Indevorável escrita por Katheriiine


Capítulo 20
Capítulo 20




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Jack é bom em tudo. Serio mesmo. Ver ele agora dando uma de professor sexy ensinando as pessoas a lutarem e com Sexy Back tocando na minha cabeça meio que fez eu me esquecer de tudo o que aconteceu e tudo o que ainda ia acontecer. Ele nos mostrou alguns movimentos básicos e logo ele fez com que as duplas começassem a lutar.
E eu levei uma surra de Paul. Ele era mais alto do que eu, mais forte, mais rápido, mais tudo, era até injusto lutar contra ele. Ele tentou pegar leve comigo, mas até o pegar leve dele era demais para mim e o fato de que eu me desconcentrava no meio da luta e ficava olhando com cara de boba para Jack não estava ajudando.
Nós treinamos o dia todo, o que me deixou exausta, eu havia dormido pouco a noite passada e havia me exercitado muito hoje. Assim como Jack. Mas diferente de mim, ele não foi liberado após o treino, ele foi chamando para comparecer ao escritório de Elijah.
– Hey! - eu disse, correndo em direção a ele. - Você quer que eu vá com você?
– Hmmmm... Não. Na verdade, Elijah deixou bem claro que era para eu ir sozinho. Talvez você devesse descansar, eu tenho certeza de que não vai demorar muito. - disse Jack e logo foi se juntar aos outros.
E então eu estava finalmente sozinha. Finalmente eu poderia fugir. Finalmente. Sendo que não me perguntem por que, mas meus pés não se moveram e eu fui inundada por medo. O que eu iria encontrar lá fora? O que iria acontecer comigo? O que iria acontecer com essas pessoas?
– Tif? Você está bem?
Eu virei e encontrei os olhos preocupados de Paul.
– Claro! Eu estou ótima. - eu disse, mas minha voz soava nervosa.
– Tem certeza? Por que você está pálida... Eu sinto muito se eu te machuquei nos treinos de hoje... - ele disse e estendeu sua mão em minha direção. Eu tentei desviar dela, por que eu sabia que no momento em que ele me tocasse ele saberia de tudo, de todos os meus pensamento, dos meus segredos, de tudo, mas ele conseguiu me tocar mesmo assim.
Eu pensei que ele ia brigar comigo. Gritar. Me entregar para Jack e Elijah. Mas ele não disse nada. Ele apenas ficou ali, parado por um bom tempo, assim como eu. Depois de um tempo, ele finalmente quebrou o silêncio.
– Ei, você quer comer alguma coisa? Eu tenho um Cheetos, podemos dividir.
– Seria ótimo. - eu respondi e lancei um sorriso em sua direção.
Nós então seguimos para a sua casa. E claro, a sua mãe estava lá. Quando nós entramos, ela lançou um olhar de puro ódio em minha direção. Paul nem esperou que ela falasse nada e me puxou para seu quarto, pegou o Cheetos, um som portátil e logo nós saímos pela porta de novo.
– Eu pensei que nós íamos comer lá dentro... - eu disse.
– Não, tem um lugar que eu quero te mostrar.
E que lugar, meu amigos! Era uma pequena capina florida que ficava no meio das árvores e que estava incrivelmente iluminada pela luz da lua. Nós nos sentamos e começamos a comer nosso Cheetos.
– Uau! Esse lugar é incrível, Paul! Serio mesmo!
– Eu sei. Eu adoro vim aqui para relaxar, pensar, ouvir música... Ah, falando em música... - ele disse puxando o som e apertando play. Demorou alguns segundos, mas eu logo reconheci a música.
– A Dustland Fairytale do The Killers? - eu perguntei, mas eu já sabia a resposta. Eu amava aquela música.
– Sim. - disse ele e um grande sorriso apareceu em seus lábios. E eu me peguei hipnotizada por aquele sorriso. Paul era lindo. Não lindo como Jack, mas ele também era muito bonito. Muito. Seu cabelo preto e encaracolado estava um pouco assanhado, mas principalmente agora sob a luz do luar estava incrivelmente fofo. - Sabe, desde que eu te conheci, sempre que eu escuto essa música eu me lembro de você.
– Serio? - eu perguntei e logo estava sorrindo também. Era fácil fazer isso com Paul. - E por que?
– Bom, você tem longos cabelos castanhos e olhos bobos. - eu ri, mas ele ficou serio de repente. - Enfim, cada pedacinho dessa música me lembra de você. Você é como a Cinderela. Especialmente na parte que diz que todos precisam de você.
Eu me mexi desconfortável. Eu sabia onde aquilo ia chegar.
– Você não pode fugir, Tif. - ele sussurrou. - Você está certa em temer o que você vai encontrar do outro lado da fronteira. Eu já vi muitas batalhas, já vi muitas pessoas terem suas almas arrancar e um segundo depois aparecerem com os olhos brancos e escravizadas para se submeter a vontade de Ares. Ele é cruel, Tiffany. Muito cruel. E nem você está protegida da maldade dele. Se ele tiver que te matar para finalmente vencer, ele vai fazer isso sem nem pestanejar.
– Eu sei. - foi tudo que eu consegui dizer.
Paul então entrelaçou sua mão na minha e com a outra puxou meu rosto para que eu pudesse olhar em seus olhos.
– Nós vamos conseguir, Tiffany. Vai ficar tudo bem, e não preciso de minha mãe aqui para ter certeza disso.
Havia tanta convicção em sua voz, tanta certeza, que aquilo me reconfortou. Eu continuei olhando em seus olhos, esperando que ele tirasse sua mão de meu queixo, mas ele não o fez. Ao invés disso, ele deslizou sua mão para minha bochecha e me beijou.
E eu o beijei de volta.
Eu não sabia exatamente o que eu estava fazendo. É só que a lua, a música e tudo ao meu redor me pegou desprevenida. Eu também não achava que ele fosse me beijar, muito menos que eu fosse gostar tanto disso. Não pensei que eu fosse deslizar minha mão pelo seu peito enquanto ele segurava a minha cintura. Paul me lembrava muito de Brad, tudo com ele leve e fácil, talvez fosse por isso que eu sentisse como se já conhecesse Paul a um tempão. Mas eu nunca imaginei beijar Brad, muito menos Paul, por que eu estava muito ocupada me imaginando beijar Jack. Jack.....
Foi então que eu me separei de Paul.
– Eu sinto muito, eu.... - eu comecei.
– Não, eu que peço desculpas...
– Não foi culpa sua, Paul. Eu só... Eu sinto muito. Eu não devia ter te beijado de volta. Não quando... Você sabe o que eu sinto pelo Jack. Eu não devia ter feito isso com você...
– Tiffany, você não precisa se desculpar. E eu que fiz isso comigo mesmo... Quero dizer, eu sabia o tempo todo como você se sentia por Jack, mas mesmo assim eu não pude evitar gostar de você. Eu gosto de você, Tif. - ele disse se aproximando de mim de novo, mas eu desviei meu rosto. - Eu só queria que você soubesse disso.
– Eu... - eu tentei falar, mas eu estava muito nervosa. - Eu acho que eu deveria voltar. Eu estou muito cansada e bom, a reunião já deve ter acabado. Te vejo amanhã.
E então eu me levantei e sai sem cruzar meu olhar com o de Paul por nenhum segundo. Foi mal educado da minha parte, mas eu estava nervosa demais para me dar ao trabalho de ser civilizada.


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram!! Gente comentem, por favor! Beijos ;*