– Você quer subir? – perguntou Quinn com um sorriso perverso no rosto.

– Está tarde e você precisa descansar. Nós podemos marcar outro dia, que tal?

– Oras Sam! Eu não estou te convidando para tomar chá! Você sabe muito bem o que vai acontecer! E aí topa? – sussurrou Quinn no ouvido do loiro.

– Eu sei que você quer! Você sempre tentou avançar comigo, mas eu nunca deixei... Agora aproveita! – disse a loira, arranhando de leve a nuca do rapaz, deixando-o arrepiado.

Sam não pensou duas vezes, puxou Quinn pela cintura e tascou um beijão nela. Era um beijo cheio de saudade e muita paixão! Entraram no elevador sem se desgrudarem. Ainda bem que não havia câmeras! Entraram no apartamento aos beijos e foram assim até o quarto. Sam já não usava mais sua camisa.

– Você está ainda mais gostoso! – disse Quinn com a respiração falha devido aos beijos.

Isso só serviu para deixar Sam ainda mais animado! Quinn ajudava o rapaz a abrir o zíper de seu vestido, mas do nada, Sam parou e suspirou.

– O que aconteceu? Você não quer mais?

–Não é isso, é que...

– Já sei! Como eu não pensei nisso?! Você deve me odiar pelo o que eu te fiz no passado... Eu me arrependo muito de ter te traído, mas eu agi por impulso, como na maioria das vezes... Desculpe-me! Eu nunca quis te fazer sofrer! – disse Quinn tentando conter as lágrimas que insistiam em cair.

A loira sentou-se na cama e ficou encarando o chão. Sam sentou ao seu lado e segurou suas mãos.

– Não é nada disso Q. É claro que eu quero, mas não posso. Seria errado. Você bebeu muito, não venha me contrariar, pois a senhorita sabe muito bem que é verdade. Eu estaria me aproveitando de você...

– Como você consegue?

– Como eu consigo o que?

– Depois de tudo que eu te fiz, você consegue ser gentil comigo...

– Quinn... – disse Sam segurando o queixo da loira. – Eu fiquei arrasado naquela época, era muito difícil acreditar que você tinha me traído... – o loiro suspirou antes de continuar - Mas eu não guardo mágoas! Você me ajudou quando minha família estava passando por dificuldades, como eu poderia te odiar?

– É tão bom ouvir isso de você! Sabe Sam, ninguém nunca fez nada parecido por mim... Digo, se preocupar tanto comigo... Obrigada! – disse Q. abraçando o Trouty Mouth.

– Quem ama cuida! – disse o loiro sorrindo – Agora eu tenho que ir, deixei o carro parado aqui em frente, está muito tarde, é perigoso.

– Não! – disse Quinn, talvez um pouco mais alto do que gostaria... – Fique, por favor! Você pode estacionar o carro aqui na garagem, eu tenho direito a duas vagas.

– Você tem certeza?

– Eu vou ficar muito feliz se você aceitar! Ah! Pode deixar que não irei te provocar, pois eu sei que você não resistiria – disse a loira em tom de brincadeira.

– Então eu já volto. Quer uma dica? Banho gelado!

– Que?

– Você vai se sentir melhor! Já fiquei no seu estado, e nada melhor que um banho frio pra melhorar a ressaca.

– É sério isso? Sam Evans me chamando de bêbada?

– Vai me dizer que você não adorou os coquetéis? Pediu cinco deles! Ah! E todos “com bastante álcool!” – disse Sam rindo, lembrando-se das palavras de Fabray.

Quinn jogou um travesseiro no rapaz. Resolveu seguir o conselho de Sam. Encarou o banho frio. Vestiu seu pijama e foi até o quarto de hóspedes ver se estava tudo arrumado.

– Quinn?

– Nossa! Você já voltou! Foi rápido! Ou eu que demorei demais no banho? Ai que vergonha, desculpa!

– Relaxa! A casa é sua. Olha, eu me ajeito por aqui, não se preocupe, pode ir dormir se quiser.

– Eu perdi o sono...

– Eu também...

– Então, quer fazer o que?

– Senta aqui, vamos conversar um pouco, quem sabe o sono aparece.

– Tudo bem – disse Q. sentando-se – Então, sobre o que quer falar?

– Você ainda mantém contato com o pessoal do Glee Club?

