Aqui estava eu. Sozinha. Olhando as estrelas pela janela, olhando atentamente para cada lugarzinho no céu. Quem me dera poder voltar atrás e fazer com que Peter ficasse, ou eu ficasse na Terra do Nunca.

Na verdade, o único motivo do qual eu ficaria na Terra do Nunca é o Peter. E também existia o fato de nunca crescer, que era o meu desejo.

Será que ele se lembrava de mim?

Alguém lembraria de mim?

–Peter, por favor... Apareça. -Falei, inutilmente, para o céu.

Tentei seguir a vida normalmente, mas quando chegava a noite, e eu via a janela fechada, rapidamente corria e abria ela, logo me sentava em frente a janela e chorava até pegar no sono.

Dormir era o meu maior consolo no momento. Por que eu sonhava. Sonhava com Peter, que ele estava comigo, e que sempre estaríamos. Sonhava que estava em mais alguma aventura com ele, os meninos perdidos e meus irmãos.

E quando acordava, voltava a chorar porque aquele sonho não era real. E que eu nunca o teria de volta. Eu havia feito a escolha errada. E sempre me arrependeria disso.

Só o que eu precisava agora era de sentir o cheiro de Peter, tocar nele e sentir seus braços em volta de mim.

Queria apenas me despedir dele. Olhei para o céu novamente, e procurei a estrela mais brilhante de todas ao meu olhar. Quando a encontrei, baixei meu olhar até ver um prédio, e pude ver uma sombra nele, e quando meus olhos pararam nela, a sombra saiu.

Coloquei minhas pernas para fora da janela, e sorri animada pela primeira vez em anos. E então gritei com toda vontade:

–Peter, eu te amo!

Então, comecei a rir comigo mesmo. Feliz. Feliz pela primeira vez em anos.

Eu sabia que em algum lugar, ele sentiria isso. Ele finalmente saberia.

Eu era a garota que amava ele, eu era o ponto fraco dele, eu sempre seria sua Wendy. Então fechei os olhos e encostei minha cabeça na janela, e sussurrei para o nada:

–A janela sempre estará aberta para você, Peter.