6 – Dúvidas, revelações e aceitações.

(April narra aqui)

Depois do meu banho, vejo logo aquele vestido em cima da cama, fui ao armário e constatei muito chocada que não havia roupa alguma. Josi viu que eu não ia usá-lo e disse a Sue que fez a limpa no meu quarto. Só pode. Maldição Cruciatus só que sem ser dor física e sim vergonha. – Que foi? Também li Harry Potter – é bom eles terem um bom argumento, porque não vou perdoá-las facilmente.

Vesti-me e Cam me ajudou com o cabelo e a maquiagem. Eu me sentia, não em um aniversário normal e sim numa festa de debutante. – Na América do Norte a festa de debutante é aos 16 anos e não aos 15 como no Sul – coisa que eu não entendia e nem queria.

Sem que eu percebesse mamãe, Josi, Cindi, Sue e Sammy entraram no quarto. Só notei quando vi o reflexo delas atrás de Cam no espelho à minha frente. Elas tinham caras de preocupação e ao mesmo tempo felicidade o que eu estranhei. Olhei para o reflexo delas e de Cam com mais atenção e percebi que conversavam entre si. Droga, o que está havendo hoje?

Elisa então disse a Cindi em voz alta as seguintes palavras: “Mostre a ela. Tudo que a explique o que aconteceu no passado e o que dá para explicar para hoje a noite.” – então eu vi e escutei em minha cabeça conversas de telefone, cenas ao “vivo” de conflitos e revelações, tive muitas revelações de uma única vez, ainda bem que eu estava sentada se não teria caído de choque, Jason se alimentando de sangue de um alce, Victória apostando corrida com Lenny e por muito pouco não o vencendo, um casal de conhecidos de Cindi que eram parecidos, mas também diferentes de Vic e Jay...

— O que isso quer dizer? – perguntei – Quem são as últimas pessoas? Jay e Vic sabem de nós? O que exatamente eles são?

— Querida, sente-se e acalme-se. Te explicaremos tudo. – Elisa me disse calmamente. Eu nem tinha notado que havia me levantado antes dela falar. – Você já deve ter notado que Victória e Jason Holl não são adolescentes normais. – ela disse quando me sentei e eu concordei parcialmente. – O casal que você viu por último são Belatriz e Antony Holl, os pais de Victória e Jason.

— Não pode ser! O casal que eu vi são vampiros. – disse não entendendo.

— Nós te contamos a história de Edward, Bella e Ness, você se lembra? Aproveita que eles ainda não chegaram – Sue se meteu na explicação.

— Edward e Bella se casaram, ela ficou grávida de Ness quando ainda era humana e esperou até a hora do término do porta para ser transformada e por isso ela quase morreu e Ness é meio-vampira, estou certa?

— Sim, amore. Agora aplique o mesmo princípio ao senhor e a senhora Holl. O que temos? – Andi complementou.

— Então Vic e Jay são meio-vampiros? – agora meu mundo caiu. Então o garoto que eu considerava ser o ser não vampiro mais lindo que eu já tinha visto que por sinal é meu namorado não era bem humano, aliás, ele nem é um vampiro completo, então essa categoria ainda existe. E a minha melhor amiga não-parente guardava segredos de mim, bem agora estamos quites, já que eu também escondia coisas dela, mesmo ela já sabendo sem eu saber que ela sabe.

— Exatamente, querida. E eles sabem tudo sobre nós e nós deles. Bem, só Victória e os pais dela sabem sobre nós, enquanto nós sabemos de todos eles. Jay só soube hoje. – Elisa me disse ainda com calma.

— Sabem sobre mim??? – perguntei apavorada. Se já é difícil ser adolescente sendo normal, imagina se transformando em um animal do tamanho de um urso adulto, com garras e dentes afiadíssimos!

— Victória sabe desde fevereiro e Jason só soube hoje, mas não se importam pois sabem que isso é parte do que você é. – Cindi disse parecendo aprovar a reação dos Holl. – Na verdade, quando Victória soube, pareceu muito aliviada por saber porque seu cheiro mudava de uma hora pra outra. – ela riu.

— Bem a cara dela. – não importa o quem seja, ou o que, ela sempre aceita o ser do jeito que ele é.

— Os Cullens conhecem Belatriz e Antony Holl, mas não sabiam que Victória e Jason eram meio-vampiros, mas ao vê-los em Vancouver souberam e também não se importam, afinal, Nessie também é. – Sue.

— E todos vão se encontrar hoje, não é lindo? – disse Sammy pela primeira vez com desdém na voz.

— Sammy!!! – todos repreenderam ela ao mesmo tempo menos eu e Cam que continuava calada.

— O que foi? Eu só falei a verdade, ela vai ver mais tarde mesmo. – ela respondeu dando de ombros.

— Como? Como assim, todos vão se encontrar hoje? Os Cullens vêm hoje aqui, isso é fato. E os Holl já viram os Cullens, então o que a Sammy quis dizer? – perguntei não entendendo.