– Infelizmente não... No começo eu até mantive sim, mas depois, fomos nos distanciando... Faz muito tempo que eu não converso com a Sant, a Britt, a Rach... Falando na Britt, vocês terminaram? Da última vez que a vi, vocês namoravam.

– Terminamos sim... Ela foi aceita no MIT e achamos melhor nos separar, namoro a distância não da certo, nós dois tivemos experiência nisso antes...

– Sinto muito...

– Tudo bem... Eu sei que foi o melhor a se fazer, pois ela ainda amava a Santana e era correspondida. Se elas estão felizes juntas, por mim tudo bem!

– Que lindo isso!

– E você e o Puck? Das poucas vezes que nos encontramos, eu o vi olhando uma foto dele com a Beth. Uma que você tinha no armário do WMHS. Você ainda tem contato com ela?

–Ah... Nós não temos nada... E sobre a Beth... – Quinn deu um longo suspiro.

Lembrar de sua filha era algo que deixava Quinn muito abalada. Sentia-se culpada... Quinn começou a chorar desesperadamente...

– Eu fui uma péssima mãe! Eu deveria ter ficado com ela! – gritava a loira em meio a soluços. – Imagina o que ela vai pensar de mim quando descobrir que é adotada. Vai pensar que eu não gostava dela, que a mãe é uma louca que nunca se importou com ninguém!

– Calma Quinn! Você era muito nova, não tinha condições de cuidar de um bebê! Ou você estudava, para ter um futuro, ou a criava. Foi o melhor a se fazer, ela não vai sentir raiva por você querer o bem dela.

– Sam! Você não entende! Eu magoei muita gente! Você, o Finn, o Puck, meus pais... Todo mundo! Eu fui uma pessoa ruim! E lembra que eu disse que minha vida estava ótima... Era mentira! Meu trabalho é muito cansativo, eu chego em casa tarde... Essa foi a primeira vez, em um ano e meio, que eu saí para me divertir...

O loiro a abraçou. Ele sabia que um abraço poderia significar muito mais que palavras. Quinn estava tendo uma crise nervosa. Ela debatia-se tentando soltar-se de Sam, enquanto chorava descontroladamente. Ficaram por um bom tempo assim. Até que Quinn acabou caindo no sono de tanto chorar. Sam a levou para o quarto e a deitou na cama. Deu um beijo em sua testa e deitou-se ao seu lado. Seria melhor que ele estivesse por perto, caso ela acordasse e tivesse outra crise.

Na manhã seguinte, ou melhor, na tarde seguinte... Ambos tiveram sono profundo. Q acordou às duas da tarde!

– Ai que dor de cabeça! – reclamava Q.

A loira foi até a cozinha pegar um copo d’água para tomar o remédio.

– Boa tarde, dorminhoca!

– Sam! Que susto!

– Desculpe-me. Estava só esperando você acordar para poder ir embora. Deixei meu número na sua escrivaninha, qualquer coisa me liga. – disse o rapaz despedindo-se de Quinn com um beijo na bochecha.

– Sam... É... Obrigada, de verdade, por tudo! Vem cá! Eu quero um abraço!

Os loiros deram um longo abraço. Um abraço sincero.

– Hey Quinn! Semana que vem e na outra, vão ter dois feriados. Eu vou passar essas duas semanas na casa da minha família, lá no Tennessee. Não vai ter ninguém lá. Meus pais e meus irmãos só vão passar o fim de semana e depois vão embora. Eu iria sozinho, mas com uma companhia seria bem melhor! Quer ir comigo?

– Obrigada pelo convite, mas acho que vai ficar para uma próxima vez... Primeiro que eu acho bem difícil minha chefa concordar. Ela é boa pessoa, mas quando se trata de trabalho, ela pega pesado! E segundo... Eu confesso que estou com vergonha de você... Ontem eu fiquei me oferecendo... Eu não sou assim... Foi a bebida! Juro para mim mesma que nunca mais vou beber dessa forma!

– Não custa tentar! E quanto a isso, relaxe! Você não precisa ficar envergonhada. Eu te vi bebendo, sei que você não está usando isso como desculpa. – disse Sam rindo – Se isso te confortar, iremos como amigos. Lá é maravilhoso! Você vai gostar. Além do mais, você vai poder ver a Stacey e o Stevie, que estão loucos pra te encontrar! Quinny, você precisa se divertir! Vai te fazer bem! São só duas semaninhas! E então, o que acha?