbisse, o que acontecerá a eles? Não posso permitir isso. Vou através do mar, em direção as minhas origens. Mas antes, terei de ir até Nädindel, e consultar os antigos pergaminhos. Sinto que devo também falar com Runön, a ferreira. Mas não há tempo!”

De repente sentiu uma mente tocar a sua. Tentou erguer barreiras, mas não tinha forças, e a outra consciência era tão suave...

Acalme-se, princesa - disse Glaedr – compartilho de sua dor. Entendo o quão dolorosa é a perda daqueles a quem amamos. Mas temos de reagir, nós dois! Isolei-me em meu pesar, enquanto deveria ajudá-los, mas irei consertar isso, indo com você. Antes, porém, tens que falar com Eragon. Descobri algo, agora que tudo o que me resta é minha próprias consciência: ele deve ir a Vroengard, procurar uma pedra chata, com a palavra ‘Aiedail’ entalhada, então, deverá dizer aquilo pelo que daria sua própria vida, além de seu dragão. Essa será a senha para algo, de que não consigo recordar. Diga a ele.

Arya se comoveu, mas não teve tempo de responder, pois o dragão já se fora de sua mente. Limpou as últimas lágrimas e, com passos rápidos e ágeis, foi até a tenda do Cavaleiro.

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