Indevorável escrita por Katheriiine


Capítulo 1
Capítulo 1




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Se eu tenho uma certeza na minha vida é que Jack saiu do Monte Olímpio. Seu nome verdadeiro provavelmente é Hércules. Ou Thor. Ou algo do tipo.

Acredite em mim, não é nem um pouco estranho imaginar essas coisas enquanto você espia pela fresta de sua cortina ele se arrumar para ir ao colégio. Ou talvez seja. Ou talvez seja estranho o fato de espiar alguém pela sua cortina. O fato é, estranho ou não, eu AMO isso. É simplesmente a melhor parte do meu dia. Todos os dias lá estou eu, acordando mais cedo que todo mundo, me arrumando desesperadamente rápido para poder espiar Jack em sua rotina matinal. Eu AMO o fato de minha janela dar uma visão privilegiada da janela do cara por quem eu sempre tive uma queda, eu simplesmente amo.

Porém, hoje Jack não escolheu a blusa ridícula do uniforme da escola que somos obrigados a usar, hoje ele escolheu uma blusa azul clara que destaca seus lindos olhos, também azuis. Uma pontinha de tristeza me atingiu, ele não vai a escola hoje. Sinal de que ele não vai me acompanhar até a escola hoje. Droga, e lá se vai todo o meu discurso de como eu estou ansiosa para o baile com uma grande indireta de já que meu aniversário foi recentemente ele meio que tem a obrigação de me convidar par ser o seu par. Não que ele vá me escolher e claramente ele não tem obrigação nenhuma, eu sei disso, mas uma garota pode sonhar, certo?

Com um grande suspiro, eu me despedi da bela imagem do meu Thor pessoal, dei uma última olhada em meu reflexo no espelho e desci as escadas para mais um dia emocionante da minha vida escolar. Só que não.

Mamãe estava juntando umas revistas para levar para o trabalho e papai estava com a cara praticamente enfiada em um pratão de cereal. Quando me ouviram descer as escadas, ambos me olharam e seus rostos logo estamparam preucupação. O fato é que eu sou adotada e meus pais, como todos pais com filhos adotados, tendem a se preocupar muito com coisas pequenas, então eu já estou acostumada com reações como essa.

– Oh, querida! Você parece cansada! - disse mamãe. Papai automaticamente balançou a cabeça em concordância.

– Eu não consegui dormir direito, com o baile e as provas finais chegando, você sabe, eu ando um pouco estrassada. - eu disse indo de fininho em direção a porta para fugir de toda a aquela super proteção. Eu posso até estar acostumada, mas não significa que eu fique confortável em situações como essa.

– Tif, você não vai nem ao menos comer conosco?

– Não, mãe. Eu sinto muito, mas eu já estou atrasada para a escola. Preciso pegar uns livros na biblioteca, então tenho que correr. Vejo vocês mais tarde! - eu disse, abrindo a porta para um dia incrivelmente ensolarado.

Como eu previa, Jack não estava me esperando para irmos juntos a escola, então eu comecei a andar sozinha. Eu realmente preciso fazer algo em relação ao baile. Eu não estava mentindo quando disse que eu realmente queria ir e que eu realmente estava estressada sobre isso, e qualquer garota estaria já que é seu baile de formatura e única pessoa que lhe convidou foi seu melhor amigo, Brad, e talvez apenas por que você não tinha recebido nenhum convite ainda. Isso é o que eu chamo de desastre.

Comparada as outras meninas da minha escola eu sou o que você pode chamar de Nerd, ou algo do tipo. Eu não tenho uma reputação, nem muitos amigos, ou uma beleza, charme e sensualidade completamente irresistível que faz com que as pessoas queiram sempre estar ao meu redor. Meu contato com o mundo dos populares se resume a ir acompanhada de Jack todos os dias a escola. Ele sim é o que você pode chamar de popular, lindo, rico e com uma beleza, charme e sensualidade completamente irresistível que faz com que as pessoas queiram sempre estar ao seu redor. Ele é aquele tipo de pessoa que quando passa, Sexy Back do Justin Timberlake começa a tocar na sua cabeça, todos os garotos olham com inveja e as garotas olham com desejo. Sem exagero.

Droga, agora Sexy Back está na minha cabeça.

Foi quando eu ouvi uns gemidos baixinhos. Eu segui em direção ao som e vi em cachorrinho encolhido de dor atrás de uma árvore. Eu, que tenho um fraco por cachorro, imediatamente empurrei todos os meus problemas para o fundo de minha mente e fui de pronto o ajudar. Ele estava muito machucado e não conseguia ficar de pé. Uma pata estava quebrada e as outras muito machucadas. Quando eu o toquei, ele tentou me morder, uma reação de puro medo, mas ele estava fraco demais para me machucar. Ele simplesmente me olhou com aqueles olhinhos triste e voltou a se encolher. Meu coração se partiu em mil pedacinhos com aquela imagem e logo todos os meus problemas com o baile se tornaram muito pequenos. Eu queria muito salvar esse cachorrinho, mas não sabia como. Eu pensei em ligar para o meu pai, mas provavelmente ele já estaria no trabalho e também não havia muito o que ele pudesse fazer. Então eu decidi ficar ali, sentada ao lado do cachorro, acariciando sua cabeça para que ele não se sentisse sozinho. Eu permaneci assim por um longo tempo, até que uma fraca luz branca apareceu na ponta de meus dedos e de repente o cachorro consegui ficar de pé. Eu o olhei espantada e procurei por seus ferimentos, não havia mais nada ali. O cachorro começou a correr ao redor da árvore e voltou até onde eu estava sentada, sua cabeça roçando minha mão em busca de carinho. Eu estava em choque, olhando espantada para o cachorro. O primeiro pensamento que eu consegui formar foi o de que ele era um extraterrestre. Ou talvez a real versão de um duende de jardim. Como eu sempre achei cachorros a coisa mais fofa desse mundo, a ultima opção me parecia bastante convincente. Quando eu consegui sair do meu choque, eu voltei acariciar a cabeça do cachorro e olhei em volta em busca de alguém que pudesse ter testemunhado o mesmo que eu. Não havia ninguém.

Eu me levantei e novamente olhei em volta. Ninguém. Então fiz uma última carícia no pescoço do cachorro como despedida e comecei a me afastar, temendo que o cachorro fosse se transformar em sua forma real de ET e implantar um chip na minha cabeça ou algo do tipo e, como eu estava sendo legal com ele, ele pudesse ter pena de mim e escolher outra pessoa. Mas, como vocês podem imaginar, caros leitores, esse dia estava sendo tudo menos normal, e como prova da minha incrivelmente grande sorte, o cachorro começou a me seguir. E eu comecei a andar mais rápido. Mas o cachorro também podia andar mais rápido, agora que ele estava curado. Então eu comecei a andar cada vez mais rápido e logo já estava correndo como uma abestada desesperada em direção a escola. Eu precisava chegar lá antes que eu virasse um robô controlado por alienígenas.

E eu consegui. Suada e sem conseguir respirar direito, eu consegui atravessar o portão da escola com meu cérebro ainda controlando o meu corpo, fechando-o logo atrás de mim, enquanto o cachorro não conseguiu passar e ficou me lançando aquele olhar pidão do outro lado do portão. Tiffany 1 x ETs 0.

É, esse dia definitivamente não é um dia normal.


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Notas finais do capítulo

Comente, por favor, para que eu possa continuar postando ;)



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