Eu corri o mais rápido que eu pude. O vento quente enchia meus pulmões, fazendo ser cada mais difícil respirar. Minhas pernas estavam protestando e o suor escorria por minha testa, assim como minhas lágrimas que escorriam por minha bochecha. Eu não sabia bem para onde estava indo, eu só precisava correr, sair dali.
Jack, claro, estava ao meu lado, tentando manter seu ritmo igual ao meu. Eu o olhei de lado e ele parecia pronto para correr uma maratona se fosse preciso, foi então que eu desisti e me encostei na primeira árvore que vi em minha frente.
Jack ficou lá parando me observando e não disse nada por um bom tempo. Quando eu consegui me acalmar e respirar normalmente, ele finalmente perguntou:
– Você está bem?
– Não. Claro que não.
Ele então veio se sentar ao meu lado e passou o braço pelo meu pescoço.
– Vai ficar tudo bem.
– Ah é? - eu tentei disfarçar o turbilhão de emoções dentro de mim por ele estar tão perto. - E como você pode ter certeza disso? Qual é o plano?
– Eu não sei ainda. Elijah está tentando pensar em algo. Enquanto isso, temos que esperar.
– Mas nós não temos tempo! Essas pessoas vão começar a morrer de fome se nós não fizermos alguma coisa!
– Eu sei! Acredite em mim, eu sei como se sente.
– Não! Você não sabe! - eu gritei e me afastei de seu toque. Eu estava perdendo o controle, eu podia sentir isso. Sentir a escuridão crescendo dentro de mim. Eu coloquei minhas mãos em meu rosto e tentei contar até 10 respirando lentamente.
Jack tirou minhas mãos de meu rosto e o colocou entre as suas mãos.
– Tudo bem, talvez eu não saiba. - ele disse, sua voz calma e suave. Eu estava olhando fundo no azul dos olhos dele. Aquilo sim me acalmava, mas do que essas baboseira toda de contar até um trilhão. - Mas eu sei de uma coisa, ficar aqui parado e brigando não vai ajudar a ninguém. Vamos voltar para a aldeia e distribuir toda aquela comida que você recebeu. Mais tarde nós podemos visitar Elijah e resolver isso tudo.
Eu pensei naquilo por um momento e então assenti. Ele estava certo, pois um plano havia se formado em minha cabeça. Eu iria voltar para a aldeia e no momento em que ele estivesse distraído, eu iria fugir e encontrar com aquilo que me esperava do outro lado da fronteira.