— Bem, nós já havíamos convidado a Victória para a sua festa, mas ela tinha medo de você não gostar de ela saber sobre você e também que o irmão dela desconfiasse, mas agora que Jason sabe, chamamos os dois pra festa. Talvez Triz e Antony também venham... – Cindi ficou falando.

— Ta, agora entendi a roupa. – digo refletindo. – Pera aí! Para tudo! Sei que não sou um gênio em matemática, por isso faça a conta pra mim, está bem? Nós somos 11 vampiros e 1 transmorfa, os Cullens são 8 vampiros e 1 meio-vampira e agora os Holl, que são 2 vampiros e 2 meio-vampiros. Quantos serermos? – perguntei assustada.

— 21 vampiros, 3 meio-vampiros e 1 transmorfo. Isso se os Cullens não trouxerem algum transmorfo lobo da área deles. – Cameron falou pela primeira vez desde a chegada das outras numa matemática perfeita.

— Bom, pelo menos vamos ter times grandes pra jogar hoje. Não importa o que vamos jogar. – comentei.

— É isso aí amore mio, vamos agitar. – ouvi Sam falar do andar de baixo alto o suficiente para que eu ouvisse.

— No campo e na pista gatinha. Vamos balançar o esqueleto! – Lenny completou.

— Esses dois... – Samantha disse, tentando se controlar pra não sair correndo pela casa para tentar esganar Samuel e Lenny, pelo que pude perceber em sua voz.

— Deixe eles se divertirem, você sabe que eles estão loucos para jogar contra o Emmett. – Cam falou.

— Josi, você avisou os Holl para trazerem roupa para jogar? – Sue perguntou.

— Ih, esqueci. Vou ligar pra Victória. – disse Josi e saiu do quarto.

— Josi, você quer o número do celular dela? – perguntei.

— Não precisa, eu sei ele de cabeça. Agora recomponha-se que os Cullens vão chegar em menos de meia hora. – ela disse do andar inferior.

— Ta certo. – são nessas horas que eu queria ficar um pouco sozinha.

— Os Holl e os Cullens vão chegar quase ao mesmo tempo, se prepara e não tenha uma histeria nervosa, ta? – Josi falou voltando para meu quarto.

— Eu não tenho histeria nervosa Josi, e você sabe disso. – rebati.

— Ta, ta, tanto faz. Só não sue e não se transforme, seria uma pena estragar a roupa e a maquiagem e desfazer o cabelo. – disse Cameron saindo pra falar com alguém.

— Ai dela se acontecer algo com o vestido e com o sapato!!! – Sue quase gritou enquanto saía do quarto também.

— Menos Sue, muito menos. – Cindi disse seguindo as outras duas.

Josi fechou a porta e Elisa foi até o meu porta jóias escondido no fundo do meu closet e voltou com uma caixa de veludo azul-marinho, de forma retangular que eu só lembrava vagamente de quando era criança.

— Está naquela hora? – perguntei, todo ano eles me entregavam um dois itens que estavam na bolsa que me foi entregue no dia da tragédia. Diziam que era o presente daquele ano que eles me dariam. Nunca entendi o porquê, mas todos os anos era a mesma coisa e ainda por cima sempre no mesmo horário. E o mais impressionante sempre havia uma carta dentro do pacote e não era de Elisa.

— Está sim, querida. Feliz aniversário. – ela me entregou a caixa e saiu do quarto com Josi logo atrás, fechando a porta.

— Os Cullens vão chegar em 5 minutos, então se apresse! – ouvi Josi falar do corredor antes de descer.

Abri a caixa e fiquei paralisada. Dentro, havia em prata um cordão com um pingente em que a figura de duas panteras, uma olhando para a cara da outra e entre eles, havia um pentagrama que tinha no pentágono ao centro, um coração. Lindo demais. E o olho de cada pantera era de uma cor, um era caramelo escuro enquanto o outro era verde. Ótimo. Perfeito. Não vou usar hoje mesmo que ele seja lindo.

Fui até o closet e pus a caixa de veludo com o cordão dentro do porta jóias e peguei uma gargantilha com um pingente de lua crescente que prendi ao redor de meu pescoço. Amei o novo cordão, mas eu sempre gostei da minha gargantilha de lua, sempre me senti bem com ela.

Enquanto saio do closet, ouvi o barulho de carros se aproximando da casa. Seriam quatro? Olhei pela janela e vi que realmente quatro carros seguiam nossa rua, sendo que a nossa casa era a única dessa rua, já que compramos os terrenos em volta para termos privacidade.

Os carros eram muito bonitos e de cara se notava que eram velozes. Uma Mercedes preta, um Porshe amarelo-canário, uma BMW vermelha e um Volvo prata. Eles estacionaram em frente a casa e saindo deles, reconheci os Cullens, mas logo atrás vi uma moto Haley Davison com um cara enorme dirigindo, e então ouvi Cindi na minha cabeça: “Ele é um transmorfo lobo”. Ótimo, 2 transmorfos.

Desci as escadas com um sorriso no rosto, afinal ia ser uma festa bem movimentada. Ia ser muito divertido, dança, conversa, riso, jogo... LEGAL!!!

Hora da festa...