– Você pode tirar os seus pés de mim, Oliver?

Era a mesma cena quase todos os dias. A casa arrumada e eu comendo alguma porcaria com Oliver praticamente em meu colo. Aquele garoto com aquela beleza incansável, não podia ser perfeito, certo? Tinha que ser preguiçoso, mal humorado, bravo, revoltado, depressivo, orgulhoso, dramático ou só... diferente.

Oliver Michaels é o seu nome. Carrega um sobrenome dos deuses há dezoito anos e mescla isso com a paisagem como se não fosse nada. Descendente de uma família podre de rica, ele saiu de casa por total e pura rebeldia. Seu senso de liberdade ia além de qualquer padrão.

Como resumo do que tem sido minha vida ou do que ela tem se tornado, eu mudei para cá para viver com o meu melhor amigo lindo e desejado por todas. O motivo? Pode ter sido orgulho, precaução ou qualquer coisa, mas viver com a minha família, não.

– Ahm... – choramingou – daqui a pouco – insistiu, deitando-se de lado, mirando a tevê.

É muita história para contar só de início, é mais fácil ver como as coisas vão acontecendo. Acontece que, ao lado de Oliver nem tudo são flores.

– VOCÊ PODE TIRAR OS PÉS? – e por fim, esta sou eu, alterando meu estado de normal para Oliver.

– VOCÊ VAI GRITAR?

– VOU SIM, EU PEDI COM CALMA ANTES! – respondi ríspida.

Oliver é um reflexo de um playboy mimado, com problemas sérios de humor e dramático. O que parece ser comum no mundo atual em que vivemos; mas a verdade é que Oliver está entre todas as exceções mais difíceis de educar, conviver ou até mesmo entender.

– TÁ FELIZ AGORA? – gritou, tirando os pés do meu colo, levantando-se – QUE SACO, FINDLAY, SUA CHATA – e caminhou até o quarto, batendo a porta.

O mais engraçado é esse seu jeitinho bipolar: ora está revoltado, batendo portas e derrubando objetos, ora está pedindo cafuné.

– NÃO BATA A PORTA, OLIVER! – adverti como de costume.

– VOCÊ NÃO MANDA EM MIM, SOUL – gritou de volta.

Soul Findlay sou eu. E este é apenas um relato sobre minha vida ao lado de Oliver Michaels, o riquinho pegador da faculdade. E que de antemão, já aviso que será um desastre.